quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Fernando Horta: bolsonaristas estão enfraquecidos e buscam anistia para ganhar tempo

Em recente entrevista à TV 247, o historiador e analista político Fernando Horta trouxe à tona uma análise crítica e detalhada sobre os desafios que o Brasil enfrenta em relação ao bolsonarismo e às transformações climáticas. Segundo Horta, o bolsonarismo, embora enfraquecido politicamente, busca se reorganizar nos bastidores, utilizando o Congresso como palco para manobras que envolvem negociações perigosas, como a tentativa de aprovação de uma anistia aos participantes e financiadores dos atos antidemocráticos. "Quando eles estão enfraquecidos, pedem anistia e pacificação", afirmou o analista, ressaltando que esses movimentos têm como objetivo dar tempo para a reestruturação do grupo.

Horta também fez uma análise profunda sobre o cenário político no Congresso Nacional. Ele destacou o papel de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que, segundo o historiador, continua a usar sua influência para negociar acordos que favorecem o bolsonarismo. A corrida pela sucessão de Lira e os movimentos para eleger um novo presidente da Câmara colocam o governo Lula em uma posição delicada.

Para Horta, a maior falha do governo atual foi combater os fascistas, mas não a estrutura do fascismo que ainda se mantém viva. Ele alertou que, embora os movimentos bolsonaristas tenham sido desacreditados após o 8 de janeiro, as manobras políticas continuam a ser uma ameaça. “O que está acontecendo no parlamento é um saco de todos os medos”, afirmou Horta, sugerindo que a extrema direita está tentando ampliar seu poder de barganha a partir do medo e da violência.

•        O Papel do STF e a Impeachment de Ministros

Um dos temas centrais da entrevista foi a crescente pressão da extrema direita sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente sobre o ministro Alexandre de Moraes. Horta comentou sobre os pedidos de impeachment contra Moraes, promovidos por parlamentares bolsonaristas, e ressaltou que essa movimentação visa desestabilizar o STF e, consequentemente, o sistema democrático brasileiro. “É uma tentativa de coagir e tentar tirar algum proveito”, analisou Horta, referindo-se ao pedido de impeachment. Para ele, o Senado precisa agir com zelo e responsabilidade, mas os riscos de essa pressão política gerar instabilidade são altos.

<><> Anistia: Perigo para a Democracia

Horta foi contundente ao criticar a tentativa de anistia para os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Ele argumentou que a anistia seria um erro gravíssimo e que o fascismo só busca a pacificação temporária quando está enfraquecido, com o intuito de se reorganizar e voltar mais forte no futuro. “Foi necessária uma Segunda Guerra Mundial para derrotar o fascismo. Aqui no Brasil, não será diferente”, declarou.

O historiador alertou ainda que, caso o bolsonarismo retome forças, o Brasil poderá enfrentar uma nova onda de ataques às instituições democráticas. Ele destacou a importância de manter vigilância e fortalecer as instituições que garantem a democracia no país.

 

•        "Golpistas estão desesperados porque as condenações são inevitáveis", diz Kakay

Em entrevista ao jornalista Joaquim de Carvalho, repórter especial da TV 247, o jurista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que as condenações dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro são inevitáveis. Para ele, a sensação de desespero nas hostes bolsonaristas reflete o avanço das investigações e o aumento das condenações pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Quando o cidadão está sendo investigado e vê que, no mesmo processo, já tem 221 condenados, isso gera um desespero", declarou Kakay.

O jurista ressaltou que, apesar das manifestações recentes a favor da anistia para os golpistas, a Justiça brasileira tem agido de maneira firme e eficiente, com a prisão de mais de mil pessoas logo após os eventos de janeiro e a condenação de centenas de envolvidos. "Ficará muito mal para o Judiciário, para o Ministério Público e para a sociedade organizada se nada acontecer com aqueles que organizaram e financiaram o golpe", afirmou Kakay.

Durante a entrevista, Kakay destacou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, como fundamental para garantir que os responsáveis pelos atos antidemocráticos sejam levados à Justiça. Segundo ele, os ataques recentes ao ministro, especialmente de líderes bolsonaristas como Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, fazem parte de uma estratégia para tentar desestabilizar o Supremo Tribunal Federal. "O desespero leva a isso. Tentam desmoralizar o ministro Alexandre para criar uma situação de impunidade", disse Kakay.

Ele também criticou o movimento por anistia aos golpistas, que, segundo ele, busca fragilizar as instituições democráticas do país. "Estão desesperadamente tentando de todas as maneiras. Primeiro atacam o STF, depois o ministro Alexandre, e agora falam em anistia antes mesmo de ter condenação", pontuou.

•        Sangramento institucional

Kakay defendeu que o Brasil precisa fechar o ciclo das investigações para pôr fim ao que chamou de "sangramento institucional". "A democracia está em permanente ataque. Não podemos ficar testando o poder Judiciário indefinidamente", alertou o jurista.

Além das questões relacionadas aos atos de 8 de janeiro, Kakay também discutiu durante a entrevista os ataques contra o Supremo Tribunal Federal e a liberdade de expressão, que, segundo ele, tem sido usada de forma indevida para justificar ações golpistas. "A liberdade de expressão tem limites constitucionais e não pode ser usada para desestabilizar o Estado democrático de direito", afirmou.

Por fim, Kakay enfatizou que, enquanto as investigações não forem concluídas e os principais líderes dos atos golpistas, incluindo Jair Bolsonaro, não forem processados e julgados, o Brasil continuará vivendo uma situação de instabilidade. Ele concluiu que é imprescindível que o Ministério Público e o Judiciário ajam com rapidez e competência para garantir que os responsáveis sejam responsabilizados: "A condenação dessas pessoas é inevitável. Não podemos permitir que as instituições democráticas fiquem sob ataque sem uma resposta firme."

 

•        Bolsonaro divulga vídeo de ato flopado e apanha de seguidores: "frouxonaro", "se vendendo"

A cada dia que passa, Jair Bolsonaro (PL) sente que está perdendo a hegemonia no comando da ultradireita neofascista no Brasil.

Em um giro pelo Rio Grande do Sul ao lado de seu aliado do momento, o deputado Zucco (PL-RS), o ex-presidente participou de atos flopados e apanhou ao divulgar vídeos no Instagram.

As principais críticas partem de apoiadores de Pablo Marçal (PRTB), que acusam Bolsonaro de "se vender" ao apoiar Ricardo Nunes (MDB) nas eleições municipais em São Paulo.

Em vídeo de ato esvaziado na cidade de Carazinho, divulgado neste sábado (14), o ex-presidente recebeu uma saraivada de críticas pela "palhaçada aqui em SP", como classificou Eder Silva.

Outro comentário de Fabrício Natan acusou: "você está se vendendo". Seguido de Robson Cerqueira Dias: "Bolsonaro em reunião com Temer mais uma vez trai os patriotas".

O comentário faz referência à participação, por live, no evento de Nunes, em que Bolsonaro rasgou elogios ao ex-presidente golpista, Michel Temer (MDB), que estava no ato no Clube Monte Líbano, em São Paulo, na quinta-feira (12).

"Meus cumprimentos ao Michel Temer, onde (SIC) o Brasil achou o ponto de flexão da economia, e começou a marchar para frente de verdade. Parabéns pela reforma trabalhista, algo que precisava ser feito realmente", bajulou Bolsonaro.

"Uma pena estar com o bananinha capitão", diz um comentário de Binho Mendes usando o apelido dado a Nunes por Marçal.

Bolsonaro ainda foi chamado de "tchutchuca do Centrão" e seguidores ainda levantaram a tag #frouxonaro: "líder fraco e telhado de vidro".

•        Flopou: com previsão de '20 mil motocicletas', motociata promovida por Marçal reúne cerca de 200 veículos

A ‘motociata’ organizada pelo candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, reúne cerca de 200 pessoas na manhã deste domingo (15), informa o Globo. Em um comunicado enviado pela campanha à Polícia Militar, os organizadores informaram que a previsão era de "20 mil motocicletas". A concentração do evento estava prevista para às 10h, na avenida Olavo Fontoura, na zona Norte de São Paulo.

A maioria dos participantes usa o boné da campanha ("Faz o M") e muitos vestiam camisetas com os dizeres "Acelera pra Cristo" e "Apocalipse das motos". Um popular disse: "o Bolsonaro tem vir pra cá logo, o povo dele tá todo aqui. Vai ficar lá com o Nunes? Defendendo comunista?".

Não é a primeira vez que Pablo Marçal organiza uma motociata que tem baixa presença de público. Na última sexta-feira (13), o ex-coach promoveu o evento na avenida Faria Lima. No entanto, as imagens da manifestação mostram Marçal em cima de uma caminhonete, cercado por aproximadamente 15 pessoas, enquanto um outro carro com bandeiras do Brasil liderava a carreata.

O fracasso na motociata de Marçal ocorre em meio a sua queda nas pesquisas de intenção de voto. Segundo o Datafolha, o candidato passou de 22% para 19%, enquanto seus principais adversários, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol), subiram nas preferências dos eleitores.

•        Vice de Nunes sobre motociata de Marçal: 'Imita, tenta ser ídolo mas seu público são os robôs da internet'

O vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes (MDB), o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo (PL) foi às redes sociais para criticar a motociata realizada neste domingo (15) pelo candidato Pablo Marçal (PRTB). Segundo Mello, Marçal tenta imitar Jair Bolsonaro.

"Quer ser a pessoa que nunca será, imita, tenta ser ídolo mas seu público são os robôs da internet, kkkk." [sic], escreveu.

"Você querendo ser uma pessoa que nunca será!", completou. "Aliás quem é você de verdade? Sem sua armadura, sem os implantes, sem a dieta que em breve vai largar, quem é você de verdade? Nem você sabe." [sic], escreveu ainda o ex-comandante da Rota.

Apesar de Bolsonaro ser campeão de multas em motociatas, o ex-comandante da Rota fez uma lista das possíveis infrações cometidas por Marçal, que também foram cometidas nas motociatas pelo próprio Bolsonaro quando presidente, como transitar na ciclovia e a falta de capacete.

Mello Araújo ainda questionou qual o valor estava sendo pago para "encher de gente!" a motociata.

De acordo com notas fiscais que descrevem gastos com o cartão corporativo da Presidência da República, toda vez que Jair Bolsonaro decidia viajar a lazer ou passear de moto por capitais do País ele era acompanhado por até 300 militares ao custo médio de R$ 100 mil para os cofres públicos.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum/Jornal GGN

 

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