quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A descoberta de Moraes sobre gastos de Bolsonaro com o X de Elon Musk

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descobriu que o governo Bolsonaro gastou aproximadamente R$ 12,3 milhões em campanhas publicitárias no X (antigo Twitter), rede social do bilionário Elon Musk. Esse valor corresponde a quase metade (47%) do total investido pelo governo federal em publicidade na plataforma desde 2015, que soma R$ 26,3 milhões.

Os dados referem-se aos repasses feitos pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) ao X, sugerindo que o valor total pode ser ainda maior, já que outros ministérios também promovem publicidade na plataforma.

Moraes solicitou esses números ao governo Lula após estranhar que apenas R$ 2 milhões foram encontrados em contas bancárias da empresa de Musk no Brasil. A solicitação faz parte da investigação do ministro sobre a rede social, que foi suspensa no país por descumprimento de decisões judiciais, falta de pagamento de multas que chegam a R$ 18 milhões e a recusa em nomear um representante legal no Brasil para responder aos processos.

O maior repasse ao X durante o governo Bolsonaro foi registrado em 2022, ano eleitoral, com R$ 5,7 milhões gastos em campanhas publicitárias na rede social. Em comparação, no ano anterior, o valor investido foi de "apenas" R$ 1,1 milhão.

<><> Apreensão de bens da Starlink

A Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, deve ter veículos, aeronaves e embarcações apreendidos no Brasil. O motivo é o fim do prazo para a companhia recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou suas contas bancárias e ativos no país. O prazo se encerrou na última segunda-feira (2), e, com isso, outros bens da empresa também devem ser bloqueados.

A decisão de Moraes, proferida em 24 de agosto, visava garantir o pagamento de multas impostas ao X (antigo Twitter), por descumprimento de ordens judiciais. Como o X encerrou suas atividades no Brasil e não indicou um representante legal no país, além de bloquear o acesso à rede social, Moraes decidiu estender a sanção à Starlink, pertencente ao mesmo conglomerado de Elon Musk.

As multas impostas ao X totalizam mais de R$ 18 milhões, e a apreensão de bens da Starlink é uma forma de assegurar o pagamento desses valores à Justiça. A empresa foi notificada sobre o bloqueio de suas contas no dia 27 de agosto e, como não apresentou recurso no prazo legal, terá bens como veículos, aeronaves, embarcações e imóveis no Brasil bloqueados. Ao invés de recorrer, a Starlink apresentou um mandado de segurança, instrumento incorreto para contestar decisões individuais no STF e que, inclusive, foi rejeitado pelo ministro Cristiano Zanin.

Com o fim do prazo para recurso, o STF acionou o Sistema Nacional de Indisponibilidade de Bens, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Capitania dos Portos, para garantir o cumprimento da decisão de bloqueio e apreensão dos bens da Starlink.

 

¨      PF apura exposição em massa de dados pessoais para intimidação, incluindo o nome de delegado que indiciou Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da plataforma X no Brasil, como parte de uma investigação sobre vazamentos de dados pessoais. 

A rede responsável pelo acesso às informações sigilosas ainda está sendo investigada pelas autoridades.

O caso envolve o acesso e divulgação de informações sigilosas de delegados da Polícia Federal, do próprio ministro e de um empresário. O objetivo da ação coordenada seria expor esses agentes na internet.

A investigação da Polícia Federal, conforme revelado pelo UOL, inclui o relato de ameaça ao delegado Fábio Shor, que atua em inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O delegado comunicou à corporação ter recebido ameaças uma semana após indiciar Bolsonaro no caso das joias.

Na decisão pelo bloqueio da plataforma, Moraes afirma que o STF foi informado por meio de um ofício sobre um inquérito policial para apurar ameaças a delegados federais.

"A investigação demonstrou a participação criminosa e organizada de inúmeras pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milicias digitais e a tentativa de golpe de Estado. As redes sociais — em especial a "X" — passaram a ser instrumentalizadas com a exposição de dados pessoais, fotografias, ameaças e coações dos policiais e de seus familiares", escreveu Moraes.

 

•        "Vai ter que engolir": Malafaia apanha ao xingar Marçal, que lança desafio ao guru de Bolsonaro

A "guerra espiritual" declarada por Pablo Marçal (PRTB) após ter sido enxotado por Silas Mafalaia do trio elétrico no ato de sábado, 7 de Setembro, aprofundou o racha dentro da ultradireita neofascista que gira em torno de Jair Bolsonaro (PL).

Conforme prometido, o guru do ex-presidente divulgou um vídeo para falar "a verdade sobre Pablo Marçal no 7 de Setembro" e disparou impropérios, classificando o ex-coach como "narcísico, megalomaníaco, soberbo e lacrador".

"Esse cara é narcísico, ele é megalomaníaco, ele é soberbo, ele quer tirar proveito de tudo, ele é lacrador. Ele queria fazer cortes para sua campanha. Ele queria tirar proveito daquilo que ele não ajudou [a organizar] e não correu risco [de sofrer eventuais represálias]", disparou Malafaia.

"Como é que um cara não fala a verdade total, diz meia verdade, dando uma de vítima? 'Essa direita que não deixou eu subir'. [Está] Querendo tirar proveito. Você não é vítima, você é lacrador, é mentiroso e manipulador", emendou o "pastor", emendou.

O pastor midiático ainda acusou Marçal de não chegar antes no ato por "medo ou acordo com Alexandre de Moraes", ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi alvo de pedido de impeachment na manifestação.

"Por que Pablo Marçal só chegou depois do encerramento do evento? Sabe por quê? Das duas, uma: ou medo, ou acordo com Alexandre de Moraes [ministro do STF], porque ele sabia que nós íamos pedir o impeachment e denunciar seus crimes. Essa que é a verdade, gente", diz Malafaia.

O chilique, no entanto, não deu resultado e Malafaia apanhou dos bolsonaristas que aderiram à facção de Marçal e foram aos comentários do vídeo no Instagram.

"Vai ter que engolir", disparou um eleitor de Marçal.

"Quem é digno então? Silas Malafaia? Boulos, datena ou tabata?", indagou outro.

"Todo mundo sabe quem é Pablo Marçal, ele não tem medo e não tem acordo nenhum. Ele só não conseguiu chegar a tempo e todos sabem onde ele estava", emendou uma terceira.

Em resposta, Pablo Marçal disse que "está desafiando o Silas Malafaia" ao ser indagado se toparia um papo com o guru.

"Na verdade estou desafiando o Silas Malafaia. Vamos entrar aqui ao vivo. Você fala o que você quer e ouve o que você precisa", disparou o ex-coach em storie do Instagram.

"Todo respeito ao que você construiu na religião, mas na política todas as coisas que você faz é fora da lógica. Apoiou o [Eduardo] Paes, o Lula. Está caladinho ai por causa do [Alexandre] Ramagem para não queimar seu filme, né? Porque você está apoiando o Paes ai. Deixa aqui em São Paulo, ninguém está precisando de você aqui", emendou.

 

•        Delegado que indiciou Bolsonaro recebeu ameaça após ser exposto por Eduardo e Do Val

Responsável pelas investigações contra Jair Bolsonaro (PL), o delegado Fábio Shor, da Polícia Federal, relatou que ele e a família receberam ameaças cerca de 10 dias após indiciar o ex-presidente no inquérito do furto e contrabando de joias da Presidência da República, no dia 4 de julho deste ano.

Em e-mail revelado pelo portal Uol nesta terça-feira (10), Shor relata no dia 15 de julho ao delegado Elias Milhomens de Araújo, também da PF, que encontrou "um boneco (macaco) pendurado no limpador traseiro do meu veículo".

"Diante dos últimos acontecimentos envolvendo ameaças a este subscritor e seus familiares, encaminhou o presente para ciência e avaliação", informa ainda Shor na mensagem.

Araújo é responsável pelo inquérito que investiga a exposição e ataques a agentes da PF por bolsonaristas.

Entre os investigados estão o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que incitaram ataques de extremistas ao expor Fábio Shor nas redes sociais.

O inquérito foi aberto a pedido da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) após uma série de ataques a integrantes da corporação.

A base das denúncias é uma declaração do filho do ex-presidente feita em março deste ano, quando afirmou que a corporação agia como  "cachorrinhos de Moraes".

"Depende de qual Polícia Federal: a normal ou a do Moraes?  Porque ele está julgando o cartão de vacina do presidente se nem é mais presidente? Porque esses inquéritos todos caem na mão dele? A PF vai investigar esse e-mail ou vai continuar sendo cachorrinho do Alexandre de Moraes?”, disse Eduardo em entrevista em março deste ano, quando Bolsonaro foi indiciado no inquérito da falsificação dos cartões de vacina.

Já Marcos do Val está sendo investigado pela sequência de ataques e exposição de Shor nas redes sociais.

Em uma das publicações, o senador afirmou que o delegado é "capataz" de Alexandre de Moraes. Já em outra postagem, ele publicou uma foto de Shor em um cartaz de "procurado", com a legenda:“Este delegado, até então desconhecido, tem se ocultado das redes sociais, mas o Brasil precisa conhecer quem é o executor das ordens ilegais de Alexandre de Moraes".

"A ADPF tem um longo histórico na defesa das prerrogativas funcionais dos delegados federais. Tornou-se mais que necessário dar uma resposta contra os ataques desenfreados e infundados contra a PF e os Delegados Federais", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Luciano Leiro.

 

Fonte: Fórum/Brasil 247

 

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