Tabagismo
é fator de risco para diversas doenças, explica pneumologista
O tabagismo é um dos principais fatores de risco
para diversas doenças, inclusive para vários tipos de câncer, além de ocasionar
a piora da sintomatologia pulmonar e agravamento do paciente em alguns casos.
Desta forma, com a proximidade do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), se
reforça a mensagem de cuidar e ajudar os fumantes a parar de fumar, evitando
que o tabagismo siga sendo um grande problema na sociedade.
Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco
de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (Vigitel 2021) apontam que o percentual
total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%. Nesse cenário, 11,8%
dos homens dessa faixa etária são fumantes, já as mulheres fumantes representam
6,7% dessa população. Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta
que o consumo de tabaco é responsável pela morte de mais de oito milhões de
pessoas por ano no mundo.
De acordo com o pneumologista e diretor de Assuntos
de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. Guilhardo Fontes
Ribeiro, o cigarro pode causar mais de 50 doenças e, do ponto de vista
pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão são
as mais frequentes.
“Fumar é a principal causa do câncer de pulmão e da
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), nome dado pelos especialistas para a
doença que combina o enfisema pulmonar e a bronquite crônica.”, alerta o
especialista.
Segundo o Dr. Guilhardo, o tabaco ocasiona diversas
inflamações que prejudicam os mecanismos de defesa do organismo, transformando
os fumantes em pessoas com maior risco de infecções por vírus, bactérias e
fungos.
“O mais indicado é prevenir qualquer tipo de doença,
ou seja, não fumando ou parando de fumar, sobretudo porque, além de essas
enfermidades serem potencialmente graves e incapacitantes, o tabagismo pode ser
fatal. Sendo assim, o paciente fumante deve procurar ajuda profissional antes
de ter sintomas e indícios”, explica o pneumologista.
Os fumantes apresentam diversos efeitos, a exemplo
de alterações permanentes na estrutura do pulmão, e do aumento da frequência de
infecções respiratórias virais, bacterianas e fúngicas, devido principalmente
ao prejuízo ao sistema imunológico e à agressão constante às vias aéreas.
Os fumantes são acometidos com maior frequência por
infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose.
O especialista listou diversos benefícios que podem
ser conquistados com a interrupção do tabagismo.
“Em curto período de tempo, a pressão arterial, a
frequência cardíaca assim como a temperatura das mãos e pés tendem a voltar ao
normal. Além do nível de monóxido de carbono no sangue, que se normaliza, e o
nível de oxigenação no sangue aumenta”, conta.
Já após 24 horas sem fumar, se diminui o risco de um
ataque cardíaco, e após 48 horas, as terminações nervosas começam a
regenerar-se, inclusive com a melhora do olfato e o paladar. Após cerca de 72
horas, a árvore brônquica torna a respiração mais fácil e a capacidade pulmonar
aumenta em até 30%.
“Com o passar dos dias, temos a melhora da
circulação sanguínea, com o caminhar se tornando mais fácil. Já em um período
superior a um mês, temos a diminuição da tosse, da congestão nasal, da fadiga e
da dispneia. Além disso, o movimento dos brônquios volta ao normal, limpando os
pulmões e reduzindo os riscos de infecções respiratórias, aumentando a
capacidade física e a energia corporal”, lista Dr. Guilhardo.
Dr. Guilhardo Fontes reforça ainda a indicação de
que, diferentemente do que se pensa, os cigarros eletrônicos não são uma
alternativa saudável para a prática do tabagismo. Eles são apresentados como
uma alternativa ao fumo, mas são também compostos por nicotina e causam
dependência da mesma maneira.
“Outro que pode ser tão ou até mais prejudicial para
a saúde é o narguilé. Cada uso deste instrumento corresponde a 100 cigarros
fumados”, detalha o pneumologista. Além disso, o compartilhamento de narguilés
é um fator muito preocupante, pois também pode contribuir para a disseminação
de diversos vírus.
“Não existe risco reduzido quando o assunto é
tabagismo. Cigarro eletrônico nada mais é que uma nova versão do cigarro antigo
com a tecnologia incorporada, mas com a intenção de vender a mesma droga. A
maioria destes produtos aquecidos contêm nicotina, que é altamente viciante. Ao
inovar para atrair o público jovem, a indústria tabagista aumenta as chances
deles se tornarem fumantes de cigarros tradicionais quando adultos”, conclui o
diretor de assuntos de saúde pública da ABM.
Fonte: Assessoria de Imprensa Associação Bahiana de
Medicina (ABM)
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