Pistas para pensar o futuro do trabalho no
Brasil
O mundo do trabalho no
Brasil está passando por transformações profundas, influenciadas por mudanças
globais e decisões políticas internas. Essas transformações não são meros
reflexos passivos de tendências internacionais, mas resultado de uma complexa
interação entre forças globais e escolhas nacionais. A reestruturação
produtiva, a flexibilização das relações de trabalho e a incorporação de novas
tecnologias têm reconfigurado não apenas os processos de produção, mas também
as próprias relações sociais e a subjetividade dos trabalhadores. Este cenário
de mudanças aceleradas demanda uma análise crítica e minuciosa, capaz de
desvelar as contradições e os desafios que se apresentam para a classe
trabalhadora brasileira.
Neste contexto, é
fundamental compreender que as transformações no mundo do trabalho não ocorrem
em um vácuo histórico ou social. Elas são parte de um processo mais amplo de
reconfiguração do capitalismo global, marcado pela financeirização da economia,
pela ascensão de novos polos de poder econômico e pela intensificação das
desigualdades sociais. No Brasil, esse processo se desdobra de maneira
particular, refletindo tanto a posição do país na divisão internacional do
trabalho quanto as especificidades de sua formação social e econômica. A
persistência de formas precárias de trabalho, a informalidade e a desigualdade
estrutural são elementos que se entrelaçam com as novas dinâmicas impostas pela
globalização e pela revolução tecnológica, criando um cenário complexo e
desafiador.
Este artigo busca,
portanto, analisar essas transformações sob uma perspectiva crítica,
considerando tanto as tendências globais quanto as especificidades do contexto
brasileiro. Propõe-se a examinar não apenas os indicadores econômicos e as
estatísticas do mercado de trabalho, mas também as experiências concretas dos
trabalhadores, suas lutas e formas de resistência. Ao adotar essa abordagem,
pretende-se contribuir para uma compreensão mais profunda e nuançada das
mudanças em curso, bem como para a formulação de estratégias e políticas
capazes de enfrentar os desafios que se apresentam. A análise se debruçará
sobre questões como a precarização do trabalho, a uberização da economia, o
impacto das novas tecnologias, as mudanças nas formas de organização sindical e
as perspectivas para a construção de um futuro do trabalho mais justo e
inclusivo no Brasil.
• A ascensão do Oriente e a Nova Divisão
Internacional do Trabalho
O protagonismo chinês
na economia global tem reconfigurado as relações comerciais internacionais,
afetando diretamente o Brasil e outros países em desenvolvimento. Esta mudança
no centro dinâmico mundial, caracterizada pela ascensão da China como potência
econômica, representa uma transformação significativa na divisão internacional
do trabalho. Como observa Alves (2014), esse processo não se limita a uma
simples realocação geográfica da produção, mas implica uma reestruturação
profunda das cadeias globais de valor e das relações de poder no capitalismo
global.
A nova configuração da
economia mundial, impulsionada pelo crescimento chinês, tem impactos
contraditórios sobre o mercado de trabalho brasileiro. Por um lado, a demanda
chinesa por commodities tem favorecido o setor primário-exportador do Brasil,
gerando empregos e divisas. Por outro lado, como argumenta Pochmann (2016),
essa dinâmica tem intensificado o processo de reprimarização da economia
brasileira, comprometendo o desenvolvimento industrial e tecnológico do país.
Este cenário coloca em xeque a capacidade do Brasil de gerar empregos de
qualidade e de se inserir de forma competitiva nos segmentos mais dinâmicos da
economia global.
A inserção do Brasil
nessa nova divisão internacional do trabalho é marcada por contradições e
desafios. Antunes (2018) ressalta que o avanço do capitalismo
informacional-digital, liderado pelos países do centro, tem aprofundado as
desigualdades entre as nações e dentro delas. No caso brasileiro, observa-se
uma tendência à precarização e informalização do trabalho, com a proliferação
de ocupações de baixa qualificação e remuneração, especialmente no setor de
serviços. Este processo é agravado pela concorrência com produtos manufaturados
chineses, que pressionam a indústria nacional e contribuem para a
desestruturação de setores intensivos em mão de obra.
Diante desse cenário,
é crucial repensar as estratégias de desenvolvimento e as políticas de trabalho
no Brasil. Braga (2017) argumenta que é necessário superar a lógica da
especialização regressiva e buscar uma inserção mais qualificada na economia
global. Isso implica investimentos em educação, ciência e tecnologia, bem como
o fortalecimento de setores estratégicos capazes de gerar empregos de
qualidade. Além disso, é fundamental a adoção de políticas de proteção social e
regulação do trabalho que combatam a precarização e promovam condições dignas
de emprego. Só assim será possível enfrentar os desafios impostos pela nova
divisão internacional do trabalho e construir um futuro mais promissor para os
trabalhadores brasileiros.
• A Era Digital e a transformação do
trabalho
A transição para a Era
Digital, intimamente ligada à ascensão do Oriente discutida anteriormente, está
revolucionando as formas de trabalhar, distribuir e viver em escala global.
Esta mudança, caracterizada pela introdução massiva de tecnologias digitais e
de automação nos processos produtivos, cria uma nova divisão internacional do
trabalho, aprofundando as desigualdades entre países produtores e exportadores
de tecnologia e aqueles que são meros consumidores. Castells (2020) argumenta
que essa nova configuração resulta em uma “sociedade em rede”, na qual o
controle sobre os fluxos de informação e tecnologia se torna um elemento
central de poder econômico e geopolítico.
No contexto desta nova
divisão internacional do trabalho digital, o Brasil encontra-se em uma posição
particularmente delicada. Como observa Schwab (2016), a chamada Quarta
Revolução Industrial tem o potencial de exacerbar as desigualdades tanto entre
países quanto dentro deles. No caso brasileiro, o risco de se tornar
predominantemente importador de tecnologia é real e preocupante, podendo
limitar severamente a criação de empregos de alta qualificação no país. Esse
cenário é agravado pela situação de dependência tecnológica que, segundo
Antunes e Braga (2019), caracteriza a inserção subordinada do Brasil na
economia global digitalizada.
A digitalização da
economia e do trabalho no Brasil apresenta características contraditórias. Por
um lado, como argumenta Abílio (2020), observa-se a proliferação de formas de
trabalho mediadas por plataformas digitais, como no caso dos entregadores de aplicativos.
Essas novas modalidades de trabalho, frequentemente apresentadas sob o
eufemismo da “economia do compartilhamento”, muitas vezes resultam em
precarização e intensificação da exploração laboral. Por outro lado, setores de
alta tecnologia, como o desenvolvimento de software e a economia criativa
digital, oferecem oportunidades de trabalho qualificado, ainda que de forma
limitada e concentrada geograficamente.
A transformação
digital do trabalho no Brasil não pode ser compreendida de forma isolada das
dinâmicas globais de reestruturação produtiva e financeirização da economia.
Dardot e Laval (2016) argumentam que a racionalidade neoliberal, que permeia
essas transformações, promove uma lógica de competição generalizada e
individualização dos riscos sociais. No contexto brasileiro, isso se traduz em
uma tendência à flexibilização das relações de trabalho, com a proliferação de
contratos temporários, trabalho autônomo e outras formas de vínculo precário.
Essa precarização é particularmente evidente no setor de serviços, que absorve
grande parte da força de trabalho deslocada pela automação e digitalização de
outros setores.
Diante desses
desafios, é crucial que o Brasil desenvolva estratégias para uma inserção mais
qualificada na economia digital global. Mazzucato (2014) defende a importância
de políticas industriais e de inovação orientadas por missões, capazes de
direcionar o desenvolvimento tecnológico para objetivos socialmente relevantes.
No contexto brasileiro, isso poderia se traduzir em investimentos estratégicos
em áreas como energia renovável, biotecnologia e tecnologias digitais aplicadas
à saúde e educação. Além disso, como argumenta Huws (2014), é fundamental
repensar as formas de organização e regulação do trabalho na era digital,
buscando garantir direitos e proteções sociais adequados às novas realidades
laborais. Só assim será possível aproveitar as oportunidades da revolução
digital sem comprometer os direitos e a dignidade dos trabalhadores
brasileiros.
• Recuperação pós-pandemia e desigualdades
persistentes
A recuperação do
mercado de trabalho brasileiro nos últimos dois anos pós-pandemia, evidenciada
pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), deve ser analisada
à luz das transformações globais discutidas anteriormente, como a ascensão do
Oriente e a digitalização da economia. Neste contexto, Pochmann (2020)
argumenta que a pandemia não apenas expôs, mas também aprofundou as
fragilidades estruturais do mercado de trabalho brasileiro, marcado por altos
níveis de informalidade e precarização. A recuperação observada, portanto,
ocorre sobre bases já fragilizadas, refletindo e reproduzindo desigualdades
históricas.
As desigualdades
regionais, de gênero e raça que persistem no mercado de trabalho brasileiro são
um reflexo direto da inserção subordinada do país na nova divisão internacional
do trabalho. Conforme aponta Hirata (2018), a intersecção entre classe, gênero
e raça é fundamental para compreender a dinâmica do trabalho no capitalismo
globalizado. No Brasil, essa interseccionalidade se manifesta na concentração
de mulheres, especialmente mulheres negras, em setores mais precários e mal
remunerados da economia, muitos dos quais foram particularmente afetados pela
pandemia e pela crescente digitalização do trabalho.
A heterogeneidade da
recuperação pós-pandemia revela também as disparidades na capacidade de
diferentes setores e regiões de se adaptarem às novas demandas da economia
digital. Conforme discutido por Antunes (2020), enquanto alguns setores, como o
de tecnologia da informação, experimentaram um boom durante e após a pandemia,
outros, como o comércio tradicional e serviços pessoais, enfrentaram
dificuldades significativas. Essa dinâmica tende a exacerbar as desigualdades
regionais, favorecendo centros urbanos mais desenvolvidos em detrimento de
regiões periféricas, num processo que Brandão (2019) caracteriza como
“desenvolvimento geográfico desigual”.
Diante desse cenário,
é crucial reconhecer que a mera retomada dos níveis de emprego pré-pandemia não
é suficiente para abordar as desigualdades estruturais do mercado de trabalho
brasileiro. Como argumenta Lavinas (2021), é necessária uma política de desenvolvimento
que combine investimentos em setores estratégicos, como tecnologia verde e
economia do cuidado, com políticas robustas de proteção social e valorização do
trabalho. Apenas através de uma abordagem integrada, que leve em conta as
especificidades do contexto brasileiro e as tendências globais discutidas
anteriormente, será possível construir um mercado de trabalho mais equitativo e
resiliente às futuras crises.
• Precarização do trabalho e subutilização
da força de trabalho
A subutilização da
força de trabalho no Brasil, embora tenha apresentado uma leve redução nos
últimos anos, continua em patamares alarmantes. Este fenômeno está
intrinsecamente ligado às transformações globais discutidas anteriormente, como
a ascensão do Oriente e a digitalização da economia, que têm reconfigurado as
relações de trabalho em escala mundial. Conforme argumenta Standing (2014), a
flexibilização e precarização do trabalho não são anomalias, mas
características estruturais do capitalismo contemporâneo, que ele denomina de
“precariado”. No contexto brasileiro, essa tendência global se soma a
fragilidades históricas do mercado de trabalho, resultando em um cenário
particularmente desafiador.
O trabalho
intermitente e a contratação temporária, modalidades que ganharam força com a
reforma trabalhista de 2017, têm afetado de maneira significativa profissionais
qualificados, incluindo professores e trabalhadores da área de saúde. Krein et
al. (2021) argumentam que essas formas de contratação, longe de promoverem a
geração de empregos como prometido, têm na verdade intensificado a precarização
do trabalho. O resultado é a proliferação de jornadas e salários menores, além
de uma crescente insegurança laboral, mesmo entre trabalhadores com alta
qualificação.
A precarização do
trabalho no Brasil não pode ser dissociada do processo de desindustrialização e
reprimarização da economia, discutidos nas seções anteriores. Como aponta
Pochmann (2016), a perda de participação da indústria no PIB brasileiro tem
sido acompanhada por uma deterioração da qualidade dos empregos gerados, com o
setor de serviços absorvendo grande parte da força de trabalho em condições
frequentemente precárias. Esse movimento é agravado pela inserção subordinada
do Brasil na economia digital global, que tende a concentrar os empregos de
alta qualificação e remuneração nos países centrais.
• Formação e qualificação profissional
Diante dos desafios
impostos pela Era Digital e pela nova economia global, o investimento em
educação e formação profissional torna-se ainda mais crucial para o Brasil.
Contudo, como argumenta Saviani (2018), é necessário superar a visão
instrumental da educação, que a reduz a mera formação de “capital humano” para
o mercado. Uma abordagem crítica e emancipatória da educação deve visar não
apenas a qualificação técnica, mas também o desenvolvimento da capacidade
crítica e da cidadania ativa.
A formação
profissional no Brasil enfrenta o desafio de preparar trabalhadores para um
mercado em rápida transformação, marcado pela automação e pela inteligência
artificial. Nesse contexto, Schwab e Davis (2018) argumentam que as habilidades
mais valorizadas serão aquelas dificilmente substituíveis por máquinas, como
criatividade, empatia e pensamento crítico. Isso demanda uma reorientação dos
currículos e metodologias educacionais, privilegiando abordagens
interdisciplinares e o desenvolvimento de competências socioemocionais.
Entretanto, é
fundamental reconhecer que o investimento em educação e formação profissional,
embora necessário, não é suficiente para resolver os problemas estruturais do
mercado de trabalho brasileiro. Como alertam Laval et al. (2012), a ênfase
excessiva na qualificação individual como solução para o desemprego e a
precariedade pode levar à culpabilização dos trabalhadores, obscurecendo as
raízes sistêmicas desses problemas. É necessário, portanto, articular as
políticas educacionais com estratégias mais amplas de desenvolvimento econômico
e social.
• Políticas de emprego e proteção social
O desenvolvimento de
políticas de emprego que garantam direitos sociais e promovam a inclusão é
fundamental para enfrentar as desigualdades persistentes no mercado de trabalho
brasileiro, especialmente no contexto pós-pandemia e de aceleração da digitalização
da economia. Conforme argumenta Lavinas (2021), é necessário repensar o modelo
de proteção social brasileiro, superando a lógica da focalização e da
financeirização que tem predominado nas últimas décadas. A autora defende a
construção de um sistema de proteção social universal, capaz de oferecer
segurança econômica e bem-estar a todos os cidadãos, independentemente de sua
situação laboral.
Uma política de
emprego efetiva para o Brasil contemporâneo deve levar em conta as
transformações discutidas nas seções anteriores, como a nova divisão
internacional do trabalho e a revolução digital. Nesse sentido, Mazzucato
(2021) propõe uma abordagem de política industrial orientada por missões, capaz
de direcionar o investimento público e privado para áreas estratégicas como
energias renováveis, economia do cuidado e tecnologias digitais inclusivas. Tal
abordagem teria o potencial de gerar empregos de qualidade e promover um
desenvolvimento mais sustentável e equitativo.
Por fim, é crucial
reconhecer que o enfrentamento das desigualdades no mercado de trabalho
brasileiro demanda não apenas políticas econômicas e sociais, mas também uma
profunda transformação nas relações de poder na sociedade. Como argumenta Braga
(2017), a construção de um futuro do trabalho mais justo e inclusivo passa
necessariamente pelo fortalecimento da organização e da luta dos trabalhadores.
Isso implica repensar as formas tradicionais de sindicalismo, buscando novas
estratégias de mobilização e representação capazes de abarcar a diversidade e a
complexidade do mundo do trabalho contemporâneo.
• Sustentabilidade e adaptação às mudanças
climáticas
A transição para uma
economia verde e a adaptação às mudanças climáticas emergem como imperativos
incontornáveis na formulação de políticas de trabalho e desenvolvimento
econômico para o Brasil. Esta necessidade se articula diretamente com as
transformações globais discutidas anteriormente, como a ascensão do Oriente e a
revolução digital, bem como com os desafios internos de precarização do
trabalho e desigualdades persistentes. Conforme argumenta Abramovay (2019), a
transição para uma economia de baixo carbono não representa apenas uma resposta
à crise climática, mas também uma oportunidade de reinvenção do próprio
capitalismo, com potencial para geração de empregos de qualidade e redução das
desigualdades.
No contexto
brasileiro, a implementação de políticas orientadas para a sustentabilidade e
adaptação climática deve considerar as especificidades socioeconômicas do país.
Isso implica, por exemplo, em estratégias para uma transição justa nos setores
mais afetados pela descarbonização, como propõe Rosemberg (2020). Além disso, é
fundamental reconhecer e valorizar o conhecimento e as práticas sustentáveis
das comunidades tradicionais e povos indígenas, como defende Krenak (2019),
integrando essas perspectivas nas políticas de desenvolvimento e trabalho.
• Considerações finais
O futuro do trabalho
no Brasil, como evidenciado ao longo deste artigo, é moldado tanto pelas
transformações globais quanto pelas escolhas políticas internas. A ascensão do
Oriente, a revolução digital, as mudanças climáticas e a pandemia de covid-19
têm reconfigurado profundamente as relações de trabalho em escala global. No
contexto brasileiro, essas tendências se entrelaçam com desafios históricos
como a desigualdade estrutural, a inserção subordinada na economia global e a
precarização do trabalho.
Para enfrentar esses
desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, é crucial adotar uma
abordagem crítica e propositiva, que priorize a garantia de direitos sociais e
a redução das desigualdades. Como argumenta Antunes (2018), é necessário superar
a lógica da precarização e da uberização do trabalho, buscando formas de
organização produtiva que valorizem o trabalho digno e socialmente
significativo. Isso implica em repensar não apenas as políticas de emprego, mas
também o próprio modelo de desenvolvimento econômico do país.
A construção de um
mercado de trabalho mais justo e inclusivo demanda um esforço conjunto da
sociedade, do Estado e do setor privado. Nesse sentido, Dowbor (2017) propõe
uma “economia do conhecimento socialmente orientada”, na qual o avanço
tecnológico seja direcionado para a solução de problemas sociais e ambientais.
Isso requer uma articulação entre políticas de inovação, educação e proteção
social, capaz de preparar a força de trabalho brasileira para os desafios do
século XXI sem deixar ninguém para trás.
Somente através de
políticas públicas bem formuladas e de um compromisso com o desenvolvimento
sustentável será possível criar um futuro do trabalho que atenda às
necessidades e aspirações de todos os brasileiros. Como destacam Cavalcanti e
Guedes (2021), a transição para uma economia verde e socialmente inclusiva
oferece uma oportunidade única de reconciliar os objetivos de crescimento
econômico, geração de empregos de qualidade e preservação ambiental. Para isso,
é fundamental fortalecer os mecanismos de participação democrática e controle
social, garantindo que as vozes dos trabalhadores e das comunidades afetadas
sejam ouvidas no processo de formulação e implementação de políticas.
Em conclusão, o futuro
do trabalho no Brasil se apresenta como um campo de disputas e possibilidades.
Os desafios são imensos, mas também o são as oportunidades de construir um
modelo de desenvolvimento mais justo, sustentável e inclusivo. Como argumenta
Santos (2021), é necessário cultivar uma “sociologia das emergências”, capaz de
identificar e fortalecer as sementes de futuros alternativos já presentes nas
práticas e lutas sociais do presente. Somente assim será possível superar as
armadilhas da precarização e da desigualdade, construindo um futuro do trabalho
que seja verdadeiramente emancipatório e alinhado com as aspirações mais
profundas da sociedade brasileira.
Fonte: Por Erik
Chiconelli Gomes, em Outras Palavras
Nenhum comentário:
Postar um comentário