Grandes
Navegações: processo de exploração do Oceano Atlântico encabeçado pelos
portugueses
As Grandes Navegações, também conhecidas
como Expansão Marítima, foram o processo de exploração e navegação do Oceano
Atlântico que se iniciou no século XV e estendeu-se até o século XVI. Nesse
período, os europeus descobriram novos caminhos marítimos para alcançar a Ásia.
Além disso, chegaram pela primeira vez a terras até então desconhecidas por
eles, como o continente americano, local ao qual chegaram em 1492.
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Resumo
As Grandes Navegações foram o processo de exploração
do Oceano Atlântico realizado pioneiramente por Portugal no século XV e
acompanhado por outros países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma série de
“descobrimentos” por parte dos europeus e resultaram, por fim, na chegada
europeia ao continente americano em 1500.
Por meio das Grandes Navegações, iniciou-se a
colonização da América e consolidou-se a passagem da Idade Média para a Idade
Moderna.
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Grandes navegações portuguesas
Quando o assunto são as Grandes Navegações,
o pioneirismo português sempre se destaca. Foi a partir do exemplo
dado por Portugal que outros países da Europa, como Espanha e França,
lançaram-se à navegação e exploração do Oceano Atlântico. O pioneirismo
português foi resultado de uma série de condições que permitiram a esse pequeno
país da Península Ibérica lançar-se nessa empreitada.
Na época, Portugal reunia condições políticas,
econômicas, comerciais e geográficas que tornaram possível seu papel pioneiro.
O resultado disso foi a “descoberta” de diversos locais desconhecidos pelos
europeus, além da abertura de novas rotas e o surgimento de novas
possibilidades de comércio. Para os portugueses, todo esse processo culminou na
chegada da expedição de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.
<<< Alguns fatores explicam esse
pioneirismo de Portugal:
- Monarquia consolidada;
- Território unificado;
- Investimento no desenvolvimento de conhecimento náutico;
- Interesse da sociedade na expansão do comércio;
- Investimentos estrangeiros no comércio;
- Posição geográfica.
No século XV, Portugal era uma nação politicamente
estável. Essa estabilidade foi garantida pela Revolução de Avis, realizada
entre 1383 e 1385. Com isso, Portugal teve melhores condições para investir no
desenvolvimento do comércio e da tecnologia náutica. Em comparação, as nações
vizinhas (Espanha, França e Inglaterra) ainda procuravam estabilidade política
nesse mesmo período.
Outro fator era a questão territorial, uma vez que o
território português já havia sido consolidado desde o século XIII, quando a
região de Algarve foi reconquistada dos mouros (muçulmanos que
invadiram a Península Ibérica no século VIII). Os vizinhos espanhóis, por
exemplo, só garantiram certa unificação territorial no final do século XV.
Em relação à tecnologia e ao conhecimento náutico,
existem muitos historiadores que atribuem uma grande importância à Escola
de Sagres, centro de estudos construído por infante D. Henrique em
Algarve. Nesse local, promoviam-se pesquisas de desenvolvimento de melhores
técnicas de navegação. Novos estudos, porém, levaram alguns historiadores a
questionar a existência e a importância dessa escola no pioneirismo de
Portugal.
Outro fator importante foi a relevância comercial
assumida por Portugal por volta do século XV. Essa importância e vocação
comercial dos portugueses resultaram da influência dos mouros no período em que
dominaram a Península Ibérica. Por fim, há que se destacar que Lisboa havia
recebido grandes investimentos de comerciantes genoveses, que estavam
interessados em transformar a cidade em um grande centro comercial.
Havia ainda a questão geográfica: Portugal estava
posicionado mais a oeste que qualquer outra nação europeia. Além disso, era o
país europeu mais próximo da costa oeste do continente africano. Isso fazia de
Portugal ponto de partida para expedições que buscavam uma nova rota para
alcançar a Índia e o tão valorizado comércio das especiarias.
A soma de todos esses fatores fez com que Portugal
tivesse as condições necessárias para ser a nação pioneira das Grandes
Navegações, processo que resultou em grandes “descobertas”:
- 1415: conquista de Ceuta, no norte da África;
- 1418: chegada à Ilha da Madeira;
- 1427: chegada a Açores;
- 1434: travessia do Cabo Bojador;
- 1488: travessia do Cabo da Boa Esperança;
- 1499: descobrimento de um novo caminho para a Índia;
- 1500: chegada ao Brasil.
<<< Grandes navegações espanholas
Ao longo de todo o século XV, a Espanha, nação
vizinha de Portugal, assistiu à expansão marítima conduzida pelos portugueses.
A Espanha manteve-se alheia a esse processo até, praticamente, o final do
século XV. Isso ocorreu porque a nação espanhola, durante toda parte desse
século, teve como grande prioridade garantir a expulsão dos mouros – o que foi
concluído somente em 1492. Além disso, politicamente falando, a Espanha só
atingiu certa estabilidade com o casamento dos
monarcas Fernando e Isabel, em 1469.
O investimento em expedições marítimas só foi
possível depois da conquista de Granada, cidade ao sul da Espanha, em
1492. A primeira expedição espanhola foi liderada pelo genovês Cristóvão Colombo.
Nela, três embarcações (Niña, Pinta e Santa María) saíram da Espanha visando a
alcançar a Ásia. No entanto, essa expedição alcançou a região das Bahamas, no
continente americano, em 12 de outubro de 1492.
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Consequências
As Grandes Navegações conduziram uma série de
mudanças que já estavam em curso na Europa desde o século XII. Com esse
processo, a Europa iniciou sua passagem para a Idade Moderna e deu
prosseguimento ao fortalecimento do comércio e da moeda, garantindo, assim,
o mercantilismo, práticas econômicas que fizeram a transição
do feudalismo para o capitalismo.
As Grandes Navegações foram responsáveis por
transformar Portugal na maior potência do mundo durante os séculos XV e XVI,
por meio do grandioso império ultramarino formado pelos portugueses. Assim,
Portugal estabeleceu colônias em diferentes partes do mundo: América do Sul,
África e Ásia.
Fonte: Por Daniel Neves Silva, em História do Mundo
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