BRICS ampliado 'marca o fracasso na liderança dos EUA' e uma 'busca por
alternativas', diz mídia
É improvável que a expansão do grupo BRICS (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul) — com a adesão de seis novos membros —
signifique uma ameaça para Washington e seus aliados, mas eles devem permanecer
alertas.
De acordo com a Bloomberg, o convite na última
Cúpula do BRICS para adesão de Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e
Emirados Árabes Unidos não deve marcar o fim de sua expansão, dando às nações
em desenvolvimento mais voz na governação global.
Com tantos Estados-membros, a tarefa de alinhar os
interesses dos integrantes não deve ser facilitada. Muito provavelmente, o
alargamento pode tornar ainda mais difícil uma coordenação eficaz. Nesse
sentido, de acordo com a mídia, o anúncio é menos importante do que os seus
autores gostariam de acreditar, e pode acabar enfraquecendo canais de diálogo
em um período de acirramento geopolítico, marcando um fracasso da liderança dos
EUA.
A China é a maior interessada na expansão, vendo-a
como uma forma de exercer a sua própria liderança econômica e geopolítica. Mas
sobre uma coisa os Estados do BRICS concordam, que as atuais regras e
instituições globais não servem adequadamente os seus interesses.
Ainda segundo a mídia, até agora, quando se trata
de promover a estabilidade e alargar o seu potencial econômico, estes esforços
não fizeram quase nenhuma diferença e podem tornar ainda mais difícil a
cooperação genuinamente multilateral.
A visão, no entanto, é questionada por alguns
analistas que argumentam que os Estados Unidos e seus aliados do G7 (grupo
composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino
Unido) querem apenas minimizar os impactos do BRICS na geopolítica mundial uma
vez que o princípio organizador da política dos EUA já não é a prosperidade
global, mas sim "Made in America" (Feito na América).
Tudo isto torna a ruptura da ordem multilateral
verdadeiramente perigosa. Estimulados pelo alargamento do grupo BRICS, os EUA e
os seus parceiros deveriam trabalhar urgentemente para repará-la.
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Quase 50 países têm interesse 'teórico' em aderir
ao BRICS, diz Rússia
O chefe da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia
relatou um interesse significante de vários países em se juntar à organização,
que já deverá ter seis novos membros a partir de 2024.
Quase 50 países expressaram interesse
"teórico" em se juntar ao BRICS, e 17 já apresentaram pedidos
formais, disse na segunda-feira (29) o chefe da Câmara de Comércio e Indústria
da Rússia, Sergei Katyrin, à Sputnik.
"Há outras 17 solicitações de países que
querem se juntar ao BRICS. Quanto aos desejos teóricos, expressos oralmente ou
de alguma outra forma, mas ainda não confirmados pelos chefes de Estado, há
quase 50 deles no total", detalhou Sergei Katyrin, que também é presidente
da seção russa do Conselho Empresarial do BRICS.
O formato em que o BRICS opera não é comparável ao
do G7 ou de qualquer outra associação ocidental, acrescentou o funcionário.
"Em contraste com eles, não temos nenhuma
palestra moral ou condenação em nenhuma de nossas declarações ou documentos
finais. Todo o nosso trabalho é voltado estritamente para o aprofundamento da
cooperação. Não nos reunimos para nos aliarmos contra ninguém, mas apenas para sermos
aliados, para darmos uns aos outros oportunidades de desenvolvimento
acelerado", disse Katyrin.
Ele disse que a agenda atual do BRICS inclui o uso
de moedas nacionais no comércio global e em transações entre os Estados-membros
do bloco. A implementação dessa iniciativa pela Índia e pela China já está
mostrando bons resultados, acrescentou.
A última cúpula do BRICS foi realizada de
terça-feira (22) a quinta-feira (24) em Joanesburgo, África do Sul, sob a
presidência do país anfitrião. Durante o evento Cyril Ramaphosa, presidente
sul-africano, fez um convite oficial a Arábia Saudita, Argentina, Egito,
Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para se juntarem ao BRICS. Ramaphosa
anunciou que a adesão plena dos novos países terá início em 1º de janeiro de 2024.
Ø Japão ameaça levar China à OMC após proibição por Fukushima; Irã insta
Tóquio a não depender dos EUA
O Japão ameaçou nesta terça-feira (28) levar a
China à OMC para buscar a reversão da proibição imposta por Pequim a
importações de frutos do mar após a liberação de água radioativa de Fukushima.
Já Teerã, no que diz respeito a fundos congelados, pediu a Tóquio para ser
menos "dependente" de Washington.
O ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa
Hayashi, disse a repórteres que Tóquio tomaria "as medidas necessárias
[sobre a proibição de produtos aquáticos da China] sob várias rotas, incluindo
a estrutura da Organização Mundial do Comércio [OMC]", relata a Reuters.
"Apresentar uma queixa à OMC pode tornar-se
uma opção se protestar contra a China através de rotas diplomáticas for
ineficaz", disse separadamente a ministra da Segurança Econômica, Sanae
Takaichi, citada pela mídia.
O governo japonês também está conduzindo
entrevistas com agências de viagens locais para coletar informações sobre a
situação das viagens entre China e Japão, após relatos de que algumas viagens
com destino ao Japão foram canceladas.
A mudança ocorreu depois que Pequim, no início
deste mês, suspendeu as restrições da era pandêmica às viagens em grupo ao
território japonês.
Enquanto o Japão enfrenta problemas com a China, o
Irã enfrenta problemas com o Japão. Também nesta terça-feira (29), o presidente
Ebrahim Raisi, ao comentar sobre fundos iranianos congelados por Tóquio, disse
que o país asiático "deveria agir de forma independente dos Estados
Unidos".
"O Japão deveria agir de forma independente
dos EUA, liberando nossos fundos bloqueados”, disse Raisi quando questionado
por um repórter japonês sobre US$ 1,5 bilhão em fundos bloqueados no país
asiático.
Entretanto, em seguida, Raisi pareceu se
contradizer, dizendo: "Devo esclarecer que nosso Banco Central disse
anteriormente que só tínhamos fundos congelados injustamente na Coreia do Sul.
Todos os outros ativos no exterior estão à disposição do Banco Central do
Irã", citou o canal Iran International.
Teerã e Washington chegaram a um acordo no qual
cinco cidadãos norte-americanos detidos no Irã serão libertados em troca de US$
6 bilhões (R$ 29, 3 bilhões) em bens iranianos congelados na Coreia do Sul.
Em 10 de agosto, Teerã permitiu que quatro cidadãos
norte-americanos detidos passassem para prisão domiciliar na prisão de Evin, na
capital iraniana. Um quinto já estava em confinamento domiciliar. Espera-se que
deixem o Irã quando o dinheiro chegar às contas no Catar, relata a mídia.
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Forças do Japão com capacidades atuais não podem
garantir a segurança do país, diz alto oficial
As Forças de Autodefesa do Japão, com suas
capacidades atuais, não podem garantir a segurança do país ante os desafios
regionais e globais, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto do Japão, Yoshihide
Yoshida.
"Não podemos manter a segurança do Japão com
nossas capacidades atuais", disse Yoshida ao portal de notícias Nikkei
Asia.
Ele observou que, a fim de impulsionar as Forças
Armadas do país, o governo japonês aprovou três documentos de defesa,
confirmando seus planos de aumentar os gastos militares para 2% do PIB até
2027, entre outras coisas.
"Há duas coisas que o Japão deve fazer.
Primeiro, devemos fortalecer fundamentalmente nossas capacidades defensivas
para que não sejamos subestimados. Em segundo lugar, precisamos fazer o que
pudermos para manter a dissuasão estendida, inclusive através de estratégias
envolvendo armas nucleares dos EUA", acrescentou Yoshida.
No final de 2022, o Japão adotou três
documentos-chave sobre defesa e segurança: a Estratégia de Segurança Nacional,
Estratégia de Defesa Nacional e Plano de Defesa. De acordo com esses
documentos, os gastos com defesa do governo devem ser aumentados de 27,5
trilhões de ienes (cerca de R$ 915 bilhões) para 43 trilhões de ienes (R$ 1,4
trilhão) durante o período de cinco anos para estar em linha com a exigência
padrão da OTAN de gastar 2% do PIB nas Forças Armadas.
Em 16 de junho, o parlamento japonês aprovou
legislação sobre as fontes de financiamento para o aumento dos gastos com
defesa.
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Kim Jong-un: Marinha da Coreia do Norte se tornará
parte da força de dissuasão nuclear
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou
que a Marinha do Exército Popular da Coreia se tornaria parte integrante da
força de dissuasão nuclear do país, informa a agência de notícias nacional
KCNA.
O líder norte-coreano fez uma visita ao Comando da
Marinha e deu um discurso de congratulações por ocasião do Dia da Marinha do
país.
"Observando que subunidades de vários serviços
serão equipadas com novas armas de acordo com a política de expansão de
operações com armas nucleares táticas, especificada na linha de construção das
forças nucleares do Estado, [Kim Jong-un] salientou que a Marinha da Coreia do
Norte se tornaria um componente da dissuasão nuclear estatal cumprindo o seu
dever estratégico", escreve a agência.
De acordo com Kim Jong-un, as águas da península
coreana, devido às ações dos EUA e outras forças, se transformaram em
"área mais instável com o perigo de uma guerra nuclear".
O líder norte-coreano observou que histórica e
geograficamente para a Coreia, que é cercada por mares de três lados, o
fortalecimento da Marinha sempre foi necessário para a defesa do Estado e para
a construção das forças armadas.
A Marinha do Exército Popular da Coreia foi formada
em 28 de agosto de 1949.
Ø Mídia: batalha no orçamento de € 86 bilhões de euros da UE lança dúvida
no financiamento da Ucrânia
Disputas entre os Estados-membros sobre
complementação orçamentária podem ameaçar o fluxo de apoio militar para Kiev.
De acordo com o Financial Times (FT), o
financiamento da União Europeia (UE) para apoiar a Ucrânia está sendo
prejudicado por divergências turbulentas entre os Estados-membros. Com o
aumento dos custos em Bruxelas e os orçamentos nacionais sobrecarregados, o
fluxo de apoio financeiro para Kiev pode estar ameaçado.
Bruxelas precisa de um total de € 86 bilhões (cerca
de R$ 453,1 bilhões) em financiamento adicional, destinados a aliviar as
pressões sobre o orçamento do bloco e, ao mesmo tempo, garantir quatro anos de
apoio à Ucrânia, mas a proposta dividiu os Estados-membros que pediram para um
calendário mais longo para a tomada de decisão.
Na medida em que a Ucrânia fracassa em sua
contraofensiva, o debate sobre o orçamento passa a ser um teste fundamental da
determinação ocidental em prosseguir com o apoio militar para Kiev.
Os ministros da UE vão reiniciar hoje (29) as
consultas após as férias de verão (Hemisfério Norte), com o apoio à Ucrânia no
topo da agenda nas reuniões dos ministros da Defesa e das Relações Exteriores.
Segundo a mídia, as negociações de financiamento
têm sido complicadas pelo fato de a Comissão Europeia ter agrupado o apoio
financeiro à Ucrânia com requisitos complementares para o orçamento da UE,
incluindo disposições para cobrir os custos dos juros da dívida e um aumento
salarial para os funcionários do bloco.
Países como a Alemanha e os Países Baixos lideraram
a resistência, argumentando que o aperto orçamentário nacional devido ao
aumento das taxas de juro e às exigências salariais também deveria refletir em
Bruxelas.
A disputa prepara o terreno para uma das
negociações mais tensas da UE na segunda metade deste ano. Em junho, a comissão
estabeleceu um complemento de € 66 bilhões (cerca de R$ 347,7 bilhões) para o
orçamento de 2021-27, que foi financiado pelos Estados-membros. Bruxelas propôs
separadamente que € 20 bilhões (aproximadamente R$ 105,3 bilhões) fossem
destinados ao fornecimento de armas à Ucrânia.
A complementação financeira plurianual da UE também
inclui € 17 bilhões (cerca de R$ 89,5 bilhões) em subvenções para Kiev, mais um
pacote complementar de € 33 bilhões (aproximadamente R$ 173,8 bilhões) em
empréstimos. Ao todo, este pacote de € 50 bilhões (mais de R$ 263,3 bilhões) ao
longo de quatro anos visa proporcionar ao país estabilidade orçamentária de
longo prazo, mas vem sendo questionado pelos Estados de maior peso no bloco.
"Dezembro será o momento em que todas estas
questões se juntarão e precisaremos de uma resposta", disse um alto
funcionário da UE envolvido nas negociações de financiamento da Ucrânia ao FT.
Bruxelas pede que os 27 Estados-membros contribuam
em conjunto com mais € 20 bilhões para um fundo de armas destinado a garantir o
apoio militar à Ucrânia durante os próximos quatro anos, uma iniciativa
reprovada pelo Kremlin.
Vários funcionários dos Estados-membros da UE alertaram
que o fundo precisava ser tido em conta nas exigências financeiras globais de
Bruxelas e avaliado juntamente com o reforço da complementação financeira
plurianual do bloco.
Ø EUA forneceram mais de 3,1 milhões de projéteis de artilharia à
Ucrânia, diz Pentágono
Os EUA forneceram mais de 3,1 milhões em munições
de artilharia à Ucrânia, incluindo foguetes e outros projéteis de longo
alcance, informou a vice-secretária de Defesa dos EUA, Kathleen Hicks.
"Em 18 meses, nós enviamos à Ucrânia mais de
3,1 milhões de foguetes, mísseis, projéteis de morteiros e artilharia, e essas
são só quatro das categorias de munições", declarou Hicks.
Os EUA também cooperaram com o setor privado para
ajudar a Ucrânia a acessar as tecnologias comerciais necessárias no campo de
batalha.
Fora isso, os norte-americanos forneceram mais de
US$ 43 bilhões (R$ 209,5 bilhões) em assistência militar, destacou.
Fonte: Sputnik Brasil
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