Novos
produtos e informações enganosas ameaçam décadas de conquistas contra o uso do
tabaco
Embora a porcentagem da população que consome tabaco
nas Américas tenha diminuído de 28% para 16,3% entre 2000 e 2020, novos
produtos e informações enganosas da indústria do tabaco, especialmente voltados
para os jovens, ameaçam anular essas conquistas. Nas vésperas do Dia Mundial
sem TabacoEmpresas de
tabaco da Espanha serão obrigadas a pagar pela limpeza de bitucas de cigarro (31 de maio), o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), Jarbas Barbosa, pede políticas eficazes para proteger os jovens.
“A indústria do tabaco e seus aliados não descansam.
Atualmente, eles divulgam muitas informações enganosas que promovem,
especialmente entre os jovens, o uso de cigarros eletrônicos e produtos de
tabaco aquecidos”, destaca Jarbas Barbosa. “Embora oito países da região tenham
proibido a comercialização de cigarros eletrônicos e quatro de produtos de
tabaco aquecidos, estamos preocupados com o fato de 14 países ainda não terem
tomado nenhuma medida regulatória a esse respeito”, acrescenta.
Os cigarros eletrônicos são a forma mais comum de
distribuição eletrônica de nicotina. Suas emissões, além da nicotina, contém
outras substâncias tóxicas que são prejudiciais tanto para os usuários quanto
para as pessoas expostas a elas.
Para enfrentar a crescente ameaça à saúde
representada por esses produtos, o diretor da OPAS conclama os países a
implementarem políticas para prevenir o uso, especialmente entre os jovens, já
que eles podem se tornar a porta de entrada para o consumo regular de tabaco.
O uso do tabaco mata um milhão de pessoas por ano
nas Américas, uma a cada 34 segundos. Além disso, 15% das mortes por doenças
cardiovasculares, 24% das mortes por câncer e 45% das mortes por doenças
respiratórias crônicas são atribuíveis ao uso do tabaco. Na região, 11% dos
jovens usam tabaco.
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Progresso no controle de tabaco nas Américas
Desde a entrada em vigor da Convenção-Quadro para o
Controle do Tabaco da OMS, em 2005, a região tem feito grandes avanços na
prevenção e no controle. Atualmente, 96% da população de 35 países da região
está protegida por pelo menos uma das seis medidas recomendadas de controle do
tabaco.
Em 2020, a América do Sul se tornou a primeira
sub-região livre de fumo nas Américas, ou seja, há uma proibição total de
fumar em locais públicos fechados, locais de trabalho e no transporte público.
O México também adotou a política de ambiente 100% livre de fumo e proibiu
todas as formas de publicidade, promoção e patrocínio do tabaco. Como
resultado, 63% da população das Américas – ou mais de 600 milhões de pessoas –
estão agora protegidas da exposição à fumaça do tabaco.
Além disso, em 2022, o Paraguai ratificou o
Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, o que
impulsionará os esforços regionais nessa área.
“Essas conquistas nos permitem ter confiança de que
a região das Américas atingirá a meta de redução de 30% na prevalência do uso
de tabaco em pessoas com mais de 15 anos de idade até 2025, estabelecida no
Plano de Ação Global da OMS para a Prevenção e Controle de Doenças Não
Transmissíveis”, ressalta o diretor da OPAS.
Para acelerar o progresso, o diretor da OPAS
considera “urgente acelerar os esforços para implementar as principais medidas
que ficaram para trás, incluindo aumentos de impostos, proibição total da
publicidade, promoção e patrocínio de produtos de tabaco e adoção de mecanismos
para gerenciar conflitos de interesse”.
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Dia Mundial sem Tabaco 2023
O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado pelos Estados
Membros da OMS em 1987 e é comemorado todo dia 31 de maio. O objetivo é
aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos do uso do tabaco e da
exposição à fumaça do tabaco. O tema do Dia Mundial Sem Tabaco deste ano é
“Cultive Alimentos, Não Tabaco”.
“Peço a todos os Estados Membros da OPAS que
acelerem a implementação da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco,
inclusive para apoiar atividades alternativas economicamente viáveis ao cultivo
do tabaco e à proteção ambiental”, reforça Jarbas Barbosa.
Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
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