segunda-feira, 29 de maio de 2023

Economistas americanos acreditam que desdolarização da economia mundial é uma 'tendência clara'

O domínio indiscutível dos EUA está diminuindo, embora seja improvável que as nações em todo o mundo recusem o dólar no futuro próximo, a tendência é clara, alertou o think tank Responsible Statecraft, com sede em Washington.

A tendência de desdolarização parece ser imparável, pois os países do mundo têm se esforçado para reduzir sua dependência do dólar, conclui um think tank de Washington, culpando o desenvolvimento e uso da moeda dos EUA como uma arma.

O think tank observou que o processo de "desdolarização" está ganhando força, com os países do Sul Global buscando alternativas ao dólar. Os estudiosos dos EUA referem-se às estatísticas mundiais que indicam que a parcela das reservas globais mantidas em dólares americanos contraiu de 73% em 2001 para 58% em 2023.

A tendência ganhou força desde a decisão do governo Biden de aplicar sanções abrangentes à Rússia e desconectá-la do sistema financeiro global, segundo os estudiosos. A decisão de Washington abalou muitas economias emergentes, levando-as a buscar alternativas, dizem eles.

No mês passado, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, admitiu que a política de Washington de impor sanções a seus rivais em todo o mundo poderia enfraquecer o domínio do dólar.

"Existe o risco, quando usamos sanções financeiras ligadas ao papel do dólar, que, com o tempo, possa minar a hegemonia do dólar", disse Yellen à CNN no dia 16 de abril.

Yellen continuou dizendo que a guerra econômica de Washington "cria um desejo por parte da China, da Rússia e do Irã de encontrar uma alternativa" à moeda americana.

Ao mesmo tempo, a secretária do Tesouro argumentou que o armamento do dólar é "uma ferramenta extremamente importante" e que "[não seria] fácil para outros países encontrar uma alternativa com as mesmas propriedades".

Desafiando a postura de Yellen, o think tank chamou a atenção para o fato de que o uso do dólar como um "instrumento contundente de estadismo" está dando aos aliados e rivais dos EUA "uma abertura para procurar mecanismos alternativos de liquidação".

Para ilustrar seu argumento, os estudiosos se referiram à Rússia e à França vendendo seu gás natural em yuan chinês. A China e o Brasil também mudaram para acordos financeiros em yuan, enquanto os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão iniciando uma discussão sobre o estabelecimento de uma moeda unificada. "E a lista continua e continua", destacou o think tank da DC.

Os pesquisadores alertam que as amplas sanções de Washington cobrem atualmente 29% da economia global, com 40% das reservas globais também sob restrições dos EUA. Além das políticas de sanções dos EUA, o Federal Reserve (Fed) elevou substancialmente as taxas de juros em um momento em que muitos países em desenvolvimento têm suas dívidas externas em dólares, e commodities muito necessárias, como matérias-primas e alimentos, são cotadas em dólares. Isso adiciona ainda mais combustível ao fogo da desdolarização.

Quer os EUA queiram ou não, a tendência de desdolarização está em andamento, e a única saída para Washington é participar da reestruturação global do sistema monetário "por consenso" com o mundo em desenvolvimento, insistem os estudiosos. Caso contrário, os EUA vão enfrentar "o declínio não gerenciado da hegemonia econômica dos EUA", o que pode levar a consequências desastrosas.

 

Ø  BRICS e Arábia Saudita negociam e isso aproxima 'fim do domínio dos EUA', diz mídia

 

O jornal Financial Times informou que a Arábia Saudita está negociando seu ingresso no Novo Banco do BRICS.

De acordo com a mídia, o Novo Banco de Desenvolvimento já iniciou um diálogo com os sauditas e atribui grande importância ao país, que é o segundo maior produtor de petróleo do mundo.

A admissão dos sauditas fortaleceria as opções de financiamento, bem como a luta contra as sanções ocidentais.

Além disso, os sauditas reforçariam os laços entre os países do bloco e o banco, estabelecido pelas maiores economias em desenvolvimento do mundo como uma alternativa às instituições de Bretton Woods, lideradas pelo Ocidente.

"No Oriente Médio, atribuímos grande importância ao reino da Arábia Saudita e atualmente estamos engajados em um diálogo qualificado com eles", afirmou o Novo Banco de Desenvolvimento ao FT.

O FT também afirmou que a crescente influência dos BRICS significa o fim da era do domínio dos EUA e do G7.

Anteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que os países do BRICS estão acelerando a questão da mudança para acordos comerciais em moedas nacionais.

·         Irã adverte contra 'conspirações’ de países ocidentais para dividir OPEP

O presidente do Irã falou com o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, tendo apelado à unidade dos países-membros ante as tentativas de dividir a organização.

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, pediu uma maior unidade entre os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), para frustrar as "conspirações para dividir" a organização por parte de vários governos ocidentais, cita no sábado (27) a agência iraniana Tasnim.

Falando no sábado (27) em Teerã, Irã, com Haitham al-Ghais, secretário-geral da OPEP, Raisi alertou que vários governos ocidentais tentam semear a divisão e a discórdia entre os membros da OPEP para atingir seus próprios interesses.

O então ministro de Energia da Rússia, Aleksandr Novak (à direita), Khalid Al-Falih,

"Diante dessas medidas, os membros da OPEP devem impedir o alcance desses objetivos, fortalecendo sua unidade", apontou o mandatário iraniano, que destacou a proteção dos direitos dos produtores de petróleo e evitar a discriminação contra eles como a razão de ser da organização petrolífera.

Ele expressou a esperança de que a OPEP seja capaz de controlar as flutuações e trazer calma ao mercado de petróleo.

"A República Islâmica do Irã sempre manteve uma cooperação construtiva com a organização e planejamos continuar, fortalecer e promover essa cooperação", acrescentou Raisi, descrevendo a interação construtiva entre os membros da OPEP como um fator crucial para o sucesso da organização.

 

Ø  Queda da lira turca fez parte de estratégia dos EUA para derrubar Erdogan, diz especialista

 

Mirmehdi M. Aghazada, professor da Universidade Russa da Amizade dos Povos, comentou à Sputnik os interesses e ações da administração Biden nas eleições presidenciais na Turquia.

Não é novidade para ninguém que o Ocidente não está satisfeito com a política externa independente das autoridades turcas, liderada por Recep Tayyip Erdogan.

Isso porque ele não apenas mantém boas relações com a Rússia, como também se nega a seguir a doutrina americana e impor sanções contra o país liderado por Vladimir Putin.

Em 2020, o presidente norte-americano afirmou publicamente que era preciso apoiar a oposição turca para derrubar Erdogan nas eleições.

Após a vitória de Biden nas eleições presidenciais dos EUA, a economia turca se tornou um dos principais "alvos" das grandes instituições financeiras ocidentais.

O principal objetivo das ações de Biden é reduzir a confiança da população turca com relação ao atual governo. Com isso, os americanos tentam atingir e enfraquecer a economia turca para tirar Erdogan do poder.

Tanto que a lira turca atingiu sua máxima desvalorização na véspera do segundo turno das eleições presidenciais no país, recorda o especialista.

O especialista diz acreditar na vitória de Erdogan, o que continuará provocando a pressão das grandes instituições financeiras ocidentais sobre sua economia, e consequentemente, afetará negativamente o valor da moeda turca.

Uma fonte ligada à política do país afirmou à Sputnik que houve uma tentativa de fazer com que os juros da lira turca aumentassem, e consequentemente, resultasse na valorização do dólar nas vésperas das eleições.

Contudo, o Banco Central conseguiu atender à crescente demanda pelo dólar, evitando a valorização da moeda americana.

Desta forma, as eleições deste domingo (28) foram precedidas por um ataque contra a moeda turca, com o objetivo de pressionar a economia do país.

Durante essa tentativa, os especialistas dos bancos ocidentais, como JPMorgan Chase e HSBC Holdings começaram a divulgar especulações de que a lira custaria até 24-25 liras turcas por um dólar, em uma divulgação massiva utilizada como parte da estratégia ocidental para influenciar as eleições na Turquia.

Além disso, o Ocidente agiu no mercado financeiro para tentar derrubar o câmbio turco.

Para proteger a lira e sob a forte pressão dos investidores, o Banco Central turco teve que vender ativamente moeda no mercado interno.

De 5 a 12 de maio as reservas de ouro do país sofreu uma redução de US$ 7,6 bilhões (R$ 37,9 bilhões).

 

Ø  Secretária do Comércio diz que EUA 'não tolerarão' proibição da China de chips Micron e promete ação

 

O anúncio é o mais recente no desenvolvimento de uma disputa cada vez mais profunda entre EUA e China sobre a tecnologia crucial para as economias de todo o mundo. Entretanto, a decisão chinesa foi a primeira após várias tomadas pelos EUA desde o ano passado.

Na segunda-feira (22), Administração Cibernética da China anunciou que a maior fabricante de chips de memória dos Estados Unidos apresenta "sérios riscos de segurança de rede" e que os produtos da empresa serão banidos dos principais projetos de infraestrutura chineses, conforme noticiado.

Hoje (27), a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que Washington "não tolerará" a proibição sobre a Micron e que os norte-americanos "estão trabalhando em estreita colaboração com aliados" para lidar com essa "coerção econômica".

A declaração da secretária aconteceu em uma entrevista coletiva após uma reunião de ministros do Comércio nas negociações da Estrutura Econômica Indo-Pacífica liderada por Washington que os EUA "se opõem firmemente" às ​​ações da China contra a Micron.

"[A China] visa uma única empresa dos EUA sem qualquer base factual, e vemos isso como pura e simples coerção econômica e não vamos tolerá-lo, nem pensamos que será bem-sucedido", afirmou Raimondo.

A medida chinesa ocorreu um dia depois que os países-líderes do G7 concordaram com novas iniciativas para dificultar a econômica chinesa.

"Como dissemos no G7 e como dissemos consistentemente, estamos nos envolvendo de perto com parceiros que abordam esse desafio específico e todos os desafios relacionados às práticas fora do mercado da China", afirmou a secretária.

Além das medidas de coerção trabalhadas por nações do G7, os Estados Unidos estão em uma constante campanha para dificultar o acesso chinês à tecnologia de semicondutores.

Nesta semana, o Japão anunciou que a partir de julho terá maior controle sobre a exportação de 23 itens de tecnologia para produção de semicondutores para Pequim, seguindo as políticas acordadas em fevereiro com os norte-americanos para o assunto.

Além do Japão, os EUA também fizeram acordo parecido sobre chips com os Países Baixos e pediram à Coreia do Sul que não preencha o "vazio" caso a Micron seja mesmo banida, o que mostra que apenas as políticas de Washington podem prevalecer enquanto outros países devem obedecer.

 

Ø  Pesquisa: maior parte dos alemães pensa que sanções contra a Rússia afetam mais a Alemanha

 

Milhares de alemães entrevistados expressaram sua opinião sobre as sanções antirrussas, com a maior parte acreditando que completaram seus objetivos, mas também pensando que têm maior efeito negativo na Alemanha.

Um total de 71% dos cidadãos da Alemanha apoia as sanções impostas contra a Rússia, mas também 72% deles acredita que a economia alemã está sofrendo mais com as medidas restritivas do que a economia russa, revela uma pesquisa realizada pelo IW Institute.

O estudo disponibilizado na sexta-feira (26) no jornal alemão Der Spiegel indica que 84% dos 5.000 entrevistados acredita que as sanções atingiram seu objetivo.

A maior parcela (91%) de apoiadores das sanções está entre o eleitorado do Partido Verde, seguido pelos apoiadores dos social-democratas (85%), do bloco conservador Democrata-Cristão e da União Social-Cristã (80%), e dos democratas livres (74%).

Ao mesmo tempo, dois terços dos filiados da Alternativa para a Alemanha, de direita, são contra as sanções. Quase metade (45%) dos membros do Partido de Esquerda também é contra as restrições antirrussas.

A Rússia declarou repetidamente que o país lidará com a pressão das sanções que o Ocidente começou a impor à Rússia há vários anos e continua se intensificando. Moscou observou que o Ocidente não tem coragem de admitir o fracasso das sanções contra a Rússia. No próprio Ocidente tem sido argumentado frequentemente que elas são ineficazes.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse anteriormente que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e que as sanções foram um sério golpe na economia mundial. De acordo com ele, o principal objetivo do Ocidente é piorar a vida de milhões de pessoas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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