Adoção de lockdowns e uso de máscaras reduziram
transmissão do coronavírus, aponta estudo
A adoção de intervenções não-farmacológicas (NPIs),
ou seja, medidas que não envolvem a medicação de forma direta, foram eficazes
para conter a pandemia da Covid-19. É o que afirma um relatório produzido pela The Royal Society, academia de ciência da Coroa Britânica.
O texto explica que os lockdowns, as regras de
isolamento social e o uso adequado de máscaras foram cruciais para reduzir a
transmissão do coronavírus, sobretudo se adotados quando os níveis de casos
ainda eram baixos.
O estudo usa como base as determinações
governamentais aplicadas em Hong Kong, Coreia do Sul e Nova Zelândia. Nesses
países, os níveis de transmissão eram baixos quando as medidas de contenção
foram adotadas e se mantiveram assim durante o período pandêmico.
“As
evidências dos estudos mostram que, em geral, as NPIs eram mais efetivas quando
o número de casos e a intensidade da transmissão do vírus eram menores. Isso
porque o tamanho da exposição e, portanto, o risco de infecção de pessoas
não-infectadas e não-imunes era proporcional ao número de casos”, afirma o
texto.
O relatório aponta ainda que há dados suficientes
para afirmar que as máscaras respiratórias, como PFF-2 e N-95, foram mais
eficazes do que máscaras cirúrgicas. O uso obrigatório de máscaras também foi
crucial, já que conseguiu conter melhor a pandemia do que o uso voluntário.
“As evidências sugeriram que máscaras com melhor
função de barreira foram mais eficazes do que aquelas com menor função de
barreira; e máscaras usadas em contexto de determinação para o uso foram mais
eficazes do que usar máscaras em contexto de comportamento voluntário”, relata.
Da mesma forma, a adoção de um lockdown de duas
semanas também obteve mais sucesso do que medidas mais brandas, com regras de
isolamento menores.
A adoção da estratégia de testar, rastrear e isolar
foi celebrada pelo relatório, que reforça a importância de usar NPIs para
conter a transmissão do vírus. “Estudos de vários países que implementaram
níveis altos de rastreamento e isolamento de indivíduos infectados e pessoas
que tiveram contato com eles encontraram reduções no número de mortes por
Covid-19”, explica.
O texto traz como exemplo o uso de um aplicativo de
rastreamento de infectados pelo coronavírus na ilha de Wight, na Inglaterra. A
tática, segundo o relatório, provocou uma “queda substancial na transmissão” do
vírus.
Ø Com novas subvariantes, é importante estar com a vacina contra a Covid
em dia, diz infectologista
Em meio ao surgimento de novas variantes do coronavírus, é importante que a população esteja com a vacinação contra a
Covid-19 em dia, alerta o infectologista Julio Croda,
da Fiocruz.
O Brasil já tem casos confirmados da subvariante EG.5 e a
BA.286, que está presente em países como Estados Unidos e Reino Unido, é alvo
de atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Essas subvariantes utilizam mecanismos de escape
da resposta imune, que favorecem uma maior transmissão”, explicou Croda à CNN Rádio.
O infectologista reforçou que os sintomas são os
mesmos e, principalmente, que “as vacinas continuam funcionando contra hospitalizações
e óbitos”.
Croda destaca que o hemisfério norte tem um aumento
no número de infecções e internações por Covid, “principalmente em idosos e
imunocomprometidos”.
O impacto, porém, deve ser menor do que na cepa
original Ômicron, “por causa da imunidade proveniente da vacina e infecção
prévia”.
No entanto, ele disse que cobertura vacinal no
Brasil é baixa, e que especialmente os grupos mais vulneráveis “precisam estar
com a vacina mais atualizada, a bivalente”.
“Reforçamos que, no momento, não observamos aumento
de hospitalizações e óbitos por Covid-19 no Brasil, mas este é o momento que
temos que nos preparar melhor”, completou.
Fonte: CNN Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário