De dengue a
Ozempic: confira as notícias de saúde que mais repercutiram em 2024
Quando você pensa
no universo da saúde em 2024, dificilmente a palavra Ozempic não aparecerá em
sua mente. Apesar do medicamento estar à venda no Brasil para tratamento do
diabetes desde 2019, entre os anos de 2023 e 2024 é que seu uso para o
emagrecimento foi mais difundido e se espalhou entre celebridades.
Somando-se isso à
chegada ou aprovação de outras moléculas nesse arsenal médico contra a
obesidade, como o Wegovy e Mounjaro, o assunto acabou sendo um dos mais
populares entre os leitores da CNN ao longo dos últimos 12 meses.
Mas não só de
Ozempic viveu o ano de 2024. A dengue foi um assunto recorrente entre as
reportagens mais lidas em nosso site, principalmente entre os meses de
fevereiro e maio. Além disso, quadros de saúde de pessoas públicas também
pautaram a curiosidade do público da CNN, e permitiram que eles se
informassem sobre os mais diversos temas, como catetetismo, alguns tipos de
cânceres e até mesmo o nascimento a termo.
Quer saber mais?
Analisamos mês a mês quais as reportagens mais acessadas por nossos leitores em
uma retrospectiva diferente do ano de 2024. Confira!
<><> Janeiro
O mês de janeiro de
2024 abriu o ano com a notícia de que o Programa
Farmácia Popular disponilizaria absorventes para a população em vulnerabilidade
social,
o que trouxe aos leitores da CNN o debate sobre pobreza e dignidade menstruais.
A área da saúde também foi pautada pelo reality show Big Brother Brasil: a
participação da influenciadora Yasmin Brunet e da cantora Wanessa Camargo
trouxe o tema das diferenças
entre dietas vegetarianas, veganas e vegetarianas — ambas são
veganas — e isso deixou Davi Brito e o público em dúvida sobre o que elas
poderiam ou não comer dentro do programa.
<><> Fevereiro
Durante esse
período, o Brasil enfrentava uma epidemia de dengue, além do aumento dos casos
de Covid-19, o que trouxe uma natural
confusão entre os sintomas de ambas as doenças, tema que
interessou bastante os leitores da CNN e foi elucidado com nossa reportagem. O
TikTok também pautou o interesse do público da CNN: uma matéria sobre os
riscos relacionados a um mini massageador elétrico que fazia
parte de uma trend na rede social. Como o aparelho faz uma eletroestimulação, é
preciso que isso seja prescrito de forma individualizada.
<><> Março
Neste mês, o Brasil
seguiu em uma epidemia de dengue, o que aumentou a preocupação dos leitores da CNN
em distinguir os sintomas do quadro: desta vez buscando diferenciar
as manchas causadas pela dengue de outras doenças, como sarampo e rubéola. Neste mês também
viralizou o termo “cabeça
de Ozempic“,
se referindo à forma que o emagrecimento rápido causado pelo medicamento dá a
impressão de deixar as pessoas com a cabeça maior, e a CNN explicou ao seu
público por que isso acontece.
<><> Abril
Em abril de 2024, a
morte de Anderson Leonardo, vocalista do grupo Mojelo, chocou o Brasil. O
cantor tinha um câncer
inguinal,
um tipo raro de tumor que afeta toda a região da virilha e que causou dúvida no
público da CNN. A dengue continuou sendo um assunto importante para nosso
público em abril, com o número de casos prováveis da doença chegando a 1,5
milhão no Brasil. Além do interesse na diferenciação das manchas dela com
outras doenças, os leitores do site quiseram entender melhor quais
alimentos poderiam ajudar na recuperação da dengue.
<><> Maio
No mês de Maio
deste ano, os leitores da CNN estavam mais focados em seu autocuidado, já que
se interessaram em quais são os principais benefícios
da cúrcuma,
condimento alaranjado e rico em propriedades para a saúde e também em qual
opção é a melhor para exercício aeróbico: corrida, caminhada ou bike. Mas as dúvidas
sobre a dengue seguiram em alta, principalmente no começo do mês, com alto
acesso a uma matéria sobre o
que são plaquetas,
indicadoras da gravidade da doença.
<><> Junho
Durante esse mês, o
filme “Divertida Mente 2” trouxe reflexões até mesmo sobre saúde. Os leitores
se interessaram bastante por uma reportagem explicando o
que a animação ensina sobre o cérebro dos adolescentes, já que nesta fase
há uma série de mudanças cognitivas e na forma de ver o mundo que são abordadas
no longa. Além disso, houve também preocupação com o uso de exercícios aeróbicos
para o ganho de massa muscular, e sim, esse tipo de exercício possui sua função
quando o intuito é aumentar a musculatura.
<><> Julho
O mês de julho foi
marcado pela chegada
nas farmácias do medicamento Wegovy, dosagem mais alta do Ozempic indicada
para o tratamento da obesidade, o que trouxe o interesse dos leitores da CNN no
valor do medicamento e onde encontrá-lo. Isso também reacendeu as buscas de
nossos leitores pelo termo “cabeça de Ozempic” e por “Ozempic
natural“,
alternativas não comprovadas e que podem não trazer o emagrecimento esperado.
<><> Agosto
Em agosto, um tema
forte nas redes sociais foi o uso de minoxidil
para deixar as sobrancelhas mais cheias, já que esse estilo voltou à moda, em
detrimento ao estilo mais fininho e com menos pelos dos anos 2000. Além do
interesse nesse tema, os leitores da CNN estavam muito preocupados com a adoção
de atividade física, preferindo matérias sobre se é melhor fazer o cardio
antes ou depois da musculação e se o
pilates ou a musculação são mais efetivos para idosos.
<><> Setembro
A morte do
consultor de etiqueta Fábio Arruda aos 54 anos, no começo do mês, chamou a atenção
do público da CNN para o procedimento cateterismo, ao qual ele foi
submetido por recomendação médica. O método é usado não só para diagnosticar,
mas também tratar doenças cardiovasculares. Outro tema que chamou atenção dos
leitores da CNN foi o colostro
bovino,
o primeiro leite que é produzido pelas vacas nos primeiros dias de nascimento
de seus filhotes.
<><> Outubro
Durante o mês de
Outubro, o câncer muscular da empresária Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro, foi
um assunto que gerou interesse. Chamado de sarcoma
sinovial,
é um tipo de tumor bastante raro que surge nos tecidos moles, em regiões como
braços, pernas e pés. Os leitores da CNN também tiveram bastante curiosidade
sobre chás: os textos sobre chá
de alecrim e
o chá
de espinheira-santa foram
bastante acessados, ensinando seus benefícios e formas de preparo.
<><> Novembro
Com o final de ano
e o verão se aproximando, temas relacionados à alimentação foram o foco dos
leitores da CNN em novembro de 2024. Entre as reportagens mais acessadas
estavam uma explicando se chia
ajuda no emagrecimento, outra explicando os benefícios do chá
de hibisco e
como a castanha-do-Pará ajuda na
saúde.
<><> Dezembro
No último mês de
2024, um ano marcado pela popularização de medicamentos análogos do GLP-1 para
emagrecimento (além da chegada de alguns deles ao mercado brasileiro), uma das
reportagens mais lidas foi sobre como o medicamento Mounjaro,
feito com a molécula tirzepatida, análoga também ao hormônio GIP, tem uma
eficácia 47% com relação ao Wegovy. Outro tema popular foi a saúde de Ravi,
filho da influenciadora Viih Tube e do ex-BBB Eliezer, inclusive divulgando
melhor o que é o nascimento
a termo e se ele pode tornar o bebê mais suscetível a doenças.
¨ Sempre surgirão novas variantes da Covid-19?
Especialistas explicam
Há cerca de cinco
anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de
pneumonia na cidade de Wuhan, na China, marcando o início do que se tornou,
meses depois, a pandemia de Covid-19. Apesar dos avanços no
desenvolvimento de antivirais específicos para combater a doença e de vacinas
para prevenção, ainda há muitos desafios pela frente.
Um deles é
a alta capacidade do vírus de sofrer mutações genéticas, o que faz com que
novas variantes surgem com o decorrer do tempo. Desde 2020, já foram
identificadas diversas variantes e subvariantes do vírus SarS-CoV-2, causador
da Covid-19, e a expectativa é
que novas sepas surjam no futuro.
“As variantes são mutações pontuais dos vírus,
como ocorre com qualquer organismo. Não há motivação e são eventos aleatórios
que fazem parte do ciclo de vida dos vírus”, afirma Luis Fernando Aranha,
infectologista do Hospital Albert Einstein, à CNN. “Sempre surgirão e como
é um processo biológico normal, não há como interromper.”
Atualmente, a
variante da Covid-19 de preocupação no Brasil, ou seja, aquela que está
causando o maior número de infecções, é a JN.1, de acordo com Eliane Bicudo,
infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). No
entanto, nos países do hemisfério norte, a variante
XEC é
a mais preocupante.
“Aqui, nós ainda
identificamos poucos casos dessa variante, mas temos que nos preparar porque
agora, com as festas de Natal e de Ano-Novo, vão aumentar os casos lá e, as
pessoas daqui vão viajar para lá e poderão trazer essa variante para cá”, analisa
a infectologista.
<><> Como
uma nova variante é formada?
De acordo com
Bicudo, o vírus da Covid-19 possui um RNA mensageiro que é altamente mutante.
Isso significa que ele possui uma alta capacidade de mudar sua linhagem
genética e, assim, ganhar mais força para combater o sistema imunológico do que
sua “versão” anterior.
Essa mutação
genética acontece a partir de pressões externas, como um sistema
imune fortalecido
e preparado para combater a infecção, seja por meio da vacina ou devido a uma
infecção anterior. Diante dessa “barreira”, o vírus é “estimulado” a sofrer
mutações genéticas para permanecer vivo. É assim que surge uma nova variante,
segundo a infectologista.
“Uma variante
começa a perder força quando ela encontra uma pessoa com sistema imune
resistente. Diante disso, o vírus sofre uma pressão seletiva ambiental para
desaparecer, mas ele quer continuar vivo. Então, ele passa a sofrer mutações
dentro do próprio organismo infectado, enquanto luta para vencer os
anticorpos”, explica. “A forma de interromper esse processo é através de
vacinas atualizadas e novas campanhas de vacinação”, completa.
<><> Vacinação
completa da população é forma de combater novas variantes
Embora o vírus da
Covid-19 continue sofrendo mutações no futuro, é possível reduzir a
intensidade dessas alterações genéticas por meio da vacinação da população, na
visão de Bicudo.
“Em uma situação
hipotética, se todo mundo estivesse imunizado, ou seja, cerca de 90% da
população, a capacidade replicativa do vírus iria diminuir”, afirma a
infectologista. “Foi o que aconteceu com a influenza [vírus da
gripe]. Por muito tempo, ficamos com o H1N1 com pouquíssima mutação. Ele voltou
[a se replicar com mais intensidade] no ano passado, tanto que a vacina deste
ano é diferente da do ano passado. Essa capacidade replicativa passa pela
quantidade de pessoas resistentes ao vírus”, completa.
É por isso que
a atualização
de vacinas e
o cumprimento do calendário vacinal são estratégias importantes para combater a
Covid-19.
“A visão de que a
Covid-19 é menos perigosa agora é equivocada. Nós ainda temos um número de
óbitos elevado, essa é a síndrome respiratória que mais leva ao óbito no
Brasil, e isso tem relação com a baixa cobertura vacinal”, alerta a
especialista.
“Se você não tem
uma cobertura vacinal importante de todas as pessoas, o vírus circula
facilmente entre nós, e a sua capacidade mutagênica [de sofrer mutações
genéticas] é tão elevada que ele vai continuar causando doença porque as
pessoas não estão imunizadas corretamente”, completa.
Fonte: CNN Brasil
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