quarta-feira, 30 de agosto de 2023

BRICS ampliado 'marca o fracasso na liderança dos EUA' e uma 'busca por alternativas', diz mídia

É improvável que a expansão do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) — com a adesão de seis novos membros — signifique uma ameaça para Washington e seus aliados, mas eles devem permanecer alertas.

De acordo com a Bloomberg, o convite na última Cúpula do BRICS para adesão de Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos não deve marcar o fim de sua expansão, dando às nações em desenvolvimento mais voz na governação global.

Com tantos Estados-membros, a tarefa de alinhar os interesses dos integrantes não deve ser facilitada. Muito provavelmente, o alargamento pode tornar ainda mais difícil uma coordenação eficaz. Nesse sentido, de acordo com a mídia, o anúncio é menos importante do que os seus autores gostariam de acreditar, e pode acabar enfraquecendo canais de diálogo em um período de acirramento geopolítico, marcando um fracasso da liderança dos EUA.

A China é a maior interessada na expansão, vendo-a como uma forma de exercer a sua própria liderança econômica e geopolítica. Mas sobre uma coisa os Estados do BRICS concordam, que as atuais regras e instituições globais não servem adequadamente os seus interesses.

Ainda segundo a mídia, até agora, quando se trata de promover a estabilidade e alargar o seu potencial econômico, estes esforços não fizeram quase nenhuma diferença e podem tornar ainda mais difícil a cooperação genuinamente multilateral.

A visão, no entanto, é questionada por alguns analistas que argumentam que os Estados Unidos e seus aliados do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) querem apenas minimizar os impactos do BRICS na geopolítica mundial uma vez que o princípio organizador da política dos EUA já não é a prosperidade global, mas sim "Made in America" (Feito na América).

Tudo isto torna a ruptura da ordem multilateral verdadeiramente perigosa. Estimulados pelo alargamento do grupo BRICS, os EUA e os seus parceiros deveriam trabalhar urgentemente para repará-la.

·         Quase 50 países têm interesse 'teórico' em aderir ao BRICS, diz Rússia

O chefe da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia relatou um interesse significante de vários países em se juntar à organização, que já deverá ter seis novos membros a partir de 2024.

Quase 50 países expressaram interesse "teórico" em se juntar ao BRICS, e 17 já apresentaram pedidos formais, disse na segunda-feira (29) o chefe da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia, Sergei Katyrin, à Sputnik.

"Há outras 17 solicitações de países que querem se juntar ao BRICS. Quanto aos desejos teóricos, expressos oralmente ou de alguma outra forma, mas ainda não confirmados pelos chefes de Estado, há quase 50 deles no total", detalhou Sergei Katyrin, que também é presidente da seção russa do Conselho Empresarial do BRICS.

O formato em que o BRICS opera não é comparável ao do G7 ou de qualquer outra associação ocidental, acrescentou o funcionário.

"Em contraste com eles, não temos nenhuma palestra moral ou condenação em nenhuma de nossas declarações ou documentos finais. Todo o nosso trabalho é voltado estritamente para o aprofundamento da cooperação. Não nos reunimos para nos aliarmos contra ninguém, mas apenas para sermos aliados, para darmos uns aos outros oportunidades de desenvolvimento acelerado", disse Katyrin.

Ele disse que a agenda atual do BRICS inclui o uso de moedas nacionais no comércio global e em transações entre os Estados-membros do bloco. A implementação dessa iniciativa pela Índia e pela China já está mostrando bons resultados, acrescentou.

A última cúpula do BRICS foi realizada de terça-feira (22) a quinta-feira (24) em Joanesburgo, África do Sul, sob a presidência do país anfitrião. Durante o evento Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano, fez um convite oficial a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para se juntarem ao BRICS. Ramaphosa anunciou que a adesão plena dos novos países terá início em 1º de janeiro de 2024.

 

Ø  Japão ameaça levar China à OMC após proibição por Fukushima; Irã insta Tóquio a não depender dos EUA

 

O Japão ameaçou nesta terça-feira (28) levar a China à OMC para buscar a reversão da proibição imposta por Pequim a importações de frutos do mar após a liberação de água radioativa de Fukushima. Já Teerã, no que diz respeito a fundos congelados, pediu a Tóquio para ser menos "dependente" de Washington.

O ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, disse a repórteres que Tóquio tomaria "as medidas necessárias [sobre a proibição de produtos aquáticos da China] sob várias rotas, incluindo a estrutura da Organização Mundial do Comércio [OMC]", relata a Reuters.

"Apresentar uma queixa à OMC pode tornar-se uma opção se protestar contra a China através de rotas diplomáticas for ineficaz", disse separadamente a ministra da Segurança Econômica, Sanae Takaichi, citada pela mídia.

O governo japonês também está conduzindo entrevistas com agências de viagens locais para coletar informações sobre a situação das viagens entre China e Japão, após relatos de que algumas viagens com destino ao Japão foram canceladas.

A mudança ocorreu depois que Pequim, no início deste mês, suspendeu as restrições da era pandêmica às viagens em grupo ao território japonês.

Enquanto o Japão enfrenta problemas com a China, o Irã enfrenta problemas com o Japão. Também nesta terça-feira (29), o presidente Ebrahim Raisi, ao comentar sobre fundos iranianos congelados por Tóquio, disse que o país asiático "deveria agir de forma independente dos Estados Unidos".

"O Japão deveria agir de forma independente dos EUA, liberando nossos fundos bloqueados”, disse Raisi quando questionado por um repórter japonês sobre US$ 1,5 bilhão em fundos bloqueados no país asiático.

Entretanto, em seguida, Raisi pareceu se contradizer, dizendo: "Devo esclarecer que nosso Banco Central disse anteriormente que só tínhamos fundos congelados injustamente na Coreia do Sul. Todos os outros ativos no exterior estão à disposição do Banco Central do Irã", citou o canal Iran International.

Teerã e Washington chegaram a um acordo no qual cinco cidadãos norte-americanos detidos no Irã serão libertados em troca de US$ 6 bilhões (R$ 29, 3 bilhões) em bens iranianos congelados na Coreia do Sul.

Em 10 de agosto, Teerã permitiu que quatro cidadãos norte-americanos detidos passassem para prisão domiciliar na prisão de Evin, na capital iraniana. Um quinto já estava em confinamento domiciliar. Espera-se que deixem o Irã quando o dinheiro chegar às contas no Catar, relata a mídia.

·         Forças do Japão com capacidades atuais não podem garantir a segurança do país, diz alto oficial

As Forças de Autodefesa do Japão, com suas capacidades atuais, não podem garantir a segurança do país ante os desafios regionais e globais, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto do Japão, Yoshihide Yoshida.

"Não podemos manter a segurança do Japão com nossas capacidades atuais", disse Yoshida ao portal de notícias Nikkei Asia.

Ele observou que, a fim de impulsionar as Forças Armadas do país, o governo japonês aprovou três documentos de defesa, confirmando seus planos de aumentar os gastos militares para 2% do PIB até 2027, entre outras coisas.

"Há duas coisas que o Japão deve fazer. Primeiro, devemos fortalecer fundamentalmente nossas capacidades defensivas para que não sejamos subestimados. Em segundo lugar, precisamos fazer o que pudermos para manter a dissuasão estendida, inclusive através de estratégias envolvendo armas nucleares dos EUA", acrescentou Yoshida.

No final de 2022, o Japão adotou três documentos-chave sobre defesa e segurança: a Estratégia de Segurança Nacional, Estratégia de Defesa Nacional e Plano de Defesa. De acordo com esses documentos, os gastos com defesa do governo devem ser aumentados de 27,5 trilhões de ienes (cerca de R$ 915 bilhões) para 43 trilhões de ienes (R$ 1,4 trilhão) durante o período de cinco anos para estar em linha com a exigência padrão da OTAN de gastar 2% do PIB nas Forças Armadas.

Em 16 de junho, o parlamento japonês aprovou legislação sobre as fontes de financiamento para o aumento dos gastos com defesa.

·         Kim Jong-un: Marinha da Coreia do Norte se tornará parte da força de dissuasão nuclear

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou que a Marinha do Exército Popular da Coreia se tornaria parte integrante da força de dissuasão nuclear do país, informa a agência de notícias nacional KCNA.

O líder norte-coreano fez uma visita ao Comando da Marinha e deu um discurso de congratulações por ocasião do Dia da Marinha do país.

"Observando que subunidades de vários serviços serão equipadas com novas armas de acordo com a política de expansão de operações com armas nucleares táticas, especificada na linha de construção das forças nucleares do Estado, [Kim Jong-un] salientou que a Marinha da Coreia do Norte se tornaria um componente da dissuasão nuclear estatal cumprindo o seu dever estratégico", escreve a agência.

De acordo com Kim Jong-un, as águas da península coreana, devido às ações dos EUA e outras forças, se transformaram em "área mais instável com o perigo de uma guerra nuclear".

O líder norte-coreano observou que histórica e geograficamente para a Coreia, que é cercada por mares de três lados, o fortalecimento da Marinha sempre foi necessário para a defesa do Estado e para a construção das forças armadas.

A Marinha do Exército Popular da Coreia foi formada em 28 de agosto de 1949.

 

Ø  Mídia: batalha no orçamento de € 86 bilhões de euros da UE lança dúvida no financiamento da Ucrânia

 

Disputas entre os Estados-membros sobre complementação orçamentária podem ameaçar o fluxo de apoio militar para Kiev.

De acordo com o Financial Times (FT), o financiamento da União Europeia (UE) para apoiar a Ucrânia está sendo prejudicado por divergências turbulentas entre os Estados-membros. Com o aumento dos custos em Bruxelas e os orçamentos nacionais sobrecarregados, o fluxo de apoio financeiro para Kiev pode estar ameaçado.

Bruxelas precisa de um total de € 86 bilhões (cerca de R$ 453,1 bilhões) em financiamento adicional, destinados a aliviar as pressões sobre o orçamento do bloco e, ao mesmo tempo, garantir quatro anos de apoio à Ucrânia, mas a proposta dividiu os Estados-membros que pediram para um calendário mais longo para a tomada de decisão.

Na medida em que a Ucrânia fracassa em sua contraofensiva, o debate sobre o orçamento passa a ser um teste fundamental da determinação ocidental em prosseguir com o apoio militar para Kiev.

Os ministros da UE vão reiniciar hoje (29) as consultas após as férias de verão (Hemisfério Norte), com o apoio à Ucrânia no topo da agenda nas reuniões dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores.

Segundo a mídia, as negociações de financiamento têm sido complicadas pelo fato de a Comissão Europeia ter agrupado o apoio financeiro à Ucrânia com requisitos complementares para o orçamento da UE, incluindo disposições para cobrir os custos dos juros da dívida e um aumento salarial para os funcionários do bloco.

Países como a Alemanha e os Países Baixos lideraram a resistência, argumentando que o aperto orçamentário nacional devido ao aumento das taxas de juro e às exigências salariais também deveria refletir em Bruxelas.

A disputa prepara o terreno para uma das negociações mais tensas da UE na segunda metade deste ano. Em junho, a comissão estabeleceu um complemento de € 66 bilhões (cerca de R$ 347,7 bilhões) para o orçamento de 2021-27, que foi financiado pelos Estados-membros. Bruxelas propôs separadamente que € 20 bilhões (aproximadamente R$ 105,3 bilhões) fossem destinados ao fornecimento de armas à Ucrânia.

A complementação financeira plurianual da UE também inclui € 17 bilhões (cerca de R$ 89,5 bilhões) em subvenções para Kiev, mais um pacote complementar de € 33 bilhões (aproximadamente R$ 173,8 bilhões) em empréstimos. Ao todo, este pacote de € 50 bilhões (mais de R$ 263,3 bilhões) ao longo de quatro anos visa proporcionar ao país estabilidade orçamentária de longo prazo, mas vem sendo questionado pelos Estados de maior peso no bloco.

"Dezembro será o momento em que todas estas questões se juntarão e precisaremos de uma resposta", disse um alto funcionário da UE envolvido nas negociações de financiamento da Ucrânia ao FT.

Bruxelas pede que os 27 Estados-membros contribuam em conjunto com mais € 20 bilhões para um fundo de armas destinado a garantir o apoio militar à Ucrânia durante os próximos quatro anos, uma iniciativa reprovada pelo Kremlin.

Vários funcionários dos Estados-membros da UE alertaram que o fundo precisava ser tido em conta nas exigências financeiras globais de Bruxelas e avaliado juntamente com o reforço da complementação financeira plurianual do bloco.

 

Ø  EUA forneceram mais de 3,1 milhões de projéteis de artilharia à Ucrânia, diz Pentágono

 

Os EUA forneceram mais de 3,1 milhões em munições de artilharia à Ucrânia, incluindo foguetes e outros projéteis de longo alcance, informou a vice-secretária de Defesa dos EUA, Kathleen Hicks.

"Em 18 meses, nós enviamos à Ucrânia mais de 3,1 milhões de foguetes, mísseis, projéteis de morteiros e artilharia, e essas são só quatro das categorias de munições", declarou Hicks.

Os EUA também cooperaram com o setor privado para ajudar a Ucrânia a acessar as tecnologias comerciais necessárias no campo de batalha.

Fora isso, os norte-americanos forneceram mais de US$ 43 bilhões (R$ 209,5 bilhões) em assistência militar, destacou.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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