sábado, 14 de setembro de 2024

O futuro da Europa na encruzilhada da história

"Se a nossa espécie não pode prescindir da guerra, vamos pelo menos garantir que ela ocorra somente quando necessário. E quando ela é necessária, ou seja, absolutamente inevitável, no sistema-mundo contemporâneo? Somente quando um “espaço imperial” planeja explicitamente a supressão do “espaço” inimigo", escreve Massimo Cacciari, filósofo italiano.

Segundo ele, "qualquer ideia de hegemonia de um “grande espaço” sobre o outro só pode levar ao horror global. Portanto, é necessário negociar, negociar e novamente negociar".

<<< Eis o artigo.

Há momentos em que o medo é virtude e despertar horror pelo que está acontecendo e pelo que pode acontecer de pior pode ajudar a enfrentá-lo. Abolir a guerra é um fim abstrato para belas almas? Talvez - nós, “bons europeus”, deveríamos ao menos lembrar que esse fim alimentou as esperanças racionais de nossos melhores espíritos. Mas deixemos de lado a “filosofia”, como dizem nossos líderes, que com louvável concretude nos chamam às armas. Se a nossa espécie não pode prescindir da guerra, vamos pelo menos garantir que ela ocorra somente quando necessário. E quando ela é necessária, ou seja, absolutamente inevitável, no sistema-mundo contemporâneo? Somente quando um “espaço imperial” planeja explicitamente a supressão do “espaço” inimigo.

Um estado ou um pequeno estado podem ser engolidos por um “espaço imperial” por meio de guerras locais; a luta entre impérios, por outro lado, necessariamente assume um caráter global. Mas um império que siga uma política hegemônica sem ter medido sua própria força está fadado ao suicídio. É razoavelmente concebível que um dos “grandes espaços” em conflito atualmente possa realmente considerar viável anular os outros ou reduzir drasticamente sua autonomia? Sua elite política seria composta por loucos e, então, para o seu e o nosso navio, não haveria nada além do dulce naufragium. Não acredito, entretanto, que haja Napoleões (nem Hitlers) redivivos em lugar algum. E muito menos “choques de civilizações” que tornem necessária a guerra, como aconteceu em determinadas épocas entre o Islã e as potências europeias ou entre algumas dessas e o Império Otomano ou ainda entre a Rússia e os tártaros. Uma coisa é a propaganda e a “intelligentsia complementar” que faz alarde a cada conflito, outra coisa, esperamos, é a ação política das lideranças imperiais. Elas não podem ignorar que, por incontestáveis razões demográficas, econômicas e sociais internas, nenhuma delas está em condições de reivindicar uma primazia global.

As guerras atuais não são, portanto, necessárias; têm causas determinadas com precisão, não colocam em risco “espaços imperiais”. Portanto, é criminoso não fazer todos os esforços político-diplomáticos para pôr fim a elas. Elas derivam de evidentes erros de avaliação, falta de realismo, ignorância do adversário e, acima de tudo, da maneira desastrosa como terminou a “guerra fria”, sem um autêntico tratado de paz que estabelecesse os novos equilíbrios de poder com base nos indiscutíveis direitos do vencedor. Isso criou ilusões infundadas de um lado e nacionalismo revanchista, Illusionspolitik, do outro. Mas como não perceber que estamos diante do trágico legado de um passado que o Ocidente como um todo - oriental, atlântico, franco-carolíngio e mediterrâneo - não conseguiu resolver e, de qualquer forma, com um conflito que não assume mais os traços daquele confronto global que havia caracterizado o período segundo pós-guerra? Agora existe a grande China, existem os países do Brics - existem, acima de tudo, os dramáticos e irrefutáveis dados econômicos e demográficos.

Qualquer ideia de hegemonia de um “grande espaço” sobre o outro só pode levar ao horror global.

Portanto, é necessário negociar, negociar e novamente negociar. A Europa, os estados europeus que ainda não compreendem que devem formar uma unidade política para não cair na impotência absoluta, são, de qualquer forma, chamados a fechar sua enésima “guerra civil”, se não quiserem que o incêndio, mais uma vez, irrompa por dentro. Trata-se de “guerra civil”, para todos os efeitos - como a que ocorreu nos Bálcãs há trinta anos - mas com a Europa, hoje, que assiste e ponto, pior ainda do que ontem, e com uma “proximidade” dramática na guerra entre “espaços imperiais”. É preciso ter confiança que os Estados europeus estejam cientes de sua responsabilidade histórica, sintam o horror de uma catástrofe global que possa irromper dentro deles pela terceira vez e preparem um seu próprio plano concreto para resolver o conflito. Enquanto o mundo olha com angústia para a Ucrânia e para Gaza, as páginas de nossos jornais regurgitam as bobagens de Sangiuliano e do governo Meloni.

Seria necessário todo o feroz sarcasmo de um Karl Kraus para apresentar esse contraste de situações. Operação intencional de “distração em massa”? Seria dar muito crédito às artimanhas táticas dos nossos atuais timoneiros.

Temo que se trate simplesmente de um não saber para onde se virar. Não tanto, sejamos claros, no plano internacional, onde bem pouco poderíamos fazer de qualquer forma, mas precisamente no plano das políticas financeiras e sociais internas. Que manobra o governo conseguirá inventar? Quantas mentiras ainda conseguirá passar adiante? Que “multiplicadores” inventará para os projetos do Pnrr e para as outras intervenções em curso (algumas das quais, entre as mais desastradas, como os 110%, não são sua responsabilidade - todas intervenções que envolvem aumentos de despesas e de dívida)? Que margens existem para dar sustentação às rendas mais baixas? Com 3000 bilhões de dívida pública (180 mais ou menos por ano em juros a serem pagos), qualquer intervenção será uma gentil concessão dos mercados, que geralmente não são particularmente sensíveis às instâncias de ordem social.

Nossa autonomia é reduzida a conversa e propaganda. Seria necessário implementar reduções radicais no gasto público improdutivo, uma reforma tributária corajosa (mas quem fala sobre isso? Há uma lei delegada que não fornece diretrizes precisas). Mas não - discutimos sobre autonomia diferenciada (não reforma da estrutura regionalista) e sobre pseudo-presidencialismo (não sobre fazer funcionar um parlamento que já se transformou em um fantasma). E quando estamos particularmente alegres, também sobre Sangiuliano e seus amores.

 

¨      Extremas direitas mais fortes: o que arrisca a Europa. Artigo de Massimo Cacciari

"No final tudo é poder. Essa ideia deve ser derrotada, pois leva o Ocidente à derrota. Tudo é logos, é preciso ser dito. No início está a palavra que causa acordo e convence, está o diálogo político, o reconhecimento da liberdade do outro", escreve Massimo Cacciari.

Segundo ele, "a Autoridade não está nas mãos de um Líder, nem num país nem na face da Terra, mas é a própria Relação, são as normas e as leis que a estabelecem e regulam e que todos reconhecem porque veem nelas a garantia da sua própria paz. Que direitas e esquerdas compreendam isso, colocando assim fim ao seu desentendimento trágico e secular, e se possa finalmente começar uma nova Política". 

<<<< Eis o artigo.

A virada que poderia ser determinada pelas próximas eleições para o Parlamento Europeu por uma “governança” baseada na “grande coalizão” entre socialdemocracias de vários tipos e forças de centro, junto com a presença determinante de partidos e movimentos declaradamente de direita, deveria convidar a uma reflexão cultural e histórica, longe de ideologismos e torcidas. É um perigo efetivo para os destinos da Europa e do Ocidente sua eventual afirmação? De que "direita" se trata, de que componentes é formada? Até algum tempo atrás parecia possível colocar uma distinção muito simples: a direita nacionalista marchava contra a própria ideia de unidade política europeia.

A sua praxe obedecia a uma visão identitária que se opunha por natureza aos processos de globalização. As últimas tragédias tornaram esse perigo muito aleatório, precisamente no momento em que pressionam a adiar quase indefinidamente a perspectiva de uma Europa politicamente unida com base numa estratégia autônoma. O estado de guerra força a unidade no plano substancial da política externa e militar em todo o país ainda firmemente líder do Ocidente. Uma direita "no poder" amanhã na Europa dificilmente poderia mudar alguma coisa na linha que hoje se segue. De qualquer forma, as decisões serão tomadas em outro lugar.

Que diferenças reais e que eventuais perigos, então, em relação à história da União vivida até aqui, pode representar e comportar uma virada à “direita”? Certamente existem impulsos dentro dela restauradores-reacionários. Vêm de longe, afundam em passados não apenas remotos da cultura europeia. Um pensamento da “restauração”, cujos princípios contradizem aqueles iluministas da Grande Revolução, permeia a história do Ocidente europeu e certamente não se limita ao período dos De Maistre, dos Bonald, dos Donoso Cortes. Ele se reapresenta, em formas mais ou menos explícitas, em toda crítica à democracia representativa e do regime parlamentar, como dissolução de toda Autoridade estruturalmente incapaz de dar vida a elites políticas competentes e estáveis. As osmoses entre essa perspectiva e outras, de natureza oposta, mas movidas por uma crítica igualmente radical do "parlamentarismo", são incontáveis.

A questão é: existe hoje uma direita que encarne tal potencial? Apenas aparentemente - na realidade, nada mais é do que populismo, oposto em si mesmo a toda ideia elitista do poder político. Estamos diante de uma caricatura daquela crítica autenticamente reacionária da "democratização" típica especialmente daquelas correntes do pensamento europeu do século XX que foram eficazmente indicadas com o termo de "revolução conservadora". O verdadeiro perigo hoje abrange todo o espectro político: todos democráticos e nenhum em condições de expressar reformas sérias para fazer funcionar a democracia à altura das revoluções e dos desafios em curso.

Mas, dir-se-á, os “valores” da direita contrastam radicalmente com aquela ideia de defesa e desenvolvimento dos direitos da pessoa, que é certamente imanente à concepção da democracia. Os "valores" são tais, porém, enquanto valerem, isto é, expressarem um poder efetivo. É uma questão de ver até onde realmente podem aqueles propagandeados pelas direitas. Nada ou quase nada, pois qualquer contraste real de sua parte em relação à dominante cultura econômico-individualista traduzir-se-ia numa sua derrota. O mesmo vale para um certo anticapitalismo romântico que aparece e desaparece continuamente na história das direitas europeias (e também aqui as osmoses com o “outro lado” são inúmeras), anticapitalismo que pode assumir tons duramente polêmicos contra a primazia anglo-saxónicos do econômico, aqueles de um pensamento tradicional-esotérico, ou aqueles laico-pragmáticos de um estado social reivindicador de sua primazia contra os “poderes fortes”. Nenhum desses “perigos” assume hoje uma consistência política que possa ir além da propaganda de curtíssimo prazo.

O perigo que envolve todos é a impotência para governar os processos de globalização e os desequilíbrios geopolíticos que eles acarretam. Ideologias ou nostalgias próprias das direitas tornam tal impotência ainda mais grave, mas certamente não a produzem. O maior perigo que representam é que, na sua defesa abstrata de "identidades" de valores fora de qualquer consciência crítica, se torne ainda mais difícil enfrentar com desencanto e realismo a verdadeira questão: que o Ocidente, hoje Ocidente americano, já não é mais estruturalmente capaz de se confrontar com os outros Grandes Espaços com base de uma sua própria vontade hegemônica. É preciso saber “declinar” de tal vontade, não para desaparecer, mas, pelo contrário, para dar vida a um novo Nomos da Terra multipolar e policêntrico. Todos os dados demográficos, econômicos, movimentos entre povos dizem que só essa é a única estratégia capaz de evitar a catástrofe e criar um mundo que supere o inferno atual.

Se uma característica sempre caracterizou as direitas europeias é a ênfase sobre a vontade de poder. Poder do próprio país, poder do Ocidente contra as culturas que não admitem a sua supremacia. No entanto, houve um pensamento conservador, embora absolutamente minoritário nessas direitas, que se moveu numa direção oposta, de pleno reconhecimento da grandeza das outras civilizações, no sentido da comparação e da aproximação mútua. Essas correntes deveriam ser meditadas, mesmo por muitas “esquerdas”, que nunca acertaram seriamente as contas com o pensamento “em grande” de uma certa direita europeia.

No final tudo é poder. Essa ideia deve ser derrotada, pois leva o Ocidente à derrota. Tudo é logos, é preciso ser dito. No início está a palavra que causa acordo e convence, está o diálogo político, o reconhecimento da liberdade do outro. A Autoridade não está nas mãos de um Líder, nem num país nem na face da Terra, mas é a própria Relação, são as normas e as leis que a estabelecem e regulam e que todos reconhecem porque veem nelas a garantia da sua própria paz. Que direitas e esquerdas compreendam isso, colocando assim fim ao seu desentendimento trágico e secular, e se possa finalmente começar uma nova Política.

 

¨      Partidos europeus de ultradireita são nacionalistas vendidos. Por Eduardo Febbro

extrema direita norte-americana coloniza os neurônios da extrema direita europeia e Vladimir Putin seu bolso. A retórica patriótica e nacionalista da ultradireita do Velho Continente soa mais como uma opereta eleitoral do que o início de uma política indestrutível. Dois episódios, um deles com um escândalo monumental, vieram semear dúvidas sobre a autenticidade da retórica ultranacionalista com a qual essas ofertas políticas cada vez mais seduzem o eleitorado.

Aconselhados por um dos cérebros da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, Steve Bannon, contaminados pelas redes trumpistas que alimentam os eurocéticos e financiados e influenciados pela Rússia de Vladimir Putin, os partidos ultranacionalistas da Europa são tudo menos "soberanos". Esta corrente que está se preparando para tomar de assalto o Parlamento Europeu nas eleições europeias, no próximo dia 26 de maio, teve um dia de glória e uma manhã de sombras. Sábado, 18 de maio, foi um dos momentos para lembrar.

Durante o fim de semana, em Milão, (a cidade italiana onde surgiu a Liga Norte), o líder da ultradireita A Liga e ministro do Interior, Matteo Salvini, reuniu uma dúzia de partidos da linha ultranacionalista europeia com o propósito de mostrar seu poderio e selar um sinal de unidade, quando faltava apenas uma semana para as eleições europeias.

Acompanhado por sua principal parceira nesta fase, a francesa Marine Le Pen (Reagrupamento Nacional), Salvini desfilou em Milão com Geert Wilders, chefe do Partido da Liberdade holandês e com representantes da Alternativa para Alemanha (AfD, na sigla em alemão), Verdadeiros Finlandeses, Partido do Povo Dinamarquês e o austríaco FPÖ [Partido da Liberdade da Áustria].

E deste último veio a tempestade. Um vídeo divulgado por Der Spiegel e pelo jornal Süddeutsche Zeitung veio para provar a suspeita de que existe uma interação real entre a ultradireita e Moscou. Ao mesmo tempo, outro estrangeiro, o ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon, viajou a Paris para distribuir seus conselhos à ultradireita francesa. A autenticidade do perfil ultranacionalista desses partidos ficou questionada pela interferência de representantes de duas potências mundiais nas campanhas nacionais.

O vídeo foi filmado em Ibiza, em 2017, e muito oportunamente se tornou público agora. A sequência mostra o vice-chanceler austríaco, chefe do FPÖ, Heinz-Christian Strache, enquanto oferece contratos públicos lucrativos ao representante de um oligarca russo em troca de apoio para sua campanha eleitoral. Desde 2017, Strache foi um aliado chave na coalizão governamental que se formou na Áustria com o líder democrata-cristão Sebastian Kurz (ÖVP), depois que este venceu as eleições sem obter a maioria.

O FPÖ detinha seis das 13 pastas daquele Executivo onde Strache era vice-chanceler. O vídeo acabou com a aliança, precipitou a queda do governo e a posterior convocação de eleições antecipadas. Na França, Marine Le Pen condenou o "grande erro" do líder ultradireitista austríaco. O episódio coloca em questão a própria identidade de um movimento político que fez da soberania e do nacionalismo seu grito de guerra.

O jornal Le Monde, num editorial, destacou que "propor vender secretamente os interesses nacionais ao representante de um país, cujas tentativas de interferir e manipular os processos eleitorais na União Europeia mobilizam todos os serviços de contraespionagem, corresponde a uma estranha concepção de patriotismo".

O escândalo confirma o que até então oscilava entre mito e realidade, isto é, a sombra da Rússia de Vladimir Putin nas democracias ocidentais. Moscou não é o único ator que move suas influências nas entrelinhas. A China e os Estados Unidos também fazem isso, mas Putin foi o mais eficaz. Do Brexit em 2016, passando por eleições na Suécia, Dinamarca, Finlândia, em alguns países do Leste Europeu, Itália, a eleição de Trump, nos Estados Unidos, em 2017, e a tentativa de desestabilizar a campanha de Emmanuel Macron, com a disseminação de milhares de informações privadas pelo grupo de espionagem cibernética APT28, controlado remotamente pela agência de inteligência militar russa GRU, a Rússia tem sido a mestre do mundo Ocidental.

Os trumpistas e sua cruzada mundial também não estão longe. Nesses dias, Steve Bannon esteve em Paris exibindo suas asas de pavão. O arauto messiânico da supremacia branca disse que vinha para "aconselhar" Marine Le Pen. Em seguida, desdisse e declarou que "Marine Le Pen não precisa de mim para vencer". Por sua vez, a interessada declarou que Bannon "não tinha nenhum papel na campanha do Reagrupamento Nacional". Hoje, esse partido é acusado de "inteligência com um poder estrangeiro" e até se evoca a criação de uma comissão parlamentar para investigar intromissões, que são muitas e não apenas metafóricas ".

No ímpeto de mostrar sua marca como ídolo mundial, Bannon acabou se tornando um aliado muito desconfortável. "É um perigo para nós", reconhecia ao jornal Página\12 um líder do RN francês. Na realidade, o eleitorado lepenista é ainda mais antiamericano que a própria esquerda. Por isso, em termos de imagem, a reiterada presença de Bannon na Europa acabou sendo contraproducente. Putin, como se pode notar, é um cavalheiro de fina estampa, que não faz barulho e quebra muitas nozes.

O presidente francês, Emmanuel Macron, chamou Bannon de "um lobista próximo ao poder norte-americano". Depois, o chefe de Estado se referiu à "Rússia e a alguns outros que nunca foram como agora tão intrometidos em financiar e ajudar os partidos extremistas", o que, avaliou, desemboca no fato de que, "pela primeira vez, vemos um conluio entre nacionalistas e interesses estrangeiros".

Esse é o detalhe mais contraditório. Não se trata de formar uma força comum dentro dos movimentos europeus de acordo com o objetivo declarado da extrema direita, mas, sim, de se abrir a uma espécie de internacionalismo que as coloca em total contradição com seus postulados patrióticos.

Dinheiro, manipulação da informação através de redes sociais. As extremas direitas europeias contam com um sólido apoio exterior. Tornaram-se totalmente permeáveis a influências externas em sua corrida obsessiva ao poder. Antiliberais e opostas à globalização em suas narrativas, essas ultradireitas se tornaram um brinquedinho primoroso do confronto entre as potências. Por diferentes razões, Rússia e Washington convergem em suas tentativas de desestabilizar as democracias europeias e encontram no Velho Mundo partidos reciclados, prontos para disputar a partida.

 

Fonte: La Stampa - tradução  de Luisa Rabolini, para IHU/Pagina 12

 

Nenhum comentário: