quinta-feira, 1 de junho de 2023

OTAN está criando outro campo de batalha no continente europeu, diz jornal chinês

À medida que a crise russo-ucraniana se arrasta, a OTAN se tornou sinônimo de desestabilizadora da segurança regional, observa o jornal chinês Global Times.

A situação nos Bálcãs está agora em um ponto explosivo. As forças da KFOR (missão da OTAN no Kosovo) entraram em duro confronto com sérvios no norte kosovar, na segunda-feira (29).

O confronto, ocorrido na cidade de Zvecan, no norte do Kosovo, começou quando sérvios protestavam em frente à administração da cidade. A reclamação deles é o resultado das últimas eleições locais boicotadas por sérvios em mais um capítulo de tensões com os albaneses-kosovares.

Kosovo e Sérvia têm tensões de longa duração. Kosovo era originalmente uma província autônoma da Sérvia na ex-Iugoslávia.

Além disso, o autor do artigo aponta que como apoio dos EUA e do Ocidente, o Kosovo tem procurado avançar no caminho da "independência estatal" e adotou uma atitude de linha dura em relação à Sérvia.

O envolvimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte agravou ainda mais a divisão entre Kosovo e Sérvia, levando a conflitos militares entre os dois lados e minando a paz e a unidade dos Bálcãs Ocidentais.

O autor salienta, com razão, que, por um lado, a Aliança Atlântica pede para aliviar as tensões, mas, por outro lado, aumenta a presença militar. O que pode significar que as promessas feitas pela OTAN e outros países ocidentais para proteger os sérvios no Kosovo simplesmente não podem ser cumpridas.

Assim, Song Zhongping, um especialista militar chinês e comentarista de TV, disse ao Global Times que as forças da OTAN não se engajaram verdadeiramente na manutenção da paz na Sérvia e no Kosovo, mas que tinham como objetivo manter o fato básico da "independência do Kosovo" e ajudar o Kosovo a oprimir os sérvios. A soberania da Sérvia e a segurança nacional não são prioridade para a OTAN.

"O conflito russo-ucraniano não produziu quaisquer resultados para a paz, e há uma possibilidade de escalada. A possibilidade de um novo conflito nos Bálcãs também existe. Como o conflito ucraniano não alcançou o efeito desejado para os EUA, Washington precisa criar uma guerra no continente europeu", disse Song.

O jornal chinês também salienta que Washington realmente espera ver o caos na Europa, bem como a desordem da economia europeia e a dependência da Europa dos Estados Unidos, e como objetivo final os EUA não querem uma Europa unida e forte.

Enquanto isso, os EUA provavelmente verão o agravamento da divisão entre a Sérvia e o Kosovo como uma oportunidade que pode aproveitar para enfraquecer a influência da Rússia na Sérvia e nos Bálcãs.

"O objetivo final dos EUA é que tanto a Europa quanto a Rússia sofram perdas, o que está mais de acordo com sua estratégia global e interesses hegemônicos. Agora os EUA veem a Europa como dois barris de pólvora, um em uma guerra quente e um prestes a explodir", enfatizando.

·         China insta EUA a corrigirem seus erros e serem sinceros em diálogo militar

A agência de notícias Xinhua afirmou que a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, instou os EUA a corrigirem imediatamente seus erros e mostrarem sinceridade no diálogo e na comunicação militar.

Mao ainda afirmou que os norte-americanos sabem muito bem o motivo pelo qual o diálogo militar entre os dois países segue enfrentando dificuldades.

Segundo o porta-voz chinês, os EUA devem mostrar um respeito sincero com relação a soberania, segurança e interesses da China.

Além disso, os norte-americanos devem corrigir suas práticas errôneas, criando atmosfera e condições necessárias para um diálogo civilizado e racional entre seus militares.

 

       Casa Branca: não encorajamos ataques à Rússia porque 'não queremos ver a escalada' do conflito

 

Os Estados Unidos não encorajam a Ucrânia a atacar a Rússia e não querem ver o conflito militar escalar, disse o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby, nesta quarta-feira (31), após os recentes ataques de drones a Moscou.

"Não queremos encorajar ataques dentro da Rússia porque não queremos ver a escalada da guerra", disse Kirby.

Ao mesmo tempo, Kirby afirmou que Kiev tem o direito de legítima defesa e apontou que cabe aos ucranianos decidir o que fazer com as armas fabricadas nos Estados Unidos que estão recebendo.

"Eles nos deram garantias de que não usarão nosso equipamento para atacar dentro da Rússia, mas uma vez que chegue a eles, pertence a eles", acrescentou.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que a Ucrânia lançou na terça-feira (30) um ataque terrorista de drones em Moscou. Ele disse que oito veículos aéreos não tripulados (UAV, na sigla em inglês) do tipo aeronave estavam envolvidos. Cinco foram abatidos por um sistema de armas antiaéreas na região de Moscou, três foram suprimidos por sistemas de guerra eletrônica e desviaram de seus alvos pretendidos.

"Nós temos tido contato com nossos colegas ucranianos desde que eles começaram a planejar esta contraofensiva. Continuamos o contato com eles", disse Kirby.

A Ucrânia vai lançar uma ofensiva neste verão (do Hemisfério Norte), e os Estados Unidos estão preparando novas entregas de armas para Kiev, disse John Kirby.

Os países ocidentais têm fornecido a Kiev vários tipos de sistemas de armas, incluindo mísseis de defesa aérea, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, tanques, artilharia autopropulsada e canhões antiaéreos, desde que a Rússia lançou sua operação militar especial na Ucrânia há mais de um ano. O Kremlin tem alertado contra novas entregas de armas a Kiev.

•        Reguladores americanos notificam governo dos EUA para impedir experimento com urânio para bombas

Ex-funcionários do Departamento de Estado dos Estados e reguladores nucleares pediram ontem (30) que o Departamento de Energia do país reconsidere um plano de usar urânio para bombas em um experimento de energia nuclear.

O Departamento de Energia e duas empresas pretendem dividir os custos do Experimento de Reator de Cloreto Derretido (MCRE, na sigla em inglês) no Laboratório Nacional de Idaho e usar mais 600 quilos de combustível contendo 93% de urânio enriquecido, segundo a Reuters.

Entretanto, na visão dos ex-funcionários, a ação poderia dar a outros países uma desculpa para enriquecer urânio ao nível de bomba em busca de novos reatores.

Em uma carta enviada ao departamento, os especialistas afirmam que "o dano à segurança nacional pode ultrapassar qualquer benefício potencial dessa tecnologia energética altamente especulativa".

A mídia afirma que os ex-funcionários temem que um aumento em tais experimentos eleve os riscos de que militantes, os quais buscam criar uma arma nuclear, possam se apossar do urânio.

"É chocante que o Departamento de Energia, mesmo sem notificar o público, possa minar uma política bipartidária dos EUA de décadas para impedir a disseminação de armas nucleares", disse Alan Kuperman, professor da Escola LBJ de Assuntos Públicos da Universidade do Texas e um dos organizadores da carta.

Como alternativa, os especialistas indicaram que o projeto do MCRE pode ser convertido para operar com urânio de baixo enriquecimento, incorrendo em um atraso e aumentando alguns custos, mas outros custos podem ser economizados em segurança, disseram os ex-funcionários no documento.

O Departamento de Energia disse que o urânio altamente enriquecido é necessário para manter pequeno o tamanho do reator experimental. Se fosse usado urânio com até 20% de pureza, o núcleo do reator precisaria ser cerca de três vezes mais alto, três vezes mais largo e conter 40 vezes o volume de sal combustível, afirmou. Assim que o experimento terminar, o reator será desativado e removido, afirmou.

Enquanto isso, no âmbito do acordo nuclear e das declarações da chancelaria americana, Washington pressiona o Irã para interromper seu programa nuclear.

Mesmo tendo se retirado do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018 sob o governo Trump, e das consecutivas tentativas de revivá-lo agora sob o governo Biden, Washington e Teerã não conseguiram chegar a um ponto comum.

 

Ø  EUA dão à Ucrânia espécie de permissão para a guerra contra a Rússia, diz embaixador

 

Os EUA dão a Kiev uma espécie de permissão para continuar lutando com a Rússia, ignorando publicamente os últimos ataques de drones em Moscou, declarou Anatoly Antonov, embaixador russo em Washington.

"A única coisa que os pseudopolíticos na Ucrânia levam em conta é a posição do Ocidente liderado pelos EUA. O silêncio e a ignorância das atrocidades dos bandidos com galões amarelos e azuis é uma espécie de permissão para os nazistas continuarem o confronto inútil contra as Forças Armadas da Rússia", disse Antonov respondendo a uma pergunta da mídia.

De acordo com ele, as declarações de Washington sobre o ataque terrorista em Moscou com uso de drones estão, de fato, incentivando as ações dos terroristas.

"O que valem as tentativas de se esconder por trás da frase que estão 'coletando informações'? Imediatamente as autoridades [dos EUA] mudam para um ataque informacional contra o nosso país. Será que a administração não entende que ninguém acredita em slogans americanos sobre não apoiarem ataques das forças ucranianas contra o território russo?", indagou o diplomata russo.

O embaixador disse que os EUA estão deliberadamente resvalando para o abismo das hostilidades na Europa.

Nesta terça-feira (30), de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, a Ucrânia lançou um ataque terrorista com uso de drones contra Moscou.

 

       Ocidente pensa que Ucrânia está por trás da série de ataques na Rússia, apesar das negações de Kiev

 

As autoridades ocidentais acreditam que Kiev está por trás de uma série de ataques na Rússia, apesar do fato de as autoridades ucranianas negarem seu envolvimento, diz o Financial Times.

"Mas apesar das negações públicas das autoridades ucranianas sobre os ataques ao território russo, as autoridades ocidentais estão convencidas que Kiev esteve por atrás de várias operações em solo do inimigo", escreve o jornal em um artigo que, em particular, é dedicado ao ataque de drones a Moscou e ao ataque de um grupo de inteligência de sabotagem na região de Belgorod em 22 de maio.

Como observa o Financial Times, os recentes ataques ao território da Federação da Rússia causaram preocupação entre os partidários ocidentais da Ucrânia, que insistiram repetidamente que Kiev não usasse armas da OTAN fornecidas à Ucrânia para quaisquer ataques ao território da Rússia.

"Eles [os ucranianos] veem os alvos no território ocupado pela Rússia e dentro da Rússia como um objetivo igualmente legítimo", declarou um funcionário ocidental não identificado à publicação, acrescentando que isso foi visto como "para fins defensivos".

Nesta terça-feira (30) o Exército ucraniano atacou a capital da Rússia com oito drones, todos foram destruídos, informou o Ministério da Defesa da Rússia. No início da manhã na terça-feira, vários prédios residenciais em Moscou foram danificados na sequência de um ataque de drones, informou o prefeito da cidade, Sergei Sobyanin. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou se tratar de um ataque terrorista.

Além disso, a região de Belgorod foi repetidamente bombardeada pela Ucrânia a partir de 24 de fevereiro de 2022. Desde 11 de abril, em toda a região de Belgorod está em vigor o nível elevado (amarelo) de perigo terrorista.

•        Embaixada russa: declarações de Londres incentivam Kiev a cometer ataques terroristas na Rússia

As observações do secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, sobre o direito de Kiev de "projetar força" além de suas fronteiras incentivam a Ucrânia a realizar ataques terroristas na Rússia, declarou a embaixada russa em Londres.

Ontem (30), o secretário britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, evitou uma pergunta sobre o envolvimento de Kiev nos ataques com drones na Rússia, dizendo que a Ucrânia tem o direito de "projetar força" além de suas fronteiras.

O ministro acrescentou que os ataques a "alvos militares legítimos" fora da Ucrânia fazem parte de sua autodefesa.

"As declarações belicosas do chefe da 'diplomacia' britânica não podem ser vistas de outra forma senão como um incentivo para que o regime de Kiev realize novos ataques terroristas contra alvos civis e cidadãos em nosso país", disse o comentário.

A missão diplomática russa observou que tais declarações caracterizam a disposição de Cleverly de assumir a responsabilidade pelos danos e sofrimentos infligidos aos russos, bem como pela escalada perigosa do conflito.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, a Ucrânia lançou um ataque terrorista com veículos aéreos não tripulados (VANT) contra alvos em Moscou na manhã da terça-feira (30).

Dos oito VANT do tipo avião identificados, cinco foram abatidos por um sistema de armas antiaéreas na região de Moscou, três foram suprimidos por guerra eletrônica e desviados de seus alvos.

•        Ocidente deve fornecer garantias de segurança tangíveis e confiáveis à Ucrânia, afirma Macron

Os países ocidentais devem fornecer à Ucrânia garantias de segurança "tangíveis e confiáveis", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta quarta-feira (31).

"Estamos armando maciçamente a Ucrânia, mas não a incluímos em nenhum diálogo estratégico. Devemos fornecer à Ucrânia garantias de segurança tangíveis e confiáveis", disse Macron em uma sessão do Fórum Globsec 2023, na Bratislava.

Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da França disse que Paris estava pronta para concluir acordos com a Ucrânia para fornecer garantias de segurança junto com os parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O governo francês deve continuar as discussões junto com seus parceiros sobre a melhor forma de apoio à Ucrânia em todos os setores da economia a longo prazo, acrescentou o ministério.

No dia 15 de maio, Macron e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, anunciaram em um comunicado conjunto que a França treinaria e equiparia vários batalhões com dezenas de veículos blindados e tanques leves, incluindo AMX-10RC. Além disso, Paris disse que concentraria seus esforços no apoio às capacidades de defesa aérea da Ucrânia.

Os países ocidentais aumentaram seu apoio militar à Ucrânia fornecendo vários tipos de armas a Kiev depois que a Rússia lançou sua operação militar especial no país vizinho. O Kremlin alertou repetidamente contra uma nova escalada que leve ao envolvimento direto da OTAN no conflito.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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