sábado, 26 de agosto de 2023

Adoção de lockdowns e uso de máscaras reduziram transmissão do coronavírus, aponta estudo

A adoção de intervenções não-farmacológicas (NPIs), ou seja, medidas que não envolvem a medicação de forma direta, foram eficazes para conter a pandemia da Covid-19. É o que afirma um relatório produzido pela The Royal Society, academia de ciência da Coroa Britânica.

O texto explica que os lockdowns, as regras de isolamento social e o uso adequado de máscaras foram cruciais para reduzir a transmissão do coronavírus, sobretudo se adotados quando os níveis de casos ainda eram baixos.

O estudo usa como base as determinações governamentais aplicadas em Hong Kong, Coreia do Sul e Nova Zelândia. Nesses países, os níveis de transmissão eram baixos quando as medidas de contenção foram adotadas e se mantiveram assim durante o período pandêmico.

 “As evidências dos estudos mostram que, em geral, as NPIs eram mais efetivas quando o número de casos e a intensidade da transmissão do vírus eram menores. Isso porque o tamanho da exposição e, portanto, o risco de infecção de pessoas não-infectadas e não-imunes era proporcional ao número de casos”, afirma o texto.

O relatório aponta ainda que há dados suficientes para afirmar que as máscaras respiratórias, como PFF-2 e N-95, foram mais eficazes do que máscaras cirúrgicas. O uso obrigatório de máscaras também foi crucial, já que conseguiu conter melhor a pandemia do que o uso voluntário.

“As evidências sugeriram que máscaras com melhor função de barreira foram mais eficazes do que aquelas com menor função de barreira; e máscaras usadas em contexto de determinação para o uso foram mais eficazes do que usar máscaras em contexto de comportamento voluntário”, relata.

Da mesma forma, a adoção de um lockdown de duas semanas também obteve mais sucesso do que medidas mais brandas, com regras de isolamento menores.

A adoção da estratégia de testar, rastrear e isolar foi celebrada pelo relatório, que reforça a importância de usar NPIs para conter a transmissão do vírus. “Estudos de vários países que implementaram níveis altos de rastreamento e isolamento de indivíduos infectados e pessoas que tiveram contato com eles encontraram reduções no número de mortes por Covid-19”, explica.

O texto traz como exemplo o uso de um aplicativo de rastreamento de infectados pelo coronavírus na ilha de Wight, na Inglaterra. A tática, segundo o relatório, provocou uma “queda substancial na transmissão” do vírus.

 

Ø  Com novas subvariantes, é importante estar com a vacina contra a Covid em dia, diz infectologista

 

Em meio ao surgimento de novas variantes do coronavírus, é importante que a população esteja com a vacinação contra a Covid-19 em dia, alerta o infectologista Julio Croda, da Fiocruz.

O Brasil já tem casos confirmados da subvariante EG.5 e a BA.286, que está presente em países como Estados Unidos e Reino Unido, é alvo de atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Essas subvariantes utilizam mecanismos de escape da resposta imune, que favorecem uma maior transmissão”, explicou Croda à CNN Rádio.

O infectologista reforçou que os sintomas são os mesmos e, principalmente, que “as vacinas continuam funcionando contra hospitalizações e óbitos”.

Croda destaca que o hemisfério norte tem um aumento no número de infecções e internações por Covid, “principalmente em idosos e imunocomprometidos”.

O impacto, porém, deve ser menor do que na cepa original Ômicron, “por causa da imunidade proveniente da vacina e infecção prévia”.

No entanto, ele disse que cobertura vacinal no Brasil é baixa, e que especialmente os grupos mais vulneráveis “precisam estar com a vacina mais atualizada, a bivalente”.

“Reforçamos que, no momento, não observamos aumento de hospitalizações e óbitos por Covid-19 no Brasil, mas este é o momento que temos que nos preparar melhor”, completou.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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