Rússia
e China dão golpe no dólar dos EUA ao trabalharem na sua substituição no BRICS
Rússia e China desferiram um golpe devastador no
dólar estadunidense trabalhando em sua substituição dentro do BRICS, disse o
jornalista e apresentador do programa Redacted News, Clayton Morris.
"[Presidente da Rússia Vladimir] Putin e China
desferiram outro golpe destrutivo no Ocidente […]. Cada vez mais países decidem
abandonar o dólar americano – Laos, Paquistão, Argentina, Brasil – todos se
afastam do dólar para realização das transações", comentou o jornalista.
Segundo ele, a mídia ocidental quase não prestou
atenção a esse passo dos países-membros do BRICS. Ele acrescentou também que o
problema da dívida dos EUA e o déficit comercial tornaram o dólar "menos
atraente" como moeda internacional.
Ao mesmo tempo, acrescenta Morris, Washington
continua pedindo dinheiro emprestado da China e gastá-lo em complexo
militar-industrial, o que só agrava a situação com a dívida do Estado.
Em relação a sanções antirrussas, o jornalista
americano observou que a recusa do combustível russo apenas prejudicou o
Ocidente, já que a Rússia como fornecedora de gás "substituiu" quase
totalmente os importadores europeus por outros países.
Anteriormente, o vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, observou que os países do BRICS
aceleraram a transição para pagamentos em moedas nacionais. Segundo ele, a
restrição das importações russas "estimula muitos países a pensar
alternativas ao dólar".
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Biden planeja impor novas restrições ao investimento
para deter avanço tecnológico da China
O portal Axios informou que o governo Biden está
trabalhando para finalizar uma ordem executiva com o objetivo de restringir os
investimentos estrangeiros, quer americanos, quer de terceiros países, na
indústria de defesa da China.
Biden espera dessa forma conseguir impedir que a
China obtenha uma vantagem militar em determinadas tecnologias.
Para isso, a administração Biden tem se esforçado
para convencer os aliados europeus e do G7 a agirem em conjunto, contudo ainda
não obteve o resultado desejado.
Por sua vez, a Casa Branca recusou comentar em que
data a ordem executiva americana entrará em vigor, acrescentando que cada um
dos países do G7 pode "não agir no mesmo momento e exatamente da mesma
forma" em relação às propostas dos EUA.
Segundo o portal, os líderes do G7 concordaram que
algumas práticas econômicas da China representam um risco para a economia
global e se comprometeram a "reduzir o risco" da China.
Enquanto isso, Pequim acusou o G7 de realizar uma
cúpula "anti-China" e convocou o embaixador do Japão, um dos
entusiastas da ideia norte-americana.
Os EUA seguem mostrando que estão dispostos a conter
o avanço de Pequim, seu principal concorrente, tendo antes já anunciado novos
controles de exportação de tecnologia de semicondutores para tentar retardar o
desenvolvimento militar chinês.
Inclusive, os norte-americanos podem usar Taiwan,
como já usaram em algumas ocasiões, para desestabilizar a política e economia
de Pequim, algo típico do governo dos EUA ao sentir que está perdendo seu
domínio no mundo.
Ø Acordo do teto da dívida não significa que a economia dos EUA está fora
de perigo, diz especialista
Após acalorados debates, o presidente dos EUA, Joe
Biden, e o presidente da Câmara, o republicano Kevin McCarthy, chegaram a um
acordo final para suspender o limite de dívida de US$ 31,4 trilhões (cerca de
R$ 157,6 trilhões) até 1º de janeiro de 2025. O que está no acordo e como isso
vai afetar a economia dos EUA?
"Este acordo não me surpreende, pois um calote
da dívida do governo dos EUA daria origem a uma grande crise financeira em toda
a economia global", disse o professor de macroeconomia e economia
monetária da Universidade de Friburgo, na Suíça, Sergio Rossi, à Sputnik.
"Nem os democratas nem os republicanos nos Estados Unidos poderiam
permitir que tal situação ocorresse. Portanto, era certo que um acordo entre
eles seria anunciado em breve, de modo que o teto da dívida seria suspenso ou
aumentado novamente."
Rossi explicou que suspender o teto da dívida por
dois anos nos Estados Unidos significa que o governo federal norte-americano
não deve respeitar esse teto durante esse período, embora isso não signifique
que não haja restrição orçamentária para a Casa Branca.
"Significa simplesmente que o Federal Reserve
[Fed] dos EUA, ou seja, o banco central nacional, financiará qualquer dívida
pública futura com intervenções de política monetária, continuando a comprar
títulos do governo americano no mercado primário, onde esses títulos são
emitidos pelo governo federal dos EUA com diferentes vencimentos, para
financiar seus déficits fiscais em 2023 e 2024", afirmou. "Essa
monetização da dívida pública é possível pelo fato de o dólar americano ser uma
das principais moedas de referência na economia global, onde uma parte
importante do comércio exterior e das transações financeiras é denominada nessa
moeda."
·
O que há no acordo?
O acordo atende a uma série de exigências dos
republicanos. Primeiro, os gastos não relacionados à defesa foram limitados a
cerca de US$ 637 bilhões (cerca de R$ 4 trilhões), o que significa que vão
permanecer no mesmo nível do ano anterior.
Em segundo lugar, uma parcela de US$ 1,39 bilhão
(cerca de R$ 7 bilhões) de um pacote impressionante de US$ 80 bilhões
(aproximadamente R$ 401,5 bilhões) para a Receita Federal dos EUA (IRS, na
sigla em inglês) sob a Lei de Redução da Inflação também vai ser cortada; um
adicional de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100,3 bilhões) em dotações de
financiamento para a agência vai ser reaproveitado durante 2024 e 2025.
Em terceiro lugar, cerca de US$ 35 bilhões (cerca de
R$ 175,7 bilhões) em fundos de ajuda ao combate à COVID-19 não gastos vão ser
rescindidos, enquanto US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões) vão ser
cortados do fundo global de saúde dos Centros de Controle de Doenças (CDC, na
sigla em inglês). O seguro de saúde Medicaid não deve sofrer alterações.
Quarto, o programa de cancelamento de empréstimos
estudantis de Biden vai permanecer intacto, mas, mesmo assim, vai ser levado à
Suprema Corte para exame mais aprofundado.
Quinto, o acordo restringe os requisitos para
receber o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em
inglês), comumente conhecido como "vale-refeição" e Assistência
Temporária para Famílias Necessitadas (TANF, na sigla em inglês). Enquanto
famílias com filhos, moradores de rua e veteranos não vão ter mudanças nos
programas, solteiros sem filhos até 54 anos vão ter que cumprir requisitos mais
rígidos para continuar recebendo o auxílio e prazos mais curtos para obtê-lo.
Em sexto lugar, os gastos com defesa da nação vão
ter um aumento de aproximadamente 3,5%, no entanto. Assim, o Pentágono deve
receber US$ 886 bilhões (aproximadamente R$ 4,4 trilhões) no ano fiscal de
2024.
O acordo recebeu críticas bipartidárias. Os republicanos
argumentaram que o acordo Biden-McCarthy não atendeu aos requisitos da Lei
Limite, Economize, Cresça, aprovada pelo Partido Republicano da Câmara no
início deste ano. Os democratas e o Caucus da Câmara Progressista, de 100
membros, se irritaram com os cortes de gastos sociais.
"Ninguém conseguiu tudo o que desejava. Mas
essa é a responsabilidade de governar", disse Biden a repórteres no
domingo (28). "Isso tira a ameaça de calote catastrófico da mesa." O
acordo segue agora para a Câmara e para o Senado.
·
Equipe Biden ainda não conseguiu evitar a recessão
Apesar de o acordo do teto da dívida descartar um
cenário de calote iminente para os EUA, isso não significa que a economia
norte-americana esteja fora de perigo, continuou o professor.
"As perspectivas para a economia dos EUA não
são animadoras para empresas e investidores, por causa de uma série de questões
em aberto que ainda precisam ser abordadas e resolvidas, tanto em termos
econômicos quanto geopolíticos", disse Rossi. "A economia doméstica
vem sofrendo desde a crise de crédito de 2006, que se tornou uma crise
financeira global em 2008 após o colapso do banco de investimentos americano
Lehman Brothers. Além disso, a crise da pandemia de COVID-19 também afetou
negativamente a economia doméstica e global, ambos estão sofrendo atualmente
com uma crise de energia."
O economista considera que "o sistema
financeiro norte-americano é altamente frágil e instável, sobretudo no que se
refere aos bancos de médio porte que têm um volume crescente de crédito não
performado, fruto da falência recente de alguns bancos regionais". Ele se
referiu à última aquisição de três bancos regionais dos EUA pelo governo. O
colapso dos bancos gerou preocupações sobre um potencial efeito dominó, com
estudos afirmando que pelo menos 200 credores dos EUA estão agora sob risco.
Rossi projeta que tanto a economia real quanto o
setor financeiro dos EUA vão poder, em breve, experimentar um "período de
estagflação, senão recessão, associado a diferentes aumentos no nível de preços
ao consumidor". Essa situação é exacerbada pelas tensões geopolíticas na
Europa e uma disputa EUA-China sobre Taiwan, alimentada pelo governo Biden.
Outro fator preocupante é a desdolarização, que está
ganhando ritmo gradativamente. Mesmo que isso não signifique um colapso
iminente do dólar, a tendência mostra que o papel do dólar americano como moeda
de reserva dominante está diminuindo. Isso limitará consideravelmente o espaço
de manobra de Washington.
"O governo Biden ainda não conseguiu evitar uma
recessão", alertou Rossi. "Ele conseguiu até agora evitar que uma
grande crise bancária ocorra nos Estados Unidos, afetando também a economia
global, mas o pior ainda está por vir, principalmente no que diz respeito às
famílias que vão perder seus subsídios por causa de decisões do governo dos EUA
de cortar vários benefícios sociais e créditos fiscais para energias limpas.
Com isso, a espiral negativa que já existe como resultado de diferentes
questões econômicas e financeiras vai se agravar. Há também uma questão
importante em relação ao comércio exterior e finanças fluxos, que serão muito
reduzidos pela desdolarização em curso por um número crescente de países, tanto
na Ásia quanto na América Latina."
Ø MRE sul-africano: imunidade para membros do BRICS não abrange mandados de
tribunais internacionais
O Ministério das Relações Exteriores da África do
Sul garante imunidade diplomática aos participantes da reunião ministerial de
junho e da cúpula do BRICS de agosto no país, mas esta não inclui os mandados emitidos
por tribunais internacionais.
A imunidade abrange o encontro de ministros das
Relações Exteriores do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul na Cidade do Cabo de 1º a 2 de junho, de acordo com um documento
publicado.
Ela também abrange a cúpula dos chefes de Estado do
BRICS programada para 22 a 24 de agosto.
Anteriormente, o porta-voz do presidente russo,
Dmitry Peskov, disse que havia um convite para o líder russo, Vladimir Putin,
participar da cúpula.
Contudo, o ministério explicou que a imunidade
diplomática concedida aos participantes não se aplica a mandados judiciais
internacionais.
"As imunidades são para a conferência e não
para indivíduos específicos. Elas têm o objetivo de proteger a conferência e
seus participantes da jurisdição do país anfitrião durante o período da
conferência. Essas imunidades não prevalecem sobre qualquer mandado que possa
ter sido emitido por qualquer tribunal internacional contra qualquer
participante da conferência", explicou em sua página no Twitter o
porta-voz do Departamento de Relações e Cooperação Internacionais sul-africano,
Clayson Monyela.
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Mandado de prisão contra Putin
A câmara de pré-julgamento do Tribunal Penal
Internacional (TPI) emitiu em 17 de março um mandado de prisão contra o presidente
da Rússia Vladimir Putin e a provedora russa dos direitos das crianças, Maria
Lvova-Belova.
O TPI acusa as autoridades russas de supostamente
"deportarem" crianças que a Rússia resgatou dos bombardeios
ucranianos e levou da zona de guerra para áreas seguras.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia
declarou que o TPI é uma estrutura limitada, externa à ONU, da qual muitos
Estados não participam.
A jurisdição do TPI não é reconhecida por países que
abrigam mais da metade da população mundial, inclusive a Rússia, os EUA, a
China, a Índia, a Turquia, o Irã, a Arábia Saudita, a Indonésia, o Egito e
outros.
A representante oficial do Ministério das Relações
Exteriores russo Maria Zakharova observou que as principais autoridades dos
Estados têm imunidade contra as decisões do TPI e, uma vez que a Rússia nunca
fez parte do tribunal e não coopera com ele, suas ações contra a Rússia são
"legalmente nulas e sem efeito".
Fonte: Sputnik Brasil
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