5 dos melhores países para se viver, segundo estrangeiros
Seja navegando pelas nuances de uma nova cultura,
procurando os lugares favoritos de moradores locais ou fazendo novas amizades,
morar no exterior traz alegrias e desafios. Mas dependendo do estilo de vida
que você procura, alguns lugares tornam a vida de expatriado - pessoas que
residem em país estrangeiros - mais fácil do que outros.
A Internations, uma das maiores redes de
expatriados do mundo, elaborou recentemente o seu relatório anual Expat
Insider, que classifica os principais países com base em avaliações de 56 itens
- como, por exemplo, custo de vida, moradia e disponibilidade de internet de
alta velocidade.
Mais de 12 mil expatriados de 171 nacionalidades e
que vivem em 172 países ou territórios responderam a um questionário, que
resultou em uma lista eclética e por vezes surpreendente, abrangendo todo o
mundo.
Falamos com residentes de alguns dos países mais
bem classificados para compreender que aspectos da vida ajudam os expatriados a
se sentirem em casa e lhes permitem construir uma nova vida ali.
• México
O primeiro lugar da lista deste ano é do México,
que ficou entre os cinco primeiros colocados todos os anos desde 2014.
O país ocupa o primeiro lugar no índice de
facilidade para se conseguir acomodação e na subcategoria simpatia local, o que
também resulta em pontuações altas quando o assunto é encontrar novos amigos.
Na verdade, 75% dos expatriados entrevistados
disseram que é fácil fazer amigos locais no país, em comparação com apenas 43%
globalmente.
“São algumas
das pessoas mais amigáveis que já conheci”, disse o expatriado holandês Aemilius
Dost, que mora no México há um ano e meio e mantém um blog sobre a experiência.
"Gosto muito das interações que tenho quando compro frutas e vegetais
frescos no mercado local. A simplicidade do estilo de vida é fácil de ser
adotada."
Embora possa ser difícil de navegar pela burocracia
do México, é fácil manter o visto de residência se você se qualificar; você não
precisa ter permanecido no país por um determinado período para manter o status
do visto.
Embora o inglês seja falado nas áreas mais turísticas,
os expatriados acharão a vida mais fácil se aprenderem espanhol antes de
chegar. Mesmo que você não seja um especialista no momento da mudança, um pouco
de prática pode ajudar muito. “Poco a poco (aos poucos), seu conhecimento de
espanhol começará a crescer”, disse Julien Casanova, fundador do Oaxaca Travel
Tips, que mora no México há cinco anos e é originário dos EUA.
Os expatriados também expressam um profundo apreço
pela cultura e história do México, refletido em sua classificação superior na
subcategoria "cultura e boas-vindas". “A estreita ligação com a
família e a tradição está presente em toda a cultura mexicana”, disse Casanova.
“Adoro morar na cidade de Oaxaca por esse motivo. É uma cidade incrivelmente
festiva, com raízes profundas no seu passado pré-hispânico.”
E no México não faltam cidades para os expatriados
chamarem de novo lar. “O México tem todas as paisagens, todos os climas, toda a
gastronomia e cultura. E o melhor de tudo, o carinho e o atendimento do povo, o
bom humor sempre, o clima de festa permanente onde quer que você vá.
Tudo", diz Elizabeth Lemos, uruguaia que mora no México desde 2022 e atua
como embaixadora internacional (organizarando encontros locais de expatriados).
"No México, você pode encontrar o seu lugar no mundo."
• Espanha
A Espanha está entre os dez primeiros país mais bem
colocados no índice de qualidade de vida da pesquisa desde 2014, devido à sua
cultura e vida noturna, às oportunidades de recreação e lazer e ao seu clima
moderado.
“Apesar das partes sul e norte do país serem muito
diferentes, as temperaturas são geralmente amenas e agradáveis”, diz Patricia
Palacios, cofundadora do España Guide. Ela é espanhola, mas morou e trabalhou
na Alemanha, EUA e Argentina.
Palacios diz que o clima é uma das principais vantagens
de morar no país. "Por exemplo, cidades como Valência e Málaga possuem
mais de 300 dias de sol por ano e têm uma temperatura média de 18°C."
Ela também aprecia as opções gastronômicas que o
clima mediterrâneo oferece e a paisagem e a arquitetura - influenciadas por
tantas culturas ao longo dos anos.
O custo de vida continua a ser menor na Espanha do
que em outros países europeus, o que pode ser uma bênção ou uma maldição
dependendo do seu status profissional, uma vez que os salários locais tendem a
ser mais baixos.
“Seria definitivamente melhor se você pudesse
trabalhar remotamente e obter uma renda estrangeira maior para poder ter um
melhor padrão de vida”, aconselhou Palacios. E embora o país tenha um elogiado
programa de vistos para nômades digitais, ela também diz que ser freelancer
pode trazer dores de cabeça burocráticas e uma "taxa de freelancer"
além dos impostos normais.
Segundo Palacios, os moradores locais tendem a ser
descontraídos, simpáticos e acolhedores, principalmente para quem está tentando
aprender o idioma. "Eles são muito pacientes com estrangeiros com
conhecimentos limitados de espanhol, o que pode ser muito importante quando se
inicia em um novo país”, disse ela.
Segundo a pesquisa Internations, 80% dos
expatriados se sentem em casa no país, 18% acima da média global.
Dito isto, ela recomenda que qualquer pessoa que se
mude para a Espanha tenha aulas de espanhol. “Só se você falar a língua poderá
aproveitar ao máximo sua nova vida na Espanha”, disse ela. “É também uma forma
de mostrar respeito e apreço pela cultura local”.
• Panamá
Este país da América Central ocupa o terceiro lugar
no índice graças às altas pontuações nas categorias facilidade para encontrar
acomodação, facilidade de fazer amigos e nas categorias cultura e acolhimento.
Tal como a Espanha, o país adotou um visto de
nômade digital, com uma das taxas mais baixas do mundo – na verdade, os
expatriados classificam o país como um dos cinco onde é mais fácil obter um
visto.
O clima e as condições meteorológicas também ajudam
na posição elevada do país - que ocupa a 11ª posição nesse subíndice.
“O Panamá tem um clima incrível, de acordo com
minha preferência pessoal – 24-29°C o ano todo, e uma boa mistura de chuva e
sol”, diz a expatriada americana Sarah Bajc, proprietária do hotel local
Camaroncito EcoResort & Beach.
O país também está geograficamente mais próximo dos
Estados Unidos, o que torna mais fácil para ela receber ligações e visitar
familiares e amigos após 10 anos morando na Ásia.
A economia dolarizada também facilita a gestão das
finanças, diz Bajc, afirmando que o modelo lhe permitiu comprar imóveis de
forma relativamente simples. Segundo a pesquisa elaborada pela Internations, a
maioria dos expatriados pensa que é fácil encontrar e pagar por moradia no
país.
O Panamá ficou em oitavo lugar geral no índice de
finanças pessoais, com 80% dos expatriados declarando estar satisfeitos com a
sua situação financeira.
Priorizando a segurança econômica e pessoal,
juntamente com a oportunidade de comprar imóveis à beira-mar, Bajc achou fácil
sua decisão sobre onde se aposentar. "O Panamá foi o vencedor", disse
ela. “Principalmente quando se considera a economia, o clima e uma cultura
acolhedora e diversificada que adora dançar!”
• Bahrein
Único país do Oriente Médio entre os 10 primeiros,
o Bahrein ficou em nono lugar e foi o país que mais melhorou na lista de 2022 a
2023, subindo 19 posições.
O Bahrein foi também o que mais subiu no índice de
finanças pessoais, com quase quase metade dos expatriados entrevistados
avaliando o custo de vida de forma mais favorável do que em 2022 e relatando
uma grande satisfação com a sua situação financeira.
O país também teve uma boa pontuação em vários
tipos de índices, ficando em primeiro lugar na categoria Expat Essentials, que
inclui tópicos como administração (como abertura de uma conta bancária),
habitação, acesso digital e idioma.
É também um dos lugares mais fáceis para obter
visto e lidar com as autoridades locais - e 78% dos entrevistados relataram que
é fácil viver aqui sem falar árabe.
Os residentes também dizem que o apreço pela vida
no país e seus benefícios cresce com o tempo.
"Durante reuniões e eventos de expatriados,
outros expatriados inevitavelmente se entusiasmam com o quanto o país é bonito
e como se sentem bem-vindos por amigos e colegas do Bahrein", diz a
embaixadora internacional Sharmila Vadi, que é originária da Índia e reside há
23 anos na capital do Bahrein, Manama.
"Quase todas as pessoas com quem você conversa
concordarão sobre o quão caloroso e culturalmente amigável o país e seu povo
são."
Vadi cita um ambiente de trabalho acolhedor, mas
competitivo o suficiente para incentivar o desenvolvimento de carreiras.
"Uma combinação brilhante de força de trabalho bem-educada do Bahrein,
trabalhando lado a lado com expatriados qualificados, torna o ambiente de
trabalho muito estimulante e propício à troca de conhecimento, levando,
portanto, a um fantástico crescimento profissional para todos", disse ela.
Ela observa que muitos expatriados obtiveram
sucesso profissional e acabaram ficando mais tempo do que o planejado
originalmente, até mesmo comprando propriedades.
Vadi também viu um aumento na disponibilidade de
opções de entretenimento nos últimos anos, especialmente nos meses que
antecedem o Grande Prêmio do Bahrein (etapa da Fórmula 1 realizada em março),
quando são realizados shows de astros internacionais, exposições de arte e
outras atividades criativas.
O Festival Anual da Primavera da Cultura reúne
talentos e mostras de todo o mundo (como uma de poesia turca e o Festival de
Cinema do Japão), ao mesmo tempo que destaca a rica cultura e os locais
históricos do próprio país.
“Há sempre muito o que esperar em termos de
entretenimento, o que nos permite desfrutar de um bom equilíbrio entre trabalho
e vida pessoal”, disse Vadi. "Isso às vezes torna tudo emocionante e,
ocasionalmente, tranquilo o suficiente para tornar a vida aqui uma experiência
bastante agradável."
• Malásia
Em quarto lugar no índice geral, a Malásia subiu no
subíndice de qualidade de vida este ano, com os residentes colocando o país em
terceiro lugar em termos de disponibilidade de oportunidades de viagem.
O país do Sudeste Asiático também tem bons
resultados em simpatia local e finanças pessoais.
Abrangendo duas regiões (Malásia Peninsular e
Malásia Oriental na ilha de Bornéu), a Malásia é uma excelente base para quem
deseja viajar com frequência. “A capacidade de alcançar todo o Sudeste Asiático
em duas horas de voo torna o país o centro da região, permitindo fácil acesso
aos mercados regionais”, disse Shawn Bhushan, embaixador residente e
internacional, que nasceu aqui, mas também viveu em Singapura, Londres, Hong
Kong e Miami.
Ele também gosta de explorar o próprio país, cuja
vastidão "permite a descoberta de alimentos, viagens a cidades antigas,
patrimônios da Unesco, ilhas, história, geografia e religiões.”
Bhushan considera o custo de vida na Malásia
bastante administrável, com renda e despesas gerais fáceis de equilibrar.
O inglês é amplamente compreendido e o idioma local
é escrito em escrita romanizada, facilitando a leitura para os falantes de
inglês.
Por ter trabalhado como professora e morado na
Malásia por dois anos, Sarah Bajc acrescenta que a educação é bastante
respeitada ali. “A cultura malaia valoriza a educação e os meus alunos (e os
seus pais) me trataram com muito carinho e respeito”, recordou.
Bajc disse ter feito muitos amigos dentro da
comunidade tradicional malaia, bem como nas comunidades indiana e chinesa, mas
observa que há uma diferença entre a amizade social e a aceitação genuína que os
expatriados podem achar um desafio no longo prazo.
Dito isto, os expatriados relatam que é fácil
interagir inicialmente com as pessoas locais. “Há um ar de tranquilidade social
em muitos ambientes onde uma conversa pode ser iniciada e as pessoas respondem
com humildade e sinceridade”, disse Bhushan.
Fonte: BBC Travel
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