Cristian Arão: IA, ferramenta da ultradireita?
A reeleição de Donald Trump em 2024 não foi apenas um
ato político; foi um grito vindo do abismo. A maré de votos que o levou de
volta à Casa Branca nasceu de feridas abertas, muitas das quais causadas pelo
avanço inexorável de tecnologias como a automação industrial e os algoritmos
das redes sociais. Não foi um voto por esperança, mas por revanche. A conjunção
de máquinas e algoritmos transformou a economia, destruiu identidades e, com
isso, reacendeu as chamas do ressentimento que alimentaram sua vitória.
Este artigo é a segunda parte de uma análise feita em
dois textos que revela como a inteligência artificial contribuiu para a vitória
do Partido Republicano nas eleições estadunidenses de 2024. O artigo anterior avalidou a
relevância da IA nas indústrias e como isso tem afetado a classe trabalhadora
dos Estados Unidos, este se ocupará dos impactos dos algoritmos das redes
sociais na política.
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O Império do Medo: Redes Sociais, Algoritmos e a Ascensão de Donald Trump
em 2024
Em 1º de janeiro de 2019, durante a posse do
ex-presidente Jair Bolsonaro, seus apoiadores o recepcionaram com gritos de
“WhatsApp” e “Facebook”. Esses gritos refletem a crença dos eleitores de que
essas plataformas foram fundamentais para o crescimento do bolsonarismo. Essa
opinião é compartilhada tanto pelos críticos desse movimento quanto por especialistas
que estudam o avanço da extrema direita. De maneira semelhante, em outras
partes do mundo, as redes sociais também são vistas como facilitadoras do
progresso desse tipo de neofascismo. Diante dessas observações, surgem questões
como: será que bolsonaristas e trumpistas são mais eficazes na comunicação
digital? Ou a esquerda não conseguiu se adaptar ao ambiente virtual?
O papel das redes sociais na ascensão de figuras
políticas como Jair Bolsonaro e Donald Trump transcende as questões de
competência comunicacional ou adaptação estratégica entre esquerda e direita.
Na verdade, o sucesso dessas lideranças está profundamente enraizado na
dinâmica emocional alimentada pelas plataformas digitais. Enquanto os gritos de
“WhatsApp” e “Facebook” ecoavam em Brasília como símbolos de mobilização
política, um fenômeno mais amplo já se consolidava: as redes sociais haviam se
transformado em arenas onde medo e ódio não eram apenas tolerados, mas
amplificados. Nesse cenário, o ambiente virtual não é um
espaço neutro de disputa ideológica; é um sistema moldado para privilegiar
emoções intensas e divisivas, as mesmas que impulsionam movimentos populistas
ao redor do mundo.
Vivemos uma era onde o medo e o ódio são produtos
altamente lucrativos. As redes sociais, inicialmente idealizadas como
plataformas para conexão e diálogo, tornaram-se máquinas sofisticadas de
manipulação emocional. Seus algoritmos, projetados para maximizar o tempo de
atenção, revelaram uma inclinação perversa: o que mais cativa é o que mais destrói.
Medo. Ódio. Escândalo.
Os mecanismos algorítmicos não são neutros. Eles se alimentam de nossos
instintos mais básicos, amplificando emoções negativas porque estas,
diferentemente de uma troca serena de ideias, mantêm os olhos colados às telas. Cada curtida,
comentário ou compartilhamento de indignação é analisado, replicado e otimizado
para criar um ciclo vicioso. Uma postagem sensacionalista desperta indignação?
O algoritmo percebe e amplia seu alcance. O
medo prende. O ódio mobiliza. Assim, teorias da conspiração e discursos
polarizadores ganham status de relevância, não porque são verdadeiros, mas
porque geram engajamento. A lógica é simples: o lucro depende da nossa indignação.
Esse ambiente contaminado tem consequências reais. Em
um espaço onde a razão é abafada pelo ruído do pânico, a verdade deixa de ser
um norte. Narrativas fabricadas — QAnon, desinformação eleitoral, campanhas
antivacinas — florescem porque ecoam os medos que o próprio sistema amplifica.
O algoritmo não distingue fato de ficção; ele privilegia aquilo que mantém os
usuários imersos. Como resultado, discursos de ódio, teorias conspiratórias e
desinformação não são aberrações isoladas, mas pilares do ecossistema digital
contemporâneo.
A eleição de Donald Trump em 2024 é um exemplo fulminante
desse processo. Sua campanha não apenas navegou nesse mar de indignação, mas o
dominou com maestria. Trump foi hábil em capitalizar polarizações e utilizou as
redes sociais como uma arena onde seus apoiadores podiam reafirmar medos
compartilhados. As plataformas, cúmplices silenciosas, garantiram que suas
mensagens fossem amplificadas para milhões. Ele não precisou de uma estratégia
convencional; bastou alinhar-se ao fluxo natural dos algoritmos.
Em um ciclo perverso, as redes sociais moldaram o terreno
político, tornando-o fértil para narrativas polarizadoras. Os algoritmos
incentivaram o tribalismo, fortalecendo discursos que separavam “nós” e “eles”.
Trump não venceu apenas por causa do medo e do ódio; ele venceu porque as
plataformas que consumimos diariamente cultivaram essas emoções como estratégia
de retenção. Ele era a personificação de um sistema digital que recompensa a
divisão.
Portanto, não se trata apenas de Trump. Ele é o produto
de um sistema que aprendeu a explorar nossas vulnerabilidades emocionais.
A vitória de 2024 é um sintoma de um problema muito maior: as redes sociais,
enquanto permanecerem focadas em maximizar engajamento a qualquer custo,
continuarão a ser um terreno fértil para a desinformação, a polarização e,
acima de tudo, o cultivo do medo.
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A Caixa de Pandora do neofascismo
É importante repetir que o sucesso de ultradireitistas
nas redes sociais não está relacionado a uma superioridade de conhecimento por
parte deles, nem a uma falta de habilidade da esquerda. Embora haja exemplos de
momentos em que a extrema direita soube aproveitar as novas tecnologias de
informação, também existem diversos casos em que esteve atrasada. Nos Estados
Unidos, por exemplo, a Cambridge Analytica (CA) – que mais tarde trabalharia
com o Partido Republicano e causaria grande impacto ao ser acusada de manipular
as eleições de 2016 – não foi pioneira no uso de Big Data e inteligência
artificial em campanhas políticas.
Quando Alexander Nix, fundador da CA, começou a
procurar potenciais clientes nos EUA, o Partido Democrata já estava sendo
atendido por empresas como Blue State Digital, BlueLabs, NGP VAN, Civis
Analytics e HaystaqDNA. A BlueLabs, por exemplo, já havia trabalhado na
campanha de Obama e era uma referência no uso de estatísticas para a persuasão
política. Portanto, a aliança entre Nix e os republicanos não foi motivada por
uma afinidade ideológica, mas sim pela defasagem tecnológica da direita
norte-americana.
A Cambridge Analytica também não possuía sistemas
significativamente mais avançados ou precisos do que os de suas concorrentes,
apesar das alegações contrárias de seu CEO Alexander Nix. Essa visão é apoiada
por Aleksandr Kogan, o pesquisador de Cambridge que desenvolveu o sistema
utilizado pela CA. Em uma entrevista, Kogan afirmou que as altas taxas de
conversão das quais Nix se vangloriava eram mais uma estratégia de autopromoção
para atrair investidores. Na prática, os algoritmos de classificação muitas
vezes apresentavam resultados que pouco superavam a aleatoriedade.
Portanto, a extrema direita não possui maior expertise
sobre política nas redes sociais, nem as empresas que a apoiam são
necessariamente mais competentes que outras do setor. Então, por que esse
espectro político parece ter melhor desempenho? Há algum tempo, a relação entre
algoritmos e o enfraquecimento da democracia vem sendo estudada em diversos
países. Essas pesquisas revelam que o espaço virtual tende a favorecer
conteúdos da extrema direita.
Mesmo que esse não seja o objetivo explícito, ao
promover a disseminação de discursos de ódio, fake news e teorias da
conspiração — narrativas frequentemente utilizadas pela ultradireita — as
empresas de tecnologia acabam por beneficiar esse campo político. Apesar dos
esforços e investimentos dos progressistas na criação de conteúdo online, eles
enfrentam uma desvantagem estrutural. Páginas e influenciadores que adotam
discursos radicalizados tendem a se destacar mais nas plataformas, rapidamente
atraindo seguidores.
As redes sociais preferem esse tipo de conteúdo porque
ele captura nossa atenção, e a atenção é o que gera lucro para as empresas por
meio de anúncios. Embora os algoritmos não tenham como propósito explícito
favorecer a extrema direita, eles pouco fazem para evitar esse efeito
colateral. Os algoritmos não criaram a extrema direita, mas abriram caminhos
que facilitam a expressão de afetos e ideias autoritárias que antes estavam
mais contidos.
Sabe-se que o modus
operandi da extrema direita baseia-se justamente no
sensacionalismo, explorando o ódio e o medo que por vezes se mantém submerso. O
viés de confirmação que por muitas vezes guia esse espectro político é
justamente baseado nesses afetos. Esse “viés de negatividade” foi encontrado
pelos pesquisadores Fessler, Pisor e Navarrete em um estudo empírico
que revelou que os conservadores possuem mais tendência em acreditar em teorias
da conspiração e em histórias falsas que incitam o pânico. O que a extrema
direita fez foi organizar essa negatividade difusa dando-lhe uma finalidade
política.
A internet, com suas vastas possibilidades de
comunicação e acesso à informação, se tornou um espaço propício para a
perpetuação de preconceitos e o surgimento de movimentos de extrema direita.
Nas brumas do inconsciente, onde a luz da razão nem sempre alcança, residem os
instintos destrutivos, como a raiva e o ódio. A internet, por sua vez, esconde
um submundo obscuro onde preconceitos adormecidos aguardam o momento oportuno
para emergir. Nesse ambiente virtual, os movimentos de extrema direita assumem
o papel de catalisadores, reunindo as frustrações e moldando-as em uma
identidade conservadora. É como se navegassem pelas profundezas da rede,
despertando os fantasmas do passado e alimentando a chama do ódio e da
intolerância.
As grandes empresas de tecnologia, na tentativa de
capturar nossa atenção ao máximo, acabaram por abrir a Caixa de Pandora da
extrema direita. Embora as big techs não tenham criado o neofascismo, elas têm
responsabilidade no crescimento desse movimento, pois desenvolveram algoritmos
que favorecem esse espectro político. É provável que essa preferência não seja
deliberada, mas também não é puramente acidental. As redes sociais, assim como
os meios de comunicação anteriores, sabem que explorar o ódio e o medo é uma
maneira eficaz de manter as pessoas engajadas. Por isso, o discurso
sensacionalista é tão prevalente em todos os meios de comunicação.
Assim, intencionalmente ou não, os algoritmos acabam
promovendo conteúdos que ressoam com os aspectos mais sombrios de nossa
natureza. Além disso, as comunidades digitais, ao tentarem unir pessoas, acabam
por isolá-las do restante do mundo. Por esses motivos, não basta punir
indivíduos que propagam discursos de ódio ou fake news. Em um sistema que
privilegia esse tipo de conteúdo, punir alguém é como enxugar gelo: uma pessoa pode
ser penalizada, mas muitas outras tomarão o seu lugar.
Dado o papel central dos algoritmos na vida pública
(assim como na cultura, nas relações pessoais e na capacidade de concentração,
entre outras áreas), não é prudente deixar que as big techs decidam quais
sentimentos devem ser cultivados na sociedade. O lucro dessas empresas, que
depende de nossa atenção, não pode ser usado como justificativa para o aumento
da barbárie.
Muitas vezes, qualquer menção à regulamentação das
redes sociais provoca uma reação em defesa da liberdade de expressão. No
entanto, em um ambiente onde os algoritmos favorecem o discurso
sensacionalista, a liberdade é ilusória. Os criadores de conteúdo nas mais
diversas plataformas não estão em igualdade de condições e são incentivados
(conscientemente ou não) a abordar certos temas de uma determinada maneira,
caso queiram que seus conteúdos alcancem o público. Isso significa que esses
criadores não são realmente livres.
Para alcançar a audiência, eles precisam se comportar
de uma maneira específica e abordar certos temas. Caso contrário, seus vídeos,
podcasts ou postagens terão pouca visibilidade. Nesse contexto, a verdadeira liberdade é a dos algoritmos a quem servimos,
se o objetivo é ser visto ou ouvido. Como esses sistemas automatizados não são
realmente autônomos, as únicas partes verdadeiramente livres nessa relação são
as big techs, que, em nome do lucro, estão minando o que resta de civilidade.
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Conclusão
Ao longo dos dois textos, procurei demonstrar a
influência da inteligência artificial na vitória de Trump em 2024. Contudo,
isso não significa que essa tecnologia seja a má em si nem a única responsável
pela ascensão da extrema direita. Sequer defendo que seja a principal
responsável. O que aqui se pretende é que essas considerações somem-se a outras
que exploram aspectos econômicos, culturais, psicológicos etc.
O ponto fundamental é a relação da IA com afetos
“negativos” — a matéria prima do neofascismo. Os dois textos se complementam
nessa questão. Neste último, almejei explicar como as redes sociais funcionam
como uma espécie de ímã que aglutina conteúdos que incitam o medo e o ódio.
No artigo anterior, elaborei como
esses sentimentos possuem como uma de suas fontes o desenvolvimento tecnológico
nos Estados Unidos que dificultou a vida de muitos trabalhadores.
Nota-se, dessa forma, como a inteligência está nos dois
polos do problema: de um lado, a IA potencializa o desemprego estrutural e
aprofunda a precarização, substituindo trabalhadores em nome da eficiência; de
outro, transforma-se em ferramenta para amplificar os afetos mais sombrios da
psique humana. Um ciclo se fecha: máquinas criam o vazio, e outras máquinas o
preenchem com gritos de ódio e medo.
É inquietante perceber que o mesmo avanço que prometeu
libertar-nos do esforço repetitivo alimenta o maquinário psicológico do
neofascismo. As redes sociais, movidas por algoritmos que não dormem nem
hesitam, encontram no ódio e no medo seu combustível mais lucrativo. Não é
apenas o indivíduo que cai na armadilha do ressentimento, mas toda uma
sociedade que é arrastada para espirais de polarização e irracionalidade. A IA,
aqui, não é o vilão maquiavélico, mas o arquiteto inconsciente de um novo tipo
de desordem.
A grande ironia é que a inteligência, símbolo maior de
nossa capacidade criativa, tornou-se um catalisador para afetos destrutivos. E,
no entanto, a questão não se encerra. As soluções não estão apenas em regular
algoritmos ou conter o avanço tecnológico; estão em transformar os contextos
que alimentam os ressentimentos. O neofascismo não nasce apenas da
máquina, mas de um tecido social desgastado, de uma economia que se desumanizou
e de uma política que perdeu sua âncora ética.
Se quisermos escapar desse ciclo, será necessário
revisitar as raízes do problema: a relação entre progresso técnico e o fracasso
em distribuir suas promessas. Será a inteligência – artificial ou não – capaz
de reverter o estrago que ajudou a causar? Ou estamos fadados a assistir à
inteligência tornar-se sua própria antítese, destruindo a civilização que
prometeu melhorar? A resposta não está nas máquinas, mas em nós mesmos.
¨ Musk defende voto em partido da extrema direita alemã
Após apoiar Donald Trump na eleição americana e abrir
negociações para financiar populistas no Reino Unido, o bilionário Elon Musk
voltou suas atenções para a próxima eleição federal da Alemanha, endossando o
partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Na sua rede X, o bilionário escreveu nesta sexta-feira
(20/12): “só a AfD pode salvar a Alemanha”.
A mensagem foi imediatamente celebrada e reproduzida por
líderes do partido, que é rotineiramente acusado de abrigar neonazistas e que
tem vários diretórios estaduais classificados como “extremistas de direita” por
serviços de inteligência, que monitoram de perto as atividades de seus membros.
Musk já havia deixado claro suas simpatias pela AfD no
passado, ao interagir com políticos da sigla na rede X e questionar a vigilância
policial sobre o partido. Agora, o endosso ocorre a dois meses da próxima
eleição federal na Alemanha, na qual a AfD aparece com entre 18% e 20% das
intenções de voto em pesquisas e com chances de formar a segunda maior bancada
de deputados no Parlamento alemão (Bundestag).
O endosso de Musk foi publicado na forma de um comentário
acima da reprodução de um vídeo de uma influencer de direita alemã chamada
Naomi Seibt, de 24 anos. Ela se tornou conhecida em 2020 ao se apresentar como
uma “anti-Greta Thunberg” e propagar nas redes discursos que negavam as
mudanças climáticas. Ela também já publicou diversos elogios ao ex-presidente
brasileiro Jair Bolsonaro em suas redes.
No vídeo comentado por Musk, Seibt se queixou da posição
da conservadora União Democrata Cristã (CDU) – partido alemão que está na
liderança das pesquisas – de refutar a possibilidade de formar uma aliança com
a AfD e dividir o poder com os ultradireitistas em 2025. As críticas de Seibt
foram diretamente dirigidas a Friedrich Merz, líder da CDU e candidato ao posto
de chanceler federal, que nos últimos meses deu uma guinada mais à direita no
seu partido, mas que continua a descartar trabalhar com a AfD.
Dessa forma, Musk não apenas manifestou apoio à AfD, mas
também endossou às críticas a Merz, visto no momento na Alemanha como o
favorito a assumir o posto de chanceler federal no ano que vem.
Em setembro do ano passado, quando as eleições ainda não
estavam no radar, Musk já havia mostrado simpatia pela AfD ao comentar uma
publicação que se queixava de operações de salvamento de imigrantes irregulares
no Mediterrâneo. “Vamos esperar que a AfD ganhe as eleições e interrompa o
suicídio europeu”, escreveu Musk na ocasião.
Em novembro, Musk também já havia chamado o atual
chanceler federal, o social-democrata Olaf Scholz, de “tolo”.
<><> AfD celebra apoio de Musk
A mensagem desta sexta-feira foi imediatamente celebrada
pela AfD e membros do partido. Alice Weidel, colíder da sigla e candidata ao
posto de chanceler federal, comentou sobre a publicação de Musk. “Sim, você tem
toda a razão, Elon Musk! Dê uma olhada também na minha entrevista sobre o
presidente Trump, como a socialista Merkel arruinou nosso país, como a União
Europeia Soviética destrói a espinha dorsal econômica dos países e sobre o mau
funcionamento da Alemanha!”.
A deputada da AfD Beatrix von Storch, que em 2021 ganhou
destaque por se encontrar com membros da família Bolsonaro no Brasil, também
celebrou o endosso de Musk. “É isso mesmo! A Alemanha precisa da AfD assim como
os Estados Unidos precisam de Trump e a Argentina precisa de Milei. Mais: toda
democracia precisa de liberdade de expressão – X! É isso que está desmoronando
na Alemanha”, escreveu a deputada na sua conta no X.
“Palavras claras do dono do Twitter (sic): ‘só a AfD pode
salvar a Alemanha’, escreve Elon Musk num tuite. Milhões de pessoas já
reconheceram isso há muito tempo – e o número está aumentando constantemente!”,
publicou o perfil oficial da AfD na rede X.
<><> Musk no mundo em 2024
O endosso de Musk à AfD se soma a outros episódios
registrados em 2024 no qual o bilionário de origem sul-africana se envolveu em
questões políticas. Nos Estados Unidos, ele declarou abertamente seu apoio à
eleição do republicano Donald Trump, na esteira da tentativa de assassinato em
julho.
Musk acabou direcionando milhões de dólares para a
campanha, chegando a liderar esforços locais para conquistar votos,
especialmente no estado da Pensilvânia. Alguns desses esforços chegaram a
levantar acusações de compra de votos.
O bilionário também se envolveu em disputar judiciais no
Brasil, direcionando críticas ao Supremo Tribunal Federal. Também protagonizou
embates como governo da Austrália, após as autoridades do país promoverem um
projeto de lei para tentar coibir disseminação de desinformação em redes
sociais.
Mais recentemente, Musk também voltou suas atenções ao
Reino Unido, publicando críticas ao primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer.
O bilionário também abriu negociações para direcionar valores ao partido
populista de direita Reform UK, liderado por Nigel Farage, que se opõe a
Starmer. Farage e Musk se encontraram nesta semana numa das propriedades de
Trump na Flórida. O anúncio das negociações provocou alarme entre políticos
britânicos, temerosos de que uma doação vultuosa de Musk para o Reform UK possa
desequilibrar o jogo partidário, marcado por campanhas enxutas e baratas.
Fonte: Outras
Palavras/Opera Mundi
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