'Líder de torcida' da OTAN propõe dividir os países do BRICS sob lógica
absurda e pouco racional
Salvo raras exceções, os líderes ocidentais, os
meios de comunicação social, os investigadores e os acadêmicos são capazes de
disfarçar quaisquer ambições imperialistas contra a Rússia, a China e outras
nações que trabalham para criar uma nova ordem mundial multipolar. Alguns, no
entanto, não conseguem deixar de compartilhar sua megalomania.
Você provavelmente nunca ouviu falar de Gunther
Fehlinger. Ele é um economista austríaco, antigo conselheiro do Partido Popular
Europeu e presidente do Comitê Austríaco para a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN). Nos últimos dois dias, pouco depois do BRICS ter mais
do que duplicado o número de membros na cúpula do bloco na África do Sul, o seu
nome e as suas publicações começaram a aparecer nos trending topics das redes
sociais.
A razão? Um fluxo aparentemente interminável de
mensagens ultrajantes de conteúdo absurdo pedindo que os países do BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) bem como os novos membros do
bloco, Irã, Etiópia e Egito, sejam desmantelados em uma série de dezenas de
minúsculos Estados fáceis de controlar.
Apelo à libertação do povo do Brasil desmantelando
o Socialista Genocida BRICS aliado da Rússia enganado por Lula da Silva, em
cinco novos Estados livres melhores que podem aderir à OTAN, OCDE, Mercosul
A África do Sul socialista corrupta, aliada da
Rússia genocida, deve ser desmantelada por se unir ao BRICS
Em sua postagem no X no sábado (26), Gunther
Fehlinger usou um mapa do Reddit de uma África do Sul remanescente, uma
República Volkstaat (uma proposta de Estado-nação africano totalmente branco),
uma República do Cabo Ocidental e um Reino Zulu. A publicação teve mais de
500.000 visualizações em 24 horas.
Depois disso, ele foi atrás da Índia, Rússia e
China, publicando mapas como se estes tivessem sido "descolonizados"
e divididos em mais de uma centena de entidades separadas. Mas ele não parou
por aí e foi atrás de reproduzir sua lógica distorcida com Irã, Etiópia e
Egito.
Fehlinger continuou a publicar seu péssimo conteúdo
até este domingo (27), respondendo a publicações que o acusavam de pressionar
pelo colonialismo e imperialismo ocidentais, sugerindo que os "crimes
coloniais" aconteceram "50 anos atrás", e alegando que "as
únicas potências coloniais que restam hoje são a Rússia, China, Irã e, até
certo ponto, Índia e Brasil."
Também neste domingo, Fehlinger lançou um discurso
inflamado contra o inexistente "Império do Mal, a União Soviética",
alegando que o colapso da URSS foi responsável pelo crescimento econômico e
demográfico global, e que depois da Rússia ser "desmantelada" em
2024, "o Produto Interno Bruto [PIB] global quadruplicará novamente pelos
próximos 30 gloriosos anos de vitória das democracias de mercado
federais."
Os historiadores especializados nas consequências
do colapso soviético nas economias regionais, na demografia e na segurança
regional e global gostariam provavelmente de ter uma palavrinha com o
economista austríaco sobre suas afirmações, especialmente tendo em conta que a
atual crise na Ucrânia, que impulsionou grande parte da crise econômica global,
é um resultado direto da expansão agressiva da OTAN na Europa Oriental a partir
da década de 1990.
Usuários de toda a parte começaram a reagir às
postagens de Fehlinger.
"Boa tentativa, mas o Brasil permanecerá unido
como nação democrática e continuará a ser o país mais mestiço do mundo, independentemente
de fazer parte do BRICS ou não. Além disso, no Brasil a maioria do POVO decide
quem será o presidente, não um colégio eleitoral", escreveu um usuário
brasileiro do X, criticando o sistema eleitoral dos EUA. "Você está
seriamente tentando cortar o Brasil em pedaços? Falcões europeus como você, sem
qualquer empatia pelos interesses dos povos sofredores das ex-colônias
europeias, são a razão pela qual o Brasil está agora olhando para os
BRICS", disse outro.
Deixando de lado as piadas, as respostas raivosas e
as réplicas desconcertadas, a lógica distorcida dos comentários de Fehlinger
não está muito longe do pensamento da vida real de muitos pensadores e
formuladores de políticas neoconservadoras e neoliberais nos EUA e em outras
capitais ocidentais, mesmo que geralmente não sejam tolos o suficiente para
dizer tudo isso em voz alta.
A partir de maio de 2022, por exemplo, a Polônia, a
República Checa, a Suécia, a Bélgica, os Estados Unidos e o Japão acolheram um
fórum patrocinado pela União Europeia (UE) e pela OTAN de "ativistas da
oposição" russos e grupos nacionalistas independentistas que exigem o
desmembramento da Rússia – um retrocesso aos esforços da CIA durante a Guerra
Fria para desmembrar a URSS.
Em 2006, o Armed Forces Journal, a publicação
oficial para oficiais militares norte-americanos e líderes governamentais e
industriais, publicou um mapa interessante de um "Oriente Médio
reimaginado" mostrando a Ásia Ocidental – incluindo muitos dos antigos
aliados da América, divididos e reconfigurados.
O mapa, criado no auge da "guerra global ao
terror" da administração Bush, parecia corroborar as recordações do antigo
comandante supremo aliado da Europa na OTAN, Wesley Clark, que certa vez disse
em um fórum que imediatamente após os ataques terroristas de 11 de setembro,
pessoas no Pentágono lhe disseram que os EUA tinham iniciado uma política de
invasão e conquista de "sete países em cinco anos" em todo o Oriente
Médio. Só o estagnação das guerras de agressão dos EUA no Afeganistão e no
Iraque salvou o resto da região de um destino semelhante.
<><> Posições do BRICS no G20 serão
fortalecidas após a adesão de novos Estados-membros, diz Lavrov
O chanceler russo vê a ampliação do agrupamento,
que deve começar no início do próximo ano, como aumentando sua influência a
nível internacional.
A posição do BRICS ampliado no G20 sairá reforçada
e a Rússia coordenará suas abordagens com os novos Estados-membros nas várias
plataformas internacionais, disse neste domingo (27) Sergei Lavrov, ministro
das Relações Exteriores da Rússia.
"É claro que as posições do BRICS, já
ampliado, no G20 serão fortalecidas, porque tanto a Arábia Saudita quanto a
Argentina estão lá", afirmou o ministro em declarações ao canal russo
Rossiya 24.
"A divisão formal do G20 em G7+ e BRICS+ está
agora mesmo tomando forma prática, e certamente coordenaremos nossas abordagens
com os novos membros tanto na ONU, como no G20 e em outras plataformas
internacionais", continuou ele.
A última cúpula do BRICS foi realizada de
terça-feira (22) a quinta-feira (24) em Joanesburgo, África do Sul, sob a
presidência do país anfitrião. Durante a cúpula Cyril Ramaphosa, presidente
sul-africano, fez um convite oficial à Arábia Saudita, Argentina, Egito,
Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para se juntarem ao BRICS. Ramaphosa
disse que a adesão plena dos novos países terá início em 1º de janeiro de 2024.
Recentemente 22 países expressaram seu desejo de se
juntar ao bloco, incluindo os seis que já foram convidados. Tal acontece após
as sanções abrangentes impostas pelos países ocidentais à Rússia devido à sua
operação militar especial na Ucrânia, o que elevou a porcentagem da economia
mundial sancionada para os maiores níveis de todos os tempos.
<><> Na 14ª Cúpula da CPLP, Lula assina
acordos de cooperação bilateral com São Tomé e Príncipe
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva termina sua
viagem à África em São Tomé e Príncipe por ocasião da 14ª Cúpula da Comunidade
de Países de Língua Portuguesa (CPLP), expandindo laços com o país de língua
portuguesa.
Ao discursar na cúpula da CPLP em São Tomé e
Príncipe, o presidente Lula destacou as diferenças geracionais entre os líderes
dos países integrantes e a juventude de hoje, afirmando que é preciso recorrer
"à própria juventude para entender" a nova realidade em que estamos
inseridos.
"As novas tecnologias são uma conquista
extraordinária da inteligência humana, mas com elas o desemprego e a
precarização alcançam novos patamares. O uso irresponsável das redes sociais,
com a propagação de fake news e discursos de ódio, ameaça a democracia. O culto
ao individualismo leva à descrença de muitos jovens na ação coletiva",
afirmou Lula ressaltando contudo, que "formar nossa juventude não é
suficiente".
Para o presidente, todos os problemas atuais
enfrentados pela comunidade internacional com a introdução de novas tecnologias
e o aprofundamento da crise climática, impactam de forma contundente o universo
do trabalho.
"[...] Vivemos o desafio de dinamizar nossas
economias garantindo trabalho digno, salário justo e proteção aos trabalhadores
e trabalhadoras", afirmou.
O presidente ressaltou ainda que as transições
digital e ecológica devem ser aproveitadas para gerar oportunidades neste
campo, que segundo ele, poderia evitar a concentração de riquezas promovendo o
comércio justo e sustentável além de novos investimentos entre os países.
"A iniciativa angolana de incorporar a
cooperação econômica como novo pilar da nossa comunidade ajudará a interligar
nossos mercados. Somos quase 300 milhões de consumidores, espalhados por quatro
continentes e com um PIB [Produto Interno Bruto] de 2,3 trilhões de dólares
[cerca de R$ 11,2 trilhões]", afirmou.
Lula ressaltou ainda que é preciso "evitar o
neocolialismo que leve a um novo ciclo de exploração predatória de minerais
críticos e outros recursos naturais", chamando a atenção para o esforço
brasileiro em ouvir a sociedade civil nas questões climáticas envolvendo os
países amazônicos.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores,
Mauro Vieira, ressaltou a importância dos dois acordos assinados entre Brasil e
São Tomé e Príncipe para estimular não apenas o intercâmbio diplomático, mas
também o comercial entre eles.
O primeiro dos acordos visa a cooperação entre as
academias diplomáticas e seus estudantes, promovendo estágios cruzados, enquanto
o segundo visa a promoção e proteção de investimentos garantindo um aumento nas
relações bilaterais entre os países.
"[...] Um acordo de promoção e proteção de
investimentos que será muito importante para dar garantias para que haja
investimentos cruzados entre esses dois países e que mais companhias
brasileiras, investimentos brasileiros aqui e também estimulará, sem dúvida, o
comércio entre os dois países e também uma participação de São Tomé e Príncipe
em investimentos no Brasil", disse o ministro na saída da assinatura.
Ø Euro mostra participação mais baixa de todos os tempos em liquidações
internacionais via SWIFT
O euro caiu em uma demonstração sem precedentes do
seu declínio nos pagamentos globais através do SWIFT, destacando uma mudança na
preferência pelo dólar e pelo yuan chinês.
De acordo com dados da SWIFT, divulgados pelos
meios de comunicação esta semana, em julho, a economia mundial assistiu a queda
da utilização do euro em pagamentos internacionais para um nível mais baixo de
todos os tempos.
O relatório indicou que, em julho, o percentual de
transações globais efetuadas utilizando a segunda moeda mais popular do mundo
diminuiu para 24,4%, uma queda de 6,83 pontos percentuais em relação ao mês
anterior.
O percentual de pagamentos em dólares americanos
saltou para 46,4%, enquanto as liquidações internacionais utilizando o yuan
chinês ultrapassaram os 3%, marcando o nível mais elevado desde o início de
2022. A influência do yuan no comércio exterior tem crescido consistentemente,
em conformidade com a estratégia de Pequim de promover o adoção global de sua
moeda.
O sistema da Sociedade para Telecomunicações
Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT) continua sendo o principal método
para lidar com pagamentos internacionais. No entanto, sistemas alternativos de
comunicação entre bancos surgiram nos últimos anos.
Em resposta às sanções dos EUA em 2014, a Rússia
iniciou o estabelecimento do seu sistema de pagamentos nacional único, o
Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em russo),
que facilita a transmissão de mensagens financeiras entre bancos,
independentemente de estarem localizados dentro ou fora do país. A Rússia
apresentou ao público a sua alternativa ao MasterCard e à Visa, o cartão Mir,
em dezembro de 2015. Os cartões agora já estão em uso ativo em vários países.
<><> Europa está enfrentando onda de
falências, mas segue apoiando a Ucrânia, aponta mídia
O número de falências de empresas europeias atingiu
o nível mais elevado nos últimos anos, mas a União Europeia (UE) continua
patrocinando a Ucrânia à custa da sua própria economia, escreve PressTV.
"A União Europeia seguirá fornecendo armas à
Ucrânia na guerra contra a Rússia, apesar das falências de empresas nos países
europeus terem atingido o nível mais elevado nos últimos anos", diz mídia.
O porta-voz da política externa da Comissão
Europeia, Peter Stano, disse em entrevista ao canal que a UE continuará
apoiando Kiev "tanto quanto for preciso". Entretanto, destaca-se que
com sua declaração o político apenas minimizou os receios em relação à crise
que se aproxima e que afeta o custo de vida na Europa.
De acordo com dados oficiais da UE divulgados na
semana passada, em comparação com o trimestre anterior o número de falências
aumentou 8,4% e, portanto, atingiu o nível mais alto desde o início da coleta
de dados em 2015.
Por fim, o canal ressalta que, segundo vários
especialistas, as sanções antirrussas impostas pela União Europeia tiveram um
resultado oposto ao esperado.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou anteriormente
que as sanções ocidentais foram um duro golpe para toda a economia mundial e
também apontou que o Ocidente pretende piorar a vida de milhões de pessoas.
Ø Políticas comerciais anti-China de Trump e Biden têm custos para os
EUA, segundo pesquisa
Os EUA reduziram as importações da China nos
últimos anos, mas os dados podem ocultar uma sobreposição das cadeias de
suprimento, e os preços subiram para os consumidores americanos, cita a mídia.
A dependência dos EUA das cadeias de suprimentos
ligadas à China não foi necessariamente reduzida e os consumidores enfrentaram
custos mais altos apesar das políticas seguidas pelas administrações de Donald
Trump e Joe Biden, segundo uma pesquisa apresentada no sábado (26) em um
simpósio econômico do Fed, o banco central dos EUA.
A pesquisa, citada no sábado (26) pela agência
britânica Reuters, concluiu que as tarifas dos EUA sobre produtos chineses, as
políticas industriais recentemente promulgadas e a pandemia da COVID-19
desencadearam uma "grande redistribuição" nas cadeias de suprimentos,
com a proporção das importações da China nos EUA diminuindo de 21,6% em 2016
para 16,5% em 2022, relataram Laura Alfaro, economista da Escola de Gestão de
Harvard, Massachussets, e Davin Chor, professor associado da Escola de Gestão
de Tuck, em Dartmouth, também em Massachussets.
Ao mesmo tempo, os autores do estudo, que falaram
durante um encontro anual de banqueiros centrais e economistas em Jackson Hole,
Wyoming, EUA, sublinharam que os preços para os consumidores aumentaram, sem
uma clara maior eficiência de fabricação nos EUA.
Eles mencionaram que o Vietnã e o México captaram
grande parte do comércio realocado para fora da China, mas que o próprio
gigante asiático reforçou o investimento nesses países, o que aumenta a probabilidade
de reposição das fontes de produção na prática. Além disso, a política de
espalhar as cadeias de suprimentos por vários países "podem expor empresas
e países ao risco de interrupções" em eventos como pandemias ou mudanças
na política tarifária.
Outra conclusão foi que o comércio geral "se
manteve estável em pouco menos de 60% do Produto Interno Bruto mundial, em vez
de entrar em queda livre", concluíram Alfaro e Chor, mesmo com os temores
de desglobalização e fragmentação das economias em todo o mundo.
Ø Contraofensiva lenta da Ucrânia faz Biden perder interesse e pensar em
negociações com Rússia
A lentidão da contraofensiva ucraniana está
preocupando os aliados de Kiev, que temem um reforço das tropas russas,
informou a Bloomberg.
De acordo com a mídia, citando fontes ligadas às
autoridades europeias, quanto mais se prolonga a contraofensiva, mais difícil
está sendo para os EUA manter seu apoio em termos políticos.
Os funcionários europeus temem que o presidente
americano, Joe Biden, tente empurrar a Ucrânia para negociações com a Rússia
caso os militares ucranianos não tenham sucesso significativo em sua
contraofensiva.
A mídia também ressalta que o apoio de Washington à
Ucrânia segue sendo essencial, já que a Europa não tem condições financeiras e capacidade
militar para manter as forças de Kiev.
Com toda a lentidão ucraniana, os EUA estarão cada
vez menos interessados no que ocorre na Ucrânia e será cada vez mais difícil
para os europeus convencerem os americanos de que a Ucrânia é um problema de Biden,
destacou a fonte citada pela mídia.
A Bloomberg ressalta ainda que a Rússia tem
munições suficientes para pelo menos mais um ano de combates, com o Kremlin
empregando novas tropas na linha de frente. O desgaste do longo conflito está
se tornando uma vantagem para os russos, refere a Bloomberg.
Funcionários aliados de Kiev admitiram à Bloomberg
que é muito provável que o conflito fique estagnado devido ao lento avanço
ucraniano.
Anteriormente, o Ministério da Defesa da Rússia
informou que, durante a contraofensiva, Kiev sofreu mais de 26 mil baixas, além
de perder três mil equipamentos militares.
Fonte: Sputnik Brasil
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