Dólar dos EUA está 'à beira de colapso decisivo' dias antes da chegada
dos dados de inflação do país
O índice do dólar americano, o valor da moeda
relativamente a uma cesta de outras moedas, foi relatado como tendo caído em
meio a um processo de desvalorização da moeda.
O dólar dos Estados Unidos caiu para o nível mais
baixo em uma semana em relação a uma cesta de moedas, depois que o mercado se
voltou para os dados de inflação a serem publicados em breve na nação
norte-americana.
O chamado índice do dólar americano (USDX, na sigla
em inglês), uma medida do valor do dólar em relação a algumas moedas
estrangeiras, foi mencionado como tendo atingido 101,98, ficando perto do ponto
baixo de sexta-feira (4), de 101,73.
Os dados de inflação dos EUA devem ser divulgados
na quinta-feira (10), em meio a especulações de que a inflação subjacente do
país subiu 4,7% em termos anuais em julho. Outros dados também sugerem que o
Fed, o banco central dos EUA, "pode precisar manter as taxas [de juro]
mais altas por mais tempo" à luz de um "mercado de trabalho ainda
apertado".
A atual queda do dólar ocorre depois que o USDX
colapsou abaixo de seu importante nível 100 em meados de julho, atingindo um
mínimo de 99,47, o que levou o portal Business Insider a dizer na época que o
dólar americano está "à beira de um colapso decisivo que reverteria grande
parte dos ganhos obtidos pela moeda nos últimos dois anos".
O portal citou o analista sênior Will Tamplin, da
empresa de pesquisa do mercado Fairlead Strategies, como dizendo que "o
colapso do índice do dólar está associado a uma ascensão pendente do
euro".
Esses eventos estão ocorrendo em meio à
desdolarização, o processo de redução da hegemonia do dólar dos Estados Unidos
no comércio global e nas operações financeiras por meio da mudança para métodos
de câmbio alternativos, incluindo moedas nacionais e sistemas de pagamento
domésticos, bem como a modificação das reservas de moeda.
Alguns dos países que estão se afastando do dólar
são Brasil, Rússia, China, Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
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Diretora do Fed deve aumentar as taxas de juros
para vencer a luta contra a inflação
As taxas de juros dos EUA, que já estão no nível
mais alto em 22 anos, precisam subir ainda mais, já que a inflação permanece
acima do nível tolerável para o norte-americano médio, disse a diretora da
Reserva Federal (Fed), Michelle Bowman, nesta segunda-feira (7).
"Fizemos progressos na redução da inflação no
ano passado, mas a inflação ainda está significativamente acima da meta de 2%
do FOMC, e o mercado de trabalho continua apertado, com vagas de trabalho ainda
excedendo em muito o número de trabalhadores disponíveis", disse Bowman,
referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) responsável pela
formulação de políticas do Banco Central dos EUA.
"Espero que aumentos adicionais provavelmente
sejam necessários para reduzir a inflação para a meta do FOMC", completou.
Os Estados Unidos devem divulgar na quinta-feira
(10) sua leitura de julho para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que vai
mostrar o quanto o Fed ainda precisa avançar com o aumento das taxas de juros.
O IPC, que subiu 3% ano a ano em junho, seu menor
crescimento em dois anos, deve ter visto uma expansão ligeiramente mais
agressiva de 3,3% em julho. A meta do Fed é de 2% ao ano.
O Fed identificou o crescimento descontrolado de
empregos e os salários correspondentemente mais altos — bem como trilhões de
dólares em gastos para o alívio das contas durante a pandemia de COVID-19 de
2020 — entre os motivos para a inflação atingir máximas de 40 anos de mais de
9% ao ano em junho de 2022.
Desde março de 2022, o Fed aumentou as taxas em 525
pontos-base em relação aos 25 anteriores. Sua próxima decisão sobre as taxas de
juros é em 20 de setembro.
Ø Mais da metade dos americanos se opõe a mais financiamento à Ucrânia,
segundo pesquisa
A opinião pública das pessoas nos EUA mudou desde o
começo da operação militar especial da Rússia, havendo agora mais pessoas
contra o financiamento de Kiev que a favor.
Mais da metade dos americanos se opõe a que o
Congresso autorize financiamento adicional para apoiar a Ucrânia em seu
conflito com a Rússia, revela uma pesquisa de opinião da CNN publicada na
sexta-feira (4).
No total, 55% dos americanos são contra o Congresso
autorizar mais fundos para a Ucrânia, enquanto 45% acreditam que ele deveria
permitir tal financiamento.
Além desses, 51% dizem que Washington fez o
suficiente para ajudar Kiev, e 48% discordam. O último número representa uma
queda de 14 pontos percentuais em relação aos entrevistados que achavam que os
Estados Unidos deveriam ter feito mais, segundo uma pesquisa realizada nos
primeiros dias da operação militar especial da Rússia.
Quando questionados especificamente sobre os tipos
de assistência que os EUA poderiam oferecer a Kiev, apenas 17% disseram que
apoiariam o envio de tropas americanas para o campo de batalha, e 43% preferem
fornecer armas. Quase dois terços (63%) afirmaram que os EUA poderiam fornecer
informações de inteligência e cerca de metade (53%) defendeu o treinamento
militar.
A pesquisa mostrou uma divisão partidária entre os
americanos, com 71% dos republicanos se opondo à autorização do Congresso para
financiamento adicional, e 62% dos democratas sendo a favor do financiamento
adicional. Um total de 56% dos independentes acredita que os EUA fizeram o
suficiente para ajudar a Ucrânia, e 55% se opõem a mais financiamento.
A pesquisa também mostrou que apenas 43% dos
americanos aprovam a maneira como o presidente dos EUA, Joe Biden, está lidando
com o relacionamento com a Rússia, enquanto 56% discordam.
A pesquisa foi realizada entre 1.279 adultos em
todo o país de 1º de julho até a última segunda-feira (31) do mês de julho.
Ø Importações dos EUA da China caem em quase 25% e podem baixar ainda
mais, diz mídia
As empresas americanas reduziram as importações da
China em 24% entre janeiro e maio de 2023 em comparação com o mesmo período de
2022, informou o jornal The Washington Post.
Observa-se que, apesar dos esforços de Washington e
Pequim, eles ainda permanecem tensos. Neste contexto, as empresas americanas,
incluindo HP e Lego, procuram reduzir sua dependência de fornecedores chineses
e reconstruir as cadeias de suprimentos.
As empresas não querem ficar "presas entre
superpotências rivais". A este respeito, no final de maio de 2023, o
principal parceiro comercial dos EUA era o México, seguido pelo Vietnã e pela
Tailândia.
De acordo com a publicação, o papel da China como
centro mundial de fabricação provavelmente está enfrentando o maior desafio em
duas décadas. Segundo informação do jornal, antes da pandemia da COVID-19, os
produtos chineses representavam cerca de US$ 1 (R$ 4,87) de cada US$ 4 (R$
19,49) que os americanos gastavam em importações.
Mas este número agora caiu para US$ 1 (R$ 4,87) de
US$ 6 (R$ 29,24). O Japão também reduziu as importações da China. Os países
europeus, em particular a Alemanha e a França, permaneceram praticamente
inalterados.
As tarifas comerciais americanas impostas a quase
dois terços de mercadorias da China sob o ex-presidente dos EUA, Donald Trump,
afetaram o volume de novos pedidos.
Além disso, o crescimento dos salários nas fábricas
chinesas "minou uma das vantagens competitivas do país", e a política
econômica orientada para o Estado do presidente chinês Xi Jinping e sua
"atitude cautelosa". O governo do presidente dos EUA, Joe Biden,
afetou negativamente as relações comerciais entre os dois países.
O The Washington Post salienta que a indústria
eletrônica tem sido a mais afetada pelas mudanças. Citando dados da S&P
Global Market Intelligence, o jornal informou que a participação de Pequim nos
PCs importados dos EUA caiu para 45% em 2022, ante 61% em 2016.
Ao mesmo tempo, Washington tenta assegurar a Pequim
que os Estados Unidos não buscam um "divórcio econômico", mas
pretendem reduzir os riscos transferindo cadeias de suprimentos críticas para
os EUA ou países aliados.
No entanto, as preocupações de segurança nacional
da Casa Branca estão crescendo, o país já reduziu as exportações de
semicondutores de última geração para a China e está prestes a anunciar novas
restrições ao investimento dos EUA no setor de tecnologia chinês.
Anteriormente, foi relatado que a administração do presidente
dos EUA, Joe Biden, estava considerando novas restrições à exportação de chips
de IA para a China por medo de que os concorrentes assumissem a liderança em
tecnologia para desenvolver armas ou realizar ataques de hackers.
Ø Empresas europeias perderam € 100 bilhões após saírem da Rússia, diz
mídia
O jornal Financial Times relatou que, desde o
início do conflito na Ucrânia, as empresas europeias perderam € 100 bilhões (R$
534,8 bilhões).
A mídia indica, citando dados preliminares, que 176
empresas europeias enfrentaram a depreciação dos seus ativos, enquanto outras
empresas encerraram ou reduziram suas atividades.
O FT relatou que as empresas energéticas foram as
que mais sofreram prejuízos, perdendo € 40,6 bilhões (R$ 217,13 bilhões), como
a BP, Shell e TotalEnergies, que praticamente foram "salvas" pelos
altos preços do petróleo e gás.
As corporações financeiras, como bancos,
seguradoras e investidoras, perderam aproximadamente € 17,5 bilhões (R$ 93,59
bilhões), enquanto as fabricantes de carros perderam € 13,6 bilhões (R$ 72,73
bilhões).
Dentre os países que mais perderam estão o Reino
Unido, França, Itália, Irlanda e Dinamarca.
Após o início do conflito na Ucrânia, diversas
empresas estrangeiras anunciaram sua saída ou suspensão dos trabalhos no mercado
russo, iniciando uma série de perdas na Europa.
Ø Turquia continua diálogo com países ocidentais sobre retomada do acordo
de grãos, diz fonte
Ancara continua seu diálogo com parceiros
ocidentais sobre a retomada da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e também
continua um diálogo interdepartamental com a Rússia, disse uma fonte do governo
do presidente turco Recep Tayyip Erdogan à Sputnik.
"Claro, [o diálogo] está em andamento.
Paralelamente, também estamos em diálogo com a Rússia, com agências específicas.
O senhor presidente [Erdogan] enfatizou repetidamente a importância desta
iniciativa para os países necessitados", disse a fonte quando perguntada
se Ancara estava em negociações com parceiros ocidentais para remover os
obstáculos à exportação de produtos alimentícios russos e amônia.
No final do dia (7), o ministro das Relações
Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse que Ancara pretende fazer esforços
para facilitar a retomada do acordo de grãos, acrescentando que o objetivo
principal da diplomacia turca é conseguir a desescalada em várias zonas de
conflito na região.
"Continuaremos a trabalhar arduamente e de
forma constante para acabar com o conflito na Ucrânia e alcançar uma paz
equitativa [...]. Como Estado-membro da Convenção de Montreux, nossa prioridade
fundamental será garantir a paz, especialmente no mar Negro, e combater
qualquer tentativa de ameaçá-lo", disse Fidan na Conferência dos
Embaixadores Turcos em Ancara.
A Turquia vai continuar mantendo contato com todas
as partes do acordo de grãos para facilitar sua retomada, disse o ministro,
acrescentando que durante o fim de semana ele discutiu o assunto com seus
colegas dos EUA e da Ucrânia.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores
da Itália, Antonio Tajani, acredita que a Turquia é o único país que pode
chegar a um acordo com a Rússia e a Ucrânia sobre o abastecimento de alimentos
via mar Negro, enquanto os preços dos grãos estão subindo.
"Os países mais pobres que não recebem o grão
estão pagando o preço mais alto", disse ele em entrevista a um jornal
italiano. "Não sei quanto os africanos compraram. O Egito definitivamente
[comprou] muito. Mas os preços do trigo e do grão estão aumentando, esse é o
principal problema. Um acordo precisa ser feito pela Rússia e pela Ucrânia, intermediado
pela Turquia, o único país que sabe que pode fazê-lo. [O presidente russo,
Vladimir] Putin irá para Turquia em agosto e espero que um acordo seja
feito", disse Tajani.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, mediada pela
Turquia e pela ONU, que previa um corredor humanitário para permitir as
exportações de grãos ucranianos no ano passado, expirou em 18 de julho, já que
a Rússia não renovou sua participação no acordo. Moscou disse que o componente
do acordo de facilitar as exportações russas de grãos e fertilizantes não foi
cumprido.
A Convenção de Montreux sobre o Regime dos
Estreitos de 1936 garante a liberdade de passagem pelos estreitos de Bósforo e
Dardanelos para navios mercantes tanto em tempos de paz como de guerra. O
documento limita o período de permanência no mar Negro de navios de guerra de
Estados não pertencentes ao mar Negro a três semanas. Em situações de
emergência, a Turquia tem o direito de proibir ou restringir a passagem de
navios militares pelo estreito.
Ø Toda a ajuda dos EUA ao Afeganistão 'foi saqueada em Washington',
afirma analista
O movimento Talibã (organização sob sanções da ONU
por atividade terrorista) dificilmente estaria por trás dos acordos corruptos
relacionados à ajuda militar dos EUA ao Afeganistão, disse o analista político,
Aleksandr Knyazev, à Sputnik.
O inspetor-geral especial para a Reconstrução do
Afeganistão dos EUA, John Sopko, alertou sobre "consequências não
intencionais" de possível corrupção relacionada aos pesados gastos dos EUA na Ucrânia.
Horas depois que os democratas do Senado bloquearam
uma tentativa de estabelecer uma maior supervisão de bilhões de dólares em
ajuda militar dos EUA à Ucrânia, Sopko lembrou que Washington enviou mais
dinheiro a Kiev em um ano do que gastou no Afeganistão em 12 anos.
Sopko alertou especialmente sobre o risco de
alimentar a corrupção, enfatizando que no Afeganistão "a corrupção era a
ameaça existencial". Segundo o inspetor-geral, "não foi o Talibã. Foi
a corrupção que nos matou".
"Quanto ao Afeganistão, entendo que agora
devemos falar sobre esse tipo de corrupção no passado. Em primeiro lugar, há
poucos dados sobre a disseminação de armas ocidentais fora do Afeganistão. Em
segundo lugar, mesmo observadores externos desleais ao movimento Talibã apontam
para um declínio no nível de corrupção no Afeganistão depois que o Talibã
chegou ao poder naquele país", disse o cientista político russo, Aleksandr
Knyazev.
De acordo com Knyazev, nos últimos 20 anos,
"toda a ajuda ocidental ao Afeganistão foi saqueada, e o importante é que
não foi obra dos afegãos". De uma forma ou de outra, continuou o analista,
"este período para o Afeganistão acabou".
"Provavelmente, se alguém calcular a ajuda dos
EUA à Ucrânia que foi roubada, o valor provavelmente excederá o que foi roubado
da ajuda dos EUA ao Afeganistão que veio entre 2001 e 2021", argumentou
Knyazev.
Embora os EUA tenham gasto quase US$ 2,26 trilhões
(cerca de R$ 11,01 trilhões) em questões relacionadas ao Afeganistão, como
forças militares e de segurança, essa enorme soma não ajudou a impedir que o
Talibã tomasse o poder no país do sul da Ásia em agosto de 2021.
Isso levou ao colapso do governo civil afegão
apoiado por Washington e às evacuações em massa, que ocorreram em meio à
retirada caótica das tropas da coalizão liderada pelos EUA do Afeganistão, que
terminou em 30 de agosto de 2021.
Fonte: Sputnik Brasil
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