Rússia: armas nucleares russas ficarão em Belarus a menos que EUA e
OTAN abandonem política hostil
O presidente russo, Vladimir Putin, disse em meados
de junho deste ano que Moscou transferiu um primeiro lote de ogivas nucleares
para Belarus e completará o processo de posicionar armas nucleares táticas no
país vizinho até o final do ano.
Será possível falar sobre uma hipotética retirada das
armas nucleares táticas russas do território de Belarus somente depois que os
EUA e a OTAN abandonem a sua política destrutiva, removam as armas nucleares
norte-americanas da Europa e desmantelem a sua infraestrutura, disse à Sputnik
Aleksei Polischuk, chefe do Segundo Departamento do Ministério das Relações
Exteriores da Rússia para os países da Comunidade de Estados Independentes
(CEI).
"A implantação de armas nucleares táticas
russas no território de Belarus foi uma resposta à política nuclear desestabilizadora
de longa data da OTAN e de Washington, bem como às mudanças fundamentais que
ocorreram recentemente em áreas-chave da segurança europeia", explicou o
diplomata.
Ele ressaltou que esta foi uma decisão forçada,
destinada a garantir a segurança do Estado da União Rússia-Belarus.
No início do ano, Moscou e Minsk concordaram em
transferir armas nucleares táticas para Belarus. Segundo afirmou o presidente
russo Vladimir Putin, a Rússia não está violando quaisquer obrigações
internacionais.
Em abril, as Forças Armadas de Belarus receberam um
complexo tático-operacional Iskander-M, capaz de usar ogivas nucleares. Além
disso, uma parte das aeronaves da aviação de assalto foi convertida para portar
mísseis nucleares.
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Oficial da OTAN elogia papel de 'uma das aeronaves
russas mais eficazes' nos combates na Ucrânia
Os militares russos estão usando um grande número
de helicópteros Ka-52 para parar a contraofensiva das Forças Armadas da
Ucrânia, escreve o oficial aposentado da OTAN Stavros Atlamazoglou na edição 19FortyFive.
O especialista indica dados da inteligência
britânica, segundo os quais o Ka-52 Alligator é chamado de "um dos
sistemas de armas russas mais influentes neste setor".
O autor também observa que a Rússia provavelmente
reforçou suas unidades com novos helicópteros do modelo Ka-52M.
"O helicóptero tem sido uma das aeronaves mais
eficazes na guerra por causa de sua estrutura robusta e capacidade de
ataque", destaca o autor.
Além disso, ele observa que os helicópteros de
ataque Alligator da Força Aeroespacial da Rússia estão equipados com novos
mísseis antitanque Izdelie 305, com um alcance de cerca de 15 quilômetros.
"As tripulações do Ka-52 foram rápidas em
explorar as oportunidades de lançar essas armas além do alcance das defesas
aéreas ucranianas", acrescenta a publicação, citando o Ministério da
Defesa britânico.
"As forças russas estão opondo uma resistência
feroz e hábil no terreno, enquanto também usam a aviação para infligir danos às
unidades ucranianas", destaca o especialista.
Atlamazoglou também observa que os helicópteros de
ataque russos Ka-52 foram modernizados com base na experiência das operações
militares russas na Síria, onde desempenharam um papel importante.
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Jornal destaca mísseis formidáveis da Rússia usados
contra cidades portuárias ucranianas
A Rússia usou o "arsenal de mísseis mais
formidável" durante os ataques a Odessa, e a defesa antiaérea da Ucrânia
não conseguiu derrubar nenhum dos mísseis russos Oniks, escreve o jornal
digital norte-americano International Business Times.
"Rússia usou seu arsenal de mísseis mais
formidável durante o bombardeio devastador da cidade portuária de Odessa neste
mês. Entre eles, foram [usados] pelo menos sete mísseis de cruzeiro Oniks,
lançados a partir do complexo de mísseis costeiros Bastion e implantados na
Crimeia. O ataque marcou um dos incidentes mais graves da história recente da
região", aponta o artigo.
Segundo detalha o jornal, o P-800 Oniks é um míssil
supersônico, capaz de atingir altas velocidades, o que torna muito difícil
interceptá-lo com os mais modernos sistemas de defesa antiaérea. Destaca-se
que, além disso, o Oniks é projetado para voos de baixa altitude, o que torna
ainda mais difícil interceptá-lo.
"Nenhum dos mísseis de cruzeiro P-800 Oniks
foi interceptado ou abatido", escreve a mídia.
De acordo com o Escritório de Estudos Militares
Estrangeiros do Exército dos EUA cujo comentário é citado pela publicação, uma
das características mais interessantes do míssil Oniks é o seu sistema de
orientação, responsável por operar com outros mísseis, destacar e classificar
alvos de acordo com sua importância, e depois escolher um esquema de ataque
adequado.
Militares russos, após o ataque terrorista
perpetrado pelo regime de Kiev à Ponte da Crimeia na madrugada de 17 de julho,
começaram a conduzir ataques de retaliação contra áreas de produção e
armazenamento de drones ucranianos nas áreas de Odessa Ilyichevsk e Nikolaev.
Ø China vai impor controles de exportação relacionados a drones em
setembro, diz ministério
A China vai impor controles de exportação de alguns
equipamentos relacionados a drones a partir de 1º de setembro, anunciou o
Ministério do Comércio chinês nesta segunda-feira (31).
A medida vai proibir particularmente a exportação
de motores de drones com potência máxima contínua superior a 16 quilowatts sem
permissão especial. Equipamentos de imagem infravermelha, radares de abertura
sintética, mira a laser e equipamentos de comunicação que podem ser usados em
drones também vão ser incluídos nas restrições. A exportação de equipamentos de
bloqueio de drones também vai ser proibida.
O ministério observou que as medidas foram tomadas
por razões de segurança nacional.
"Nos últimos anos, a tecnologia dos drones tem
se desenvolvido constantemente e o escopo de sua aplicação tem se expandido
constantemente, o risco de que alguns drones poderosos sejam usados para fins
militares tem crescido constantemente", disse um porta-voz do Ministério
do Comércio.
A expansão dos controles de exportação relacionados
a drones não é direcionada a nenhum país ou região, acrescentou o ministério.
Em junho, os meios de comunicação informaram que a
produção anual da indústria de drones da China ultrapassou a marca de US$ 16
bilhões (cerca de R$ 75,6 bilhões) em 2022 pela primeira vez na história.
Ø EUA inauguram novo reator nuclear em 3 décadas, mas este pode ser o
último, diz mídia
Inauguração da unidade Vogtle 3 da Georgia Power
chega com sete anos de atraso e bilhões de dólares acima do orçamento, segundo
veículos de imprensa norte-americano.
De acordo com o Financial Times (FT), quando a
unidade 3 da usina nuclear Vogtle finalmente passou a fornecer eletricidade
comercial para a rede elétrica da Geórgia, o primeiro reator nuclear que o país
construiu do zero em mais de três décadas, o setor de energia norte-americano
passa por um momento delicado.
A unidade Vogtle 3 de 1.100 megawatts deveria
inicialmente entrar em serviço em 2016. A Georgia Power, a concessionária que
conduz o projeto, disse recentemente que iniciaria as operações comerciais em
julho, após o último atraso causado por uma vedação degradada em seu gerador
principal.
"Acontece que a construção nuclear é
difícil", disse Bob Sherrier, advogado da equipe do Centro de Direito
Ambiental do Sul, que contestou o projeto no tribunal.
"Ao longo do caminho, a empresa continuou
aumentando as estimativas de custo, atrasando os prazos um pouco a cada vez.
Toda vez que foi levantado apenas o suficiente onde ainda estava dentro dos
limites da justificativa, fazia sentido prosseguir. Mas eles erraram muito em suas
estimativas todas as vezes", afirmou o advogado ao FT.
A usina Vogtle foi concebida em meio a uma onda de
interesse em torno da energia nuclear em 2008, quando legisladores e
formuladores de políticas a aproveitaram como uma forma confiável de energia livre
de emissões de carbono diante da forte campanha pela redução das emissões ante
a crise climática.
O projeto da Geórgia deveria ser o primeiro entre
dezenas de novos reatores construídos em todo o país. Mas o renascimento
fracassou com as preocupações de segurança após o desastre de Fukushima em
2011, no Japão, juntamente com a queda dos preços do gás natural, um
combustível de geração concorrente. Com isto, apenas quatro reatores avançaram
e dois, as unidades Vogtle 3 e 4, foram construídos. A Unidade 4 está
programada para entrar em vigor no início de 2024.
Com os custos crescentes na construção da Vogtle,
aliados aos novos reatores no projeto nuclear VC Summer na Carolina do Sul, a
empreiteira de engenharia Westinghouse foi forçada a declarar falência em 2017.
O custo original de US$ 14 bilhões (cerca de R$
66,5 bilhões) das unidades Vogtle 3 e 4 agora aumentou para mais de US$ 30
bilhões (aproximadamente R$ 142,5 bilhões). O custo para a Georgia Power, com
45% de participação no projeto, vai ser de cerca de US$ 15 bilhões (quase R$
71,3 bilhões).
Os altos custos para a implementação ainda não têm
uma forma definida sobre como vão ser repartidos com os clientes o que deve ser
definido por uma comissão a partir do funcionamento da unidade 4, mesmo sabendo
que a lei permite que apenas os custos considerados "prudentes" sejam
repassados aos contribuintes.
De acordo com o Instituto de Energia Nuclear dos
Estados Unidos, mais da metade da eletricidade da Geórgia vai ser gerada por
fontes de carbono zero após a inauguração das unidades 3 e 4 do complexo
Vogtle, a segunda maior usina de energia dos EUA em capacidade.
Os defensores da energia nuclear esperam que as
lições aprendidas abram caminho para mais projetos para o combate à crise
climática. Os legisladores já canalizaram bilhões de dólares para sustentar
antigas usinas nucleares dos EUA e concederam grandes oportunidades para o
desenvolvimento de tecnologias nucleares avançadas.
Porém, segundo especialistas ouvidos pela mídia,
enquanto várias tecnologias nucleares avançadas estão sendo desenvolvidas – de
microrreatores a pequenos reatores modulares – não há outros reatores
tradicionais de água leve em larga escala em andamento nos Estados Unidos,
porque os investidores foram desconectados do processo, pois não estão
interessados no investimento.
A Georgia Watch, um grupo de consumidores, estima
que os contribuintes já pagaram US$ 900 (R$ 4.278,60) a mais desde que a
construção começou a cobrir os custos de financiamento. As contas devem
aumentar outros US$ 3,78 (R$ 17,97), ou 3%, em média, quando a unidade 3 entrar
em operação, mas seu impacto definitivo, segundo o grupo, só vai ser sentido
quando a unidade 4 entrar em operação, algo em torno de 10-13% de aumento nas
contas.
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EUA oferecem F-16 de 2ª mão à Argentina para
competir com licitações de Índia e China
Em 2021, o Ministério da Defesa argentino notificou
sua decisão de adquirir 12 novos caças a um preço estimado de US$ 664 milhões
(cerca de R$ 3,1 bilhões).
Os Estados Unidos estão buscando urgentemente selar
um acordo de caça a jato com a Argentina, supostamente oferecendo à nação
sul-americana caças F-16 de segunda mão para superar as ofertas da China e da
Índia.
De acordo com uma reportagem da mídia argentina, a
Casa Branca instou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar a venda de 24 caças
F-16 A/B Fighting Falcon, que estão sendo operados pela Força Aérea Real
dinamarquesa. A oferta dos EUA é avaliada em US$ 700 milhões (aproximadamente
R$ 3,3 bilhões).
O interesse de Washington em vender caças à Argentina
representa um revés para a China e a Índia, que também fizeram ofertas para
vender caças à nação sul-americana. A Rússia também se ofereceu para vender seu
caça MiG-35 para Buenos Aires.
Enquanto Nova Deli ofereceu seu Tejas Light Combat
Aircraft (LCA) da geração 4,5, Pequim apresentou uma oferta de 15 jatos JF-17
Thunder Block, sendo desenvolvidos em conjunto com o Paquistão.
Durante uma visita oficial de quatro dias à Índia
neste mês, o ministro da Defesa argentino, Jorge Enrique Taiana, disse ao canal
de notícias indiano WION que os caças procurados pela Argentina não deveriam
ter parte britânica por causa das restrições do Reino Unido às exportações de
defesa para a nação da América do Sul, tendo em vista a disputa pelas Ilhas
Malvinas.
Jorge Taiana disse ao canal indiano que o LCA Tejas
tem 16 peças britânicas. Ainda não está claro se a Índia se ofereceu para
substituir essas peças.
Desde a visita do ministro da Defesa, o La Nación
da Argentina informou que o Fórum de Defesa Argentino (FAD) tem "considerado"
ativamente as ofertas do F-16 A/B Fighting Falcon e do chinês Chengdu JF-17
Thunder Block.
A mídia disse que o F-16 se qualificou como uma
"aeronave mais poderosa", embora a introdução do caça de origem
norte-americana exigisse investimentos na modernização da infraestrutura
aeroportuária.
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Complexo militar-industrial dos EUA tem uma
vantagem, diz ex-piloto da IAF
O marechal do ar M. Matheswaran, um veterano da
Força Aérea indiana (IAF, na sigla em inglês), disse à Sputnik que o
"implacável" complexo militar-industrial norte-americano tem uma
vantagem sobre outros concorrentes por causa de uma "profunda
penetração" no que diz respeito ao mercado global de armas.
De acordo com o SIPRI, os Estados Unidos são os
maiores exportadores de armas do mundo, com vendas chegando a US$ 204 bilhões
(cerca de R$ 969 bilhões) em 2022. Por outro lado, as vendas de armas da Índia
atingiram um recorde de US$ 1,93 bilhão (aproximadamente R$ 9,1 bilhões) em
2022-2023, segundo o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh.
"O complexo militar-industrial dos EUA é
implacável. Os Estados Unidos podem ter levado em consideração sua Parceria
Estratégica Global com a Índia ao licitar o contrato argentino, mas não abrirão
mão do avanço de suas exportações de defesa para outros países", observou
o atual presidente do think tank com sede em Chennai, A Fundação Península
(TPF), Matheswaran.
O ex-piloto da IAF sublinhou que os caças F-16 não
eram comparáveis em tamanho ao LCA Tejas ou ao chinês JF-17. "O LCA e o
JF-17 são de tamanho comparável, mas o F-16 é mais caro e maior", disse
Matheswaran.
·
Argentina enfrenta uma decisão complicada
Matheswaran disse que a Argentina agora enfrenta
uma decisão "complicada" para escolher entre os caças chineses ou
norte-americanos.
"A Argentina vem se aproximando da China e da
Índia, buscando estreitar os laços com outras nações em desenvolvimento. É uma
das nações que vêm buscando a adesão ao BRICS", disse o analista.
De acordo com o think tank americano Council on
Foreign Relations (CFR), a China ultrapassou os EUA nos últimos anos para
emergir como a principal parceira comercial da América do Sul. A Argentina,
como outras nações latino-americanas, adquiriu milhões de dólares em
equipamentos militares de Pequim, disse o CFR.
O Documento de Política da China sobre a América
Latina e o Caribe lançado em 2016 disse que Pequim "melhoraria a
cooperação no comércio militar e na tecnologia militar" com o continente.
Da mesma forma, os laços da Índia com a região
estão em ascensão, agora é a quarta maior parceira comercial da Argentina. Os
dois países elevaram seus laços ao nível de Parceria Estratégica em 2019 e
assinaram um memorando de entendimento em cooperação em defesa no mesmo ano.
Tanto a Índia quanto a China apoiaram a Argentina
no Comitê Especial de Descolonização (C-24) da ONU, que pediu a retomada das
negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, um apelo resistido pelo Reino
Unido até agora.
No entanto, a Argentina sem dinheiro também está
negociando um resgate muito necessário do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Fonte: Sputnik Brasil
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