Rei do Lixo:
vereador solto faz outdoor para moradores de cidade na BA
Alvo da mesma
operação que prendeu o “Rei do Lixo”, o vereador eleito Júnior Figueiredo
(PSDB) pagou um outdoor com uma mensagem para os moradores de Nazaré, cidade no
interior da Bahia por onde ele se elegeu.
No cartaz (veja na
galeria abaixo), veiculado após Júnior ser solto, aparecem uma foto e o nome do
vereador eleito com uma mensagem de que ele “deseja a todos os nazarenos um
Feliz Natal e um próspero Ano Novo”.
Figueiredo foi
preso na primeira fase da Operação
Overclean.
Segundo a Polícia
Federal,
ele seria um dos operadores da organização criminosa acusada de fraudar
licitações e desviar R$ 1,4 bilhão em recursos públicos.
Ele foi detido
pelos policiais federais no dia 11 de dezembro, mas deixou a prisão na semana
passada, assim
como o empresário Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo” da Bahia.
De acordo com a
investigação da PF, embora seja do município de Nazaré, Júnior teria atuação em
Lauro de Freitas (BA), cidade localizada na região metropolitana de Salvador.
A investigação
aponta que o vereador eleito teria “amplo e irrestrito acesso” à prefeitura dae
Lauro de Freitas “a ponto de dar ordem pagamento” em contratos do município.
<><> Operação
Overclean
A Operação
Overclean visa desarticular organização criminosa suspeita de envolvimento em
fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de
dinheiro.
A ação já prendeu o
empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia, e o vereador
eleito Francisco Nascimento, primo do atual líder do União Brasil na Câmara,
Elmar Nascimento (BA). Ambos, porém, foram soltos.
De acordo com a PF,
durante o período investigado, o grupo teria movimentado cerca de R$ 1,4
bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos
apenas em 2024.
Além de deter o
policial, a PF prendeu na segunda-feira (23/12) o vice-prefeito de Lauro de
Freitas (BA), Vidigal Cafezeiro (Republicanos), o secretário de Mobilidade de
Vitória da Conquista (BA), Lucas Dias, e o lobista Carlos André.
¨ “Rei do Lixo”:
operação provoca treta no União e adia escolha do líder
Após um período
conturbado por conta da troca na direção do partido em março, o União Brasil voltou a ter
brigas internas nas últimas semanas. Desta vez, a treta entre os integrantes da
legenda envolve a Operação
Overclean,
que apura fraudes em licitações e desvios de recursos públicos.
Como a coluna
noticiou, um
dos principais operadores do esquema, o empresário Marcos Moura, conhecido como
Rei do Lixo, é integrante do diretório nacional do União Brasil e amigo de
lideranças do partido, como o presidente e o vice, Antonio Rueda e ACM Neto,
respectivamente.
Segundo
interlocutores do União Brasil, há divergências na sigla sobre como lidar com a
crise. Nos bastidores, os próprios integrantes da legenda têm questionado
outros colegas do partido por causa da proximidade com o empresário conhecido
como o “Rei do Lixo” da Bahia.
O avanço da
Operação Overclean, como a coluna já noticiou, também tem
provocado pânico na Prefeitura de Salvador. O maior receio da cúpula da gestão
municipal soteropolitana é que a investigação chegue ao prefeito da capital
baiana, Bruno Reis, que é filiado ao União Brasil.
<><> Operação
adia até escolha do novo líder
De acordo com
parlamentares, a operação teria sido um dos motivos que provocaram o adiamento
da escolha do novo líder do partido na Câmara em 2025. O cargo, hoje ocupado
pelo deputado federal Elmar Nascimento (BA), só deve
ser trocado no começo do mês de fevereiro.
Disputam a
liderança do União Brasil na Câmara os deputados Mendonça Filho (PE), Damião
Feliciano (PB) e Pedro Lucas Fernandes (MA). Este último é o candidato apoiado
pelo presidente nacional do partido, Antonio Rueda. Já Mendonça é mais alinhado
ao grupo de Elmar.
¨ Policial preso pela PF era “língua solta” na Bahia
Preso pela
própria Polícia Federal por repassar
informações sigilosas para alvos da Operação
Overclean, o
agente da PF Rogério Magno já foi citado em outras duas investigações por ter
cometido o mesmo tipo de crime.
Como a coluna
noticiou, o
policial foi preso na segunda-feira (23/12), em Salvador, acusado de
repassar “informações sensíveis” aos alvos da Overclean, incluindo a
identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Quatro anos antes,
em 2020, Magno foi citado na Operação
Faroeste, que
apurava um esquema de venda de sentenças no interior da Bahia, pelo mesmo
motivo: repassar informações sigilosas a investigados.
Segundo
investigações da PF, o policial federal também era suspeito de vazar para
alguns alvos da Faroeste informações das operações policiais que tentavam
desarticular o esquema.
À época, Magno era
chefe da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e trabalhava
com o então secretário Maurício Barbosa. Os dois acabaram exonerados das
funções.
Em 2017, o agente
da PF foi citado na Operação Vortigern, que investigou o vazamento de
informações sob sigilo no Tribunal
de Justiça da Bahia (TJ-BA),
também por suspeita de repassar informações.
¨ Soltura de “Rei do Lixo” implode chances de
desembargadora no STJ
A soltura
do empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, “implodiu” as chances
de a desembargadora Daniela
Maranhão ser
indicada por Lula para o Superior Tribunal de
Justiça (STJ),
avaliam ministros do governo.
Membro do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Daniela disputa a indicação de Lula para
o STJ em uma lista tríplice que tem ainda os desembargadores Carlos Brandão
(TRF-1) e Marisa Santos (TRF-3).
Daniela tem como
“cabos eleitorais” nomes influentes do Poder Judicário em Brasília. Apoiam a
indicação dela, por exemplo, os ministros Luís Roberto
Barroso,
atual presidente do STF, e Gilmar Mendes, decano da Corte.
Apesar do apoio de
peso, Daniela comprou uma briga com caciques do PT da Bahia ao mandar soltar o
“Rei do Lixo” e outros alvos da Operação Overclean, que apura fraude em
licitação e desvio de recursos.
O empresário, como
vem noticiando a coluna, tem fortes ligações e contratos com gestões de
importantes lideranças do União Brasil, partido que é adversário histórico dos
petistas na Bahia.
Segundo apurou a
coluna, após a soltura do “Rei do Lixo”, diversos caciques do PT baiano
procuraram ministros do governo para fazer pressão contra a indicação da
Daniela Maranhão por Lula ao STJ.
Sob reserva, esses
petistas avaliam que a soltura do empresário diminuiu drasticamente as chances
de o “Rei do Lixo” fechar um acordo de delação premiada que poderia atingir
lideranças do União
Brasil.
“Onde essa mulher
estava com a cabeça? Ela se implodiu”, afirmou um influente ministro do governo
à coluna. “A Bahia está vetando ela com força, querem ela no sal”, emendou.
<><>
Desembargadora que soltou Rei do Lixo livrou Bolsonaro de usar máscara
Responsável
por soltar
o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia, a
desembargadora Daniele
Maranhão já
deu uma decisão favorável e polêmica em 2020 ao então presidente Jair Bolsonaro.
Em julho daquele
ano, no auge da pandemia de Covid-19 no Brasil, Daniele
atendeu a um pedido da
Advocacia-Geral da União (AGU) para desobrigar Bolsonaro a usar máscara
enquanto transitava pelo Distrito Federal.
Na ocasião, a
desembargadora derrubou uma decisão da 9ª Vara Federal Cível do Distrito
Federal que obrigava o então presidente a usar o item de proteção, sob pena de
multa diária de R$ 2 mil.
O argumento de
Daniela para derrubar a decisão foi o de que a ação civil contra Bolsonaro não
era o meio adequado para impor o uso de máscara a ele e que caberia ao “poder
de polícia” do Distrito Federal fazer cumprir a lei.
¨ Coronel envolvido com jogos de azar mantém
aposentadoria de R$ 36 mil
A Polícia Militar de São Paulo decidiu
manter os benefícios e a patente do coronel reformado Luiz Flaviano Furtado,
acusado de envolvimento com uma quadrilha que operava cassinos
clandestinos na
capital. O oficial, que atuou como chefe de gabinete da Secretaria de Justiça
entre 2015 e 2016, no governo de Geraldo Alckmin, foi preso duas vezes em 2018,
em uma operação de repressão a jogos de azar conduzida pelo Ministério Público
de São Paulo (MPSP) e
pela Corregedoria da PM.
Em decisão assinada
pelo comandante da PM, coronel Cássio de Freitas, foi determinada uma “sanção
não exclusória” contra Furtado, o que significa o reconhecimento da
transgressão disciplinar, mas sem aplicação da pena de expulsão. Nesses casos,
o resultado é considerado uma vitória da defesa.
Assim, o coronel
vai continuar recebendo benefícios no valor de R$ 36,1 mil mensais como
aposentado das fileiras da corporação. A medida segue o posicionamento do
Conselho de Justificação do Tribunal de Justiça Militar (TJMSP), que julgou
“parcialmente procedente” a representação contra o oficial.
Furtado foi detido pela
primeira vez no dia 15 de janeiro de 2018, durante cumprimento de mandados de
busca e apreensão da operação Cabaré, após ser flagrado com uma arma irregular.
Na casa do militar, as equipes da Corregedoria também encontraram R$ 30 mil em
dinheiro. Ele foi liberado na audiência de custódia.
No dia 20 do mesmo
mês, depois de ser denunciado pelo envolvimento com a quadrilha, o coronel
recebeu nova ordem de prisão e foi conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes,
na zona norte de São Paulo. Outros três PMs foram presos na ação.
A operação
mobilizou 20 promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial contra o Crime
Organizado (Gaeco) do MPSP e 208 policiais militares no cumprimento de 35
mandados de busca e apreensão e nove de prisão expedidos pela Justiça Comum e
pela Justiça Militar. Na ação, foram destruídas 1.054 máquinas caça-níqueis e
outras 15 foram apreendidas. Cada máquina tinha valor médio de R$ 25 mil,
totalizando um prejuízo de cerca de R$ 20 milhões para a quadrilha.
¨ Policial que ficava com dinheiro de traficantes é
demitido pela 3ª vez
O policial civil
Fernando Contreras Siqueira, que responde a 30 processos pelo crime de peculato na
Justiça de São Paulo, foi demitido do
cargo pela terceira vez pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (foto em
destaque). Exercendo a função de escrivão no 8º Distrito Policial, no Brás,
Contreras é acusado de desviar dinheiro apreendido de traficantes presos pela
Polícia Militar e levados à delegacia.
Em 2023, o policial
foi condenado a dois anos de prisão. Ele possui outras seis sentenças que
resultaram em prestação de serviço comunitário e três para pagamento de multas,
as quais não foram pagas devido às decisões judiciais que concederam indulto ao
agente.
Contreras foi
demitido por Derrite pela primeira vez em setembro do ano passado, em
decorrência de um dos processos administrativos disciplinares abertos contra
ele. Em abril deste ano, o secretário demitiu o agente pela segunda vez. A
sequência de punições visa garantir que, caso uma delas seja revertida
judicialmente, a segunda entre em vigor, impedindo que o policial retorne às
funções.
<><> Processos
administrativos
Como escrivão,
Contreras tinha a responsabilidade de registrar os boletins de ocorrência e
recolher o material apreendido para dar a devida destinação, que, no caso do
dinheiro, seria um depósito judicial. No entanto, o agente frequentemente
ficava com a quantia, como descreve a Corregedoria da Polícia Civil em um PAD
aberto em outubro de 2023.
“No dia 20 de setembro
de 2018, o escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira registrou, junto ao
8º DP/Brás, o Boletim de Ocorrência nº 6.052/18, referente a associação para o
tráfico, ocasião em que houve a apreensão da quantia de R$ 137,00. O referido
valor permaneceu sob responsabilidade do escrivão para fins de depósito
judicial. Por intermédio de correio eletrônico datado de 29 de março de 2023, o
juiz de Direito da 2ª Vara Criminal, Foro Central Criminal Barra Funda,
deliberou pela requisição da guia de depósito respectiva, que, no entanto, não
foi encaminhada. Consta nos autos uma informação do Banco do Brasil, indicando
a não localização de conta judicial vinculada ao processo”, afirmou a
Corregedoria.
O processo
administrativo também mencionou outros casos em que Contreras foi apontado pela
mesma prática. “Conforme consta nas anotações funcionais do escrivão de polícia
Fernando Contreras Siqueira, existem diversos procedimentos administrativos
instaurados em seu desfavor, que versam sobre fatos da mesma natureza”,
informou o órgão.
No total, Contreras
teve duas ações penais por peculato abertas em 2020, 13 em 2021, nove em 2022,
duas em 2023 e quatro em 2024.
Fonte: Metrópoles
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