Censura!!! EUA impõem sanções contra grupo
de mídia Rossiya Segodnya e seu diretor
O Departamento do
Tesouro dos EUA anunciou nesta sexta-feira (13) uma nova rodada de sanções
contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte. O
diretor-geral do grupo, Dmitry Kiselev, também foi sancionado pelo governo
norte-americano.
A informação foi
publicada no site oficial do departamento. A entidade também emitiu um
comunicado exigindo a conclusão de transações financeiras com a Rossiya
Segodnya até 13 de novembro de 2024.
Além de Dmitry
Kiselev, outro indivíduo e três entidades entraram na lista de sanções dos EUA.
A representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,
comentou em seu canal do Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia
russa.
"Acho que uma
nova profissão deveria surgir nos Estados Unidos, um especialista em sanções
impostas contra a Rússia. Alguém deve garantir que as sanções não sejam, pelo
menos, repetidas."
Na última semana, os
Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas
sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas.
Nessa primeira rodada, a editora-chefe do grupo, Margarita Simonyan, já havia
sido sancionada.
"Estamos tomando
medidas para responsabilizar aqueles que utilizam informação como arma para
atacar a nossa democracia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony
Blinken, sobre as sanções mais recentes.
As sanções
norte-americanas dificultam o trabalho das subsidiárias da Rossiya Segodnya,
RIA Novosti, RT, TV-Novosti, Ruptly e Sputnik, no país. Por exemplo, Scott
Ritter, ex-agente de inteligência e colaborador frequente da Sputnik, que já
havia sofrido perseguições políticas por parte do governo, teve de encerrar sua
colaboração com a agência de notícias.
À Sputnik Brasil,
especialistas nacionais e estrangeiros destacaram que as imposições de sanções
contra uma agência de notícias fere a liberdade de imprensa global e o livre
exercício do jornalismo.
¨ Sanções dos EUA contra mídia russa revelam medo, insegurança do
império moribundo, diz especialista
Novas medidas
punitivas contra meios de comunicação russos foram reveladas apenas uma semana
depois que medidas semelhantes foram anunciadas pelo procurador-geral dos EUA,
Merrick Garland.
Ex-funcionário do
Departamento de Estado dos EUA e oficial aposentado da CIA Larry Johnson falou
com a Sputnik sobre as novas sanções contra a mídia russa anunciadas pelo
secretário de Estado Antony Blinken nesta sexta-feira (13).
"A liberdade de
expressão nos EUA está sob ataque", disse Johnson assim que o governo
Biden anunciou as mais recentes medidas punitivas contra Rossiya Segodnya, a
empresa-mãe do RT e da Sputnik. "Estou esperando para ver se eles vão me
punir, por exemplo, por ousar aparecer no RT e apresentar comentários. Não sou
remunerado por isso de forma alguma."
"Isso realmente
está separado da realidade", continuou ele, questionando a influência da
rede de TV patrocinada pela Rússia que cessou suas operações nos Estados Unidos
em 2022. Outros observadores, como a ex-analista do Departamento de Defesa dos
EUA Karen Kwiatkowski, sugeriram que a decisão é destinada a aumentar a
histeria da Russiagate até as eleições de novembro.
"Eles esperam
fazer um maior inimigo da Rússia [...] para que eles possam apontar o dedo para
seu oponente, que é Donald Trump, e dizer que a Rússia o quer", disse
Kwiatkowski em uma entrevista à Sputnik.
"Nunca durante o
auge da Guerra Fria os Estados Unidos tomaram medidas tão drásticas em relação
a entidades como Pravda e TASS", afirmou o ex-agente da CIA, referindo-se
às duas famosas agências de notícias que operavam a partir da União Soviética.
"Naquela época os EUA tinham confiança suficiente em seu próprio poder de
liberdade pessoal que eles não precisavam se preocupar [com isso], eles não
eram tão inseguros. O que isto reflete é apenas [...] mais um sintoma de um
império moribundo, quando eles têm que sair e atacar os outros."
¨ Sanções de Washington expõem interesse dos EUA de silenciar 'uma
gigante da comunicação', diz analista
As recentes sanções
anunciadas pelos Estados Unidos, em conjunto com o Reino Unido e o Canadá,
visam figuras e instituições ligadas à mídia russa, como a RT e a Sputnik.
Sob o pretexto de
combater a "desinformação", o governo norte-americano tem utilizado
uma estratégia que levanta sérias questões sobre sua verdadeira motivação.
À Sputnik Brasil,
Nathana Garcez Portugal, doutoranda em relações internacionais pelo Programa de
Pós-Graduação San Tiago Dantas, avaliou que os movimentos de Washington são uma
tentativa de silenciar a mídia russa.
"A partir dessas
sanções, você [os EUA] está utilizando o dólar como uma arma estratégica para
impedir movimentações de uma gigante de telecomunicações, que são a RT e a
Sputnik", disparou a analista.
Nathana tece críticas
às sanções anunciadas nesta sexta-feira (13) pelo Tesouro dos Estados Unidos,
inclusive contra Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya
Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.
Segundo ela, a
declaração do governo norte-americano de que a mídia russa está tentando
influenciar as eleições dos EUA é "uma acusação de muita gravidade".
Que, apesar de o comunicado fazer uma série de acusações, não há nenhuma prova
do que está sendo dito pela gestão do presidente Joe Biden.
"Apesar do press
release ter um relato bastante detalhado, ele não apresenta mais
materialidades, não foram divulgados pelo menos mais documentos, documentos que
materializem essas evidências que eles afirmam ter. […] o que acontece como
resultado disso é um inevitável cerceamento da atuação de uma importante parte
da mídia russa a nível global", complementou.
Já o professor de
história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas (Nucleas) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), João Cláudio Pitillo, declarou
à Sputnik Brasil que a justificativa dos EUA para a medida é
"patética".
"Os EUA são donos
de Hollywood, sediam as principais redes sociais do planeta, é um dos países
com maior número de satélites e tem gerência praticamente no mundo todo a nível
de jornalismo e imprensa. Se esse complexo midiático estadunidense não é capaz
de impor as suas verdades, é porque realmente essas mentiras estão cada vez
mais difíceis de serem aceitas", defendeu.
Conforme o
especialista, o conflito na Ucrânia expôs ainda mais a "falência moral
étnica da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)" e o discurso
dos EUA mostra uma "confissão de derrota muito grande" com relação às
sanções contra a mídia russa.
<><> Nova
profissão deveria surgir
A representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,
comentou em seu canal no Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia
russa.
"Acho que uma
nova profissão deveria surgir nos Estados Unidos, um especialista em sanções
impostas contra a Rússia. Alguém deve garantir que as sanções não sejam, pelo
menos, repetidas."
Na última semana, os
Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas
sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas.
Nessa primeira rodada, a editora-chefe da Rossiya Segodnya, Margarita Simonyan,
já havia sido sancionada.
¨ 'Controle da liberdade de imprensa' e 'falsa narrativa':
analistas avaliam sanções dos EUA
O Departamento do
Tesouro dos Estados Unidos anunciou, na tarde desta sexta-feira (13), uma nova
rodada de sanções contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik
faz parte.
"Uma das razões
pelas quais grande parte do mundo não tem apoiado a Ucrânia tanto quanto se
esperaria […] é o grande alcance da RT, onde propaganda, desinformação e
mentiras são disseminadas para milhões, se não bilhões de pessoas ao redor do
mundo", disse hoje o diretor do Centro de Engajamento Global do
Departamento de Estado dos EUA, James Rubin, ao comentar as medidas de censura
de seu governo.
À Sputnik Brasil,
especialistas sinalizam que o movimento do governo norte-americano é um mostrar
de garras sobre a verdadeira liberdade de expressão permitida.
João Victor Motta,
pesquisador do Observatório de Regionalismo e doutorando em relações
internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, argumentou que
as sanções expõem a verdadeira face das autoridades norte-americanas.
"A estratégia de
controle sobre a liberdade de imprensa é parte rotineira da máquina de guerra
norte-americana. Assim como em outras guerras, a manipulação das informações e
a censura não impediram que a população de todo mundo e a estadunidense chegassem
nas óbvias conclusões sobre a injustificabilidade das guerras patrocinadas
pelos EUA e a necessidade imperativa da paz", disparou.
Charles Pennaforte,
professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do
Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos
Antissistêmicos (LabGRIMA), segue a mesma lógica de João Victor e complementa,
dizendo que as ações de Washington são fruto de contradições rotineiras.
"Essas sanções
contra os órgãos de mídia russa representam, na realidade, uma grande
contradição entre o que é falado e o que é realizado na prática", cravou.
Durante a declaração a
esta agência, ele reportou que o Ocidente tem o objetivo de fornecer somente
uma visão do atual conflito na Ucrânia, envolvendo a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.
"Essa visão passa
pelos interesses, principalmente dos Estados Unidos, da União Europeia, em
retratar uma realidade que seja de interesse desses grupos de países. Então
quando você inviabiliza que a população tenha acesso a outra visão, a outra
análise do conflito, você praticamente se nivela nos níveis de países que
perseguem jornalistas, que fecham jornais, revistas etc. É uma grande
contradição, mas é o próprio processo que é natural dos Estados Unidos e da
União Europeia em tentar impedir que a população tenha uma visão ampla do
conflito", arrematou Pennaforte.
<><> Derrota
da 'narrativa' dos EUA
Segundo João Cláudio
Pitillo, professor de história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas
(Nucleas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as sanções dos
EUA são "a prova cabal da derrota estadunidense na sua capacidade de narrar
a guerra da Ucrânia, principalmente nos países do Sul Global".
"A narrativa
falsa, a narrativa equivocada de que os Estados Unidos costumam fazer dos
conflitos no qual ele escolhe participar dessa vez não funcionou. Ou seja, as
mentiras estadunidenses foram derrotadas pelas verdades russas", disse.
Ele complementou
dizendo que a RT não trabalha como imprensa e que parte do operativo militar
"soa como um hilário. Ninguém acredita nisso, isso é uma confissão de
derrota. É patético, a justificativa estadunidense é patética".
<><> EUA
sancionaram diretor-geral da Sputnik
Ao anunciar as sanções
contra a imprensa russa, o Tesouro dos EUA emitiu um comunicado exigindo a
conclusão de transações financeiras com a Rossiya Segodnya até 13 de novembro
de 2024.
Além de Dmitry
Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, outro indivíduo e
três entidades entraram na lista de sanções norte-americanas.
A representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,
comentou em seu canal do Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia
russa.
"Acho que uma
nova profissão deveria aparecer nos EUA — um especialista em sanções impostas
contra a Rússia", disse Zakharova. "Alguém deveria pelo menos
garantir que as sanções não sejam repetidas", acrescentou.
Na última semana, os
Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas
sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas.
Nessa primeira rodada, a editora-chefe do grupo, Margarita Simonyan, já havia
sido sancionada.
"Estamos tomando
medidas para responsabilizar aqueles que usam informação como arma para atacar
a nossa democracia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken,
sobre as sanções mais recentes.
¨ Ocidente perdeu liberdade de expressão, já BRICS continua a
protegê-la, diz associado de Assange
A era da liberdade de
expressão está chegando ao fim no Ocidente com a imposição de sanções contra a
mídia russa, enquanto a própria Rússia e o BRICS continuam a tomar medidas para
proteger a liberdade de expressão, disse à Sputnik Adrian McRae, político
australiano e associado público do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
"O sol parece
estar se pondo rapidamente sobre a era da liberdade de expressão no Ocidente.
[...] A recente onda de censura política contra a mídia russa que opera nos EUA
e na Europa é uma realidade perturbadora e distópica que mostra como nossos senhores
governantes estão se agarrando desesperadamente às suas últimas tentativas de
controlar o fluxo de informações e, portanto, manipular as mentes de suas
massas", disse o político australiano.
Segundo ele, a
esperança de proteção da liberdade de expressão permanece na Rússia e nos
países do BRICS.
Na terça-feira (10), a
Associação de Jornalistas do BRICS realizou a conferência on-line
"Liberdade de expressão na multipolaridade digital: garantias e
riscos" como parte do fórum internacional Kazan Digital Week 2024.
A conferência contou
com a presença do ativista australiano e pai do criador do WikiLeaks Julian
Assange, John Shipton.
McRae disse que ficou
muito surpreendente por ver a Associação de Jornalistas do BRICS conceder ao
"meu grande amigo e inspirador John Shipton" o Prêmio Voz da Paz do
BRICS 2024.
"Somente na
Rússia, e talvez na própria organização BRICS, esse prêmio poderia ser
facilmente concedido a uma família que foi tão publicamente perseguida, e até
presa, pelas forças das trevas no Ocidente por seu 'crime' de falar, divulgar e
publicar a verdade", explicou.
Ele acrescentou que o
Ocidente continua a minar seus próprios ideais de longa data de liberdade de
expressão e que a democracia está morrendo de forma lenta e dolorosa.
"Para que a
democracia floresça, as pessoas precisam ter acesso a uma ampla gama de
opiniões e fontes de informação, sem as quais não podemos tomar decisões
democráticas equilibradas. As pessoas merecem escolher quais notícias ler,
assistir e ouvir. Sem escolha, não há democracia", concluiu McRae.
A situação da mídia
russa no Ocidente tem se tornado cada vez mais complicada nos últimos anos.
Em novembro de 2016, o
Parlamento Europeu adotou uma resolução afirmando a necessidade de combater a
mídia russa, com a Sputnik e o canal de televisão RT apontados como as
principais ameaças.
Vários políticos
ocidentais acusaram a Sputnik e o RT de supostamente interferir nas eleições
dos EUA e da França, mas não forneceram nenhuma prova. As autoridades russas
consideraram essas declarações sem fundamento.
A União Europeia (UE)
impôs recentemente sanções contra os principais meios de comunicação russos,
proibindo sua transmissão no território da UE.
Essa decisão foi
tomada sem recorrer aos tribunais ou aos órgãos reguladores nacionais dos
países da UE, que são responsáveis pelos mercados de mídia de seus países.
Fonte: Sputnik Brasil
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