terça-feira, 8 de agosto de 2023

Dólar dos EUA está 'à beira de colapso decisivo' dias antes da chegada dos dados de inflação do país

O índice do dólar americano, o valor da moeda relativamente a uma cesta de outras moedas, foi relatado como tendo caído em meio a um processo de desvalorização da moeda.

O dólar dos Estados Unidos caiu para o nível mais baixo em uma semana em relação a uma cesta de moedas, depois que o mercado se voltou para os dados de inflação a serem publicados em breve na nação norte-americana.

O chamado índice do dólar americano (USDX, na sigla em inglês), uma medida do valor do dólar em relação a algumas moedas estrangeiras, foi mencionado como tendo atingido 101,98, ficando perto do ponto baixo de sexta-feira (4), de 101,73.

Os dados de inflação dos EUA devem ser divulgados na quinta-feira (10), em meio a especulações de que a inflação subjacente do país subiu 4,7% em termos anuais em julho. Outros dados também sugerem que o Fed, o banco central dos EUA, "pode precisar manter as taxas [de juro] mais altas por mais tempo" à luz de um "mercado de trabalho ainda apertado".

A atual queda do dólar ocorre depois que o USDX colapsou abaixo de seu importante nível 100 em meados de julho, atingindo um mínimo de 99,47, o que levou o portal Business Insider a dizer na época que o dólar americano está "à beira de um colapso decisivo que reverteria grande parte dos ganhos obtidos pela moeda nos últimos dois anos".

O portal citou o analista sênior Will Tamplin, da empresa de pesquisa do mercado Fairlead Strategies, como dizendo que "o colapso do índice do dólar está associado a uma ascensão pendente do euro".

Esses eventos estão ocorrendo em meio à desdolarização, o processo de redução da hegemonia do dólar dos Estados Unidos no comércio global e nas operações financeiras por meio da mudança para métodos de câmbio alternativos, incluindo moedas nacionais e sistemas de pagamento domésticos, bem como a modificação das reservas de moeda.

Alguns dos países que estão se afastando do dólar são Brasil, Rússia, China, Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

·         Diretora do Fed deve aumentar as taxas de juros para vencer a luta contra a inflação

As taxas de juros dos EUA, que já estão no nível mais alto em 22 anos, precisam subir ainda mais, já que a inflação permanece acima do nível tolerável para o norte-americano médio, disse a diretora da Reserva Federal (Fed), Michelle Bowman, nesta segunda-feira (7).

"Fizemos progressos na redução da inflação no ano passado, mas a inflação ainda está significativamente acima da meta de 2% do FOMC, e o mercado de trabalho continua apertado, com vagas de trabalho ainda excedendo em muito o número de trabalhadores disponíveis", disse Bowman, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) responsável pela formulação de políticas do Banco Central dos EUA.

"Espero que aumentos adicionais provavelmente sejam necessários para reduzir a inflação para a meta do FOMC", completou.

Os Estados Unidos devem divulgar na quinta-feira (10) sua leitura de julho para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que vai mostrar o quanto o Fed ainda precisa avançar com o aumento das taxas de juros.

O IPC, que subiu 3% ano a ano em junho, seu menor crescimento em dois anos, deve ter visto uma expansão ligeiramente mais agressiva de 3,3% em julho. A meta do Fed é de 2% ao ano.

O Fed identificou o crescimento descontrolado de empregos e os salários correspondentemente mais altos — bem como trilhões de dólares em gastos para o alívio das contas durante a pandemia de COVID-19 de 2020 — entre os motivos para a inflação atingir máximas de 40 anos de mais de 9% ao ano em junho de 2022.

Desde março de 2022, o Fed aumentou as taxas em 525 pontos-base em relação aos 25 anteriores. Sua próxima decisão sobre as taxas de juros é em 20 de setembro.

 

Ø  Mais da metade dos americanos se opõe a mais financiamento à Ucrânia, segundo pesquisa

 

A opinião pública das pessoas nos EUA mudou desde o começo da operação militar especial da Rússia, havendo agora mais pessoas contra o financiamento de Kiev que a favor.

Mais da metade dos americanos se opõe a que o Congresso autorize financiamento adicional para apoiar a Ucrânia em seu conflito com a Rússia, revela uma pesquisa de opinião da CNN publicada na sexta-feira (4).

No total, 55% dos americanos são contra o Congresso autorizar mais fundos para a Ucrânia, enquanto 45% acreditam que ele deveria permitir tal financiamento.

Além desses, 51% dizem que Washington fez o suficiente para ajudar Kiev, e 48% discordam. O último número representa uma queda de 14 pontos percentuais em relação aos entrevistados que achavam que os Estados Unidos deveriam ter feito mais, segundo uma pesquisa realizada nos primeiros dias da operação militar especial da Rússia.

Quando questionados especificamente sobre os tipos de assistência que os EUA poderiam oferecer a Kiev, apenas 17% disseram que apoiariam o envio de tropas americanas para o campo de batalha, e 43% preferem fornecer armas. Quase dois terços (63%) afirmaram que os EUA poderiam fornecer informações de inteligência e cerca de metade (53%) defendeu o treinamento militar.

A pesquisa mostrou uma divisão partidária entre os americanos, com 71% dos republicanos se opondo à autorização do Congresso para financiamento adicional, e 62% dos democratas sendo a favor do financiamento adicional. Um total de 56% dos independentes acredita que os EUA fizeram o suficiente para ajudar a Ucrânia, e 55% se opõem a mais financiamento.

A pesquisa também mostrou que apenas 43% dos americanos aprovam a maneira como o presidente dos EUA, Joe Biden, está lidando com o relacionamento com a Rússia, enquanto 56% discordam.

A pesquisa foi realizada entre 1.279 adultos em todo o país de 1º de julho até a última segunda-feira (31) do mês de julho.

 

Ø  Importações dos EUA da China caem em quase 25% e podem baixar ainda mais, diz mídia

 

As empresas americanas reduziram as importações da China em 24% entre janeiro e maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, informou o jornal The Washington Post.

Observa-se que, apesar dos esforços de Washington e Pequim, eles ainda permanecem tensos. Neste contexto, as empresas americanas, incluindo HP e Lego, procuram reduzir sua dependência de fornecedores chineses e reconstruir as cadeias de suprimentos.

As empresas não querem ficar "presas entre superpotências rivais". A este respeito, no final de maio de 2023, o principal parceiro comercial dos EUA era o México, seguido pelo Vietnã e pela Tailândia.

De acordo com a publicação, o papel da China como centro mundial de fabricação provavelmente está enfrentando o maior desafio em duas décadas. Segundo informação do jornal, antes da pandemia da COVID-19, os produtos chineses representavam cerca de US$ 1 (R$ 4,87) de cada US$ 4 (R$ 19,49) que os americanos gastavam em importações.

Mas este número agora caiu para US$ 1 (R$ 4,87) de US$ 6 (R$ 29,24). O Japão também reduziu as importações da China. Os países europeus, em particular a Alemanha e a França, permaneceram praticamente inalterados.

As tarifas comerciais americanas impostas a quase dois terços de mercadorias da China sob o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afetaram o volume de novos pedidos.

Além disso, o crescimento dos salários nas fábricas chinesas "minou uma das vantagens competitivas do país", e a política econômica orientada para o Estado do presidente chinês Xi Jinping e sua "atitude cautelosa". O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, afetou negativamente as relações comerciais entre os dois países.

O The Washington Post salienta que a indústria eletrônica tem sido a mais afetada pelas mudanças. Citando dados da S&P Global Market Intelligence, o jornal informou que a participação de Pequim nos PCs importados dos EUA caiu para 45% em 2022, ante 61% em 2016.

Ao mesmo tempo, Washington tenta assegurar a Pequim que os Estados Unidos não buscam um "divórcio econômico", mas pretendem reduzir os riscos transferindo cadeias de suprimentos críticas para os EUA ou países aliados.

No entanto, as preocupações de segurança nacional da Casa Branca estão crescendo, o país já reduziu as exportações de semicondutores de última geração para a China e está prestes a anunciar novas restrições ao investimento dos EUA no setor de tecnologia chinês.

Anteriormente, foi relatado que a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, estava considerando novas restrições à exportação de chips de IA para a China por medo de que os concorrentes assumissem a liderança em tecnologia para desenvolver armas ou realizar ataques de hackers.

 

Ø  Empresas europeias perderam € 100 bilhões após saírem da Rússia, diz mídia

 

O jornal Financial Times relatou que, desde o início do conflito na Ucrânia, as empresas europeias perderam € 100 bilhões (R$ 534,8 bilhões).

A mídia indica, citando dados preliminares, que 176 empresas europeias enfrentaram a depreciação dos seus ativos, enquanto outras empresas encerraram ou reduziram suas atividades.

O FT relatou que as empresas energéticas foram as que mais sofreram prejuízos, perdendo € 40,6 bilhões (R$ 217,13 bilhões), como a BP, Shell e TotalEnergies, que praticamente foram "salvas" pelos altos preços do petróleo e gás.

As corporações financeiras, como bancos, seguradoras e investidoras, perderam aproximadamente € 17,5 bilhões (R$ 93,59 bilhões), enquanto as fabricantes de carros perderam € 13,6 bilhões (R$ 72,73 bilhões).

Dentre os países que mais perderam estão o Reino Unido, França, Itália, Irlanda e Dinamarca.

Após o início do conflito na Ucrânia, diversas empresas estrangeiras anunciaram sua saída ou suspensão dos trabalhos no mercado russo, iniciando uma série de perdas na Europa.

 

Ø  Turquia continua diálogo com países ocidentais sobre retomada do acordo de grãos, diz fonte

 

Ancara continua seu diálogo com parceiros ocidentais sobre a retomada da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e também continua um diálogo interdepartamental com a Rússia, disse uma fonte do governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan à Sputnik.

"Claro, [o diálogo] está em andamento. Paralelamente, também estamos em diálogo com a Rússia, com agências específicas. O senhor presidente [Erdogan] enfatizou repetidamente a importância desta iniciativa para os países necessitados", disse a fonte quando perguntada se Ancara estava em negociações com parceiros ocidentais para remover os obstáculos à exportação de produtos alimentícios russos e amônia.

No final do dia (7), o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse que Ancara pretende fazer esforços para facilitar a retomada do acordo de grãos, acrescentando que o objetivo principal da diplomacia turca é conseguir a desescalada em várias zonas de conflito na região.

"Continuaremos a trabalhar arduamente e de forma constante para acabar com o conflito na Ucrânia e alcançar uma paz equitativa [...]. Como Estado-membro da Convenção de Montreux, nossa prioridade fundamental será garantir a paz, especialmente no mar Negro, e combater qualquer tentativa de ameaçá-lo", disse Fidan na Conferência dos Embaixadores Turcos em Ancara.

A Turquia vai continuar mantendo contato com todas as partes do acordo de grãos para facilitar sua retomada, disse o ministro, acrescentando que durante o fim de semana ele discutiu o assunto com seus colegas dos EUA e da Ucrânia.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, acredita que a Turquia é o único país que pode chegar a um acordo com a Rússia e a Ucrânia sobre o abastecimento de alimentos via mar Negro, enquanto os preços dos grãos estão subindo.

"Os países mais pobres que não recebem o grão estão pagando o preço mais alto", disse ele em entrevista a um jornal italiano. "Não sei quanto os africanos compraram. O Egito definitivamente [comprou] muito. Mas os preços do trigo e do grão estão aumentando, esse é o principal problema. Um acordo precisa ser feito pela Rússia e pela Ucrânia, intermediado pela Turquia, o único país que sabe que pode fazê-lo. [O presidente russo, Vladimir] Putin irá para Turquia em agosto e espero que um acordo seja feito", disse Tajani.

A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, mediada pela Turquia e pela ONU, que previa um corredor humanitário para permitir as exportações de grãos ucranianos no ano passado, expirou em 18 de julho, já que a Rússia não renovou sua participação no acordo. Moscou disse que o componente do acordo de facilitar as exportações russas de grãos e fertilizantes não foi cumprido.

A Convenção de Montreux sobre o Regime dos Estreitos de 1936 garante a liberdade de passagem pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos para navios mercantes tanto em tempos de paz como de guerra. O documento limita o período de permanência no mar Negro de navios de guerra de Estados não pertencentes ao mar Negro a três semanas. Em situações de emergência, a Turquia tem o direito de proibir ou restringir a passagem de navios militares pelo estreito.

 

Ø  Toda a ajuda dos EUA ao Afeganistão 'foi saqueada em Washington', afirma analista

 

O movimento Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) dificilmente estaria por trás dos acordos corruptos relacionados à ajuda militar dos EUA ao Afeganistão, disse o analista político, Aleksandr Knyazev, à Sputnik.

O inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão dos EUA, John Sopko, alertou sobre "consequências não intencionais" de possível corrupção relacionada aos pesados ​​gastos dos EUA na Ucrânia.

Horas depois que os democratas do Senado bloquearam uma tentativa de estabelecer uma maior supervisão de bilhões de dólares em ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Sopko lembrou que Washington enviou mais dinheiro a Kiev em um ano do que gastou no Afeganistão em 12 anos.

Sopko alertou especialmente sobre o risco de alimentar a corrupção, enfatizando que no Afeganistão "a corrupção era a ameaça existencial". Segundo o inspetor-geral, "não foi o Talibã. Foi a corrupção que nos matou".

"Quanto ao Afeganistão, entendo que agora devemos falar sobre esse tipo de corrupção no passado. Em primeiro lugar, há poucos dados sobre a disseminação de armas ocidentais fora do Afeganistão. Em segundo lugar, mesmo observadores externos desleais ao movimento Talibã apontam para um declínio no nível de corrupção no Afeganistão depois que o Talibã chegou ao poder naquele país", disse o cientista político russo, Aleksandr Knyazev.

De acordo com Knyazev, nos últimos 20 anos, "toda a ajuda ocidental ao Afeganistão foi saqueada, e o importante é que não foi obra dos afegãos". De uma forma ou de outra, continuou o analista, "este período para o Afeganistão acabou".

"Provavelmente, se alguém calcular a ajuda dos EUA à Ucrânia que foi roubada, o valor provavelmente excederá o que foi roubado da ajuda dos EUA ao Afeganistão que veio entre 2001 e 2021", argumentou Knyazev.

Embora os EUA tenham gasto quase US$ 2,26 trilhões (cerca de R$ 11,01 trilhões) em questões relacionadas ao Afeganistão, como forças militares e de segurança, essa enorme soma não ajudou a impedir que o Talibã tomasse o poder no país do sul da Ásia em agosto de 2021.

Isso levou ao colapso do governo civil afegão apoiado por Washington e às evacuações em massa, que ocorreram em meio à retirada caótica das tropas da coalizão liderada pelos EUA do Afeganistão, que terminou em 30 de agosto de 2021.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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