terça-feira, 29 de agosto de 2023

Bolsonaro é recebido em BH com faixas taxando-o de ‘ladrão e contrabandista’

Duas faixas colocadas nos dois sentidos da Avenida Cristiano Machado ironizam a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As faixas, flagradas pela reportagem do Estado de Minas na manhã desta segunda-feira (28/8), dizem: ‘Cuidado!!! Contrabandista e ladrão de joias na cidade!!’. Elas foram penduradas em uma passarela, próximo ao Shopping Estação BH, na Região de Venda Nova.

A frase é uma referência ao escândalo do caso das joias. A Polícia Federal (PF) investiga uma suposta venda ilegal de presentes recebidos em viagens oficiais da Presidência da República.

Bolsonaro vem a Belo Horizonte para se reunir com correligionários do Partido Liberal e receber o título de cidadão honorário do estado das mãos do governador Romeu Zema (Novo).

A chegada do ex-presidente está cercada de polêmica, com manifestações, contrárias e favoráveis a ele, mobilizadas pelas redes sociais para a porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde Bolsonaro vai receber o título de cidadão honorário do estado, às 17h.

•        Antes 100% bolsonaristas, taxistas de BH se dividem sobre Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira (28/8) para participar de três eventos na capital mineira. Ele desembarcou no Edifício de Apoio (EDA) do Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana, sem passar pela área comum ao público. Cerca de 40 pessoas se dividiram entre gritos de “mito” e “ladrão” – sendo a maioria motoristas de aplicativos que pegam corridas no local.

Bolsonaro chegou acompanhado do candidato a vice-presidente em 2022, coronel Walter Braga Netto (PL), e se encontrou com aliados mineiros, como o deputado federal Domingos Sávio, que toma posse hoje no cargo de presidente do PL em Minas, e o deputado estadual Bruno Engler (PL).

O ex-presidente seguiu para o Hotel Hilton Garden, na Região Centro-Sul da capital, onde vai almoçar com aliados.

O primeiro compromisso público está marcado para 14h, na Associação Médica, onde o ex-presidente vai participar da posse da diretoria executiva em Minas Gerais do Partido Liberal (PL), sigla da qual é presidente de honra.

Depois da solenidade, o ex-presidente segue para a Assembleia Legislativa, onde vai receber o título de cidadão honorário de Minas Gerais das mãos do governador Romeu Zema (Novo).

Antes de encerrar a agenda do dia na capital mineira, existe a possibilidade do ex-presidente participar de uma “Noite de Louvor” na Arena Mundo Novo, na Região de Venda Nova. O convite foi feito pelo deputado federal Eros Biondini (PL), fundador da instituição.

 

       Bolsonaro vai destruir a direita paulistana

 

“São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo e para o obscurantismo. São Paulo disse sim à democracia, à ciência, à moderação, ao equilíbrio.” Reeleito em 2020 como prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB) marcou no primeiro discurso depois da vitória o distanciamento e as diferenças em relação ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Dois meses depois, em estágio avançado de um câncer, Covas foi atacado por Bolsonaro por ter ido ao Maracanã, durante a pandemia, em um dos últimos passeios que o tucano fez com o filho antes de falecer, em maio de 2021.

As diferenças de pensamento e da gestão de Covas em relação a Bolsonaro, além dos ataques de bolsonaristas durante o tratamento contra o câncer, são lembrados pelo dirigente do PSDB Orlando Faria ao criticar a aproximação do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), ao ex-presidente. Eleito como vice, Nunes assumiu com a morte de Covas. Em busca da reeleição, negocia o apoio de Bolsonaro e pode dar ao PL a vice.

“Covas tinha posicionamento contrário ao que estava acontecendo no país [com Bolsonaro]”, diz Faria, braço direito de Covas na prefeitura e ex-secretário de João Doria, Covas e Nunes. “O desenho do governo hoje é diferente do que imaginamos lá atrás”, diz ao falar do espaço dado por Nunes ao Republicanos e PP, e do acordo com Bolsonaro.

A provável aliança de Nunes com o ex-presidente aprofunda a crise do PSDB em São Paulo. Sem um nome forte para disputar a capital, o partido diverge sobre o apoio ao prefeito.

Responsável pelo grupo eleitoral da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, Orlando Faria questiona qual será o programa de Nunes em um eventual novo governo: à centro-esquerda, como o de Covas, ou mais à direita e à extrema direita, para agradar bolsonaristas.

Assim como Faria, lideranças tucanas rejeitam a aproximação com Bolsonaro e defendem a candidatura própria ou uma aliança com um nome da centro-esquerda, como a deputada Tabata Amaral (PSB). O diretório municipal, no entanto, diz que o apoio a Nunes está selado.

Em meio a divergências, foram apresentadas denúncias contra o presidente do diretório paulistano, Fernando Alfredo, e o comando estadual do PSDB suspendeu a convenção da capital, marcada para setembro. Alfredo é acusado de desfiliar tucanos e fazer filiações em massa para garantir apoio a Nunes. O dirigente nega irregularidades e diz que a eleição partidária está mantida. “É um processo político”, afirma. No fim de semana, diretórios zonais fizeram convenção, em preparatório para a municipal. Em setembro, Alfredo tentará um novo mandato.

Aliado de Nunes, o dirigente minimiza o acordo com Bolsonaro. “[Nunes] tem que se aproximar de todo mundo”, diz Alfredo. “Apoio a gente não recusa. Mas não significa que Bolsonaro estará no palanque.”

A aliança com Nunes ainda vai depender dos novos dirigentes. Em setembro, o PSDB fará convenções municipais; em outubro, estaduais, e em novembro, a nacional.

<><> Prefeito de SP não quer Bolsonaro em seu palanque

A presença de Jair Bolsonaro na campanha de reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo deverá ser longe dos palanques do emedebista. Especialmente após o avanço das investigações envolvendo Bolsonaro.

Segundo aliados do prefeito, o apoio de Bolsonaro é importante, mas Nunes não quer ter o ex-presidente como seu padrinho político no pleito. Assim, a ideia seria mantê-lo longe dos eventos e encontros públicos de campanha.

Interlocutores do prefeito ainda ressaltam que Nunes não quer ser identificado como um “candidato bolsonarista”, e que a estratégia é passar a imagem de centro direita, sem relação com o governo de Bolsonaro.

O PL de Bolsonaro dá como certo que apoiará Nunes na eleição municipal do próximo ano. O partido, por exemplo, rifou a candidatura do deputado Ricardo Salles (PL-SP), para apoiar o emedebista, e cogita indicar um vice para Nunes.

Como mostrou a coluna, o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP), que deve ser adversário de Nunes na disputa, tem um problema semelhante. Ele não deve ter o vice-presidente Geraldo Alckmin em seu palanque, mesmo com apoio formal do PSB à sua candidatura.

 

       Tarcísio pune secretário que denunciou corrupção

 

Há oito meses no cargo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), começa a esquadrinhar, nos bastidores, uma reforma de seu secretariado a partir de meados de setembro, segundo auxiliares próximos. Os titulares da Agricultura, Antônio Junqueira, e do Turismo, Roberto de Lucena, são citados como nomes que não têm correspondido às expectativas do mandatário e que poderiam acabar perdendo o cargo.

A primeira mudança, no entanto, vai começar pelo segundo escalão, com a saída do secretário-executivo da Agricultura, Marcos Renato Böttcher, cuja exoneração deve ser publicada já nesta segunda-feira (28). Um grupo ligado ao deputado estadual Itamar Borges (MDB) faz pressão pela troca do auxiliar.

A cabeça do número 2 da Pasta foi posta a prêmio após ele entregar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) um relatório com denúncias de irregularidades na construção de estradas do programa Melhor Caminho, no interior paulista. As informações, reveladas pelo Estadão, dizem respeito ao período em que Borges e Francisco Matturro estiveram à frente da secretaria, durante os governos de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

No último dia 18, uma resolução publicada no Diário Oficial instituiu um grupo de trabalho que seria presidido por Böttcher para “tratar dos problemas contratuais” com empreiteiras no âmbito do programa. A proposta era realizar reuniões semanais em que seriam apresentados relatórios sobre os problemas encontrados e sugestões de correção. Haveria ainda a possibilidade de convidar integrantes de outras secretarias para participar das discussões.

A iniciativa, no entanto, foi desautorizada pelo governador e, três dias depois, revogada após queixas de políticos da base. Uma das justificativas para a criação do grupo era a “elevada demanda” de órgãos externos por soluções para as irregularidades.

Na última segunda-feira (21), mesmo dia em que a criação do grupo foi revogada, Borges reclamou da postura de Böttcher durante jantar do governador com prefeitos do MDB no Palácio dos Bandeirantes. As queixas foram consideradas válidas pelo entorno do mandatário.

Segundo auxiliares de Tarcísio, a convocação de uma equipe com essa finalidade excede os limites da atuação e prejudica as atividades finalísticas da pasta. Eles lembram que a Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Ministério Público já investigam os problemas detectados no Melhor Caminho.

Também afirmam que a secretaria não tem apresentado resultados a contento. Entre as críticas, está a lentidão na instalação de tecnologia 4G em regiões rurais de São Paulo.

Na próxima terça-feira (29), o próprio secretário Antônio Junqueira, que também está em risco, deve se licenciar do cargo por 15 dias por questões de Saúde.

Procurados, o governo de São Paulo e a Secretaria de Agricultura não se manifestaram. Böttcher também não se pronunciou. Já o deputado Itamar Borges afirmou, por meio de assessoria, disse ter tomado conhecimento da demissão do número 2 da Agricultura por meio da reportagem.

“Independente dos fatos que pretenda correlacionar à esta medida administrativa, não cabe ao parlamentar, integrante do Poder Legislativo Estadual, opinar, por meio de comentários públicos, neste tipo de questão. Nomeações de secretários e demais colaboradores das secretarias são atribuições exclusivas do Poder Executivo”, informou em nota sua assessoria.

O ex-secretário Francisco Matturro não foi encontrado para falar sobre o relatório. Já o secretário de Turismo, Roberto de Lucena, questionado sobre uma possível saída do governo, limitou-se a afirmar que não vai tratar sobre o assunto.

Questionado pelo Estadão se pretende fazer em breve uma reforma no secretariado, o governador Tarcísio de Freitas afirmou apenas que isso não acontecerá neste momento. “Por agora, não”, afirmou ele na sexta-feira, 25, quando participou da inauguração de uma estrada vicinal em Barretos, interior do Estado.

O relatório entregue ao TCE-SP pela Secretaria de Agricultura em março aponta para “graves irregularidades” no programa Melhor Caminho, de construção de estradas rurais, entre os anos de 2021 e 2022. Segundo o documento, foram pagos cerca de R$ 200 milhões por obras que não foram concluídas. Outros R$ 300 milhões foram gastos, conforme a análise da gestão de Tarcísio Freitas (Republicanos), sem passar pelo protocolo de processos internos que garantem a qualidade das obras. Os atos aconteceram nas gestões de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB), que não se manifestaram quando das revelações.

De acordo com o documento, R$ 200 milhões foram pagos por obras que não haviam sido concluídas e outros R$ 300 milhões, gastos sem passar pelo protocolo de processos internos que garantem a qualidade dos projetos.

Em alguns casos, transferências foram efetuadas às empresas contratadas sem que os despachos em que os fiscais atestam a realização do serviço fossem registrados no sistema eletrônico. Ao todo, 420 obras foram paralisadas, canceladas ou nem iniciadas.

O programa foi relançado em outubro de 2021, quando Borges (MDB) comandava a Agricultura no Estado. Na época, ele prometeu asfaltar 5 mil quilômetros de vias rurais em um ano. A meta representaria um aumento de dez vezes no ritmo de execução em comparação à versão anterior do programa, criada em 1997, que entregou 12 mil quilômetros em 24 anos.

No entanto, somente 1,6 mil quilômetros foram concluídos até maio deste ano, um terço do total previsto. Ao todo, foram contratados R$ 844 milhões para tirar as obras do papel, com a contratação de 59 empreiteiras, de uma empresa para elaborar os projetos e de outra para gerenciá-los.

Mesmo com os problemas identificados e pareceres contrários da Consultoria Jurídica da Pasta e da Subprocuradoria Geral do Estado o governo pagou, no fim de dezembro de 2022, R$ 50 milhões em aditivos de reequilíbrio econômico financeiro sob justificativa de impactos econômicos da guerra na Ucrânia e da pandemia da Covid-19.

O MP abriu 147 investigações para apurar identificar todos os detalhes e envolvidos em supostos desvios. A suspeita é de que esses fatos possam configurar ‘em tese, ato de improbidade administrativa doloso’.

 

       PSDB deve ser pulverizado em 2024

 

Fora do comando do governo de São Paulo depois de sete gestões consecutivas, o PSDB calcula perder até o próximo ano metade dos prefeitos que elegeu em 2020 no Estado. O principal destino dos ex-tucanos tem sido o PSD, partido comandado por Gilberto Kassab, secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O partido de Kassab deve se consolidar neste ano como a legenda com o maior número de prefeitos paulistas, tirando o posto do PSDB. No governo, o secretário tem entre suas atribuições a articulação de convênios e emendas para os municípios. O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Republicanos do governador Tarcísio, o PSB do vice-presidente e ex-governador Geraldo Alckmin, e o PP do senador Ciro Nogueira também têm feito uma ofensiva em busca dos prefeitos filiados ao PSDB, com vistas às eleições municipais de 2024.

A debandada do PSDB deve ter forte impacto no partido, sobretudo pela filiação em massa de prefeitos em 2021, quando João Doria era governador e atraiu dezenas de mandatários para a legenda antes de disputar a prévia nacional do PSDB contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, atual presidente nacional da sigla.

Em 2020, o PSDB elegeu 172 prefeitos em São Paulo. Com a articulação de Doria, ficou no comando de 238 prefeituras, quase 40% dos 645 municípios. Agora, o partido calcula chegar a 80 prefeitos e trabalha para eleger no próximo ano entre 80 e 100 prefeitos no Estado. Nem todos devem ser do PSDB, já que o partido está federado com o Cidadania.

Nos cálculos do PSDB paulista, o PSD poderá chegar a 230 prefeituras no Estado – mais do que o triplo das 65 eleitas em 2020.

O prefeito não pode fazer do partido uma legenda de aluguel”

— Orlando Faria

Com dificuldade para a renovação de quadros, o partido deve apoiar nomes do Cidadania em grandes cidades paulistas. Em Campinas, terceira maior cidade do Estado, com 881 mil eleitores, deve se aliar ao deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania). Em São Bernardo do Campo, quarta maior cidade, com 641,4 mil eleitores, apoiará o deputado federal Alex Manente (Cidadania). Na capital, com 9,3 milhões de eleitores, deve apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) (leia mais nesta página).

Presidente da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, avalia que os tucanos estão sem identidade, distanciaram-se dos eleitores e ainda buscam qual rumo seguir. “O partido ficou ideologicamente sem bandeiras e as pessoas não reconhecem mais no PSDB o que reconheciam em um passado não tão distante”, afirma Serra.

“Hoje não tem identidade, o que é até pior do que se posicionar na esquerda ou na direita”, diz o prefeito. Ligado a Eduardo Leite e cotado para comandar o PSDB paulista, Serra afirma que o “grande desafio” é as pessoas “voltarem a identificar no PSDB alguma identidade”. “Isso se perdeu ao longo do tempo. Não adianta citar como culpado ‘A, B ou C’. Foi um processo ao longo do tempo.”

Tesoureiro nacional do PSDB, o prefeito pondera que o partido está em busca dessa reconexão com a sociedade e deve voltar às suas origens. Na semana passada, a sigla fez em Brasília um seminário para falar sobre as bandeiras que deve seguir. Entre as diretrizes, está a de ser de centro e uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O protagonismo obtido no evento pelo deputado federal e ex-presidente do PSDB Aécio Neves, no entanto, gerou um mal-estar entre tucanos. Em São Paulo, o grupo ligado ao ex-prefeito Bruno Covas, morto em 2021, classificou o destaque de Aécio como um “retrocesso” e teme que o deputado volte a ter influência nos rumos do PSDB e desgaste a imagem da legenda. Covas lutou pela expulsão de Aécio, depois de denúncias contra o tucano. O parlamentar foi acusado de supostamente pedir propina para pagar sua defesa na Lava-Jato, mas foi absolvido.

Até o fim do ano, o partido deve passar por novos embates e desgastes, até a definição dos novos presidentes dos diretórios municipais (em setembro), estaduais (em outubro) e do comando nacional (em novembro). Em busca de pavimentar uma possível candidatura presidencial em 2026, Leite tentará se manter no comando da sigla.

Os embates sobre o comando partidário já começaram. O diretório estadual suspendeu as convenções da capital. No entanto, o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, diz que a eleição na capital será realizada e fez as convenções dos zonais no sábado.

Com a perda de prefeitos, o PSDB paulista deve suspender a convenção em mais de 65 municípios, onde o prefeito que era filiado ao partido migrou de legenda. Segundo o responsável pelo grupo eleitoral da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, Orlando Faria, a ideia é impedir que os ex-tucanos façam com que o PSDB apoie candidatos de outros partidos. “O partido era do prefeito nessas cidades e agora o prefeito não pode fazer do PSDB uma legenda de aluguel. Vamos avaliar caso a caso”, disse.

 

Fonte: Correio Braziliense/Valor Econômico/Agencia Estado/Metrópoles

 

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