quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Francisco Fernandes Ladeira: Quem é o bolsonarista do ano?

No final do ano, é comum fazermos listas sobre melhores e piores momentos dos últimos 12 meses. Neste texto, convido os leitores a refletirem sobre quem foi o “bolsonarista de 2024”. Os candidatos são pessoas anônimas, alçadas à “fama” após colocar em prática seu bolsonarismo, ou seja, dirigir insultos a qualquer minoria odiada pela extrema direita, como homossexuais, mulheres, negros ou esquerdistas.  

O primeiro nome dessa “seleta” lista é Jaqueline Santos Ludovico – a “homofóbica da padaria” –, flagrada insultando e agredindo fisicamente um casal de homossexuais. No repertório de xingamentos, clássicos do léxico bolsonarista: “mimimi”, “eu sou de família tradicional” e “os valores estão sendo invertidos”. Como toda cidadã de bem respeitável, a “homofóbica da padaria” tem em seu currículo acusações de extorsão e ameaças.

Em sequência está Michele Dias Abreu, influencer cristã, que se tornou conhecida nacionalmente por publicar um vídeo, em suas redes sociais, que associava as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul à ira divina (devido à grande presença de terreiros de “macumba” no estado).

Ainda na linha religiosa, um casal evangélico, proprietário do Jurgen Feld Ateliê, viralizou na internet após declarar que não faz convites para uniões homoafetivas. Com a repercussão negativa do caso, os proprietários da empresa publicaram um vídeo, se dizendo vítimas de “heterofobia”. 

Também podemos citar Israel Leal Bandeira Neto – o “assediador do elevador” –, que ficou famoso após apalpar as partes íntimas de uma mulher, sem consentimento, enquanto ela deixava o elevador de um edifício comercial em Fortaleza. Em seguida, ele fugiu rapidamente para o estacionamento, entrando no carro às pressas. Como não poderia deixar de ser, após a enorme repercussão de sua atitude, que rendeu até demissão do emprego, o “assediador do elevador” argumentou ter “problemas psiquiátricos”.

Representando o viés “liberal na economia”, o candidato a bolsonarista do ano é Tallis Gomes, conhecido por suas falas contrárias a contratação de esquerdistas no ambiente corporativo e à atuação de mulheres como CEO (o que lhe valeu a demissão do cargo de presidente do conselho de administração da empresa G4 Educação). 

Como candidato póstumo, temos Francisco Wanderley Luiz, o “Tiu França”, mártir bolsonarista, que se explodiu em nome da pátria, próximo ao edifício-sede do STF, lutando bravamente contra a ditadura comunista do PT. 

Por fim, mas não menos importante, está Maria Cristina de Lurdes Rocha, presa por injúria racial, após xingar um segurança de “macaco”, na ocasião em que havia deixado uma coroa de flores fúnebres em frente à residência do presidente Lula. Como apontou matéria da Fórum, Maria Cristina comemorou a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, já levou taco de beisebol para um ato na Avenida Paulista e nunca trabalhou, pois, por ser filha de militar, recebe pensão mensal desde 2009 que, atualmente, está na casa de R$ 14,5 brutos. Currículo típico do “cidadão de bem”. 

Colocados os candidatos a bolsonarista do ano, numa disputa que promete ser acirrada, cabe ao leitor escolher quem será o agraciado da vez, que fará parte de uma lista seleta, que conta com figuras importantes, como o Patriota do Caminhão, os adoradores de pneus, os indivíduos que comemoraram a falsa prisão de Alexandre de Moraes, os patriotas que acamparam em frente a quartéis e os manifestantes de 8 de janeiro.

Enfim, no tocante à vergonha alheia, o bolsonarismo não decepciona nunca. 

¨      PF não descarta operações contra militares golpistas ainda este ano ou no início de 2025

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe frustrada de 8 de janeiro seguem em ritmo acelerado, sem interrupções, mesmo durante finais de semana ou feriados. Após as recentes operações que resultaram na prisão de diversos militares e na apreensão de celulares e materiais relevantes, a expectativa é de que as apurações avancem ainda mais nas próximas semanas. Fontes apontam que não é descartada a possibilidade de novas operações ainda este ano e até mesmo que operações possam deflagradas já nos primeiros dias de 2025.

Há uma expectativa de que o material apreendido, especialmente os celulares dos envolvidos, pode fornecer informações cruciais para aprofundar as investigações sobre a participação de militares na trama golpista revelando um planejamento mais amplo e articulado, envolvendo diferentes patentes e setores das forças armadas.

As recentes ações da PF destacam o comprometimento das autoridades em desvendar o papel de figuras-chave no esquema que tentou subverter a ordem democrática. Embora o sigilo sobre o andamento das apurações seja mantido, fontes indicam que novas buscas e apreensões podem ser realizadas para consolidar as provas e identificar outros envolvidos.

Além disso, os bastidores da investigação sugerem que o impacto das operações na estrutura militar tem gerado um ambiente de tensão e vigilância. A PF reforça sua atuação independente, assegurando que nenhum dos envolvidos ficará isento de responsabilização.

As operações mais recentes, combinadas com as evidências já em análise, indicam que 2025 pode começar com novos desdobramentos que trarão à tona mais detalhes sobre o envolvimento de militares na intentona golpista. A atuação contínua e estratégica da PF permanece como um pilar essencial na defesa da democracia e no combate às ameaças contra o Estado de Direito.

 

¨      Moraes desmentiu versão sobre problema de saúde de Silveira e chama álibi de ‘mentiroso’

O ex-deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, que voltou na manhã desta terça (24) para o presídio de Bangu 8 por não cumprir as medidas cautelares impostas pela Justiça, passou por uma audiência de custódia, na qual o ministro Alexandre de Moraes decidiu pela permanência do condenado atrás das grades.

Na audiência, Moraes deixou claro que o extremista ganhou a possibilidade ficar em casa com seus familiares, mas preferiu, mais uma vez, infringir a lei. Ele já descumpriu medidas cautelares 227 vezes desde que seu processo teve início, em fevereiro de 2021. O magistrado reiterou que ele burlou a determinação e ainda insistiu numa versão que chamou de “mentirosa”

 “[O condenado] teve a oportunidade de esclarecer as razões do descumprimento das condições judiciais, mas preferiu manter a versão mentirosa”, escreveu Moraes na decisão que colocou Silveira de volta na cadeia apenas quatro dias após ele receber um benefício de liberdade condicional.

“Fica patente que o sentenciado tão somente utilizou sua ida ao hospital como verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito as condições judiciais obrigatórias para manutenção de seu livramento”, acrescentou ainda o ministro do STF, demonstrando que tem certeza de que a versão sobre o problema de saúde é uma farsa.

<><> Volta à cadeia e álibi do problema de saúde

O ex-deputado federal bolsonarista Alexandre Silveira, que voltou para o presídio de Bangu 8 apenas dois dias após receber um benefício de liberdade condicional, já descumpriu 227 vezes medidas cautelares impostas pela Justiça desde que seu processo teve início, em 21 de fevereiro de 2021, quando fez ameaças diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele foi condenado, no primeiro semestre de 2022, a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.

Alexandre de Moraes, o ministro do STF relator do caso de Silveira, que determinou a sua mais recente volta para o cárcere, lembrou após suspender o benefício de liberdade assistida que o antigo parlamentar é um sujeito que age com “total desrespeito ao Poder Judiciário e à legislação brasileira”.

“Conforme informação prestada pela Seape-RJ [Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro], no dia 22 de dezembro, somente retornou à sua residência as 2h10 da madrugada, ou seja, mais de quatro horas do horário limite fixado nas condições judiciais”, assinalou Moraes em seu despacho em que determinou a nova prisão do condenado.

O ministro faz referência ao mais novo deboche do ex-deputado violento e agressivo da extrema direita brasileira. Ele ganhou o direito de cumprir o resto de sua pena em liberdade, com várias medidas cautelares, na última sexta-feira (20). Só que já no dia seguinte, sábado (21), saiu de casa e só voltou na madrugada, às 2h10 de domingo (22). Ele alega que teve um problema de saúde, o que o levou a um hospital da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde vive. Segundo o laudo apresentado por sua defesa, o bolsonarista teria apresentado dor lombar que irradiava para a área da frente do abdômen, algo compatível com uma crise renal, doença que Silveira já teria apresentado.

No entanto, no tal laudo apresentado pelos advogados do extremista, a saída da unidade médica teria ocorrido 0h34. Não ficou claro por qual razão o ex-deputado teria demorado quase duas horas para regressar à sua residência. Diante de tal situação, Moraes ordenou que Silveira fosse preso novamente.

Se de fato o bolsonarista apresentou ou não uma crise renal, não se sabe. O fato é que, se houver qualquer tentativa de burlar a lei e as ordens da Justiça, não só Silveira estará numa fria. Moraes ordenou que a PF ouça o depoimento dos médicos que teriam atendido o ex-parlamentar e que têm seus nomes no atestado emitido, a fim de descobrir se realmente o atendimento ocorreu e se o apenado apresentava mesmo algum problema de saúde.

¨      Silveira descumpriu medidas judiciais 227 vezes; PF agora ouvirá médicos

O ex-deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, que voltou para o presídio de Bangu 8 apenas dois dias após receber um benefício de liberdade condicional, já descumpriu 227 vezes medidas cautelares impostas pela Justiça desde que seu processo teve início, em 21 de fevereiro de 2021, quando fez ameaças diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele foi condenado, no primeiro semestre de 2022, a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.

Alexandre de Moraes, o ministro do STF relator do caso de Silveira, que determinou a sua mais recente volta para o cárcere, lembrou após suspender o benefício de liberdade assistida que o antigo parlamentar é um sujeito que age com “total desrespeito ao Poder Judiciário e à legislação brasileira”.

 “Conforme informação prestada pela Seape-RJ [Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro], no dia 22 de dezembro, somente retornou à sua residência as 2h10 da madrugada, ou seja, mais de quatro horas do horário limite fixado nas condições judiciais”, assinalou Moraes em seu despacho em que determinou a nova prisão do condenado.

O ministro faz referência ao mais novo deboche do ex-deputado violento e agressivo da extrema direita brasileira. Ele ganhou o direito de cumprir o resto de sua pena em liberdade, com várias medidas cautelares, na última sexta-feira (20). Só que já no dia seguinte, sábado (21), saiu de casa e só voltou na madrugada, às 2h10 de domingo (22). Ele alega que teve um problema de saúde, o que o levou a um hospital da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde vive. Segundo o laudo apresentado por sua defesa, o bolsonarista teria apresentado dor lombar que irradiava para a área da frente do abdômen, algo compatível com uma crise renal, doença que Silveira já teria apresentado.

No entanto, no tal laudo apresentado pelos advogados do extremista, a saída da unidade médica teria ocorrido 0h34. Não ficou claro por qual razão o ex-deputado teria demorado quase duas horas para regressar à sua residência. Diante de tal situação, Moraes ordenou que Silveira fosse preso novamente.

Se de fato o bolsonarista apresentou ou não uma crise renal, não se sabe. O fato é que, se houver qualquer tentativa de burlar a lei e as ordens da Justiça, não só Silveira estará numa fria. Moraes ordenou que a PF ouça o depoimento dos médicos que teriam atendido o ex-parlamentar e que têm seus nomes no atestado emitido, a fim de descobrir se realmente o atendimento ocorreu e se o apenado apresentava mesmo algum problema de saúde.

 

¨      SEM ANISTIA: A reação de Michelle Bolsonaro após Lula vetar golpistas do indulto de Natal

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro resolveu se pronunciar neste domingo (23) sobre o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter vetado do indulto de Natal os bolsonaristas condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. 

Através de seu perfil no Instagram, Michelle publicou um print com a notícia do veto aos golpistas no perdão presidencial e escreveu: "Coração de pedra". 

<><> Golpistas vetados do indulto de Natal 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última sexta-feira (20) o decreto de indulto de Natal que deve ser publicado na segunda (23). 

Assinado anualmente, o indulto de natal é uma medida que concede perdão total ou parcial de penas a determinados grupos de condenados presos, geralmente aqueles que cumprem critérios específicos como bom comportamento, crimes de menor gravidade ou condições de saúde debilitadas. O decreto é parte das atribuições presidenciais para promover a reintegração social e desafogar o sistema prisional. 

Lula já decidiu que vetará de indulto natalino, tal como fez em 2023, condenados por atento ao Estado Democrático de Direito. Isto é, os presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro não serão beneficiados e permanecerão na cadeia. 

Também estão excluídos do decreto deste ano os condenados por crimes hediondos, tortura, violência contra mulheres, crianças e adolescentes, membros de organizações criminosas e detentos submetidos ao regime disciplinar diferenciado (RDD), assim como os condenados por abuso de autoridade crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva.

Já entre os beneficiários do indulto natalino de 2024 estarão gestantes com gravidez de alto risco, desde que comprovado por laudo médico, além de mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência, desde que sejam essenciais para o cuidado de crianças com até 12 anos que possuam deficiência. Também haverá perdão da pena a pessoas com HIV em estágio terminal ou portadoras de doenças graves sem possibilidade de tratamento adequado no sistema prisional, além de indivíduos com transtorno do espectro autista severo, paraplegia, tetraplegia ou cegueira.

<><> Lula planeja evento para relembrar o 8 de janeiro 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou planos para realizar um evento no dia 8 de janeiro de 2025, em Brasília, com o objetivo de relembrar a tentativa de golpe de Estado ocorrida dois anos antes. 

Em 8 de janeiro de 2023, apenas uma semana após a posse de Lula para seu terceiro mandato presidencial, radicais bolsonaristas, acampados em frente a quartéis do Exército, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O ataque foi uma tentativa de criar um cenário de caos que justificasse a decretação de uma intervenção militar, com o objetivo final de manter no poder o ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas eleições de outubro de 2022.

A proposta de realizar o evento em 2025 foi apresentada por Lula durante um almoço de confraternização com seus ministros na última sexta-feira (20). Na ocasião, o presidente solicitou a presença dos membros de seu governo em Brasília para participar da cerimônia, que deverá acontecer no Palácio do Planalto.

Em 8 de janeiro de 2024, Lula liderou o evento "Democracia Inabalada" no Congresso Nacional para lembrar o primeiro aniversário da tentativa de golpe.

"Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade, e a impunidade como salvo-conduto para novos atos terroristas no país”, disse Lula à época. 

 

Fonte: Fórum

 

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