segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Para que serve a quiropraxia? Conheça 9 mitos e verdades

Mais do que uma técnica curiosa que viraliza nas redes socais, a quiropraxia é uma área da saúde que atua no diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas relacionados ao sistema neuromusculoesquelético (articulações, músculos, tendões, ossos, nervos e outras estruturas responsáveis pelo movimento do corpo).

De acordo com a Associação Brasileira de Quiropraxia (ABQ), o objetivo central da técnica é ajustar o sistema articular para reduzir os riscos de lesões e diminuir dores no corpo.

Nesse sentido, ela tem papel ativo no tratamento e prevenção de dores no quadril e lombar, hérnia de disco, torcicolo, dores no ombro (como tendinite e bursite), artrose, disfunção temporomandibular (DTM), bruxismoenxaqueca, além de lesões de extremidade (unhas, cotovelos, joelhos, tornozelos e pés).

A CNN conversou com a quiropraxista e profissional de educação física, Bianca Colisse, para esclarecer algumas dúvidas sobre a prática, desvendando mitos e verdades que giram em torno da prática.

<<<< Confira mitos e verdades sobre a quiropraxia:

<><> 1. Quiropraxia é segura?

Verdade. Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a quiropraxia é uma prática segura quando aplicada por profissionais capacitados, seguindo diretrizes como as da própria OMS.

<><> 2. Ela só funciona se o corpo emitir estalos?

Mito. Como lembra Bianca, a quiropraxia ficou famosa nas redes sociais, especialmente em conteúdos que mostram o corpo do paciente sendo “estalando” e “colocado no lugar”.

Mas embora associada aos estalos, a eficácia não depende desse som. “Ela pode ocorrer mesmo sem barulhos. Os estalos são pequenas bolhas de ar ou gases que ‘estouram’ nas articulações. Quando fazemos os ajustes, observamos a função da articulação trabalhada e se ela se movimenta melhor do que antes – independentemente do barulho.”

<><> 3. Quiropraxia doi?

Mito. A quiropraxista explica que a prática não deve doer. “O que pode acontecer é o paciente estar com dor e as posições realizadas serem incômodas. Mas tudo é feito dentro da tolerância do paciente e sempre usamos técnicas que possam trazer maior conforto.”

Bianca destaca que, se alguma dor for sentida pelo paciente, ela deve surgir após a sessão. “Dependendo do caso e do tamanho da tensão do corpo na hora do ajuste, o local pode ficar dolorido depois. Mas isso tende a melhorar em 48 a 72 horas.”

<><> 4. O alívio de dores e desconfortos é imediato?

Verdade. Isso acontece porque as manobras atuam na regulação do sistema nervoso, a partir da melhoria das funções das articulações e da diminuição da compressão da coluna. “Consequentemente, há uma resposta neurológica melhor, o que proporciona alívio e relaxamento imediato.”

<><> 5. Gestantes não podem fazer quiropraxia?

Mito. Grávidas estão liberadas, desde que essa pessoa não apresente nenhuma patologia ou contraindicação médica. Segundo Bianca, a quiropraxia é benéfica para as gestantes, pois o centro de gravidade do corpo aumenta com a barriga – o que gera dores nas costas, desconfortos, compressão da coluna e sobrecarrega torácica.

“Os ajustes funcionam como alívios para essas pessoas e podem proporcionar benefícios para o bebê dentro da barriga e, até mesmo, ajudar na hora do parto.”

<><> 6. Bebês e idosos também podem fazer?

Verdade. Tanto bebês, quanto idosos podem receber as manobras. Elas podem auxiliar no desenvolvimento neuromotor dos pequenos, segundo a quiropraxista. Já a terceira idade pode melhorar sua qualidade de vida e suas funções motoras.

“Com o envelhecimento, há a redução dos movimentos do corpo – seja por uma artrose ou por uma patologia piorada pelo envelhecimento.”

<><> 7. Posso aplicar técnicas de quiropraxia em mim mesmo?

Mito. Bianca alerta sobre a importância de nunca praticar as manobras em si mesmo. “Não é seguro, pode machucar, pode provocar lesões e piorar quadros de dor e/ou incômodos”. O recomendado é sempre buscar ajuda profissional para que as manobras sejam corretamente aplicadas.

<><> 8. A quiropraxia não precisa de formação profissional?

Mito. Precisa sim. Considerada uma área da saúde, ela é uma graduação com duração de quatro a seis anos. De acordo com a ABQ, o currículo traz uma extensa educação em ciências biomédicas, métodos diagnósticos e prática clínica.

<><> 9. Apenas médicos podem ser quiropraxistas?

Mito. Como indicado no tópico anterior, a quiropraxia é uma formação – que independe de uma graduação anterior, como medicina. Ainda assim, a profissão exige regulamentação no Brasil.

“Por essa razão ainda não possui um Conselho Federal com poder de fiscalizar a formação e prática segura da profissão no país”, explica a ABQ. Ainda de acordo com a entidade, um projeto de lei (PL 114/2015) tramita no Congresso e prevê a regulamentação da profissão.

 

¨      Solitude faz bem para saúde? Veja o que diz novo estudo

Tirar momentos para ficar sozinho, fazendo uma caminhada ou indo ao cinema em sua própria companhia, são bons exemplos de solitude. Diferentemente da solidão, essa é uma experiência caracterizada pelo desejo consciente de estar só e pode trazer diversos benefícios para saúde — mas quando não é feita de forma intensa, de acordo com um novo estudo publicado no início deste mês na revista Plos One.

trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon (OSU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, traz uma análise do papel da solitude na construção de conexões sociais. Diversos estudos já constataram os benefícios dos laços sociais fortes para a longevidade, melhor saúde mental e menor risco de doenças graves.

Para entender a influência da solitude na saúde, os pesquisadores entrevistaram quase 900 adultos nos Estados Unidos. Eles descobriram que atividades que proporcionam formas menos completas de solitude, como jogar um jogo no celular ou ir ao cinema sozinho, oferecem mais vantagens em relação a um passeio no deserto ou a escrever em uma cabana isolada, por exemplo.

“Aprendemos que uma solidão menos completa tem mais probabilidade de restaurar a energia e manter um sentimento de conexão com os outros”, diz Morgan Quinn Ross, professor assistente de comunicação na Faculdade de Artes Liberais da OSU, em comunicado à imprensa. “Em um mundo onde a interação social está quase sempre a apenas um clique de distância, precisamos entender como equilibrar a interação social com diferentes tipos de solidão.”

Os pesquisadores examinaram as condições sob as quais a solitude de uma pessoa pode ser “ofuscada” por pessoas ou por tecnologias. De acordo com os autores, a acessibilidade a outras pessoas e o envolvimento com a mídia podem ofuscar a experiência, fazendo com que o tempo sozinho seja mais social por natureza.

Eles construíram uma matriz de solitude que vai do nível base (nenhuma interação com as pessoas) ao nível total (que se refere a ser inacessível a outros e não se envolver com a mídia). Isso permitiu que eles observassem que vivenciar a solitude de forma mais completa maximiza a restauração de energia, enquanto vivenciá-la de forma menos completa maximiza o relacionamento com as outras pessoas.

“Nosso estudo sugere que a solitude não é, de fato, o outro lado da interação social”, comenta Ross. “Enquanto uma interação social mais intensa produz conexão, mas esgota a energia, a solidão mais intensa esgota tanto a energia quanto a conexão. A solidão não parece funcionar simplesmente como uma forma de recuperar a energia usada na interação social.”

Os cientistas também descobriram que a solitude era menos prejudicial ao bem-estar de indivíduos que achavam que isso os ajudava a restaurar a energia e a manter a conexão, independentemente de quanta energia suas interações sociais lhes custavam.

Do ponto de vista dos pesquisadores, as descobertas do estudo valem tanto para os extrovertidos quanto para os introvertidos. Eles sugerem que as pessoas tentem buscar a solitude somente quanto motivadas de forma construtiva.

“Se você tem uma atitude positiva em relação à solitude – porque você a usa para restaurar energia e sabe que será capaz de se conectar com as pessoas mais tarde – então escolhê-la provavelmente fará você se sentir melhor”, conta. “Mas se você escolher a solidão devido a uma atitude negativa em relação à interação social – porque você não quer falar com as pessoas – isso provavelmente fará você se sentir pior.”

 

Fonte: CNN Brasil

 

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