terça-feira, 1 de agosto de 2023

Rússia: armas nucleares russas ficarão em Belarus a menos que EUA e OTAN abandonem política hostil

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em meados de junho deste ano que Moscou transferiu um primeiro lote de ogivas nucleares para Belarus e completará o processo de posicionar armas nucleares táticas no país vizinho até o final do ano.

Será possível falar sobre uma hipotética retirada das armas nucleares táticas russas do território de Belarus somente depois que os EUA e a OTAN abandonem a sua política destrutiva, removam as armas nucleares norte-americanas da Europa e desmantelem a sua infraestrutura, disse à Sputnik Aleksei Polischuk, chefe do Segundo Departamento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para os países da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

"A implantação de armas nucleares táticas russas no território de Belarus foi uma resposta à política nuclear desestabilizadora de longa data da OTAN e de Washington, bem como às mudanças fundamentais que ocorreram recentemente em áreas-chave da segurança europeia", explicou o diplomata.

Ele ressaltou que esta foi uma decisão forçada, destinada a garantir a segurança do Estado da União Rússia-Belarus.

No início do ano, Moscou e Minsk concordaram em transferir armas nucleares táticas para Belarus. Segundo afirmou o presidente russo Vladimir Putin, a Rússia não está violando quaisquer obrigações internacionais.

Em abril, as Forças Armadas de Belarus receberam um complexo tático-operacional Iskander-M, capaz de usar ogivas nucleares. Além disso, uma parte das aeronaves da aviação de assalto foi convertida para portar mísseis nucleares.

·         Oficial da OTAN elogia papel de 'uma das aeronaves russas mais eficazes' nos combates na Ucrânia

Os militares russos estão usando um grande número de helicópteros Ka-52 para parar a contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia, escreve o oficial aposentado da OTAN Stavros Atlamazoglou na edição 19FortyFive.

O especialista indica dados da inteligência britânica, segundo os quais o Ka-52 Alligator é chamado de "um dos sistemas de armas russas mais influentes neste setor".

O autor também observa que a Rússia provavelmente reforçou suas unidades com novos helicópteros do modelo Ka-52M.

"O helicóptero tem sido uma das aeronaves mais eficazes na guerra por causa de sua estrutura robusta e capacidade de ataque", destaca o autor.

Além disso, ele observa que os helicópteros de ataque Alligator da Força Aeroespacial da Rússia estão equipados com novos mísseis antitanque Izdelie 305, com um alcance de cerca de 15 quilômetros.

"As tripulações do Ka-52 foram rápidas em explorar as oportunidades de lançar essas armas além do alcance das defesas aéreas ucranianas", acrescenta a publicação, citando o Ministério da Defesa britânico.

"As forças russas estão opondo uma resistência feroz e hábil no terreno, enquanto também usam a aviação para infligir danos às unidades ucranianas", destaca o especialista.

Atlamazoglou também observa que os helicópteros de ataque russos Ka-52 foram modernizados com base na experiência das operações militares russas na Síria, onde desempenharam um papel importante.

·         Jornal destaca mísseis formidáveis da Rússia usados contra cidades portuárias ucranianas

A Rússia usou o "arsenal de mísseis mais formidável" durante os ataques a Odessa, e a defesa antiaérea da Ucrânia não conseguiu derrubar nenhum dos mísseis russos Oniks, escreve o jornal digital norte-americano International Business Times.

"Rússia usou seu arsenal de mísseis mais formidável durante o bombardeio devastador da cidade portuária de Odessa neste mês. Entre eles, foram [usados] pelo menos sete mísseis de cruzeiro Oniks, lançados a partir do complexo de mísseis costeiros Bastion e implantados na Crimeia. O ataque marcou um dos incidentes mais graves da história recente da região", aponta o artigo.

Segundo detalha o jornal, o P-800 Oniks é um míssil supersônico, capaz de atingir altas velocidades, o que torna muito difícil interceptá-lo com os mais modernos sistemas de defesa antiaérea. Destaca-se que, além disso, o Oniks é projetado para voos de baixa altitude, o que torna ainda mais difícil interceptá-lo.

"Nenhum dos mísseis de cruzeiro P-800 Oniks foi interceptado ou abatido", escreve a mídia.

De acordo com o Escritório de Estudos Militares Estrangeiros do Exército dos EUA cujo comentário é citado pela publicação, uma das características mais interessantes do míssil Oniks é o seu sistema de orientação, responsável por operar com outros mísseis, destacar e classificar alvos de acordo com sua importância, e depois escolher um esquema de ataque adequado.

Militares russos, após o ataque terrorista perpetrado pelo regime de Kiev à Ponte da Crimeia na madrugada de 17 de julho, começaram a conduzir ataques de retaliação contra áreas de produção e armazenamento de drones ucranianos nas áreas de Odessa Ilyichevsk e Nikolaev.

 

Ø  China vai impor controles de exportação relacionados a drones em setembro, diz ministério

 

A China vai impor controles de exportação de alguns equipamentos relacionados a drones a partir de 1º de setembro, anunciou o Ministério do Comércio chinês nesta segunda-feira (31).

A medida vai proibir particularmente a exportação de motores de drones com potência máxima contínua superior a 16 quilowatts sem permissão especial. Equipamentos de imagem infravermelha, radares de abertura sintética, mira a laser e equipamentos de comunicação que podem ser usados em drones também vão ser incluídos nas restrições. A exportação de equipamentos de bloqueio de drones também vai ser proibida.

O ministério observou que as medidas foram tomadas por razões de segurança nacional.

"Nos últimos anos, a tecnologia dos drones tem se desenvolvido constantemente e o escopo de sua aplicação tem se expandido constantemente, o risco de que alguns drones poderosos sejam usados para fins militares tem crescido constantemente", disse um porta-voz do Ministério do Comércio.

A expansão dos controles de exportação relacionados a drones não é direcionada a nenhum país ou região, acrescentou o ministério.

Em junho, os meios de comunicação informaram que a produção anual da indústria de drones da China ultrapassou a marca de US$ 16 bilhões (cerca de R$ 75,6 bilhões) em 2022 pela primeira vez na história.

 

Ø  EUA inauguram novo reator nuclear em 3 décadas, mas este pode ser o último, diz mídia

 

Inauguração da unidade Vogtle 3 da Georgia Power chega com sete anos de atraso e bilhões de dólares acima do orçamento, segundo veículos de imprensa norte-americano.

De acordo com o Financial Times (FT), quando a unidade 3 da usina nuclear Vogtle finalmente passou a fornecer eletricidade comercial para a rede elétrica da Geórgia, o primeiro reator nuclear que o país construiu do zero em mais de três décadas, o setor de energia norte-americano passa por um momento delicado.

A unidade Vogtle 3 de 1.100 megawatts deveria inicialmente entrar em serviço em 2016. A Georgia Power, a concessionária que conduz o projeto, disse recentemente que iniciaria as operações comerciais em julho, após o último atraso causado por uma vedação degradada em seu gerador principal.

"Acontece que a construção nuclear é difícil", disse Bob Sherrier, advogado da equipe do Centro de Direito Ambiental do Sul, que contestou o projeto no tribunal.

"Ao longo do caminho, a empresa continuou aumentando as estimativas de custo, atrasando os prazos um pouco a cada vez. Toda vez que foi levantado apenas o suficiente onde ainda estava dentro dos limites da justificativa, fazia sentido prosseguir. Mas eles erraram muito em suas estimativas todas as vezes", afirmou o advogado ao FT.

A usina Vogtle foi concebida em meio a uma onda de interesse em torno da energia nuclear em 2008, quando legisladores e formuladores de políticas a aproveitaram como uma forma confiável de energia livre de emissões de carbono diante da forte campanha pela redução das emissões ante a crise climática.

O projeto da Geórgia deveria ser o primeiro entre dezenas de novos reatores construídos em todo o país. Mas o renascimento fracassou com as preocupações de segurança após o desastre de Fukushima em 2011, no Japão, juntamente com a queda dos preços do gás natural, um combustível de geração concorrente. Com isto, apenas quatro reatores avançaram e dois, as unidades Vogtle 3 e 4, foram construídos. A Unidade 4 está programada para entrar em vigor no início de 2024.

Com os custos crescentes na construção da Vogtle, aliados aos novos reatores no projeto nuclear VC Summer na Carolina do Sul, a empreiteira de engenharia Westinghouse foi forçada a declarar falência em 2017.

O custo original de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 66,5 bilhões) das unidades Vogtle 3 e 4 agora aumentou para mais de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 142,5 bilhões). O custo para a Georgia Power, com 45% de participação no projeto, vai ser de cerca de US$ 15 bilhões (quase R$ 71,3 bilhões).

Os altos custos para a implementação ainda não têm uma forma definida sobre como vão ser repartidos com os clientes o que deve ser definido por uma comissão a partir do funcionamento da unidade 4, mesmo sabendo que a lei permite que apenas os custos considerados "prudentes" sejam repassados aos contribuintes.

De acordo com o Instituto de Energia Nuclear dos Estados Unidos, mais da metade da eletricidade da Geórgia vai ser gerada por fontes de carbono zero após a inauguração das unidades 3 e 4 do complexo Vogtle, a segunda maior usina de energia dos EUA em capacidade.

Os defensores da energia nuclear esperam que as lições aprendidas abram caminho para mais projetos para o combate à crise climática. Os legisladores já canalizaram bilhões de dólares para sustentar antigas usinas nucleares dos EUA e concederam grandes oportunidades para o desenvolvimento de tecnologias nucleares avançadas.

Porém, segundo especialistas ouvidos pela mídia, enquanto várias tecnologias nucleares avançadas estão sendo desenvolvidas – de microrreatores a pequenos reatores modulares – não há outros reatores tradicionais de água leve em larga escala em andamento nos Estados Unidos, porque os investidores foram desconectados do processo, pois não estão interessados no investimento.

A Georgia Watch, um grupo de consumidores, estima que os contribuintes já pagaram US$ 900 (R$ 4.278,60) a mais desde que a construção começou a cobrir os custos de financiamento. As contas devem aumentar outros US$ 3,78 (R$ 17,97), ou 3%, em média, quando a unidade 3 entrar em operação, mas seu impacto definitivo, segundo o grupo, só vai ser sentido quando a unidade 4 entrar em operação, algo em torno de 10-13% de aumento nas contas.

·         EUA oferecem F-16 de 2ª mão à Argentina para competir com licitações de Índia e China

Em 2021, o Ministério da Defesa argentino notificou sua decisão de adquirir 12 novos caças a um preço estimado de US$ 664 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões).

Os Estados Unidos estão buscando urgentemente selar um acordo de caça a jato com a Argentina, supostamente oferecendo à nação sul-americana caças F-16 de segunda mão para superar as ofertas da China e da Índia.

De acordo com uma reportagem da mídia argentina, a Casa Branca instou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar a venda de 24 caças F-16 A/B Fighting Falcon, que estão sendo operados pela Força Aérea Real dinamarquesa. A oferta dos EUA é avaliada em US$ 700 milhões (aproximadamente R$ 3,3 bilhões).

O interesse de Washington em vender caças à Argentina representa um revés para a China e a Índia, que também fizeram ofertas para vender caças à nação sul-americana. A Rússia também se ofereceu para vender seu caça MiG-35 para Buenos Aires.

Enquanto Nova Deli ofereceu seu Tejas Light Combat Aircraft (LCA) da geração 4,5, Pequim apresentou uma oferta de 15 jatos JF-17 Thunder Block, sendo desenvolvidos em conjunto com o Paquistão.

Durante uma visita oficial de quatro dias à Índia neste mês, o ministro da Defesa argentino, Jorge Enrique Taiana, disse ao canal de notícias indiano WION que os caças procurados pela Argentina não deveriam ter parte britânica por causa das restrições do Reino Unido às exportações de defesa para a nação da América do Sul, tendo em vista a disputa pelas Ilhas Malvinas.

Jorge Taiana disse ao canal indiano que o LCA Tejas tem 16 peças britânicas. Ainda não está claro se a Índia se ofereceu para substituir essas peças.

Desde a visita do ministro da Defesa, o La Nación da Argentina informou que o Fórum de Defesa Argentino (FAD) tem "considerado" ativamente as ofertas do F-16 A/B Fighting Falcon e do chinês Chengdu JF-17 Thunder Block.

A mídia disse que o F-16 se qualificou como uma "aeronave mais poderosa", embora a introdução do caça de origem norte-americana exigisse investimentos na modernização da infraestrutura aeroportuária.

·         Complexo militar-industrial dos EUA tem uma vantagem, diz ex-piloto da IAF

O marechal do ar M. Matheswaran, um veterano da Força Aérea indiana (IAF, na sigla em inglês), disse à Sputnik que o "implacável" complexo militar-industrial norte-americano tem uma vantagem sobre outros concorrentes por causa de uma "profunda penetração" no que diz respeito ao mercado global de armas.

De acordo com o SIPRI, os Estados Unidos são os maiores exportadores de armas do mundo, com vendas chegando a US$ 204 bilhões (cerca de R$ 969 bilhões) em 2022. Por outro lado, as vendas de armas da Índia atingiram um recorde de US$ 1,93 bilhão (aproximadamente R$ 9,1 bilhões) em 2022-2023, segundo o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh.

"O complexo militar-industrial dos EUA é implacável. Os Estados Unidos podem ter levado em consideração sua Parceria Estratégica Global com a Índia ao licitar o contrato argentino, mas não abrirão mão do avanço de suas exportações de defesa para outros países", observou o atual presidente do think tank com sede em Chennai, A Fundação Península (TPF), Matheswaran.

O ex-piloto da IAF sublinhou que os caças F-16 não eram comparáveis em tamanho ao LCA Tejas ou ao chinês JF-17. "O LCA e o JF-17 são de tamanho comparável, mas o F-16 é mais caro e maior", disse Matheswaran.

·         Argentina enfrenta uma decisão complicada

Matheswaran disse que a Argentina agora enfrenta uma decisão "complicada" para escolher entre os caças chineses ou norte-americanos.

"A Argentina vem se aproximando da China e da Índia, buscando estreitar os laços com outras nações em desenvolvimento. É uma das nações que vêm buscando a adesão ao BRICS", disse o analista.

De acordo com o think tank americano Council on Foreign Relations (CFR), a China ultrapassou os EUA nos últimos anos para emergir como a principal parceira comercial da América do Sul. A Argentina, como outras nações latino-americanas, adquiriu milhões de dólares em equipamentos militares de Pequim, disse o CFR.

O Documento de Política da China sobre a América Latina e o Caribe lançado em 2016 disse que Pequim "melhoraria a cooperação no comércio militar e na tecnologia militar" com o continente.

Da mesma forma, os laços da Índia com a região estão em ascensão, agora é a quarta maior parceira comercial da Argentina. Os dois países elevaram seus laços ao nível de Parceria Estratégica em 2019 e assinaram um memorando de entendimento em cooperação em defesa no mesmo ano.

Tanto a Índia quanto a China apoiaram a Argentina no Comitê Especial de Descolonização (C-24) da ONU, que pediu a retomada das negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, um apelo resistido pelo Reino Unido até agora.

No entanto, a Argentina sem dinheiro também está negociando um resgate muito necessário do Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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