quarta-feira, 31 de maio de 2023

Ex-sócio do filho 01 prevê prisão de “um Bolsonaro”

O empresário Alexandre Santini, ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro na franquia da Kopenhagen que foi investigada no caso das rachadinhas, publicou mensagem no Instagram sugerindo que um integrante da família Bolsonaro cometeu crimes e poderá ser preso no futuro.

Santini não cita o nome de nenhum Bolsonaro em específico, mas diz não se referir ao ex-presidente. O empresário menciona um pedido de cidadania italiana e a “força política” no Rio de Janeiro. Ele e Flávio estão rompidos.

 “Conexão RJ – BSB… A questão é ser ‘HONESTO’, e não ‘Direita ou Esquerda’… Não estou falando de ‘J.B’… Vieram te buscar, mas conseguiu correr… Não adianta tentar escapar, tudo é questão de tempo, pois provas não faltam para seus inúmeros ‘crimes na política’ que vão te levar para a PRISÃO”, diz um trecho da postagem, ilustrada com a foto de um agente da Polícia Federal dentro de um avião.

“Acredite e aceite, no RJ e MP sua ‘força política’ já não é a mesma… Cidadanias italianas ainda não concedidas… Aonde será [sic] suas próximas longas férias, a sua sonhada cidadania não será necessária, tão pouco [sic] seu ‘foro privilegiado’, e terá tempo para refletir sobre seus inúmeros erros. Um conselho: ‘Brasília não é para Amadores’”, finaliza Santini.

A publicação foi postada no perfil de Santini no Instagram. A página é restrita para amigos.

Santini foi apontado como o “sócio laranja” de Flávio Bolsonaro na franquia da Kopenhagen que o senador mantinha em um shopping na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O Ministério Público afirmava que a loja era usada por Flávio para lavar dinheiro no esquema da rachadinha.

A denúncia contra Flávio foi rejeitada pela Justiça do Rio de Janeiro, em maio do ano passado. O Ministério Público apresentou recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em fevereiro, para tentar retomar as investigações contra o senador.

O empresário não foi localizado para comentar a postagem. As investigações contra Santini também foram encerradas a mando da Justiça.

 

       Conselho de Ética abre processos contra Nikolas, Eduardo Bolsonaro, Zambelli e mais quatro deputado

 

O Conselho de Ética da Câmara abriu processos disciplinares nesta terça-feira, 30, contra sete deputados acusados de quebra de decoro, entre eles Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Desde o começo do ano, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tem feito apelos para que os parlamentares não percam a compostura no plenário.

Nikolas é acusado de transfobia pelo episódio em que vestiu uma peruca amarela no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e se apresentou na tribuna da Casa como “deputada Nicole”. Em tom irônico, o parlamentar disse que se sentia uma mulher e, por isso, teria local de fala na data. Nikolas foi o deputado mais votado do País na última eleição, com quase 1,5 milhão de votos. Na representação, PSOL, PSB, PCdoB, PDT e PT pedem que ele seja punido com a cassação do mandato.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP); parlamentar é acusada de ter extrapolado as prerrogativas parlamentares ao xingar o deputado Duarte Júnior Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados© Fornecido por Estadão

Após a fala no plenário, o deputado recebeu uma reprimenda pública de Lira. “O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém. O deputado Nikolas Ferreira merece minha reprimenda pública por sua atitude no dia de hoje”, escreveu o presidente da Câmara, no Twitter. “A todas e todos que se sentiram

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, por sua vez, defendeu o correligionário. “A liberdade de expressão e suas prerrogativas parlamentares serão defendidas pelo nosso partido sempre que ele estiver exercendo seu mandato, manifestando sua opinião. Conte conosco, Nikolas! O PL estará sempre contigo”, escreveu Costa Neto, em 10 de março, em sua primeira publicação no Twitter.

Zambelli, por sua vez, é acusada de ter extrapolado as prerrogativas parlamentares ao xingar o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado que contou com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino, em 11 de abril.

Filho de Jair Bolsonaro, Eduardo deve responder por suposta quebra de decoro ao xingar o deputado Marcon (PT-RS), que havia questionado a veracidade da facada sofrida pelo ex-presidente na campanha eleitoral de 2018. O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), por sua vez, é acusado pelo PL de ter assediado a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) ao chegar por trás da parlamentar e falar ao pé do ouvido dela durante uma audiência na Câmara.

O deputado José Medeiros (PL-MT) é acusado de intimidar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).

A representação contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP) foi feita por suposta quebra de decoro parlamentar durante sessão da Câmara que aprovou a urgência para o projeto do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Durante a sessão, ela gritou “barbárie” e “assassinos” em referência aos parlamentares favoráveis ao projeto.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por sua vez, é acusada de ter atacado e ofendido o deputado Ricardo Salles (PL-SP) durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

 

       Carla Zambelli admite estar preocupada com possível cassação pelo TSE

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) admitiu na noite desta segunda-feira, dia 29, estar preocupada com a possibilidade de ter seu mandato cassado. A parlamentar comentou a informação da Coluna do Estadão de domingo, dia 28, de que, nos bastidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a perda do seu mandato e a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) são os próximos passos da Corte.

"Eu vi uma reportagem do Estadão dizendo que o TSE tem como certa não só a inelegibilidade do Bolsonaro, como a minha cassação", disse a deputada em um vídeo publicado nas suas redes sociais. Ela afirmou que a fotografia que ilustra a matéria é "icônica", porque a coloca ao lado de Bolsonaro. "Posso até discordar dele em uma ou outra coisa, mas vou sempre estar ao lado dele, apoiando Bolsonaro. Sempre vou ser a fiel escudeira dele", disse Zambelli.

Desde a derrota do ex-presidente no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, os dois se afastaram. Parte dos aliados de Bolsonaro atribui a Zambelli a responsabilidade pelo resultado nas urnas, pelo fato de, na véspera do segundo turno, ela ter perseguido o jornalista Luan Araújo empunhando uma arma de fogo. O episódio aconteceu no dia 29 de outubro, nos Jardins, zona sul de São Paulo. O segurança da deputada chegou a efetuar disparos, mas ninguém foi atingido.

No vídeo desta segunda-feira, Zambelli admitiu estar preocupada e disse que "confia muito em Deus". Ela relembrou suas declarações da quinta-feira, dia 25, quando se retratou da convocação para uma manifestação a favor de Deltan Dallagnol, no próximo domingo, dia 4. "Fiz um vídeo dizendo 'a próxima pode ser eu'. E aí, o que vocês vão fazer? Também vão sair às ruas?", questionou.

A deputada, que está afastada da Câmara por 30 dias, para tratamento de burnout e fibromialgia, convocou simpatizantes para uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e outros parlamentares de direita, contra a cassação do mandato do ex-procurador da Lava Jato. A deputada foi criticada por apoiadores de Bolsonaro, incluindo Fábio Wajngarten, assessor pessoal e porta-voz do ex-presidente.

No mesmo dia, durante um evento do PL em Brasília, Bolsonaro pediu expressamente aos seus correligionários que não fossem ao ato, com a justificativa de que deveriam concentrar esforços na CPMI do 8 de Janeiro. "O mais importante no nosso momento é a CPMI. Estou vendo as pessoas (inaudível) querendo marcar reunião, povo na rua. Eu peço: não façam isso", disse o ex-presidente, ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

Carla Zambelli expressou sua contrariedade, mas se curvou ao pedido do mentor político. "Confio no Bolsonaro, quando ele diz que agora não é o momento, mas também fico com uma sensação de injustiça muito grande, porque eu não acho que o Deltan merece ser cassado." Como mostrou o Estadão/Broadcast, não há unanimidade entre a direita sobre a defesa do mandato de Dallagnol.

 

       Lindôra volta a pedir que STF torne Moro réu por calúnia contra Gilmar Mendes

 

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo pediu mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal que torne o senador Sergio Moro réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, em razão do vídeo em que o parlamentar sugere a ‘compra de um habeas corpus’ do decano da Corte máxima.

Lindôra rechaçou a alegação do parlamentar de que a gravação ocorreu durante uma ‘brincadeira’ de festa junina, conhecida como ‘cadeia’. Para a vice-PGR, não há provas que sustentem tal argumento.

“O tom jocoso e anedótico das afirmações ofensivas à honra de magistrado da cúpula do Poder Judiciário brasileiro é interpretação particular do acusado que, a toda evidência, não encontrou ressonância na vítima que, ciente da grave ofensa e do crime praticado em seu desfavor, imediatamente, representou ao Ministério Público Federal”, anotou.

Além disso, Lindôra Araújo entendeu que Moro não realizou ‘retratação cabal, total e irrestrita’ das falas ofensivas ao decano do STF. Para ela, a publicação feita por Moro no Twitter após viralizar o vídeo em que cita Gilmar não o isenta da responsabilização pela suposta calúnia a Gilmar.

O parecer foi remetido ao Supremo após Moro apresentar seus argumentos em contestação à acusação de que caluniou o decano Gilmar Mendes. O senador sustenta que houve ‘edição mentirosa e criminosa’ da gravação em que afirma: “Isso é fiança para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. O vídeo viralizou no Twitter e motivou a denúncia da PGR.

Na sexta-feira, 26, Moro pediu que a Polícia Federal investigue os responsáveis por três perfis no Twitter que divulgaram o vídeo pivô da acusação. O senador sustenta tais perfis seriam responsáveis pela ‘malversação de fatos’ que chegaram ao decano da Corte máxima.

 

       Deputado que convocou CPMI do 8/1 será um dos investigados por incitar o golpe

 

Na semana passada os jornais deram, sem destaque, como coisa corriqueira: a notícia sobre o fim de uma investigação da Polícia Federal na qual se concluiu que o deputado federal André Fernandes (PL-CE) incitou os atos antidemocráticos que resultaram na invasão e destruição das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Uma investigação, diga-se, trivial: bastou conferir as redes sociais do indigitado.

Havia, na continuação da notícia, uma espécie de contextualização, explicando que Fernandes é o autor do requerimento de criação da CPMI do 8/1, que está em funcionamento no Congresso. Donde o deputado só faltou implorar para ser investigado por seus pares. Tiro no pé? Não. Tática. De quem tem a certeza de que não será punido, apelando ao corporativismo e à vitimização.

Ao convocar os extremistas, Fernandes — que ganhou fama com piadas sem graça no YouTube e se elegeu no Ceará com quase 300 mil votos — estava sendo coerente com a trajetória de quem defende “a família, os bons costumes e o cidadão de bem”, sem que isso o impedisse de ter sido suspenso por quebra de decoro e denunciado por nepotismo.

Com a confiança de que tudo vai acabar em pizza, seu negócio é tumultuar e fabricar a narrativa (desculpem o uso da palavra) de que o governo teria facilitado os ataques e existiria petistas infiltrados neles.

O que interessa ao deputado —e à tropa bolsonarista no colegiado— é desviar o foco da investigação de verdade, conduzida pela PF.

O Supremo Tribunal Federal, até agora, botou mais de mil pessoas no banco dos réus. Todos eles “patriotas” de carteirinha.

Escalado para defender o pai, o deputado Eduardo Bolsonaro é outro que pode entrar na lista de investigados da CPMI.

A Agência Pública revelou que o filho 03 abriu no Texas uma empresa em sociedade com o influencer Paulo Generoso, conhecido por compartilhar notícias falsas e incentivar os acampamentos golpistas. Eles nem disfarçam.

 

Fonte: Metrópoles/Estadão/IstoÉ/FolhaPress

 

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