Francisco
Fernandes Ladeira: Quem é o bolsonarista do ano?
No final do ano, é
comum fazermos listas sobre melhores e piores momentos dos últimos 12 meses.
Neste texto, convido os leitores a refletirem sobre quem foi o “bolsonarista de
2024”. Os candidatos são pessoas anônimas, alçadas à “fama” após colocar em
prática seu bolsonarismo, ou seja, dirigir insultos a qualquer minoria odiada
pela extrema direita, como homossexuais, mulheres, negros ou
esquerdistas.
O primeiro nome dessa
“seleta” lista é Jaqueline Santos Ludovico – a “homofóbica da padaria” –,
flagrada insultando e agredindo fisicamente um casal de homossexuais. No
repertório de xingamentos, clássicos do léxico bolsonarista: “mimimi”, “eu sou
de família tradicional” e “os valores estão sendo invertidos”. Como toda cidadã
de bem respeitável, a “homofóbica da padaria” tem em seu currículo acusações de
extorsão e ameaças.
Em sequência está
Michele Dias Abreu, influencer cristã, que se tornou conhecida nacionalmente
por publicar um vídeo, em suas redes sociais, que associava as enchentes que
atingiram o Rio Grande do Sul à ira divina (devido à grande presença de
terreiros de “macumba” no estado).
Ainda na linha
religiosa, um casal evangélico, proprietário do Jurgen Feld Ateliê, viralizou
na internet após declarar que não faz convites para uniões homoafetivas. Com a
repercussão negativa do caso, os proprietários da empresa publicaram um vídeo,
se dizendo vítimas de “heterofobia”.
Também podemos citar
Israel Leal Bandeira Neto – o “assediador do elevador” –, que ficou famoso após
apalpar as partes íntimas de uma mulher, sem consentimento, enquanto ela
deixava o elevador de um edifício comercial em Fortaleza. Em seguida, ele fugiu
rapidamente para o estacionamento, entrando no carro às pressas. Como não
poderia deixar de ser, após a enorme repercussão de sua atitude, que rendeu até
demissão do emprego, o “assediador do elevador” argumentou ter “problemas
psiquiátricos”.
Representando o viés
“liberal na economia”, o candidato a bolsonarista do ano é Tallis Gomes,
conhecido por suas falas contrárias a contratação de esquerdistas no ambiente
corporativo e à atuação de mulheres como CEO (o que lhe valeu a demissão do
cargo de presidente do conselho de administração da empresa G4 Educação).
Como candidato póstumo,
temos Francisco Wanderley Luiz, o “Tiu França”, mártir bolsonarista, que se
explodiu em nome da pátria, próximo ao edifício-sede do STF, lutando bravamente
contra a ditadura comunista do PT.
Por fim, mas não menos
importante, está Maria Cristina de Lurdes Rocha, presa por injúria racial, após
xingar um segurança de “macaco”, na ocasião em que havia deixado uma coroa de
flores fúnebres em frente à residência do presidente Lula. Como apontou matéria da Fórum, Maria Cristina comemorou a morte da ex-primeira-dama Marisa
Letícia, já levou taco de beisebol para um ato na Avenida Paulista e nunca
trabalhou, pois, por ser filha de militar, recebe pensão mensal desde 2009 que,
atualmente, está na casa de R$ 14,5 brutos. Currículo típico do “cidadão de
bem”.
Colocados os candidatos
a bolsonarista do ano, numa disputa que promete ser acirrada, cabe ao leitor
escolher quem será o agraciado da vez, que fará parte de uma lista seleta, que
conta com figuras importantes, como o Patriota do Caminhão, os adoradores de
pneus, os indivíduos que comemoraram a falsa prisão de Alexandre de Moraes, os
patriotas que acamparam em frente a quartéis e os manifestantes de 8 de
janeiro.
Enfim, no tocante à
vergonha alheia, o bolsonarismo não decepciona nunca.
¨ PF não
descarta operações contra militares golpistas ainda este ano ou no início de
2025
As investigações da
Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe frustrada de 8 de janeiro
seguem em ritmo acelerado, sem interrupções, mesmo durante finais de semana ou
feriados. Após as recentes operações que resultaram na prisão de diversos
militares e na apreensão de celulares e materiais relevantes, a expectativa é
de que as apurações avancem ainda mais nas próximas semanas. Fontes apontam que
não é descartada a possibilidade de novas operações ainda este ano e até mesmo
que operações possam deflagradas já nos primeiros dias de 2025.
Há uma expectativa de
que o material apreendido, especialmente os celulares dos envolvidos, pode
fornecer informações cruciais para aprofundar as investigações sobre a
participação de militares na trama golpista revelando um planejamento mais
amplo e articulado, envolvendo diferentes patentes e setores das forças
armadas.
As recentes ações da PF
destacam o comprometimento das autoridades em desvendar o papel de
figuras-chave no esquema que tentou subverter a ordem democrática. Embora o
sigilo sobre o andamento das apurações seja mantido, fontes indicam que novas
buscas e apreensões podem ser realizadas para consolidar as provas e
identificar outros envolvidos.
Além disso, os
bastidores da investigação sugerem que o impacto das operações na estrutura
militar tem gerado um ambiente de tensão e vigilância. A PF reforça sua atuação
independente, assegurando que nenhum dos envolvidos ficará isento de
responsabilização.
As operações mais
recentes, combinadas com as evidências já em análise, indicam que 2025 pode
começar com novos desdobramentos que trarão à tona mais detalhes sobre o
envolvimento de militares na intentona golpista. A atuação contínua e
estratégica da PF permanece como um pilar essencial na defesa da democracia e
no combate às ameaças contra o Estado de Direito.
¨
Moraes desmentiu versão
sobre problema de saúde de Silveira e chama álibi de ‘mentiroso’
O ex-deputado federal
bolsonarista Daniel Silveira, que
voltou na manhã desta terça (24) para o presídio de Bangu 8 por não cumprir as
medidas cautelares impostas pela Justiça, passou
por uma audiência de custódia, na qual o ministro Alexandre de Moraes decidiu
pela permanência do condenado atrás das grades.
Na audiência, Moraes
deixou claro que o extremista ganhou a possibilidade ficar em casa com seus
familiares, mas preferiu, mais uma vez, infringir a lei. Ele já descumpriu
medidas cautelares 227 vezes desde que seu processo teve início, em fevereiro
de 2021. O magistrado reiterou que ele burlou a determinação e ainda insistiu
numa versão que chamou de “mentirosa”
“[O condenado] teve a oportunidade de
esclarecer as razões do descumprimento das condições judiciais, mas preferiu
manter a versão mentirosa”, escreveu Moraes na decisão que colocou Silveira de
volta na cadeia apenas quatro dias após ele receber um benefício de
liberdade condicional.
“Fica patente que o
sentenciado tão somente utilizou sua ida ao hospital como verdadeiro álibi para
o flagrante desrespeito as condições judiciais obrigatórias para manutenção de
seu livramento”, acrescentou ainda o ministro do STF, demonstrando que tem
certeza de que a versão sobre o problema de saúde é uma farsa.
<><> Volta
à cadeia e álibi do problema de saúde
O ex-deputado federal
bolsonarista Alexandre Silveira, que voltou para o presídio de Bangu 8
apenas dois dias após receber um benefício de liberdade condicional, já
descumpriu 227 vezes medidas cautelares impostas pela Justiça desde que seu
processo teve início, em 21 de fevereiro de 2021, quando fez ameaças diretas a
ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele foi condenado, no primeiro semestre
de 2022, a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de ameaça ao Estado
Democrático de Direito e coação no curso do processo.
Alexandre de Moraes, o
ministro do STF relator do caso de Silveira, que determinou a sua mais recente
volta para o cárcere, lembrou após suspender o benefício de liberdade assistida
que o antigo parlamentar é um sujeito que age com “total desrespeito ao Poder
Judiciário e à legislação brasileira”.
“Conforme informação
prestada pela Seape-RJ [Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do
Rio de Janeiro], no dia 22 de dezembro, somente retornou à sua residência as
2h10 da madrugada, ou seja, mais de quatro horas do horário limite fixado nas
condições judiciais”, assinalou Moraes em seu despacho em que determinou a nova
prisão do condenado.
O ministro faz
referência ao mais novo deboche do ex-deputado violento e agressivo da extrema
direita brasileira. Ele
ganhou o direito de cumprir o resto de sua pena em liberdade, com várias
medidas cautelares, na última sexta-feira (20). Só que já no dia seguinte, sábado (21), saiu de casa e só voltou
na madrugada, às 2h10 de domingo (22). Ele alega que teve um problema de saúde,
o que o levou a um hospital da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio,
onde vive. Segundo o laudo apresentado por sua defesa, o bolsonarista teria
apresentado dor lombar que irradiava para a área da frente do abdômen, algo
compatível com uma crise renal, doença que Silveira já teria apresentado.
No entanto, no tal
laudo apresentado pelos advogados do extremista, a saída da unidade médica
teria ocorrido 0h34. Não ficou claro por qual razão o ex-deputado teria
demorado quase duas horas para regressar à sua residência. Diante de tal
situação, Moraes ordenou que Silveira fosse preso novamente.
Se de fato o
bolsonarista apresentou ou não uma crise renal, não se sabe. O fato é que, se
houver qualquer tentativa de burlar a lei e as ordens da Justiça, não só
Silveira estará numa fria. Moraes ordenou que a PF ouça o depoimento dos
médicos que teriam atendido o ex-parlamentar e que têm seus nomes no atestado
emitido, a fim de descobrir se realmente o atendimento ocorreu e se o apenado
apresentava mesmo algum problema de saúde.
¨ Silveira
descumpriu medidas judiciais 227 vezes; PF agora ouvirá médicos
O ex-deputado federal
bolsonarista Daniel Silveira, que
voltou para o presídio de Bangu 8 apenas dois dias após receber um benefício de
liberdade condicional, já descumpriu 227 vezes medidas cautelares
impostas pela Justiça desde que seu processo teve início, em 21 de fevereiro de
2021, quando fez ameaças diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele
foi condenado, no primeiro semestre de 2022, a oito anos e nove meses de prisão
pelos crimes de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do
processo.
Alexandre de Moraes, o
ministro do STF relator do caso de Silveira, que determinou a sua mais recente
volta para o cárcere, lembrou após suspender o benefício de liberdade assistida
que o antigo parlamentar é um sujeito que age com “total desrespeito ao Poder
Judiciário e à legislação brasileira”.
“Conforme informação prestada pela Seape-RJ
[Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro], no dia
22 de dezembro, somente retornou à sua residência as 2h10 da madrugada, ou
seja, mais de quatro horas do horário limite fixado nas condições judiciais”,
assinalou Moraes em seu despacho em que determinou a nova prisão do condenado.
O ministro faz
referência ao mais novo deboche do ex-deputado violento e agressivo da extrema
direita brasileira. Ele
ganhou o direito de cumprir o resto de sua pena em liberdade, com várias
medidas cautelares, na última sexta-feira (20). Só que já no dia seguinte, sábado (21), saiu de casa e só voltou
na madrugada, às 2h10 de domingo (22). Ele alega que teve um problema de saúde,
o que o levou a um hospital da cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio,
onde vive. Segundo o laudo apresentado por sua defesa, o bolsonarista teria
apresentado dor lombar que irradiava para a área da frente do abdômen, algo
compatível com uma crise renal, doença que Silveira já teria apresentado.
No entanto, no tal
laudo apresentado pelos advogados do extremista, a saída da unidade médica
teria ocorrido 0h34. Não ficou claro por qual razão o ex-deputado teria
demorado quase duas horas para regressar à sua residência. Diante de tal
situação, Moraes ordenou que Silveira fosse preso novamente.
Se de fato o
bolsonarista apresentou ou não uma crise renal, não se sabe. O fato é que, se
houver qualquer tentativa de burlar a lei e as ordens da Justiça, não só
Silveira estará numa fria. Moraes ordenou que a PF ouça o depoimento dos
médicos que teriam atendido o ex-parlamentar e que têm seus nomes no atestado
emitido, a fim de descobrir se realmente o atendimento ocorreu e se o apenado
apresentava mesmo algum problema de saúde.
¨ SEM ANISTIA: A reação de Michelle Bolsonaro após Lula
vetar golpistas do indulto de Natal
A
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro resolveu se
pronunciar neste domingo (23) sobre o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter vetado do indulto de
Natal os
bolsonaristas condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de
2023.
Através de seu
perfil no Instagram, Michelle publicou um print com a notícia do veto
aos golpistas no perdão presidencial e escreveu: "Coração de
pedra".
<><> Golpistas
vetados do indulto de Natal
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última sexta-feira
(20) o decreto de indulto de Natal que deve ser publicado na segunda
(23).
Assinado
anualmente, o indulto de natal é uma medida que concede perdão total
ou parcial de penas a determinados grupos de condenados presos, geralmente
aqueles que cumprem critérios específicos como bom comportamento, crimes de
menor gravidade ou condições de saúde debilitadas. O decreto é parte das
atribuições presidenciais para promover a reintegração social e desafogar o
sistema prisional.
Lula já decidiu
que vetará de indulto natalino, tal como fez em 2023, condenados por
atento ao Estado Democrático de Direito. Isto é, os presos pelos atos
golpistas do 8 de janeiro não serão beneficiados e permanecerão na
cadeia.
Também estão
excluídos do decreto deste ano os condenados por crimes hediondos,
tortura, violência contra mulheres, crianças e adolescentes, membros de
organizações criminosas e detentos submetidos ao regime disciplinar
diferenciado (RDD), assim como os condenados por abuso de autoridade crimes contra
a administração pública, como peculato e corrupção passiva.
Já entre os
beneficiários do indulto natalino de 2024 estarão gestantes com gravidez
de alto risco, desde que comprovado por laudo médico, além de mães e avós
condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência, desde que sejam essenciais
para o cuidado de crianças com até 12 anos que possuam deficiência. Também
haverá perdão da pena a pessoas com HIV em estágio terminal ou portadoras de
doenças graves sem possibilidade de tratamento adequado no sistema
prisional, além de indivíduos com transtorno do espectro autista severo,
paraplegia, tetraplegia ou cegueira.
<><> Lula
planeja evento para relembrar o 8 de janeiro
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou planos para realizar
um evento no dia 8 de janeiro de 2025, em Brasília, com o
objetivo de relembrar a tentativa de golpe de Estado ocorrida dois
anos antes.
Em 8 de janeiro de
2023, apenas uma semana após a posse de Lula para seu terceiro mandato
presidencial, radicais bolsonaristas, acampados em frente a quartéis do
Exército, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O
ataque foi uma tentativa de criar um cenário de caos que justificasse a
decretação de uma intervenção militar, com o objetivo final de manter no poder
o ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas eleições de outubro
de 2022.
A proposta de
realizar o evento em 2025 foi apresentada por Lula durante um almoço de
confraternização com seus ministros na última sexta-feira (20). Na ocasião, o
presidente solicitou a presença dos membros de seu governo em Brasília para
participar da cerimônia, que deverá acontecer no Palácio do Planalto.
Em 8 de janeiro de
2024, Lula liderou o evento "Democracia Inabalada" no Congresso
Nacional para lembrar o primeiro aniversário da tentativa de golpe.
"Não há perdão
para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra seu próprio
povo. O perdão soaria como impunidade, e a impunidade como salvo-conduto para
novos atos terroristas no país”, disse Lula à época.
Fonte: Fórum
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