Nuno Vasconcellos:
Se correr, o bicho pega. Se ficar...
O ano de 2025
começará com o Brasil diante daquela que talvez seja a encruzilhada mais
decisiva de sua história. Dependendo do rumo que seguir, poderá dar um passo
definitivo em direção à maturidade e ingressar no clube dos países ricos,
desenvolvidos e em condições de oferecer bem-estar e prosperidade a todos os
seus cidadãos. Dependendo, porém, das decisões que vierem a ser tomadas a
partir do dia 1º de janeiro, a vaca rumará para o brejo e só sairá de lá à
custa de muito sacrifício.
Boa parte da
responsabilidade sobre o que o futuro reserva ao país estará nas mãos do
economista Gabriel Galípolo — que substituirá Roberto Campos Neto na
presidência do Banco Central. Indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e já devidamente sabatinado pelo Senado, ele será responsável por
virar a última página escrita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que ainda
permanece aberta em Brasília.
Seu mandato à
frente da instituição não coincide com o do presidente da República e irá até o
fim de 2029. Mas nem será preciso esperar tanto para saber se sua passagem pelo
BC será coroada de êxito. Um ano no posto já será suficiente para saber em que
direção ele terá ajudado a conduzir o país: se no caminho da austeridade técnica
necessária para dar credibilidade à moeda brasileira ou se na direção da
esbórnia monetária que tanto custou ao país antes da decretação do Plano Real,
há exatos 30 anos.
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A missão de
Galípolo não será fácil. Além das atribuições protocolares de qualquer
presidente do Banco Central — que por si só já são extremamente espinhosas —,
ele terá que obter resultados bem melhores do que os de seu antecessor. Se
durante o primeiro ano de seu mandato, a taxa de juros continuar em elevação
como esteve ao longo de 2024, ele será criticado por adotar o mesmo receituário
do “bolsonarista” Campos Neto.
Se, ao contrário
disso, der início a uma política gradual de redução da Selic — como muita gente
acredita ser possível fazer sem gerar pressões inflacionárias insuportáveis
—certamente ouvirá a acusação de ter cedido à pressão de Lula. Como reza o dito
popular, se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come.
ADMINISTRAÇÃO TÍBIA
Sim! Desde que
tomou posse para seu terceiro mandato como presidente da República, em 2023,
Lula tem tratado o Banco Central e seu presidente Campos como se fossem a Geni
da música de Chico Buarque de Hollanda. Na semana passada, no mesmo dia em que
deixou o hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde esteve internado por cinco
dias e se submeteu a uma cirurgia de emergência para drenar um coágulo na
cabeça, o presidente concedeu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV
Globo, e voltou a criticar o BC — que na véspera havia elevado a taxa de juros
em um ponto percentual, para 12,25% ao ano. E, mais do que isso, indicado a
possibilidade de elevar novamente a taxa em um ponto percentual nas duas
próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.
“Não há nenhuma
explicação para isso. A inflação está quatro e pouco. É uma inflação totalmente
controlada. A irresponsabilidade é de quem aumenta a taxa de juros todo dia,
não é do governo federal. Mas nós vamos cuidar disso também”, disse Lula. A
declaração do presidente, como não poderia deixar de ser, foi muito
mal-recebida. E, pior do que isso, apontada como a responsável pelos solavancos
vividos pelo mercado nos dias seguintes.
Críticas ao
presidente do BC vindas de Lula não causam espanto nem são suficientes para
causar um solavanco no mercado como o que se viu na semana passada. Estranho seria,
isso sim, se o presidente, ao invés de criticar, elogiasse a decisão do
colegiado liderado por Campos Neto. De certa forma, as críticas de Lula até
fazem sentido: caso ele admitisse que o BC está certo ao elevar os juros, teria
que admitir que seu governo está errado ao não cortar as despesas que forçam a
alta das taxas. O que causou alvoroço desta vez foi a última frase do
comentário do presidente.
O que será que Lula
quis dizer com “vamos cuidar disso também”? Será que a frase não passou de um
arroubo verbal como os que o presidente comete de vez em quando? Ou será que
foi, como muita gente apostou que fosse, a expressão do desejo sincero de
intervir na instituição e forçar Galípolo a uma administração tíbia como foi a
de Alexandre Tombini no governo de Dilma Rousseff?
DERROTA ACACHAPANTE
Todo mundo se
recorda do desastre que foi a passagem de Tombini pelo cargo, mas aquilo
aconteceu num tempo anterior à Lei Complementar 179, de fevereiro de 2021, que
estabeleceu a independência do órgão em relação ao presidente da República.
Naquela época, o presidente da instituição poderia ser demitido a qualquer
momento e provavelmente foi o receio de perder o cargo que levou Tombini a
ceder à pressão da presidente e promover reduções sucessivas na Selic — que caiu
de 11,17% em janeiro de 2011 para 7,12% em janeiro de 2013 e, depois, voltou a
subir diante do risco de perda definitiva de controle sobre a inflação.
A responsabilidade
de Galípolo e a importância de sua missão está justamente aí. Caso ele consiga
fazer uma administração capaz de mostrar ao mercado que suas decisões não são
subordinadas ao desejo de Lula, ótimo. Do contrário, as pressões sobre ele se
elevarão e talvez imponham ao Banco Central uma derrota acachapante justamente
naquela que é sua principal missão.
E que missão é
essa? Bem... “O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar
a estabilidade de preços”, diz o artigo primeiro da lei que deu autonomia à
instituição e quatro anos de estabilidade no emprego a seu presidente. “Sem prejuízo
de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também tem por objetivos
zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as
flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, diz o
parágrafo primeiro.
SAÚDE MONETÁRIA
Na semana passada,
ao sabor das declarações de Lula, o mercado deu uma demonstração do tipo de
pressão que pode exercer sobre a autoridade monetária — e das providências que
devem ser tomadas para lidar com esse tipo de pressão. Num movimento
especulativo feroz, estimulado pela fragilidade das contas do governo, os
investidores correram em busca de dólares como um bando de formigas em torno do
açúcar derramado.
Como sempre
acontece nessas situações, a cotação foi às alturas. Na quinta-feira, o dólar
chegou a ser negociado a R$ 6,30. Depois recuou e fechou a R$ 6,14. O Banco
Central atuou para evitar a disparada. Desde a quinta-feira da semana
retrasada, dia 12 de dezembro, a instituição vendeu um total de US$ 20,7
bilhões das reservas cambiais do país. O aumento da oferta fez a cotação recuar
e a moeda norte-americana terminou cotada em R$ 6,08.
Diante desse recuo,
muita gente chegou a questionar a estratégia utilizada pelo BC para reagir ao
movimento especulativo que tirava valor da moeda. Haveria a possibilidade de o
agir antes para evitar o susto? Será que se Galípolo já estivesse no comando da
instituição responsável pela saúde monetária do país, a reação teria sido mais
célere?
REPUTAÇÃO DO REAL
É aí que está o xis
da questão. Embora a responsabilidade pela saúde monetária do país seja do
Banco Central, as medidas capazes de evitar a explosão inflacionária não está
em suas mãos, mas nas do governo. Aliás, foi justamente a timidez de Brasília
em conter as despesas públicas no pacote de corte de gastos anunciado pelo
ministro da Fazenda Fernando Haddad, somada à voracidade indecente de
parlamentares que não medem esforços para gastar o dinheiro público da forma
que bem entenderem e à eterna mania nacional de criar despesas públicas sem se
preocupar com as receitas — para citar apenas três fatores recorrentes — que
ameaçaram a reputação do Real e aumentaram a procura pelo dólar.
É nos momentos em
que o poder de compra do Real se vê ameaçado pela irresponsabilidade fiscal do
Estado brasileiro (e não apenas do governo) que os investidores buscam refúgio
na moeda norte-americana. Atenção! Eles não fazem isso pelo simples prazer de
especular contra a moeda brasileira. O que os move, muitas vezes, é a
necessidade de garantir a própria sobrevivência.
O dólar é utilizado como um abrigo seguro para as empresas que têm compromissos
internacionais de médio ou longo prazo nos momentos em que o risco de explosão
inflacionária ameaça o poder de compra do Real. E mais: os fundos de
investimento — que, neste momento, bancam a maioria dos projetos de
infraestrutura responsáveis pelas boas taxas de crescimento da economia —
também não podem correr o risco de ver seus recursos desmilinguirem e não serem
capazes de bancar os compromissos que assumiram. Acusar quem compra dólares
nessas circunstâncias de agir contra o Brasil é conspirar contra o próprio
crescimento da economia.
Existem,
obviamente, aqueles que se valem das flutuações do dólar para especular e obter
lucros com os negócios de compra e venda da moeda — o que é absolutamente
legítimo num mercado financeiro atuante e poderoso como é o brasileiro. Ou
seja: há dezenas de explicações para o movimento frenético do câmbio na semana
passada — mas entre elas, com toda certeza, não está aquela que a presidente do
PT, deputada Gleisi Hoffmann, encontrou para tentar traduzir a alta. “Não há
‘ciência econômica’ nesta distorção de natureza essencialmente política que
está na origem do ataque especulativo à moeda nacional. Nenhum ajuste vai
saciar essa gente, porque seu objetivo é desestabilizar o governo”, disse ela.
A presidente
nacional do PT disse esse despautério na resposta que deu ao jornal O Globo
que, em editorial publicado na quinta-feira passada, criticou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva por “adotar teses fantasiosas” em matéria de economia e o
responsabilizou pela crise cambial da semana passada. É aí que está o problema:
Lula e seu governo não são os únicos responsáveis pela crise — que também foi
estimulada pela decisão do Federal Reserve, que é o Banco Central
norte-americano, de reduzir em 0,25% a taxa de juros nos Estados Unidos.
Com o país mais
poderoso do mundo pagando juros entre 4,25% e 4,5% ao ano por seus títulos, os
especuladores internacionais preferem colocar seu dinheiro em títulos de países
que pagam mais para rolar sua dívida. Esse, infelizmente, é o caso do Brasil.
Como se vê, a
questão é complexa e a chegada de Galípolo servirá pelo menos para acalmar os
ânimos e eliminar os ruídos que têm marcado a convivência do governo com o BC. Infelizmente,
porém, isso não será suficiente e ele terá que contar com mais do que o apoio
do presidente para resolver os problemas que poderá conduzir ao crescimento
definitivo da economia. Tomara que acerte e saiba usar a independência do não
para agradar ao governo, mas para ajudar o país a prosperar.
¨ O novo ajuste
fiscal: o barato saiu caro. Por Arnóbio Rocha
A armadilha
que o governo caiu para acalmar o "mercado", infelizmente necessário
(ou não?), custou uma queima de 25 bilhões de dólares das reservas e o câmbio
continuou alto, em um mês de 5.80 para 6.06, bateu 6.31, nos piores momentos de
maior estresse.
Uma
demonstração clara de quem tem o PODER real, pois o custo de uma economia de 70
bilhões de reais, de redução de gastos (com mais pobres), apenas o câmbio deu
um lucro de 150 bilhões aos especuladores.
A tragédia de
um país que não se acerta, sem um projeto de soberania, de seu papel no mercado
mundial, dirigido por, ou em nome, de uma burguesia rentista, que usa de sua
Mídia e dos seus milicos para chantagens aos governos de plantão.
Goste-se ou
não, o único elemento real de resistência, com suas mazelas e
extremamente contraditório, é o PT, que tem em Lula sua força maior, no
meio dessa situação desigual, conseguiu alguns nacos da carne para os mais
vulneráveis, apostando (corretamente) na melhor a da economia como uma
possibilidade de melhorar o cenário político, cuja Hegemonia local e mundial é
da extrema-direita.
Um novo arco
de alianças, mais conservador foi formado, com 2 anos de muitas conquistas,
encontrou seu impasse nesse novo ajuste, imposto pela burguesia entreguista e
saudosa de Paulo Guedes.
As aprovações
custaram 10 bilhões, pelo menos em emendas, o que demonstra a força da
extrema-direita e como manipula o governo, nessa luta desigual.
É duro
constatar que essa vitória/derrota nos empurra para um cenário extremamente
complexo para 2025 e 26, um desafio que Lula-Alckmin e Haddad terão que
enfrentar, o novo Presidente do Banco Central foi emparedado antes de assumir,
que o engenho e a arte o iluminem, não será fácil.
Um fim de ano
tenso, saúde ao Presidente Lula, mais do que nunca.
¨ Gleisi
desmascara editorial indecoroso da Folha
A presidente
nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu duramente ao editorial publicado pela
Folha de S. Paulo neste domingo (22), que criticou a condução da política
econômica do governo Lula, utilizando termos como “expansão ilimitada do
Estado” e alardeando riscos de hiperinflação. Em seu perfil no X, (antigo
Twitter), Gleisi classificou o texto como “delirante” e acusou o jornal de
apostar contra o país.
“O delirante
editorial da @folha hoje, falando até em risco de hiperinflação, é uma aposta
descarada contra o país. Nenhum governo do presidente Lula, inclusive este,
praticou ‘expansão ilimitada do Estado’, como acusa o jornal
irresponsavelmente”, escreveu Gleisi.
A parlamentar
destacou que o governo federal tem promovido um esforço fiscal sem precedentes,
o déficit de 2,1% do PIB em 2023 para cerca de 0,25% neste ano. Segundo Gleisi,
esses números desmentem a narrativa da Folha e refletem uma economia que, sob a
liderança de Lula, voltou a crescer, com mais geração de empregos e aumento da
renda e dos salários.
Além disso,
Gleisi criticou o que chamou de “disputa pelos recursos do Estado”, contrapondo
as medidas sociais do governo ao favorecimento de uma elite financeira, acusada
de lucrar com os altos juros da dívida pública e a concentração de riqueza no
Brasil.
“O país voltou
a crescer, com mais renda e salários, gerando empregos como nunca, apesar dos
fabricantes de crise e seus porta-vozes na mídia. Não existe mesmo almoço
grátis, mas sempre existiu uma disputa pelos recursos do estado: entre milhões
de famílias que o governo Lula está resgatando da pobreza e os pouquíssimos que
fazem banquetes à custa dos juros da dívida e da indecente concentração da
riqueza no país”, pontuou.
A mensagem de
Gleisi finaliza com uma provocação contundente: “O editorial mostra de que lado
a Folha está”.
¨ As vitórias do governo vão desfazer a bolha
especulativa
As recentes vitórias
do governo federal no Congresso Nacional representam um marco importante para o
avanço de uma agenda econômica responsável e equilibrada. A aprovação histórica
da reforma tributária, que estava paralisada há mais de 30 anos, é um símbolo
claro de compromisso dos poderes constituídos com o desenvolvimento sustentável
do Brasil. Junto a isso, medidas como a reorganização de cadastros em programas
sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e a
atualização das regras de reajuste do salário mínimo reforçam uma direção
clara: justiça social aliada ao equilíbrio fiscal.
Em meio a esse
cenário, o governo conduziu uma transição amigável na presidência do Banco
Central, como não poderia deixar de ser, especialmente em um momento de
estresse cambial e bolha especulativa. A saída de Roberto Campos Neto e a
chegada de Gabriel Galípolo ao comando da instituição trazem novas perspectivas
para a gestão da estabilidade financeira, da atividade econômica e do controle
da inflação. Mais do que isso, a mudança simboliza a convergência entre os
objetivos fiscais e monetários, reforçando a confiança de que os instrumentos
disponíveis serão utilizados de forma coordenada para dissipar os
desequilíbrios e retomar a estabilidade.
Os primeiros sinais
de que a especulação sobre a cotação da moeda brasileira começa a ceder já se
fazem notar, mesmo antes da virada do ano. O dólar, que recentemente chegou ao
patamar de R$ 6,30, recuou para a faixa de R$ 6,05, impulsionado pela
utilização de parcela dos mais de US$ 360 bilhões em reservas internacionais do
Brasil, aliada a outras medidas estratégicas. A volatilidade cambial,
estimulada artificialmente por setores que apostam no desgaste da atual gestão,
começa a perder força diante de uma gestão econômica articulada e eficiente.
A estratégia do
governo tem sido pragmática e firme. Por meio de articulação política e
decisões fundamentadas, a política econômica busca estabilizar a economia ao
mesmo tempo em que enfrenta privilégios históricos no sistema tributário. Não
se trata de uma busca pelo ajuste fiscal a qualquer custo, mas de uma
reestruturação que coloca os setores mais abastados sob as mesmas regras
aplicáveis aos demais contribuintes.
É natural que, em
momentos de mudança estrutural, alguns agentes tentem aproveitar sazonalidades
e condições conjunturais para lançar dúvidas sobre o curso do governo. Contudo,
os resultados recentes evidenciam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não estão dispostos a recuar de sua
visão de um Brasil mais justo e equilibrado.
A transição no
Banco Central e as vitórias no Congresso são elementos de um processo de
transformação mais amplo. A especulação, alimentada pelo discurso de desgaste
político, encontra no avanço das reformas e na consolidação de medidas fiscais
sólidas seu limite natural. Com os primeiros sinais positivos já visíveis, como
a queda do dólar, a bolha especulativa está com os dias contados. O Brasil
caminha para um ciclo de crescimento sustentado com busca de inflação no centro
da meta, capaz de beneficiar toda a sociedade.
Adversários
incrustados no mercado e na mídia hegemônica tentam minimizar a vitória, é
claro, na linha de que os ajustes contra foram insuficientes, ou seja, que
deveriam eliminar direitos dos mais pobres. Sua oposição, porém, já sinaliza
que o governo, nos marcos da democracia, caminha na direção correta,
encorajando o ministro Haddad a perseverar na busca de obter receitas,
eliminando privilégios tributários insustentáveis do ponto de vista do
equilíbrio orçamentário e, acima de tudo, da justiça fiscal.
Fonte: O Dia/Brasil
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