quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Saiba a importância do papel da prevenção contra as doenças do coração

Como vai esse coração? A pergunta e, principalmente a resposta, ganham uma importância extra quando se referem à saúde. Manter o coração saudável é a forma inicial de prevenção contra doenças cardiovasculares, uma das maiores causas de mortes no país, totalizando quase 400 mil óbitos por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A campanha Setembro Vermelho está no ar com o objetivo de conscientizar a população sobre o papel da prevenção contra as doenças do coração. Precaução é a base de todo o cuidado.

As doenças cardiovasculares são condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos do corpo, causando transtornos como ataques cardíacos, doença arterial coronariana, acidentes vasculares cerebrais (AVC), entre outros problemas. “O problema é grave porque essas doenças são responsáveis por mais de 30% das mortes no país. São mais de 380 mil todos os anos, cerca de mil por dia. O Brasil registra uma morte a cada 40 segundos devido às doenças cardiovasculares”, alerta o cardiologista Gustavo Torres.

Muitos ainda subestimam os riscos das doenças cardíacas por elas se desenvolverem de forma silenciosa, mas podem se manifestar de maneira grave, como em um infarto. O médico ressalta que as doenças do coração provocam o dobro de óbitos causados por todos os tipos de câncer, duas vezes mais que as causas externas (acidentes e violência), três vezes mais que as doenças respiratórias, e seis vezes mais que todas as infecções.

Os principais fatores de risco hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias, tabagismo, sedentarismo, estresse, obesidade, e histórico familiar de problemas cardiovasculares. “O controle desses fatores é essencial à redução do risco em ter problemas relacionados ao coração. A melhor maneira de tratar uma doença é a sua prevenção, por isso é importante o checkup cardiológico”, diz

 “É através dos exames de rotina que o paciente conhece a importância de manter seus números (pressão arterial, glicose, colesterol) e demais fatores de risco dentro da normalidade, conhecendo e reduzindo o risco cardiovascular”, diz Gustavo.

A hipertensão, que está entre os problemas mais comuns a afetar o coração, pode ser combatida com prática regular de atividade física, controle do peso, consumo controlado de sal, evitar estimulantes, diminuir a sobrecarga física e emocional são medidas que nos ajudam a melhor controlar a pressão arterial. “Na maioria dos casos, apesar destas medidas, o uso de medicamentos anti-hipertensivos se torna necessário”, completa o cardiologista.

O estresse recorrente também pode causar lesões crônicas aos vasos sanguíneos, abrindo espaço para problemas cardiovasculares. Quadros habituais de raiva podem comprometer a capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos, causando lesões que geram efeitos irreversíveis no sistema circulatório e aumentam o risco de doenças cardíacas.

Entre os sintomas que devem despertar a atenção do indivíduo: dor ou desconforto no peito; falta de ar ou dificuldade para respirar; palpitações; fadiga ou fraqueza, mesmo após descanso adequado; tonturas ou desmaios; inchaço nos tornozelos, pernas, pés, abdômen ou área ao redor dos olhos.

•        Coração jovem

Um equívoco ainda muito associado às doenças cardíacas é a questão da idade: não é algo que só afeta gente idosa. Segundo Gustavo Torres, isso é um erro. “Cada vez mais nos deparamos com pessoas jovens vítimas de problemas cardiovasculares. Os jovens precisam estar atentos aos fatores de risco para doença cardiovascular já citados, porque o seu controle deve ser iniciado precocemente”, afirma.

O cardiologista explica que os exames de rotina devem ser realizados a partir dos 20 anos, a cada cinco anos, para portadores de fatores de risco, com história familiar de doença cardiovascular prematura, ou anualmente após os 40 anos de idade. “O histórico familiar de doença cardíaca deve ser valorizado e os exames feitos mais precocemente, a partir dos 20 anos de idade, caso algum parente de primeiro grau tenha evento cardíaco”, ressalta.

Há também outras vias que podem chegar ao coração, bem menos óbvias do que parece, mas igualmente preocupantes. Muita gente nem desconfia que muitos cuidados com o coração também envolvem a boca – e não se trata apenas da alimentação. “As bactérias presentes na cavidade bucal podem ser levadas à corrente sanguínea e em casos específicos se alojar no coração, podendo levar a problemas de infecção ou dano nas válvulas cardíacas”, explica o médico.

Estudos indicam que cerca de 45% das doenças cardíacas e 36% das mortes por problemas do coração têm origem dentária. As bactérias associadas a doenças periodontais e gengivais possuem relação direta com condições como a endocardite ou infecção do endocárdio. Um dos sinais que pode salvar vidas e que é fácil chamar atenção, é a condição do hálito, pois ela pode indicar graves problemas de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças cardiovasculares são as responsáveis por um terço das mortes entre mulheres em todo o mundo, cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano. Para o cardiologista, podem contribuir para isso alguns fatores específicos como a menopausa, além das causas tradicionais.

Já pela via da alimentação, quanto mais saudável, melhor para o coração. “A alimentação saudável colabora muito na redução do risco cardiovascular, além de melhoria geral na qualidade de vida. São exemplos de alimentos cardioprotetores as frutas e verduras, carnes brancas, azeite, fibras. Devem ser evitadas frituras, carboidratos em excesso, alimentos industrializados, gordurosos ou que contenham excesso de sódio ou conservantes”, diz.

 

•        Dois tipos de pacientes que devem tomar aspirina todos os dias

A aspirina é um medicamento popular utilizado para tratar dor, inflamação e febre. Além disso, o remédio é popularmente utilizado de forma profilática contra doenças cardíacas. Porém, desde 2019, esse medicamento não é mais recomendado para homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 60, segundo o American College of Cardiology (ACC) ou Colégio Americano de Cardiologia, em tradução livre, e a Associação Americana de Cardiologia.

Nesse contexto, o cardiologista Dr. Jeremy Londou publicou um vídeo em seu TikTok na última quarta-feira (11), explicando que, realmente, nem todo mundo deve tomar aspirinas como forma preventiva. Porém, há dois grupos específicos que devem tomar doses do remédio diariamente. Texto também possui informações do New York Post.

<><> Quem deve tomar duas aspirinas por dia?

O cardiologista Dr. Jeremy London explica que há dois tipos de pacientes que se beneficiam por tomar aspirina todo dia. O primeiro são as pessoas que tiveram algum ataque cardíaco ou derrame:

— Desde que [essas pessoas] não tenham histórico de complicações de sangramento, eles devem tomar de 75 a 100 mg de aspirina por dia —, explica.

O médico também explica que o segundo grupo de pessoas que podem ter algum benefício pela dose diária de aspirina são pessoas que não tiveram ataque cardíaco, mas estão entre 40 e 70 anos de idade.

— Se você se enquadra nessa [segunda] categoria, e tem um risco progressivo de eventos cardiovasculares, você pode considerar a terapia [profilática] com aspirina —, complementa.

No entanto, para pessoas com 70 anos ou mais, o cardiologista explica que os riscos de desconforto gastrointestinal e sangramento associados à aspirina superam os benefícios de tomá-la para prevenir eventos cardiovasculares. Por isso, não recomenda que pessoas acima de 70 anos tome o remédio.

Essa recomendação também estão alinhadas com o Dr. Roger Blumenthal, especialisa do American Heart Association (Associação Americana de Cardiologia, em tradução livre).

— Tomar aspirina [todos os dias] não é mais recomendado para pessoas que nunca tiveram um evento cardíaco. É recomendado apenas para pessoas que os profissionais de saúde acham que têm um risco significativo e alto o suficiente para merecer continuar a tomá-la —, complementa.

Embora haja custos e benefícios a serem considerados na terapia com aspirina, uma nova pesquisa do Mass General Brigham descobriu que tomar duas aspirinas por semana pode ajudar a reduzir o risco de câncer colorretal em adultos que vivem estilos de vida pouco saudáveis.

Independende de qual grupo você possa estar classificado, nunca tome um remédio sem consultar seu médico, que fará a recomendação adequada para seu organismo e condição médica.

<><> Efeitos da aspirina, conforme fabricante

De acordo com a bula da aspirina, o remédio pode ter as segundas reações e efeitos colaterais:

•        “Distúrbios do trato gastrintestinal como má digestão (dispepsia), dor gastrintestinal e abdominal, raramente inflamação gastrintestinal, úlcera gastrintestinal, podendo levar, mas muito raramente, a úlcera gastrintestinal com hemorragia e perfuração, com os respectivos sinais e sintomas laboratoriais e clínicos; doença do diafragma intestinal, caracterizada por múltiplos finos septos (diafragmas) e que podem levar a obstrução intestinal, com frequência desconhecida (especialmente no tratamento de longo prazo);

•        Aumento do risco de sangramento devido a seu efeito inibitório sobre a agregação plaquetária, como hemorragia intra e pós-operatória, hematomas, sangramento nasal (epistaxe), sangramento urogenital (pela urina e genitais) e sangramento gengival;

•        Foram raros a muito raros os relatos de sangramentos graves, como hemorragia do trato gastrintestinal e hemorragia cerebral (especialmente em pacientes com pressão alta não controlada e/ ou em uso concomitante de agentes anti-hemostáticos), que em casos isolados podem ter potencial risco de morte;

•        Anemia pós-hemorrágica/ anemia por deficiência de ferro (por exemplo, sangramento oculto), a longo ou curto prazo (crônica ou aguda), apresentando sintomas como fraqueza (astenia), palidez e diminuição da circulação sanguínea (hipoperfusão);

•        Reações alérgicas (hipersensibilidade) como doença respiratória exacerbada por aspirina, reações leves a moderadas que potencialmente afetam a pele, o trato respiratório, o trato gastrintestinal e o sistema cardiovascular, com sintomas tais como erupções na pele (rash cutâneo), urticária, inchaço (edema), coceira (prurido), rinite, congestão nasal, alterações cardio- respiratórias e, muito raramente, reações graves, como choque anafilático;

•        Mau funcionamento temporário do fígado tem sido relatado muito raramente (disfunção hepática transitória com aumento das transaminases hepáticas);

•        Zumbidos (tinitos) e tonturas, que podem ser indicativos de sobredose;

•        Destruição/rompimento das células sanguíneas (hemólise) e anemia hemolítica em pacientes que sofrem de deficiência grave de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD);

•        Comprometimento dos rins e alteração da função dos rins (insuficiência renal aguda).

•        O ácido acetilsalicílico pode causar a síndrome de Reye, uma rara, mas grave reação que se apresenta como distúrbio da consciência, comportamento anormal ou vômitos, em crianças com doença viral (veja item “4. O que devo saber antes de usar este medicamento?”).”

 

Fonte: Tribuna do Norte/NSC Total

 

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