sábado, 14 de setembro de 2024

Exposição à poluição na infância pode ter impacto econômico na vida adulta

Um novo estudo descobriu que pessoas expostas a níveis mais altos de poluição atmosférica por partículas finas (PM2,5) na infância tiveram menores ganhos econômicos na idade adulta do que aquelas expostas a níveis mais baixos.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), na última segunda-feira (9). Já os estudos, foram realizados pela Harvard TH Chan School of Public Health, Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences e European University of Rome.

Eles foram os primeiros a investigar a exposição a PM2,5 e oportunidade econômica usando dados granulares em nível de setor censitário e métodos de última geração para ajustar para fatores de confusão socioeconômicos e demográficos.

Para isso, os pesquisadores analisaram dados sobre exposição a PM2,5 e ganhos econômicos de 86% de todos os setores censitários dos EUA — pequenas subdivisões estatísticas de um condado — de 1980 a 2010. Eles se concentraram em pessoas nascidas de 1978 a 1983, observando seus ganhos médios em 2014 a 2015, quando tinham entre 31 e 37 anos.

Para medir a mobilidade econômica, eles usaram uma estatística chamada mobilidade ascendente absoluta (AUM), definida como a classificação média de renda na idade adulta de crianças nascidas em famílias no 25º percentil da distribuição de renda nacional.

O estudo descobriu que quanto maior a exposição de uma pessoa na infância ao PM2,5, menores seus ganhos na vida adulta. Em todo o país norte-americano, em média, um aumento na exposição ao PM2,5 em um micrograma por metro cúbico (μg/m3) em 1982 foi associado a um AUM 1,146% menor em 2015. O estudo também descobriu que a exposição ao PM2,5 teve um impacto descomunal no AUM em regiões específicas dos EUA, particularmente no Centro-Oeste e no Sul.

“Nossas descobertas ressaltam a necessidade de implementar padrões rigorosos de qualidade do ar nacionalmente”, disse o coautor principal Luca Merlo, pesquisador da Universidade Europeia de Roma. “Elas também sugerem a necessidade de intervenções adaptadas localmente para mitigar a poluição do ar e de políticas integradas que abordem as desigualdades ambientais e econômicas”, acrescenta.

 

•        Cartilha orienta como falar sobre saúde mental com crianças e adolescentes

Falar sobre saúde mental com crianças e adolescentes é fundamental para ajudá-los na compreensão das emoções e para demonstrar apoio na busca por ajuda psicológica, quando necessário. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) considera a promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos fundamentais para a prosperidade de crianças e adolescentes e para evitar condições que se estendam à idade adulta.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lançou nesta quarta-feira (11) uma cartilha com orientações práticas para pais e responsáveis sobre como falar sobre saúde mental com suas crianças e adolescentes. O documento elenca dicas de linguagem adequada para cada faixa etária, orientações sobre como criar um ambiente aberto para diálogo e como ensinar a normalizar os diferentes tipos de sentimentos.

“Falar sobre saúde mental para crianças e adolescentes é importante para ajudá-los a entender e gerenciar suas emoções, mas é fundamental entender que crianças e adolescentes não são mini adultos e por isso precisam de estratégias específicas para elas, onde a faixa etária, linguagem, avaliação de desenvolvimento e até aprendizado precisam ser levados em conta”, começa o texto.

Entre as dicas elencadas pela cartilha para abordar o tema saúde mental para crianças e adolescentes, estão:

•        Usar linguagem simples e clara, adaptada à idade e evitando termos técnicos que a criança possa ter dificuldade para entender;

•        Ser aberto e acessível, criando um ambiente onde a criança se sinta segura para falar sobre seus sentimentos sem julgamentos;

•        Utilize histórias, livros, filmes, desenhos para ilustrar pontos sobre saúde mental de forma que seja compreensível para a idade da criança;

•        Normalize os sentimentos e explique que é normal sentir emoções como tristeza, raiva e alegria;

•        Ensine estratégias de enfrentamento, com ferramentas práticas para lidar com as emoções, como respiração profunda, contar até dez ou falar com um adulto de confiança — e, em casos necessários, profissionais de saúde;

•        Incentive a expressão emocional, encorajando a criança ou o adolescente a falar sobre como se sente e expressar seus sentimentos;

•        Reforce qualidades e conquistas da criança, ajudando-a a desenvolver a autoestima.

A cartilha também orienta como adaptar as conversas de acordo com a idade das crianças. Para aquelas entre 4 e 7 anos, a orientação é utilizar termos simples e fazer analogias. Já para aquelas entre 8 e 12 anos, já é possível fornecer mais detalhes e usar exemplos concretos.

<><> Quando buscar ajuda profissional?

O documento também orienta os pais a ficarem atentos aos sinais de transtornos de saúde mental, como mudanças no comportamento repentinas. Outros sinais de alerta podem incluir tristeza persistente, desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, alterações no apetite e no sono, além de queixas persistentes na escola.

Em casos de problemas persistentes ou graves relacionados à saúde mental, a ABP recomenda a consulta com um psiquiatra especializado em infância e adolescência. “Monitore a reação da criança ou do adolescente, mantenha a rotina e esteja atento a mudanças no comportamento ou no humor que possam indicar que eles estão tendo dificuldades para lidar com as informações. Se necessário, procure ajuda especializada”, orienta.

Para incentivar a criança e o adolescente ao tratamento, também é válido explicar que o profissional pode ajudar a lidar com as emoções, assim como medicamentos e outras atividades, como esportes e lazer.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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