quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Lira cita perseguição em investigação dos kits de robótica

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta 2ª feira (31.jul.2023) que o inquérito que investiga fraudes em kits de robótica em Alagoas só existe para atingi-lo. “O inquérito não nasceu para investigar robótica. Nasceu para investigar o deputado Arthur Lira“, disse o congressista a jornalistas no programa Roda Viva, da “TV Cultura”.

Lira disse que seria “loucura” uma pessoa como ele vender emendas a prefeituras. “Seria muita imprudência, loucura minha, por exemplo, defender como eu defendo, discutir orçamento como eu discuto, estar envolvido com venda de emenda parlamentar para prefeituras”, afirmou.

O presidente da Câmara confirmou ser amigo de Luciano Cavalcante, seu ex-assessor, alvo da operação da PF (Polícia Federal), mas reafirmou que não responde pelos atos dele. “O que eu não posso nem ninguém pode é ser responsável por isso ou aquilo de outro CPF”, disse Lira, que pontuou que toda a sua renda e patrimônio são declarados ao Fisco.

O presidente da Câmara confirmou ser amigo de Luciano Cavalcante, seu ex-assessor, alvo da operação da PF (Polícia Federal), mas reafirmou que não responde pelos atos dele. “O que eu não posso nem ninguém pode é ser responsável por isso ou aquilo de outro CPF”, disse Lira, que pontuou que toda a sua renda e patrimônio são declarados ao Fisco.

Também criticou vazamentos dos documentos de Luciano Cavalcante apreendidos pela Polícia Federal. Em anotações obtidas pela PF na casa de Cavalcante, constavam pagamentos para “Arthur” no valor de R$ 650 mil.

“Eu recebi a notícia desse vazamento com muita tristeza no dia do meu aniversário. Isso é sintomático, não é humano, não é ético. Isso não é ter respeito à instituição que eu represento e ao esforço que a minha casa faz para colocar o Brasil no caminho que ele está”, afirmou.

Arthur Lira disse, ainda, que não há elemento em todo o inquérito que o associe a práticas criminosas e que, por ser um “homem público”, já teve que responder a todo tipo de “delações infames” e de “mentiras” contadas por adversários, inclusive durante a operação Lava Jato.

O presidente da Câmara, no entanto, evitou comentar detalhes da investigação. Disse que não costuma fazer os próprios pagamentos e que tem secretários para essa finalidade. Perguntado se Luciano Santos era uma das pessoas responsáveis pelos pagamentos, desconversou.

CONDENAÇÃO MIDIÁTICA

O presidente da Câmara citou a prisão de Lula, em 2018, como um exemplo de “condenação midiática” e de abusos do Judiciário e afirmou que “graças a Deus e a seus méritos” voltou à Presidência da República.

“O que temos que tratar nesse país é de um processo jurídico correto, perfeito. Tudo aqui a gente já viu e no Brasil a gente saiu de condenações midiáticas inimagináveis. A Lava Jato, as práticas que foram feitas. O presidente Lula foi preso por 1 ano e meio. Foi inocentado. Está aí presidente da República graças a Deus e aos seus méritos pela 3ª vez”, disse Lira.

O alagoano também citou o exemplo de Aécio Neves (PSDB), a quem chamou de “amigo”. Lira disse que o tucano foi “execrado no Brasil” para ser inocentado pela Justiça só 5 ou 6 anos depois.

•        Lira diz que relação com Lula e governo “melhorou bastante”

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta 2ª feira (31.jul.2023) que a relação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “melhorado bastante”.

A fala foi durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura. Segundo o deputado, houve uma suposta desorganização na Esplanada no início do ano –com ministros que não seguiam a hierarquia do cargo. Citou como possível problema um “loteamento de ministérios”, com chefes de pastas sem autonomia para exercer o cargo.

“O que tem que existir é: senta, conversa, resolve e cumpre. Isso é o que tem de existir em uma Secretaria de Relações Institucionais ou em uma Secretaria de Governo, que trata dos interesses do Executivo com a base no Congresso. Então, o ministro [Alexandre] Padilha, como todos, sofreu muita dificuldade”, disse.

Segundo Lira, houve acordos feitos com congressistas e repassados a ministros que não foram cumpridos. Para o deputado, o cargo nas Relações Intitucionais –hoje ocupado por Alexandre Padilha– tem “prazo de validade”.

“O presidente Lula teve que fazer uma reunião que durou mais de 10 horas, com todos os ministros, em que ele cacifou a parte de organização do governo para o ministro Rui [Costa]“, disse o presidente da Câmara.

O encontro a qual Lira se refere foi realizado em 15 de junho. Lula pediu a todos seus 37 ministros que, antes de anunciar algum programa, o submeta à Casa Civil, sob comando de Rui Costa.

 

       Arthur Lira enaltece articulação na Câmara e se esquiva de suspeitas: 'Só respondo pelo meu CPF'

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se esquivou de vinculações com os casos dos kits de robótica e dos parentes empregados na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), dizendo que só pode responder pelo próprio CPF, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 31. Lira também criticou a Operação Lava Jato e ressaltou, em vários momentos, o protagonismo dele na sobrevivência das propostas do governo Lula no Legislativo.

"Sempre que o meu partido foi governo, entregou mais votos do que o próprio governo", disse Lira sobre a influência do PP nas votações. Sob os louros da reforma tributária e de outras articulações encabeçadas por ele na Câmara, o deputado, que foi um aliado de primeira hora da gestão presidencial passada, disse que Lula aprovou mais projetos do interesse do governo na Câmara do que Jair Bolsonaro.

Em mais de uma ocasião, Lira falou da reeleição para presidência na Câmara como um movimento quase unânime - do "PL ao PT". Veja a seguir os principais pontos da entrevista de Arthur Lira nesta segunda-feira:

•        Kits de robótica

Questionado sobre a indicação de R$ 32,9 milhões do orçamento secreto para compra de kits de robótica para escolas de municípios suspeitos de desvio dinheiro público, Arthur Lira disse que não é citado nas investigações. Uma das cidades do Estado natal dele, Alagoas, Canapi, tem 17 mil habitantes e recebeu R$ 5,8 milhões em emendas.

O deputado confirmou a sua amizade com o ex-assessor Luciano Cavalcante, principal alvo da investigação da Polícia Federal, mas afirmou reiteradamente: "só respondo pelo meu CPF". Nos outros momentos em que o assunto voltou à tona durante a entrevista, Lira repetiu a afirmação de que "em 12 mil páginas de inquérito, não há menção ao meu nome".

Lira também enquadrou as investigações em um cenário de "condenações midiáticas inimagináveis" e comparou-as com a Operação Lava Jato. "Lula foi inocentado. Está aí, presidente da República pela terceira vez, pelos seus méritos."

•        Milhões do ministro

O presidente da Câmara defendeu as emendas parlamentares e acusou um ministro do governo, sem citar nome, de destinar R$ 150 milhões a sete cidades de seu Estado de origem.

"Eu não acho justo que um ministro que não teve um voto, que não fez concurso público para ser ministro, mande R$ 150 milhões para sete municípios do Estado dele, usando o mesmo orçamento que vocês chamavam de secreto ontem. Isso é de agora, não é de ontem não", afirmou.

•        Jair Bolsonaro

O apoio e a proximidade de Lira com Jair Bolsonaro (PL) também foram abordados. O deputado não negou o voto no ex-presidente nas eleições de 2022, mas se esquivou de comentar as declarações do ex-chefe do Executivo sobre urnas eletrônicas, os ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal e os questionamentos à democracia.

"Teve algum caso meu? Algum caso em que eu falei da urna, da democracia?", disse Lira. Questionado sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que deixou Bolsonaro inelegível, o presidente da Câmara foi sucinto. "Decisão judicial eu não comento, eu respeito. Não faço qualquer entrevero nem com o Judiciário nem com o Executivo."

•        PL das Fake News

Lira negou que tenha sido silenciado pela pressão das big techs e perdido o controle da articulação da Câmara em torno do Projeto de Lei 2.630, o PL das Fake News. "Não me calou, fui até onde pude", disse.

No início da tramitação, o projeto teve regime de urgência aprovado na Câmara, com o apoio de Lira. No entanto, uma investida organizada pelas empresas, tanto na Casa quando em nas próprias plataformas, conseguiu fragilizar o apoio dos parlamentares à proposta, que hoje tramita "fatiada" - cada parte do mérito virou um projeto diferente. No entanto, nenhum desses recortes do PL original foi aprovado.

•        Companhia Brasileira de Trens Urbanos

Outro ponto que foi tratado durante a entrevista são os familiares e aliados de Lira que estão empregados na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Como revelou o Estadão, o deputado teria emplacado dez parentes e aliados na empresa, que, juntos, recebem R$ 128 mil em salários. Por conta disso, a CBTU foi apelidada de "Estatal do Lira" em Brasília.

Questionado pela bancada, Lira disse que o caso é de "1996 ou 2006, quando não era deputado ainda". Ele justificou que a legislação veda apenas indicações de familiares de primeiro e segundo grau, o que tornaria a presença de seus aliados na CBTU lícita. "As indicações não foram minhas", disse Lira.

•        Sede do PP

A sede do PP de Alagoas é alugada com recursos do fundo partidário e é de propriedade da madrasta de Arthur Lira. Tereza Palmeira é casada com Benedito de Lira, que é prefeito de Maceió, cidade em que fica a sede da sigla. Como mostrou o Estadão, o cheque pago mensalmente à dona do imóvel é assinado pelo pai do presidente da Câmara.

"Eu não sou gestor do Progressistas de Alagoas. Eu nem sequer sei se meu pai faz esses contratos. Se tiver ilegalidade, a Justiça Eleitoral é que tem que se posicionar sobre isso", disse Lira quando perguntado sobre o caso.

•        Sucessão na Câmara

Lira ainda tem cerca de um ano e meio de mandato na presidência da Câmara dos Deputados, mas o seu espólio já tem candidatos. Questionado sobre possíveis nomes que poderiam sucedê-lo, o deputado respondeu que "a sucessão não está aberta".

"Esse que está aqui (deputado Elmar Nascimento, União Brasil-BA) e os outros que estão assistindo: eu já disse, quem colocar a unha para fora, vai arrumar um problema comigo", disse Lira.

 

Fonte: Poder 360

 

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