segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

De dengue a Ozempic: confira as notícias de saúde que mais repercutiram em 2024

Quando você pensa no universo da saúde em 2024, dificilmente a palavra Ozempic não aparecerá em sua mente. Apesar do medicamento estar à venda no Brasil para tratamento do diabetes desde 2019, entre os anos de 2023 e 2024 é que seu uso para o emagrecimento foi mais difundido e se espalhou entre celebridades.

Somando-se isso à chegada ou aprovação de outras moléculas nesse arsenal médico contra a obesidade, como o Wegovy e Mounjaro, o assunto acabou sendo um dos mais populares entre os leitores da CNN ao longo dos últimos 12 meses.

Mas não só de Ozempic viveu o ano de 2024. A dengue foi um assunto recorrente entre as reportagens mais lidas em nosso site, principalmente entre os meses de fevereiro e maio. Além disso, quadros de saúde de pessoas públicas também pautaram a curiosidade do público da CNN, e permitiram que eles se informassem sobre os mais diversos temas, como catetetismo, alguns tipos de cânceres e até mesmo o nascimento a termo.

Quer saber mais? Analisamos mês a mês quais as reportagens mais acessadas por nossos leitores em uma retrospectiva diferente do ano de 2024. Confira!

<><> Janeiro

O mês de janeiro de 2024 abriu o ano com a notícia de que o Programa Farmácia Popular disponilizaria absorventes para a população em vulnerabilidade social, o que trouxe aos leitores da CNN o debate sobre pobreza e dignidade menstruais. A área da saúde também foi pautada pelo reality show Big Brother Brasil: a participação da influenciadora Yasmin Brunet e da cantora Wanessa Camargo trouxe o tema das diferenças entre dietas vegetarianas, veganas e vegetarianas — ambas são veganas — e isso deixou Davi Brito e o público em dúvida sobre o que elas poderiam ou não comer dentro do programa.

<><> Fevereiro

Durante esse período, o Brasil enfrentava uma epidemia de dengue, além do aumento dos casos de Covid-19, o que trouxe uma natural confusão entre os sintomas de ambas as doenças, tema que interessou bastante os leitores da CNN e foi elucidado com nossa reportagem. O TikTok também pautou o interesse do público da CNN: uma matéria sobre os riscos relacionados a um mini massageador elétrico que fazia parte de uma trend na rede social. Como o aparelho faz uma eletroestimulação, é preciso que isso seja prescrito de forma individualizada.

<><> Março

Neste mês, o Brasil seguiu em uma epidemia de dengue, o que aumentou a preocupação dos leitores da CNN em distinguir os sintomas do quadro: desta vez buscando diferenciar as manchas causadas pela dengue de outras doenças, como sarampo e rubéola. Neste mês também viralizou o termo “cabeça de Ozempic“, se referindo à forma que o emagrecimento rápido causado pelo medicamento dá a impressão de deixar as pessoas com a cabeça maior, e a CNN explicou ao seu público por que isso acontece.

<><> Abril

Em abril de 2024, a morte de Anderson Leonardo, vocalista do grupo Mojelo, chocou o Brasil. O cantor tinha um câncer inguinal, um tipo raro de tumor que afeta toda a região da virilha e que causou dúvida no público da CNN. A dengue continuou sendo um assunto importante para nosso público em abril, com o número de casos prováveis da doença chegando a 1,5 milhão no Brasil. Além do interesse na diferenciação das manchas dela com outras doenças, os leitores do site quiseram entender melhor quais alimentos poderiam ajudar na recuperação da dengue.

<><> Maio

No mês de Maio deste ano, os leitores da CNN estavam mais focados em seu autocuidado, já que se interessaram em quais são os principais benefícios da cúrcuma, condimento alaranjado e rico em propriedades para a saúde e também em qual opção é a melhor para exercício aeróbico: corrida, caminhada ou bike. Mas as dúvidas sobre a dengue seguiram em alta, principalmente no começo do mês, com alto acesso a uma matéria sobre o que são plaquetas, indicadoras da gravidade da doença.

<><> Junho

Durante esse mês, o filme “Divertida Mente 2” trouxe reflexões até mesmo sobre saúde. Os leitores se interessaram bastante por uma reportagem explicando o que a animação ensina sobre o cérebro dos adolescentes, já que nesta fase há uma série de mudanças cognitivas e na forma de ver o mundo que são abordadas no longa. Além disso, houve também preocupação com o uso de exercícios aeróbicos para o ganho de massa muscular, e sim, esse tipo de exercício possui sua função quando o intuito é aumentar a musculatura.

<><> Julho

O mês de julho foi marcado pela chegada nas farmácias do medicamento Wegovy, dosagem mais alta do Ozempic indicada para o tratamento da obesidade, o que trouxe o interesse dos leitores da CNN no valor do medicamento e onde encontrá-lo. Isso também reacendeu as buscas de nossos leitores pelo termo “cabeça de Ozempic” e por “Ozempic natural“, alternativas não comprovadas e que podem não trazer o emagrecimento esperado.

<><> Agosto

Em agosto, um tema forte nas redes sociais foi o uso de minoxidil para deixar as sobrancelhas mais cheias, já que esse estilo voltou à moda, em detrimento ao estilo mais fininho e com menos pelos dos anos 2000. Além do interesse nesse tema, os leitores da CNN estavam muito preocupados com a adoção de atividade física, preferindo matérias sobre se é melhor fazer o cardio antes ou depois da musculação e se o pilates ou a musculação são mais efetivos para idosos.

<><> Setembro

A morte do consultor de etiqueta Fábio Arruda aos 54 anos, no começo do mês, chamou a atenção do público da CNN para o procedimento cateterismo, ao qual ele foi submetido por recomendação médica. O método é usado não só para diagnosticar, mas também tratar doenças cardiovasculares. Outro tema que chamou atenção dos leitores da CNN foi o colostro bovino, o primeiro leite que é produzido pelas vacas nos primeiros dias de nascimento de seus filhotes.

<><> Outubro

Durante o mês de Outubro, o câncer muscular da empresária Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro, foi um assunto que gerou interesse. Chamado de sarcoma sinovial, é um tipo de tumor bastante raro que surge nos tecidos moles, em regiões como braços, pernas e pés. Os leitores da CNN também tiveram bastante curiosidade sobre chás: os textos sobre chá de alecrim e o chá de espinheira-santa foram bastante acessados, ensinando seus benefícios e formas de preparo.

<><> Novembro

Com o final de ano e o verão se aproximando, temas relacionados à alimentação foram o foco dos leitores da CNN em novembro de 2024. Entre as reportagens mais acessadas estavam uma explicando se chia ajuda no emagrecimento, outra explicando os benefícios do chá de hibisco e como a castanha-do-Pará ajuda na saúde.

<><> Dezembro

No último mês de 2024, um ano marcado pela popularização de medicamentos análogos do GLP-1 para emagrecimento (além da chegada de alguns deles ao mercado brasileiro), uma das reportagens mais lidas foi sobre como o medicamento Mounjaro, feito com a molécula tirzepatida, análoga também ao hormônio GIP, tem uma eficácia 47% com relação ao Wegovy. Outro tema popular foi a saúde de Ravi, filho da influenciadora Viih Tube e do ex-BBB Eliezer, inclusive divulgando melhor o que é o nascimento a termo e se ele pode tornar o bebê mais suscetível a doenças.

 

¨      Sempre surgirão novas variantes da Covid-19? Especialistas explicam

Há cerca de cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China, marcando o início do que se tornou, meses depois, a pandemia de Covid-19. Apesar dos avanços no desenvolvimento de antivirais específicos para combater a doença e de vacinas para prevenção, ainda há muitos desafios pela frente.

Um deles é a alta capacidade do vírus de sofrer mutações genéticas, o que faz com que novas variantes surgem com o decorrer do tempo. Desde 2020, já foram identificadas diversas variantes e subvariantes do vírus SarS-CoV-2, causador da Covid-19, e a expectativa é que novas sepas surjam no futuro.

 “As variantes são mutações pontuais dos vírus, como ocorre com qualquer organismo. Não há motivação e são eventos aleatórios que fazem parte do ciclo de vida dos vírus”, afirma Luis Fernando Aranha, infectologista do Hospital Albert Einstein, à CNN. “Sempre surgirão e como é um processo biológico normal, não há como interromper.”

Atualmente, a variante da Covid-19 de preocupação no Brasil, ou seja, aquela que está causando o maior número de infecções, é a JN.1, de acordo com Eliane Bicudo, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). No entanto, nos países do hemisfério norte, a variante XEC é a mais preocupante.

“Aqui, nós ainda identificamos poucos casos dessa variante, mas temos que nos preparar porque agora, com as festas de Natal e de Ano-Novo, vão aumentar os casos lá e, as pessoas daqui vão viajar para lá e poderão trazer essa variante para cá”, analisa a infectologista.

<><> Como uma nova variante é formada?

De acordo com Bicudo, o vírus da Covid-19 possui um RNA mensageiro que é altamente mutante. Isso significa que ele possui uma alta capacidade de mudar sua linhagem genética e, assim, ganhar mais força para combater o sistema imunológico do que sua “versão” anterior.

Essa mutação genética acontece a partir de pressões externas, como um sistema imune fortalecido e preparado para combater a infecção, seja por meio da vacina ou devido a uma infecção anterior. Diante dessa “barreira”, o vírus é “estimulado” a sofrer mutações genéticas para permanecer vivo. É assim que surge uma nova variante, segundo a infectologista.

“Uma variante começa a perder força quando ela encontra uma pessoa com sistema imune resistente. Diante disso, o vírus sofre uma pressão seletiva ambiental para desaparecer, mas ele quer continuar vivo. Então, ele passa a sofrer mutações dentro do próprio organismo infectado, enquanto luta para vencer os anticorpos”, explica. “A forma de interromper esse processo é através de vacinas atualizadas e novas campanhas de vacinação”, completa.

<><> Vacinação completa da população é forma de combater novas variantes

Embora o vírus da Covid-19 continue sofrendo mutações no futuro, é possível reduzir a intensidade dessas alterações genéticas por meio da vacinação da população, na visão de Bicudo.

“Em uma situação hipotética, se todo mundo estivesse imunizado, ou seja, cerca de 90% da população, a capacidade replicativa do vírus iria diminuir”, afirma a infectologista. “Foi o que aconteceu com a influenza [vírus da gripe]. Por muito tempo, ficamos com o H1N1 com pouquíssima mutação. Ele voltou [a se replicar com mais intensidade] no ano passado, tanto que a vacina deste ano é diferente da do ano passado. Essa capacidade replicativa passa pela quantidade de pessoas resistentes ao vírus”, completa.

É por isso que a atualização de vacinas e o cumprimento do calendário vacinal são estratégias importantes para combater a Covid-19.

“A visão de que a Covid-19 é menos perigosa agora é equivocada. Nós ainda temos um número de óbitos elevado, essa é a síndrome respiratória que mais leva ao óbito no Brasil, e isso tem relação com a baixa cobertura vacinal”, alerta a especialista.

“Se você não tem uma cobertura vacinal importante de todas as pessoas, o vírus circula facilmente entre nós, e a sua capacidade mutagênica [de sofrer mutações genéticas] é tão elevada que ele vai continuar causando doença porque as pessoas não estão imunizadas corretamente”, completa.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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