sábado, 28 de setembro de 2024

Crescimento econômico global do século XXI vai se concentrar nos países do BRICS, diz Putin

O crescimento econômico global do século XXI não vai se concentrar na Europa ou na América do Norte, mas nos países do BRICS, disse o presidente russo Vladimir Putin na sessão plenária do Fórum Internacional Semana Russa de Energia em Moscou na quinta-feira (26).

Putin afirmou que os países que querem aderir ao BRICS veem a perspectiva de uma ordem mundial equitativa com respeito aos interesses nacionais dos Estados.

"Modelos de desenvolvimento multipolar estão se formando, lançando uma nova onda de crescimento global para todo o século XXI. [...] O principal crescimento vai se concentrar não na Europa e na América do Norte, que estão gradualmente perdendo suas posições na economia global, mas nos países do BRICS e nos Estados que desejam se juntar à nossa associação", disse o presidente.

Putin ressaltou também que os países com altas taxas de nascimentos do Sul Global serão os líderes em ritmos de crescimento econômico.

A tarefa do BRICS, segundo ele, é combinar potenciais econômicos e criar um espaço de cooperação mutuamente benéfica entre os países.

"Dentro da estrutura de cooperação com os países do BRICS, estamos trabalhando na criação de nosso próprio circuito de pagamentos e câmbios, que vai criar condições para o processamento eficiente e independente de todo o comércio exterior", declarou Putin.

No que se trata da energia, o presidente russo assegurou que a Rússia está pronta para fortalecer a soberania tecnológica de seus parceiros, formando cadeias científicas e de produção.

Ao mesmo tempo, elites ocidentais estão bloqueando acesso à plataforma e às tecnologias do complexo de combustível e energia russas por terem medo da concorrência.

De acordo com ele, a Rússia incorpora uma transição energética justa na prática, ao contrário de vários países ocidentais que só usam a agenda verde para promover seus interesses essencialmente neocoloniais.

O Fórum Internacional Semana Russa de Energia se realiza em Moscou de 26 a 28 de setembro. A Sputnik é o parceiro informativo do fórum.

¨      China chama EUA de maior ameaça ao mundo e fonte de guerras

Os Estados Unidos são a maior ameaça à paz mundial e uma fonte de guerras e conflitos, disse o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Zhang Xiaogang, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (26).

Falando da contribuição dos países para a paz e conciliação mundiais, o representante do ministério chinês sublinhou que "a China é uma construtora da paz mundial", que investe no desenvolvimento mundial.

Ele destacou que "Pequim adere estritamente à natureza defensiva de sua política militar", enquanto "todos sabem que os EUA são a maior ameaça à paz mundial e uma fonte de guerra e conflito".

"Jogar a 'carta chinesa' não vai resolver os problemas dos próprios EUA. Exigimos que os EUA formem uma percepção correta da China, vejam o desenvolvimento militar e as intenções estratégicas da China de forma objetiva e racional, e façam mais do que é propício para preservar o relacionamento entre os dois países e suas forças armadas, além de promover a paz e a estabilidade regionais", enfatizou Xiaogang.

Ele acrescentou que, nos últimos anos, os EUA têm considerado as Forças Armadas chinesas em termos de concorrência e ameaça, e exageram a chamada "ameaça militar chinesa" em uma tentativa de encontrar uma desculpa para expandir seu próprio poder militar.

<><> Lavrov: Rússia entende que escudo antimíssil nuclear para a Coreia do Norte é base de segurança

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quinta-feira (26) que Moscou entende a posição da Coreia do Norte de que o escudo nuclear é a base para garantir independência e segurança.

Segundo ele, há um entendimento por parte do poderio russo sobre a posição de Pyongyang de que a base para garantir a defesa do país é um escudo antimíssil nuclear.

"Entendemos a posição de princípios dos nossos amigos coreanos de que a base para garantir sua própria independência e segurança é um escudo antimíssil nuclear e outras medidas de autodefesa", disse o ministro à Sputnik.

A profunda e sincera confiança entre os líderes da Rússia e da Coreia do Norte se baseia no entendimento comum e na coincidência de avaliações da situação internacional, acrescentou o ministro.

Ele também falou sobre a resolução da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a respeito da Coreia do Norte. Segundo o ministro, ela é "prejudicial, inadequada e destrutiva, e Moscou rejeita este documento".

 

¨      O que China e Venezuela têm a ver com a crise diplomática entre EUA e Honduras?

A crise diplomática entre Honduras e os EUA envolvendo a atual presidente de Honduras, Xiomara Castro, ganhou novos capítulos depois que ela anunciou o rompimento de um tratado de extradição entre os dois países que existe há mais de 120 anos.

Ela deu a declaração após denunciar, na última semana, que os Estados Unidos estão tentando influenciar o resultado das próximas eleições hondurenhas, previstas para novembro do ano que vem.

Semanas antes, a embaixadora dos Estados Unidos em Honduras, Laura Dogu, criticou uma aproximação ocorrida entre uma autoridade hondurenha e uma venezuelana, além de levantar a suspeita de que o governo de Castro estaria envolvido com o narcotráfico.

A diplomata afirmou que ambos os funcionários se reuniram em Caracas com "traficantes de drogas", referindo-se a um encontro de cortesia com o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López.

Em 30 de agosto, o chanceler hondurenho, Enrique Reina, afirmou que fontes da inteligência do país detectaram um plano articulado por Dogu para supostamente dividir as Forças Armadas e destituir o chefe militar Roosevelt Hernández.

Ao mesmo tempo, a oposição ao governo de Honduras alega que a atual presidente acabou com o tratado de extradição para evitar uma eventual extradição dela e de aliados, caso seja condenada por algum tipo de envolvimento com o narcotráfico.

Nas últimas décadas, o envolvimento político do país com o tráfico de drogas tem sido uma constante, assim como a extradição de cidadãos hondurenhos para serem julgados nos EUA — inclusive um ex-presidente, Juan Orlando Hernández.

Para debater o imbróglio e possíveis consequências para o país e a região, a Sputnik Brasil ouviu especialistas no assunto no podcast Mundioka.

"Esse tratado tem sido utilizado como instrumento, digamos, político, justamente para remover parte dessas autoridades locais […]. Também permitiu uma ingerência muito grande dos Estados Unidos sobre a política local, sob o argumento de que o sistema judiciário de Honduras não seria competente o suficiente ou estaria permeado por narcotraficantes", disse Beatriz Bandeira de Mello, cientista política, doutoranda em relações internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora no Observatório Político Sul-Americano (OPSA).

A proximidade com a Venezuela é um ponto desestabilizador das relações EUA-Honduras, de acordo com os entrevistados. Honduras foi um dos poucos países que reconheceram a vitória de Nicolás Maduro.

Ricardo Caichiolo, professor de relações Internacionais do Ibmec Brasília, frisou que "não é do interesse dos Estados Unidos que haja uma aproximação e uma confluência de países que apoiem abertamente a Venezuela".

O fato de Nicarágua e Cuba apoiarem a decisão da presidente hondurenha também engrossa o caldo da crise com os EUA, mencionou a cientista política.

Segundo ela, são países que "não estão alinhados à cartilha da política externa dos Estados Unidos".

"A Xiomara veio com essa proposta de concretizar o que seria um socialismo democrático, então a própria identificação do governo com essa vertente política, mais a participação em fóruns multilaterais regionais e essa aproximação com Venezuela, Cuba, provoca essa reação mais, digamos, incisiva do governo dos Estados Unidos."

A priorização das relações de Honduras com a China, nos últimos meses, representa outro ponto desestabilizador da relação com os EUA.

"Se olharmos para a conjuntura macro e para o posicionamento dos Estados Unidos na região, na verdade uma das grandes preocupações tem sido ultimamente o aumento da presença chinesa", disse ela, ao afirmar que os EUA vivem uma quebra de hegemonia na América Latina.

Caichiolo ponderou que, por outro lado, a aplicação de uma eventual sanção poderia aproximar ainda mais Honduras e China.

"Honduras pode se valer disso para poder dialogar com a China e conseguir tentar o melhor dos mundos, ter uma boa relação com os Estados Unidos. Vendo do panorama norte-americano, sem dúvida nenhuma não é do interesse norte-americano."

Ele observou ainda que nos últimos anos os Estados Unidos têm evitado contribuir para instabilidades na região, com receio de um aumento no nível da imigração para o seu território.

"Eles realmente têm essa tradição de interferência em assuntos internos de outros Estados […]. A própria deposição de um presidente causa instabilidade na região, impacta negativamente a política interna de um determinado Estado, e pensando em um país da América Central, a saída de cidadãos vai ser estimulada, porque procuram eventualmente ir para os Estados Unidos."

O analista ressaltou que também não interessa para Honduras uma crise diplomática com os EUA, que é seu maior parceiro comercial.

"É importante salientar que existe um acordo de livre comércio que envolve também os Estados Unidos, a América Central e a República Dominicana. É importante também para Honduras continuar esse processo de abertura comercial, por meio do qual Honduras conseguiu nos últimos anos, inclusive, um crescimento do PIB até razoável, em torno de 3%; deve ficar em torno de 3,5% ao longo deste ano."

A atual crise não terá grandes consequências e o tratado deve ser recolocado em vigor em breve, avaliou Caichiolo: "Há um estremecimento das relações, mas nada que impeça que no futuro próximo isso seja normalizado", opinou.

Para a cientista política, no entanto, qualquer prognóstico é precipitado, pois apesar do apoio popular ao governo do país centro-americano, as últimas eleições têm mostrado que as forças opositoras e a pressão externa, sobretudo dos Estados Unidos, tendem a ser um instrumento ou um canal de desestabilização para essas conjunturas.

"A grande questão agora é observar se as instituições vão dar conta de conduzir o processo eleitoral e conter essa crise, mantendo o apoio popular e o legado do [Manuel] Zelaya [ex-presidente de Honduras] e da Xiomara Castro em Honduras", arremata ela.

 

¨      Como está a investigação da sabotagem aos gasodutos Nord Stream 2 anos depois?

Dois anos após uma série de explosões que deixaram o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) inoperante, as potências ocidentais finalmente se moveram para identificar e punir as pessoas responsáveis por esse ato de terrorismo industrial. A Sputnik explica por que este movimento não é real.

Imediatamente após a destruição do Nord Stream, alguns países europeus — incluindo a Alemanha, que mais sofreu com a perda de acesso ao gás natural russo confiável e barato — demonstraram uma notável falta de interesse em chegar ao fundo desta questão.

# A revelação bombástica do jornalista investigativo norte-americano Seymour Hersh que identificou os Estados Unidos (que tinham os meios para realizar este ataque e que repetidamente anunciaram seu desejo de encerrar o gasoduto Nord Stream 2) e a Noruega como os perpetradores do bombardeio foi amplamente ignorada.

# Apesar de iniciar uma investigação formal sobre a destruição do gasoduto, a Dinamarca — um dos países por cujas águas o Nord Stream 2 foi instalado — encerrou a investigação em fevereiro de 2024, alegando não haver base para um caso criminal.

# A Suécia — outro país cujas águas contêm uma parte do gasoduto — também encerrou sua investigação no mesmo mês devido à alegada falta de jurisdição.

# Enquanto isso, a Alemanha agora alega que o ataque foi realizado por uma equipe de, por falta de um termo melhor, mergulhadores amadores da Ucrânia contratados por um grupo de oficiais ucranianos liderados por Valery Zaluzhny, ex-comandante-

# Todas as potências ocidentais que alegaram ter investigado a destruição do Nord Stream também ignoraram intencionalmente os pedidos de informações da Rússia sobre as explosões que destruíram o gasoduto.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em agosto de 2024 que Berlim "deve parar de se recusar categoricamente a apresentar os fatos que eles não puderam deixar de descobrir".

Ele observou ainda que o fato de algumas das informações solicitadas por Moscou "não serem fornecidas por canais oficiais, mas aparecerem em jornais" sugere que toda essa investigação sobre supostas ações de alguns oficiais ucranianos pode ter como objetivo desviar a atenção pública dos verdadeiros perpetradores.

¨      Rússia: sabotagem no Nord Stream foi ato de guerra econômica dos EUA e Reino Unido contra aliados

O Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo) está recebendo novas informações que confirmam o envolvimento dos Estados Unidos e Reino Unido nas explosões do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte), informou o serviço de imprensa do SVR na quinta-feira (26).

Segundo informado, o SVR tem recebido informações sobre as explosões dos gasodutos russos de exportação de gás para a Europa, o Nord Stream e Nord Stream 2, desde que aconteceram em 26 de setembro de 2022.

A inteligência disponível indica claramente que os ataques ao Nord Stream são um ato de terrorismo internacional e uma guerra econômica "anglo-saxônica" contra seus aliados europeus, principalmente a Alemanha.

O SVR alegou que, desde 2022, Washington e Londres vêm tentando sistematicamente remover o tema da sabotagem do Nord Stream da agenda internacional.

"O SVR russo tem informações sobre a decisão tomada nos Estados Unidos e no Reino Unido de implementar uma campanha de desinformação na véspera do próximo aniversário das explosões para encobrir o verdadeiro propósito da sabotagem e seus organizadores. Desde agosto deste ano, as estruturas e a mídia controladas por Washington e Londres têm implementado a falsidade de que os ataques foram realizados exclusivamente por extremistas ucranianos que agiram de forma independente", disse o comunicado.

Essa versão é absolutamente absurda, de acordo com o serviço, porém, os serviços de investigação alemães já a adotaram como sendo a principal.

"[Os serviços alemães] receberam um ultimato para acelerar a investigação até o final do ano, para culpar os 'aventureiros ucranianos que odeiam a Rússia' pelo ataque e para tirar do ataque a cooperação transatlântica."

O SVR observou que o ataque terrorista aos gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2 causou danos irreparáveis à economia da Europa e expressou a esperança de que uma investigação objetiva ainda seja realizada.

Depois das explosões, a Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartaram a possibilidade de sabotagem.

A empresa Nord Stream AG, operadora do Nord Stream, informou que os danos nos dutos não tinham precedentes e que era impossível estimar o prazo para reparos.

A Procuradoria-Geral da Rússia iniciou um caso por ato de terrorismo internacional.

Em janeiro de 2023, a Alemanha deteve um barco que pode ter sido usado para transportar explosivos e mergulhadores ao local do gasoduto.

A mídia informou posteriormente que a Procuradoria alemã emitiu um mandado de prisão para um cidadão ucraniano, Vladimir Zh., sobre o caso, mas o suspeito deixou a Polônia de carro rumo à Ucrânia em 6 de julho.

A Rússia solicitou várias vezes dados sobre as explosões do Nord Stream aos países ocidentais, mas nunca os recebeu, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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