quinta-feira, 12 de setembro de 2024

4 parques naturais importantes e majestosos localizados no bioma do Cerrado

O bioma da Amazônia talvez seja o mais comentado nacionalmente no Brasil por causa de sua magnitude e importância mundial. Mas o Cerrado brasileiro, que ocupa o segundo lugar em tamanho como bioma no país, também merece a mesma evidência. Motivos não faltam. Por isso mesmo, o Dia Nacional do Cerrado, comemorado anualmente em todo 11 de setembro, ajuda a compreender o quanto este ecossistema é imprescindível.

A começar pelo fato de que o Cerrado cobre cerca de 25% do território brasileiro, localizado principalmente na região do planalto central, como explica um artigo sobre o tema publicado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Além de ser considerado "a caixa d'água" do Brasil, ou seja, a região onde diversos rios importantes para abastecer o país têm suas nascentes, ele também é o lar de fauna e flora endêmicos. 

A seguir, conheça quatro parques que refletem a riqueza natural do Cerrado brasileiro. 

<><> Os 4 principais parques naturais brasileiros que ficam no Cerrado

Como detalha o site do Ministério do Turismo, o Cerrado está presente em 13 estados brasileiros (Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Piauí, Maranhão, Rondônia, Pará, Paraná) e mais o Distrito Federal. 

Por isso mesmo, os parques que ficam dentro desse bioma reúnem tanta variedade de paisagens, habitats e biodiversidade. 

1. Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins

Uma das mais belas paisagens naturais tocantinenses, o parque do Jalapão foi criado em 2001 e possui 160 mil hectares. É o maior do estado e fica no município de Mateiros, informa o Projeto Monitoramento do Cerrado – uma iniciativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com outras entidades governamentais para mapear o bioma. 

O parque estadual também tem como objetivo proteger a fauna, a flora e os recursos naturais locais, bem como aproveitar de maneira sustentável o potencial turístico da região. 

Entre os destaques do Parque do Jalapão estão as dunas de areias douradas, rios de águas cristalinas e cachoeiras, além de formações rochosas, como o mirante da Serra do Espírito Santo e a Serra da Catedral. Animais silvestres como veados-campeiros, tamanduás-bandeira, lobos-guará, gambás, onças, jacarés, raposas e macacos podem ser vistos pelo parque, como detalha o site oficial do Governo do Tocantins.

2. Parque Nacional das Sempre-Vivas, em Minas Gerais

Menos conhecida, esta reserva ambiental foi criada em 2002 e ocupa uma área de 124 mil hectares. O Parque Nacional das Sempre-Vivas fica na região da Serra do Espinhaço e seu terreno toca os municípios de Diamantina, Buenópolis, Bocaiúva e Olhos d’Água, como detalha o Projeto Monitoramento do Cerrado.

O nome do parque foi dado por causa da rica flora que existe ali e conta com flores popularmente chamadas “sempre-vivas” e são bastante usadas pelas comunidades locais. "Além disso, juntamente com diversas espécies de fauna do Cerrado, o parque abriga quatro espécies endêmicas de anfíbios e duas de aves", diz o site oficial do projeto da UFMG. A nascente do Rio Jequitinhonha também fica no parque. 

Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, em seu site oficial, a "Unidade de Conservação está inserida em uma região de elevada importância histórico-cultural, o que levou a UNESCO a declarar o município de Diamantina, Patrimônio Cultural da Humanidade", o que faz dela um atrativo ainda maior.

3. Parque Nacional das Emas, em Goiás

De acordo com o Projeto Monitoramento do Cerrado, o Parque Nacional das Emas é reconhecido como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco desde 2001 por causa de sua biodiversidade única. 

"O parque abriga várias formas de Cerrado, como campos limpos, campos sujos, veredas e matas ciliares, e uma riqueza imensa de espécies, algumas delas raras e ameaçadas de extinção", diz o site do projeto. 

O Parque Nacional das Emas foi criado em 1961 e está situado majoritariamente no sudoeste do estado de Goiás. Conta com uma área de 132 mil hectares que tocam parte dos municípios de Mineiros e Chapadão do Céu, em Goiás, e de Costa Rica, no Mato Grosso do Sul, detalha a fonte.

4. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Uma das áreas de conservação mais importantes do país, o Parque da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961 e abrange as cidades de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma e São João d'Aliança, todos no estado de Goiás, como conta o site do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) sobre o local. 

"O parque abriga espécies e formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água, rochas com mais de um bilhão de anos, além de paisagens de rara beleza, com feições que se alteram ao longo do ano", diz a fonte governamental sobre a chapada

Desde 2001, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, e além de receber um turismo responsável é fonte de pesquisa científica e educação ambiental na região. 

São 240.611 hectares que devem ser visitados e preservados. "Juntos, esses números representam um terço de toda a biodiversidade brasileira em um só lugar. Já entre os animais que podem ser vistos, estão o famoso lobo-guará, o veado-campeiro, além de araras, emas, papagaios e periquitos", explica o site oficial do parque.

 

¨      Parques Nacionais da América Latina: 3 destinos imperdíveis em Brasil, Argentina, Equador e Chile

Com uma área territorial de mais de 20 milhões de quilômetros quadrados, não é raro encontrar paisagens naturais impressionantes na América Latina. Muitos desses locais destacam-se por serem grandes reservas de biodiversidade e serem parques nacionais preservados. 

De rios a grandes cachoeiras, passando por florestas densas a áreas desérticas, esses três parques nacionais no Equador, Argentina, Brasil e Chile vão chamar sua atenção.

1. Parque Nacional Yasuní, no Equador

O Parque Nacional Yasuní, na província de Napo, no norte do Equador, abriga uma biodiversidade impressionante no coração da floresta amazônica, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente do Equador. Ele abrange mais de um milhão de hectares e é a maior área protegida do Equador continental.

Desde 1989, a área é listada como Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Grande parte de seu valor reside no fato de ser "uma das áreas com a maior diversidade por metro quadrado do planeta", de acordo com a organização.

Além das mais de 2 mil espécies de árvores e arbustos, os visitantes se surpreendem com os rios caudalosos que percorrem toda a área e com a fauna variada que ali se refugia, desde animais de grande porte (como a onça-pintada e a sucuri) até os menores (como o leão ou o macaco de bolso). 

De acordo com a agência equatoriana, há 204 espécies de mamíferos, 610 espécies de aves, 121 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios e mais de 250 espécies de peixes. 

2. Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre Argentina e Brasil

Uma das sete maravilhas naturais do mundo, as Cataratas do Iguaçu estão localizadas entre a Argentina e o Brasil – e podem ser visitadas entrando nos parques nacionais de ambos os lados da fronteira.

Na Argentina, o Parque Nacional Iguazú foi criado em 1934 e declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1984. Ele abrange mais de 67 mil hectares onde a floresta tropical é dominante. A fauna é variada: há mais de 450 espécies de pássaros (como tucanos), mamíferos (como o quati), répteis (como o jacaré) e inúmeros peixes.

Lá é possível ver o rio Iguaçu, com 1.500 metros de largura e suas imponentes cachoeiras, várias delas com 80 metros de altura. É possível apreciar de diferentes maneiras a visita às cataratas, inclusive caminhar sobre elas através de passarelas no parque, explica o governo argentino.

No lado brasileiro existem outras paisagens para se ver no Parque Nacional do Iguaçu, que fica na cidade de Foz do Iguaçu. Ele foi criado em 1939, no oeste do estado do Paraná e possui uma área de aproximadamente 185 mil hectares, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) brasileiro.

A largura total das quedas em território brasileiro é de aproximadamente 800 metros e o maior volume de água nas cachoeiras é produzido entre os meses de outubro e março, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Assim como no lado argentino, uma das melhores maneiras de ver as cataratas é a pé. Há várias trilhas para se conhecer o local, entre elas, a Trilha da Escola Parque, com 2.400 metros de extensão (ida e volta), é linear e fácil.

Tanto de um lado quanto do outro, é possível fazer passeios de bicicleta ou excursões náuticas, que oferecem maior contato com as “poderosas corredeiras e cachoeiras estrondosas", como diz o site argentino do parque. No Brasil, se pode também fazer um passeio aéreo sobrevoando as cataratas em um helicóptero.

De acordo com o ICMBio, os dois parques nacionais (na Argentina e no Brasil) são complementares. 

3. Parque Nacional Desierto Florido, no Chile

Perto de seu primeiro ano como parque nacional (foi estabelecido como tal em junho de 2023), o Parque Nacional Desierto Florido em Copiapó, na região do Atacama (perto da costa norte do Chile), busca proteger a biodiversidade da área e o fenômeno da floração.

Como explica um artigo do governo chileno, de tempos em tempos o Deserto do Atacama, o deserto mais seco do mundo, é coberto por um "tapete" de flores. "A manifestação florística que ocorre ali, quando as chuvas ultrapassam um determinado limite, devido ao fenômeno El Niño, permite que sementes rompam a dormência e surjam plantas de características variadas e flores multicoloridas", detalha a fonte.

"É uma floração efêmera, de vida muito curta, em torno da qual surge um grande número de espécies: pássaros, insetos, répteis e roedores", diz Ana María Mujica, professora da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, em um artigo da Pontificia Universidad Católica de Chile.

Além de oferecer uma paisagem única, o fenômeno tem um alto valor biológico e genético graças ao grande número de espécies endêmicas, destaca o governo chileno. 

Esses eventos geralmente ocorrem entre setembro e meados de novembro (a primavera no Hemisfério Sul). Conforme relatado em uma reportagem de National Geographic Estados Unidos sobre o parque nacional Desierto Florido, cerca de 15 superflorações ocorreram no Atacama nos últimos 40 anos.

O parque nacional chileno, com cerca de 57 mil hectares, mostra ainda a acidentada costa sul do Atacama e é um ponto perfeito para os aficionados por astronomia, que têm a chance de apreciar a galáxia por meio de seu céu noturno brilhante.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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