terça-feira, 17 de setembro de 2024

Censura!!! EUA impõem sanções contra grupo de mídia Rossiya Segodnya e seu diretor

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta sexta-feira (13) uma nova rodada de sanções contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte. O diretor-geral do grupo, Dmitry Kiselev, também foi sancionado pelo governo norte-americano.

A informação foi publicada no site oficial do departamento. A entidade também emitiu um comunicado exigindo a conclusão de transações financeiras com a Rossiya Segodnya até 13 de novembro de 2024.

Além de Dmitry Kiselev, outro indivíduo e três entidades entraram na lista de sanções dos EUA.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal do Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia russa.

"Acho que uma nova profissão deveria surgir nos Estados Unidos, um especialista em sanções impostas contra a Rússia. Alguém deve garantir que as sanções não sejam, pelo menos, repetidas."

Na última semana, os Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas. Nessa primeira rodada, a editora-chefe do grupo, Margarita Simonyan, já havia sido sancionada.

"Estamos tomando medidas para responsabilizar aqueles que utilizam informação como arma para atacar a nossa democracia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sobre as sanções mais recentes.

As sanções norte-americanas dificultam o trabalho das subsidiárias da Rossiya Segodnya, RIA Novosti, RT, TV-Novosti, Ruptly e Sputnik, no país. Por exemplo, Scott Ritter, ex-agente de inteligência e colaborador frequente da Sputnik, que já havia sofrido perseguições políticas por parte do governo, teve de encerrar sua colaboração com a agência de notícias.

À Sputnik Brasil, especialistas nacionais e estrangeiros destacaram que as imposições de sanções contra uma agência de notícias fere a liberdade de imprensa global e o livre exercício do jornalismo.

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Novas medidas punitivas contra meios de comunicação russos foram reveladas apenas uma semana depois que medidas semelhantes foram anunciadas pelo procurador-geral dos EUA, Merrick Garland.

Ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA e oficial aposentado da CIA Larry Johnson falou com a Sputnik sobre as novas sanções contra a mídia russa anunciadas pelo secretário de Estado Antony Blinken nesta sexta-feira (13).

"A liberdade de expressão nos EUA está sob ataque", disse Johnson assim que o governo Biden anunciou as mais recentes medidas punitivas contra Rossiya Segodnya, a empresa-mãe do RT e da Sputnik. "Estou esperando para ver se eles vão me punir, por exemplo, por ousar aparecer no RT e apresentar comentários. Não sou remunerado por isso de forma alguma."

"Isso realmente está separado da realidade", continuou ele, questionando a influência da rede de TV patrocinada pela Rússia que cessou suas operações nos Estados Unidos em 2022. Outros observadores, como a ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA Karen Kwiatkowski, sugeriram que a decisão é destinada a aumentar a histeria da Russiagate até as eleições de novembro.

"Eles esperam fazer um maior inimigo da Rússia [...] para que eles possam apontar o dedo para seu oponente, que é Donald Trump, e dizer que a Rússia o quer", disse Kwiatkowski em uma entrevista à Sputnik.

"Nunca durante o auge da Guerra Fria os Estados Unidos tomaram medidas tão drásticas em relação a entidades como Pravda e TASS", afirmou o ex-agente da CIA, referindo-se às duas famosas agências de notícias que operavam a partir da União Soviética. "Naquela época os EUA tinham confiança suficiente em seu próprio poder de liberdade pessoal que eles não precisavam se preocupar [com isso], eles não eram tão inseguros. O que isto reflete é apenas [...] mais um sintoma de um império moribundo, quando eles têm que sair e atacar os outros."

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As recentes sanções anunciadas pelos Estados Unidos, em conjunto com o Reino Unido e o Canadá, visam figuras e instituições ligadas à mídia russa, como a RT e a Sputnik.

Sob o pretexto de combater a "desinformação", o governo norte-americano tem utilizado uma estratégia que levanta sérias questões sobre sua verdadeira motivação.

À Sputnik Brasil, Nathana Garcez Portugal, doutoranda em relações internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, avaliou que os movimentos de Washington são uma tentativa de silenciar a mídia russa.

"A partir dessas sanções, você [os EUA] está utilizando o dólar como uma arma estratégica para impedir movimentações de uma gigante de telecomunicações, que são a RT e a Sputnik", disparou a analista.

Nathana tece críticas às sanções anunciadas nesta sexta-feira (13) pelo Tesouro dos Estados Unidos, inclusive contra Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.

Segundo ela, a declaração do governo norte-americano de que a mídia russa está tentando influenciar as eleições dos EUA é "uma acusação de muita gravidade". Que, apesar de o comunicado fazer uma série de acusações, não há nenhuma prova do que está sendo dito pela gestão do presidente Joe Biden.

"Apesar do press release ter um relato bastante detalhado, ele não apresenta mais materialidades, não foram divulgados pelo menos mais documentos, documentos que materializem essas evidências que eles afirmam ter. […] o que acontece como resultado disso é um inevitável cerceamento da atuação de uma importante parte da mídia russa a nível global", complementou.

Já o professor de história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas (Nucleas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), João Cláudio Pitillo, declarou à Sputnik Brasil que a justificativa dos EUA para a medida é "patética".

"Os EUA são donos de Hollywood, sediam as principais redes sociais do planeta, é um dos países com maior número de satélites e tem gerência praticamente no mundo todo a nível de jornalismo e imprensa. Se esse complexo midiático estadunidense não é capaz de impor as suas verdades, é porque realmente essas mentiras estão cada vez mais difíceis de serem aceitas", defendeu.

Conforme o especialista, o conflito na Ucrânia expôs ainda mais a "falência moral étnica da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)" e o discurso dos EUA mostra uma "confissão de derrota muito grande" com relação às sanções contra a mídia russa.

<><> Nova profissão deveria surgir

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal no Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia russa.

"Acho que uma nova profissão deveria surgir nos Estados Unidos, um especialista em sanções impostas contra a Rússia. Alguém deve garantir que as sanções não sejam, pelo menos, repetidas."

Na última semana, os Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas. Nessa primeira rodada, a editora-chefe da Rossiya Segodnya, Margarita Simonyan, já havia sido sancionada.

¨      'Controle da liberdade de imprensa' e 'falsa narrativa': analistas avaliam sanções dos EUA 

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, na tarde desta sexta-feira (13), uma nova rodada de sanções contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.

"Uma das razões pelas quais grande parte do mundo não tem apoiado a Ucrânia tanto quanto se esperaria […] é o grande alcance da RT, onde propaganda, desinformação e mentiras são disseminadas para milhões, se não bilhões de pessoas ao redor do mundo", disse hoje o diretor do Centro de Engajamento Global do Departamento de Estado dos EUA, James Rubin, ao comentar as medidas de censura de seu governo.

À Sputnik Brasil, especialistas sinalizam que o movimento do governo norte-americano é um mostrar de garras sobre a verdadeira liberdade de expressão permitida.

João Victor Motta, pesquisador do Observatório de Regionalismo e doutorando em relações internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, argumentou que as sanções expõem a verdadeira face das autoridades norte-americanas.

"A estratégia de controle sobre a liberdade de imprensa é parte rotineira da máquina de guerra norte-americana. Assim como em outras guerras, a manipulação das informações e a censura não impediram que a população de todo mundo e a estadunidense chegassem nas óbvias conclusões sobre a injustificabilidade das guerras patrocinadas pelos EUA e a necessidade imperativa da paz", disparou.

Charles Pennaforte, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA), segue a mesma lógica de João Victor e complementa, dizendo que as ações de Washington são fruto de contradições rotineiras.

"Essas sanções contra os órgãos de mídia russa representam, na realidade, uma grande contradição entre o que é falado e o que é realizado na prática", cravou.

Durante a declaração a esta agência, ele reportou que o Ocidente tem o objetivo de fornecer somente uma visão do atual conflito na Ucrânia, envolvendo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.

"Essa visão passa pelos interesses, principalmente dos Estados Unidos, da União Europeia, em retratar uma realidade que seja de interesse desses grupos de países. Então quando você inviabiliza que a população tenha acesso a outra visão, a outra análise do conflito, você praticamente se nivela nos níveis de países que perseguem jornalistas, que fecham jornais, revistas etc. É uma grande contradição, mas é o próprio processo que é natural dos Estados Unidos e da União Europeia em tentar impedir que a população tenha uma visão ampla do conflito", arrematou Pennaforte.

<><> Derrota da 'narrativa' dos EUA

Segundo João Cláudio Pitillo, professor de história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas (Nucleas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as sanções dos EUA são "a prova cabal da derrota estadunidense na sua capacidade de narrar a guerra da Ucrânia, principalmente nos países do Sul Global".

"A narrativa falsa, a narrativa equivocada de que os Estados Unidos costumam fazer dos conflitos no qual ele escolhe participar dessa vez não funcionou. Ou seja, as mentiras estadunidenses foram derrotadas pelas verdades russas", disse.

Ele complementou dizendo que a RT não trabalha como imprensa e que parte do operativo militar "soa como um hilário. Ninguém acredita nisso, isso é uma confissão de derrota. É patético, a justificativa estadunidense é patética".

<><> EUA sancionaram diretor-geral da Sputnik

Ao anunciar as sanções contra a imprensa russa, o Tesouro dos EUA emitiu um comunicado exigindo a conclusão de transações financeiras com a Rossiya Segodnya até 13 de novembro de 2024.

Além de Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, outro indivíduo e três entidades entraram na lista de sanções norte-americanas.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal do Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia russa.

"Acho que uma nova profissão deveria aparecer nos EUA — um especialista em sanções impostas contra a Rússia", disse Zakharova. "Alguém deveria pelo menos garantir que as sanções não sejam repetidas", acrescentou.

Na última semana, os Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas. Nessa primeira rodada, a editora-chefe do grupo, Margarita Simonyan, já havia sido sancionada.

"Estamos tomando medidas para responsabilizar aqueles que usam informação como arma para atacar a nossa democracia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sobre as sanções mais recentes.

¨      Ocidente perdeu liberdade de expressão, já BRICS continua a protegê-la, diz associado de Assange

A era da liberdade de expressão está chegando ao fim no Ocidente com a imposição de sanções contra a mídia russa, enquanto a própria Rússia e o BRICS continuam a tomar medidas para proteger a liberdade de expressão, disse à Sputnik Adrian McRae, político australiano e associado público do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

"O sol parece estar se pondo rapidamente sobre a era da liberdade de expressão no Ocidente. [...] A recente onda de censura política contra a mídia russa que opera nos EUA e na Europa é uma realidade perturbadora e distópica que mostra como nossos senhores governantes estão se agarrando desesperadamente às suas últimas tentativas de controlar o fluxo de informações e, portanto, manipular as mentes de suas massas", disse o político australiano.

Segundo ele, a esperança de proteção da liberdade de expressão permanece na Rússia e nos países do BRICS.

Na terça-feira (10), a Associação de Jornalistas do BRICS realizou a conferência on-line "Liberdade de expressão na multipolaridade digital: garantias e riscos" como parte do fórum internacional Kazan Digital Week 2024.

A conferência contou com a presença do ativista australiano e pai do criador do WikiLeaks Julian Assange, John Shipton.

McRae disse que ficou muito surpreendente por ver a Associação de Jornalistas do BRICS conceder ao "meu grande amigo e inspirador John Shipton" o Prêmio Voz da Paz do BRICS 2024.

"Somente na Rússia, e talvez na própria organização BRICS, esse prêmio poderia ser facilmente concedido a uma família que foi tão publicamente perseguida, e até presa, pelas forças das trevas no Ocidente por seu 'crime' de falar, divulgar e publicar a verdade", explicou.

Ele acrescentou que o Ocidente continua a minar seus próprios ideais de longa data de liberdade de expressão e que a democracia está morrendo de forma lenta e dolorosa.

"Para que a democracia floresça, as pessoas precisam ter acesso a uma ampla gama de opiniões e fontes de informação, sem as quais não podemos tomar decisões democráticas equilibradas. As pessoas merecem escolher quais notícias ler, assistir e ouvir. Sem escolha, não há democracia", concluiu McRae.

A situação da mídia russa no Ocidente tem se tornado cada vez mais complicada nos últimos anos.

Em novembro de 2016, o Parlamento Europeu adotou uma resolução afirmando a necessidade de combater a mídia russa, com a Sputnik e o canal de televisão RT apontados como as principais ameaças.

Vários políticos ocidentais acusaram a Sputnik e o RT de supostamente interferir nas eleições dos EUA e da França, mas não forneceram nenhuma prova. As autoridades russas consideraram essas declarações sem fundamento.

A União Europeia (UE) impôs recentemente sanções contra os principais meios de comunicação russos, proibindo sua transmissão no território da UE.

Essa decisão foi tomada sem recorrer aos tribunais ou aos órgãos reguladores nacionais dos países da UE, que são responsáveis pelos mercados de mídia de seus países.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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