terça-feira, 30 de maio de 2023

Tabagismo é fator de risco para diversas doenças, explica pneumologista

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para diversas doenças, inclusive para vários tipos de câncer, além de ocasionar a piora da sintomatologia pulmonar e agravamento do paciente em alguns casos. Desta forma, com a proximidade do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), se reforça a mensagem de cuidar e ajudar os fumantes a parar de fumar, evitando que o tabagismo siga sendo um grande problema na sociedade.

Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (Vigitel 2021) apontam que o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%. Nesse cenário, 11,8% dos homens dessa faixa etária são fumantes, já as mulheres fumantes representam 6,7% dessa população. Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o consumo de tabaco é responsável pela morte de mais de oito milhões de pessoas por ano no mundo.

De acordo com o pneumologista e diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dr. Guilhardo Fontes Ribeiro, o cigarro pode causar mais de 50 doenças e, do ponto de vista pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão são as mais frequentes.

“Fumar é a principal causa do câncer de pulmão e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), nome dado pelos especialistas para a doença que combina o enfisema pulmonar e a bronquite crônica.”, alerta o especialista.

Segundo o Dr. Guilhardo, o tabaco ocasiona diversas inflamações que prejudicam os mecanismos de defesa do organismo, transformando os fumantes em pessoas com maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos.

“O mais indicado é prevenir qualquer tipo de doença, ou seja, não fumando ou parando de fumar, sobretudo porque, além de essas enfermidades serem potencialmente graves e incapacitantes, o tabagismo pode ser fatal. Sendo assim, o paciente fumante deve procurar ajuda profissional antes de ter sintomas e indícios”, explica o pneumologista.

Os fumantes apresentam diversos efeitos, a exemplo de alterações permanentes na estrutura do pulmão, e do aumento da frequência de infecções respiratórias virais, bacterianas e fúngicas, devido principalmente ao prejuízo ao sistema imunológico e à agressão constante às vias aéreas.

Os fumantes são acometidos com maior frequência por infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose.

O especialista listou diversos benefícios que podem ser conquistados com a interrupção do tabagismo.

“Em curto período de tempo, a pressão arterial, a frequência cardíaca assim como a temperatura das mãos e pés tendem a voltar ao normal. Além do nível de monóxido de carbono no sangue, que se normaliza, e o nível de oxigenação no sangue aumenta”, conta.

Já após 24 horas sem fumar, se diminui o risco de um ataque cardíaco, e após 48 horas, as terminações nervosas começam a regenerar-se, inclusive com a melhora do olfato e o paladar. Após cerca de 72 horas, a árvore brônquica torna a respiração mais fácil e a capacidade pulmonar aumenta em até 30%.

“Com o passar dos dias, temos a melhora da circulação sanguínea, com o caminhar se tornando mais fácil. Já em um período superior a um mês, temos a diminuição da tosse, da congestão nasal, da fadiga e da dispneia. Além disso, o movimento dos brônquios volta ao normal, limpando os pulmões e reduzindo os riscos de infecções respiratórias, aumentando a capacidade física e a energia corporal”, lista Dr. Guilhardo.

Dr. Guilhardo Fontes reforça ainda a indicação de que, diferentemente do que se pensa, os cigarros eletrônicos não são uma alternativa saudável para a prática do tabagismo. Eles são apresentados como uma alternativa ao fumo, mas são também compostos por nicotina e causam dependência da mesma maneira.

“Outro que pode ser tão ou até mais prejudicial para a saúde é o narguilé. Cada uso deste instrumento corresponde a 100 cigarros fumados”, detalha o pneumologista. Além disso, o compartilhamento de narguilés é um fator muito preocupante, pois também pode contribuir para a disseminação de diversos vírus.

“Não existe risco reduzido quando o assunto é tabagismo. Cigarro eletrônico nada mais é que uma nova versão do cigarro antigo com a tecnologia incorporada, mas com a intenção de vender a mesma droga. A maioria destes produtos aquecidos contêm nicotina, que é altamente viciante. Ao inovar para atrair o público jovem, a indústria tabagista aumenta as chances deles se tornarem fumantes de cigarros tradicionais quando adultos”, conclui o diretor de assuntos de saúde pública da ABM.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa Associação Bahiana de Medicina (ABM)

 

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