HIPÓXIA
DE NITROGÊNIO: O NOVO MÉTODO DE EXECUÇÃO NOS EUA
Nos Estados Unidos, a pena de morte é um tema que gera discussões e controvérsias
há algum tempo. Atualmente, 24 estados do país mantêm a pena de morte em vigor
e, desde a década de 1970, mais de 1.500 pessoas foram executadas no
país.
Mas além de não ser um método penal válido em todo o
território, os métodos de execução adotados entre os estados também varia
bastante. E agora, três deles — Alabama, Oklahoma e Mississippi — devem adotar
uma nova forma de execução: a hipóxia de nitrogênio. A medida, segundo seus
defensores, irá resultar em menor sofrimento aos condenados, mas
especialistas afirmam que não existem evidências sobre isso.
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Método 'humanizado' de execução
A ideia por trás do uso do nitrogênio é fazer com
que sua saturação diminua os níveis de oxigênio no corpo humano. A pessoa
usaria uma máscara e passaria a receber uma dosagem do gás. Segundo
especialistas, após alguns minutos, o condenado ficaria desacordado e, com
menos oxigênio, suas funções vitais — pressão arterial, pulsação, frequência
respiratória e temperatura corporal — seriam afetadas, causando o óbito.
Um dos argumentos utilizados por quem defende o
método, é que ele seria mais "humanizado", causando menos sofrimento.
Casos recentes envolvendo injeções letais, resultaram execuções lentas e demoradas — o caso
mais famosos aconteceu em 2014, quando Clayton Lockette recebeu uma injeção com
um fármaco pouco estudado, e que levou 43 minutos para matá-lo, enquanto ele
agonizou com espasmos e convulsões.
Mas não é apenas a ética que influencia na escolha
por um novo método de execução. Há alguns anos que os Estados Unidos enfrentam
dificuldade para conseguir manter os estoques das substâncias utilizadas na
injeção letal. O estado de Oklahoma, por exemplo, aprovou o uso da hipóxia de
nitrogênio em 2015, para tentar dar conta da fila de presos no corredor da
morte.
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Faltam evidências
A principal barreira para o uso da hipóxia de
nitrogênio nas execuções é que ela nunca foi testada. A falta de evidências de
que esse método é realmente indolor é o que tem feito com que Oklahoma e
Mississippi, os dois estados que já aprovaram o seu uso, não tenham realizado
nenhuma execução com o nitrogênio.
Apesar disso, o John Hamm, comissário que chefia os
sistemas prisionais do Alabama, disse à imprensa que até o final deste ano o
método deve ser aprovado no estado. Essa postura gerou uma série de críticas,
tanto ao estado quanto ao método de execução.
Jose Vazquez, porta-voz da União Americana pelas
Liberdades Civis (ACLU) do Alabama afirmou que “As execuções no estado têm sido
notavelmente secretas, apressadas e aleatórias”. Ele fez referência a uma série
de execuções malsucedidas no estado em 2022.
Joel Zivot, professor de anestesiologia e cirurgia
do Oxford College of Emory University, expressou preocupação com o procedimento
não testado. Ele acredita que é muito difícil que o método funcione de maneira
eficaz, além de ser perigoso para que for realizar a aplicação e outras pessoas
que estejam por perto.
“É impossível avaliá-lo a menos que possa ser
avaliado [previamente]… e realmente não há um método ético de testá-lo em
pessoas” explicou Zivot. “Acho que o gás nitrogênio não vai funcionar… porque
respirar ele vai ser muito mais complicado e, por ser inodoro e incolor, é
perigoso manipulá-lo, então todos que estão nas proximidades da pessoa que está
sendo executada podem, teoricamente, estar em risco”.
Fonte: Mega Curioso
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