Política externa de
Trump na América Latina será uma 'Doutrina Monroe do século 21', atesta
analista
Donald Trump, o
presidente eleito dos Estados Unidos, buscará um renascimento da Doutrina
Monroe em sua política externa, disse Carlos Manuel López Alvarado, um
internacionalista mexicano da UNAM, em entrevista à Sputnik.
"A América
Latina é sua área natural de influência, é uma área vital; historicamente, os
Estados Unidos sempre se projetaram para a região latino-americana, então
haverá, naturalmente, um ressurgimento da Doutrina Monroe do século
21", comentou.
No entanto, ele
ressaltou que o próximo presidente dos EUA "não pode contornar os canais
legais que lhe permitem recuperaressa zona de
influência",
referindo-se às tentativas do republicano de retomar o controle do canal do
Panamá.
Nesse sentido, o
especialista considerou que não se trata de mais do que "um anúncio
sensacionalista" cujo objetivo é manter a atenção sobre ele, seu discurso
e seu projeto de governo.
Estabelecida há 200
anos, a Doutrina Monroe demarcou a América Latina como esfera
de influência política e econômica dos Estados Unidos.
¨ Da Groenlândia ao Canadá: veja a lista de desejos de
Trump para ampliar o território dos EUA
O presidente eleito
dos EUA, Donald Trump, tem dado dicas não tão sutis sobre suas ambições de
aumentar as fronteiras dos Estados Unidos: literalmente.
Aqui está um resumo
dos territórios em que Trump está de olho.
Canal do Panamá:
trazendo-o de volta para casa?
Trump não tem vergonha de querer
recuperar o canal do Panamá, rotulando sua transferência de 1999 para o Panamá
como um mero "símbolo de
cooperação".
Depois que o
presidente do Panamá, José Raúl Mulino, rejeitou firmemente essa ideia, Trump
retrucou com seu suspense favorito: "Vamos ver!"
Alguém poderia se
perguntar se ele imagina o canal alinhado com logotipos dourados de Trump.
Enquanto isso,
o presidente
colombiano Gustavo
Petro entrou na briga, apoiando firmemente a soberania do Panamá e
chamando as observações de Trump de uma afronta à estabilidade regional.
<><> Groenlândia:
imóveis ou geopolítica?
Revisitando seu
sonho de adquirir a
Groenlândia,
Trump enquadrou a compra como uma necessidade para "segurança nacional e
liberdade em todo o mundo".
Sejam os recursos
naturais, um local estratégico para implantação de mísseis ou simplesmente uma
vasta tela de gelo para um novo resort com a marca Trump, os motivos
permanecem obscuros.
Adicionando estilo
ao absurdo, o proprietário do X, Elon Musk, entrou na conversa nas redes
sociais, tweetando "Parabéns! Ajude a América a ganhar a
Groenlândia", e completou com um emoji atrevido. Ele estava falando sério?
Provavelmente não, mas quando se trata de Trump e da Groenlândia, quem pode
dizer?
<><>
<><> Canadá: o 51º estado?
Trump brincando (ou
não?) sugeriu que o Canadá deveria se juntar aos
EUA como o 51º estado. Por quê? Para evitar tarifas e desfrutar de proteção
militar, é claro!
A postagem de Trump
de 18 de dezembro declarou: "Muitos canadenses querem que o Canadá se
torne o 51º estado. Eles economizariam muito em impostos e proteção
militar. Acho que é uma ótima ideia. 51º estado!!!"
Os canadenses, no
entanto, pareciam menos entusiasmados — talvez
folhas de maple na bandeira dos Estados Unidos não seja bem o estilo
deles.
México: subsidiado
para se tornar um estado?
Durante uma entrevista no Meet the
Press da NBC no dia 8 de dezembro, Trump lançou a ideia do México se
tornar um estado dos EUA.
Alegando que os EUA
"subsidiam" o México em US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão) por
ano, ele comentou: "Se vamos subsidiá-los, deixe-os se tornar um
estado."
Embora possa ter sido um floreio
retórico, o comentário gerou conversas sobre a visão de Trump de transformar
ajuda financeira em absorção política.
<><>
'Necessidade absoluta': Trump não desiste da ideia de comprar Groenlândia
O presidente eleito
dos EUA, Donald Trump, disse que é essencial para Washington, do ponto de vista
da segurança nacional, assumir o controle da Groenlândia, que é um território
autônomo da Dinamarca.
Durante seu
primeiro mandato, Trump expressou repetidamente sua intenção de comprar
a Groenlândia,
chamando a possível compra de "grande negócio imobiliário".
No entanto, as
autoridades dinamarquesas e da Groenlândia rejeitaram a proposta, ao que o
então presidente dos EUA reagiu cancelando sua visita oficial a Copenhague em
2019.
Entretanto, Trump
aparentemente não desistiu da ideia de os EUA adquirirem o território autônomo,
tendo publicado no domingo (22) um post na rede social Truth Social, relata Axios.
"Para fins de
segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América
acreditam que a propriedade e o controle da
Groenlândia são
uma necessidade absoluta", escreve ele.
Na mesma mensagem,
o presidente eleito
dos EUA nomeou
o cofundador do PayPal, Ken Howery, como sua escolha para embaixador de
Washington na Dinamarca.
<><> Groenlândia não está à venda, diz
líder da ilha em resposta a Trump
A Groenlândia não está à
venda, disse o líder eleito da região na segunda-feira, respondendo aos
comentários feitos pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre a
"propriedade e controle" da vasta ilha ártica que faz parte da
Dinamarca há mais de 600 anos.
"A Groenlândia é nossa.
Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa longa
luta pela liberdade", disse o primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, em um
comentário escrito.
No domingo, Trump anunciou
que havia escolhido Ken Howery, um ex-enviado à Suécia, como seu embaixador em
Copenhague, e comentou sobre o status da Groenlândia, uma parte semiautônoma da
Dinamarca e sede de uma grande base da Força Aérea dos EUA.
"Para fins de Segurança
Nacional e Liberdade em todo o Mundo, os Estados Unidos da América sentem que a
propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta",
escreveu Trump no Truth Social.
Trump, que toma posse em 20
de janeiro, não deu mais detalhes sobre a declaração.
O governo dinamarquês não
estava imediatamente disponível para comentar.
A Groenlândia, com sua base
aérea de Pituffik, é estrategicamente importante para os militares dos EUA e
seu sistema de alerta precoce de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da
Europa para a América do Norte passa pela ilha.
Durante seu mandato
anterior, Trump expressou interesse em comprar a Groenlândia em 2019, mas a
proposta foi prontamente rejeitada pela Dinamarca e pelas próprias autoridades
da ilha antes que qualquer discussão formal pudesse ocorrer.
A primeira-ministra
dinamarquesa, Mette Frederiksen, qualificou a oferta de Trump como
"absurda", o que o levou a classificar a rejeição da ideia como
"desagradável" e, posteriormente, a cancelar uma visita a Copenhague.
Frederiksen permanece em seu
papel de primeira-ministra dinamarquesa.
Desde 2009, a Groenlândia
detém o direito de declarar independência da Dinamarca. A ilha de cerca de
56.000 habitantes, que depende de transferências orçamentárias significativas
de Copenhague a cada ano, até agora se absteve de fazer isso.
Separadamente, no domingo,
Trump ameaçou reafirmar o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá, acusando o
país de cobrar taxas excessivas para usar a passagem pela América Central. A
ameaça gerou uma dura repreensão do presidente panamenho, José Raúl Mulino.
¨ Trump ameaça retomar controle do Canal do Panamá e
acusa país de cobrar taxas 'exorbitantes' por travessia
Donald Trump, presidente eleito
dos Estados Unidos, afirmou neste
domingo (22/12) que vai exigir que o Canal do Panamá seja devolvido "por
completo, rapidamente e sem questionamentos", se o país centro-americano não reduzir
as tarifas sobre o uso da passagem.
Trump acusou o
Panamá de cobrar "preços exorbitantes" de embarcações comerciais e
navais americanas.
"As tarifas
cobradas pelo Panamá são ridículas, extremamente injustas", declarou Trump
a uma plateia de apoiadores no Arizona.
"Essa
exploração completa do nosso país vai parar imediatamente", afirmou,
referindo-se ao início de seu mandato no próximo mês.
A declaração é um
raro momento em que um líder dos EUA sugere que poderia pressionar um país a
ceder território — embora Trump não tenha explicado como faria isso.
A fala também
sinaliza possíveis mudanças na política externa e diplomacia americana após sua
posse, marcada para 20 de janeiro.
As declarações de
Trump geraram uma resposta rápida do presidente do Panamá, José Raúl Mulino,
que afirmou que "cada metro quadrado" do canal e das áreas ao redor
pertence ao seu país.
Mulino reforçou que
a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis.
Trump fez os
comentários durante um evento da Turning Point USA, um grupo ativista
conservador que desempenhou um papel significativo em sua campanha presidencial
de 2024.
·
Qual
a importância do Canal do Panamá
As declarações de
Trump foram feitas um dia após ter feito uma publicação na qual classificou o
Canal do Panamá como um "ativo nacional vital" para os EUA.
If shipping rates
are not lowered, Trump said on Sunday, "we will demand that the Panama
Canal be returned to us, in full, quickly and without question".
Com 82 km de
extensão, o Canal do Panamá atravessa o país centro-americano e é a principal
ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Construído no
início do século 20, a passagem esteve sob controle dos EUA até 1977, quando
tratados internacionais iniciaram a transferência gradual do território ao
Panamá. Após um período de administração conjunta, o Panamá assumiu o controle
total em 1999.
Cerca de 14 mil
embarcações atravessam o canal anualmente, incluindo navios porta-contêineres
transportando automóveis, gás natural e outras mercadorias, além de embarcações
militares.
Além do Panamá,
Trump também criticou Canadá e México, acusando-os de práticas comerciais
desleais e de permitir a entrada de drogas e imigrantes nos EUA. No entanto,
elogiou a presidente do México, Claudia Sheinbaum, chamando a mandatária de
"mulher maravilhosa".
·
Trump
retoma temas recorrentes
Trump discursou
para milhares de pessoas na conferência anual da Turning Point, um dos maiores
encontros de ativistas conservadores nos Estados Unidos.
O grupo investiu
esforços para mobilizar eleitores em Estados-chave durante a campanha, buscando
fortalecer Trump e outros candidatos republicanos.
Este foi o primeiro
discurso de Trump desde a aprovação, pelo Congresso, de um acordo para manter o
governo americano funcionando. O pacto, no entanto, excluiu várias disposições,
incluindo uma que aumentaria o limite da dívida pública do país.
Trump havia apoiado
o aumento do teto da dívida, que limita o valor que o governo dos EUA pode
tomar emprestado.
Contudo, ele evitou
abordar o tema em seu discurso, concentrando-se em relembrar sua vitória
eleitoral e nos tópicos recorrentes de sua campanha, como imigração,
criminalidade e comércio exterior.
Ele também
mencionou Elon Musk.
"Vocês sabem,
eles inventam novas histórias", disse. "A última é que o presidente
Trump cedeu a presidência para Elon Musk."
"Não, isso não
vai acontecer", afirmou. "Ele não será presidente."
¨
José Mulino rebate
ameaças de Trump sobre o Canal do Panamá
O presidente
do Panamá, José Raúl Mulino,
respondeu neste domingo (22/12) às declarações do presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, que afirmavam que Washington deveria reassumir o controle
do Canal do Panamá.
“Como presidente,
quero expressar precisamente que cada metro quadrado do Canal do Panamá e sua
área adjacente pertence ao Panamá e continuará a sê-lo: a soberania e a
independência do nosso país não são negociáveis”, afirmou Mulino, por meio de um
comunicado oficial.
Da mesma forma,
relembrou que os Acordos Torrijos-Carter de 1977 estabeleceram a dissolução da
antiga região do Canal sob controle dos Estados
Unidos,
reconhecendo a soberania do Panamá e a transferência total do canal, que
culminou em 31 de dezembro 1999.
“Desde então não houve esforços nem
reclamações, pelo contrário, tem sido fonte de forte apoio internacional e
orgulho nacional”, declarou Mulino, que garantiu que a hidrovia funcionou e se
expandiu por decisão do Panamá e hoje é um enorme recurso que contribui para a
economia com bilhões de dólares anualmente.
Continua após o
anúncio
Por outro lado, o
presidente do Panamá acrescentou que os acordos “também estabeleceram a neutralidade
permanente do Canal, garantindo o seu funcionamento aberto e seguro para todas
as nações, um tratado que obteve a adesão de mais de 40 estados”.
“Qualquer posição
contrária carece de validade ou apoio na face da Terra”, enfatizou Mulino.
“Nosso canal tem a missão de servir a humanidade e seu comércio, esse é um dos
grandes valores que os panamenhos oferecem ao mundo, dando uma garantia à
comunidade internacional de não participar ou ser parte ativa em nenhum
conflito”, enfatizou.
Da mesma forma, especificou
que “desde que o Canal cresceu em mãos panamenhas, tem sido gerido por
profissionais qualificados, que com regras claras se encarregam da sua
operação, conservação e manutenção, garantindo a sua operação segura, contínua,
eficiente e rentável”.
·
Ameaça
de Trump
Trump reacendeu
tensões diplomáticas ao declarar, no último sábado (21/12), que os Estados
Unidos deveriam reassumir o controle do Canal do Panamá. Na plataforma Truth
Social, o norte-americano acusou o país de cobrar taxas excessivas e afirmou
que não deixaria o canal cair em “mãos erradas”, em referência à China.
As declarações,
feitas na plataforma Truth Social, foram criticadas por políticos panamenhos e
pela Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso).
Em nota divulgada também neste domingo (22/12), o movimento classificou a
ameaça como uma “grave violação do direito internacional”.
O Frenadeso destaca
que a gestão do canal, recuperada em 1999, é fruto de uma longa luta pela
soberania do Panamá. A entidade denunciou que Trump busca justificar sua
intervenção com base em tarifas “ridículas” e na presença da China no comércio
marítimo panamenho.
“Este fato é
extremamente preocupante dado o seu interesse em violar o direito
internacional, em agitar ainda mais graves conflitos geopolíticos e continuar
usando nosso país como rampa de agressão contra outros povos com a conivência
de governos e grupos extremistas direita da região e oligárquica como a do
Panamá”, diz o texto.
“Diante desta
situação, apelamos às pessoas e às suas organizações para que se declarem em
estado de alerta máximo, pronto para lutar e fazer os sacrifícios que forem
necessários para a defesa da Pátria e dos interesses populares. Pedimos aos
povos do mundo a sua solidariedade nesta batalha que estamos a travar”, pede o
comunicado.
O Canal do Panamá,
responsável por quase 5% do comércio marítimo mundial, é peça-chave para o
transporte de mercadorias entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Em 2024,
completam-se 25 anos desde a reversão total do controle do canal para o Panamá,
um marco de sua independência e autonomia.
¨
EUA decidem
sozinhos que Cuba não tem direitos da marca ‘Havana Club’
Uma nova lei sancionada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,
no começo de dezembro, proíbe que os tribunais dos EUA reconheçam marcas
registradas que tenham sido “ilegalmente confiscadas” pelo governo cubano,
desde 1959, sem o consentimento dos proprietários originais.
A lei cria um novo capítulo na longa disputa pelo direito da fabricante
de bebidas alcoólicas Bacardi comercializar o rum Havana Club, marca que hoje
pertence ao governo cubano, em território norte-americano.
Anteriormente, tribunais dos EUA haviam referendado a propriedade cubana
do rum Havana Club. Mas, segundo a nova legislação, a empresa estatal cubana
Cubaexport e sua parceira francesa, a gigante de bebidas Pernod Ricard, não
teriam mais permissão para reivindicar os direitos da marca nos EUA, uma vez
que a propriedade intelectual da marca teria sido “ilegalmente confiscada” após
a Revolução de 1959.
<><> Nome e receita em disputa
Em 1959, as forças revolucionárias de Fidel Castro derrubaram o ditador
cubano Fulgencio Batista e estabeleceram um Estado socialista. Durante a
revolução, empresas e cidadãos norte-americanos foram expropriados, o que levou
os Estados Unidos a responderem com o embargo a Cuba.
Um ano depois, Castro estatizou destilarias, incluindo a José Arechabala
S.A., que, desde 1934, produzia o rum Havana Club, e a concorrente Bacardi.
Com isso, a família Arechabala deixou o país. O mesmo ocorreu com a
família Bacardí-Bosch, detentora da destilaria Bacardi.
Na ocasião, a Bacardi já tinha alcançado status de multinacional e os
sócios da marca abriram uma nova sede em Bermudas, concentrando a produção em
Porto Rico e no México.
A partir de 1972, o Havana Club começou a ser comercializado pelo
governo cubano e rapidamente ganhou status de joia nacional, sendo vendida
principalmente para a União Soviética e o Leste Europeu. Em 1976, Cuba
conseguiu registrar a marca Havana Club nos EUA, após o registro original, da
família Arechabala, caducar no país.
Em 1993, Cubaexport fez uma parceria com a Pernod Ricard para
comercializar o Havana Club internacionalmente, exceto nos EUA, onde o embargo
proibia as vendas.
Um ano depois, porém, a família Arechabala vendeu a marca e a receita do
Havana Club para a antiga concorrente Bacardi, que começou a produzir sua
versão do rum em Porto Rico. Essa versão da bebida então ganhou as prateleiras
dos EUA, o que deu início à duradoura disputa com o regime cubano sobre os
direitos de usar a marca.
A Bacardi argumenta que a família Arechabala nunca abriu mão de seus
direitos, o que tornaria a venda legítima.
<><> Direitos de licenciamento expirados e Porto Rico
Em 1999, esforços significativos de lobby por parte da Bacardi
garantiram a aprovação de uma lei norte-americana similar à atual apelidada de
“Bacardi Bill”, que tornou ilegal para as empresas ligadas a Cuba renovar
marcas norte-americanas expiradas ou registrar marcas confiscadas pelo governo
cubano sem compensação.
A lei chegou a ser julgada e rechaçada pela Organização Mundial do
Comércio, mas continuou a valer em território norte-americano em 2006, quando
os direitos da Pernod Ricard e da Cubaexport sobre a marca caducaram.
A Lei Bacardi impediu a renovação, o que levou a Pernod Ricard a
processar a Bacardi, alegando que a venda de rum com o nome Havana Club nos EUA
era enganosa.
Um tribunal do estado da Filadélfia acabou decidindo a favor da Bacardi,
permitindo que a empresa comercializasse o rum porto-riquenho com o nome Havana
Club. Quando a Suprema Corte dos EUA se recusou a ouvir o caso em 2012, a
disputa parecia resolvida em favor da Bacardi.
No entanto, em janeiro de 2016, durante o degelo do presidente Barack
Obama nas relações entre os EUA e Cuba, o Escritório de Marcas e Patentes dos
EUA inesperadamente devolveu a marca registrada do Havana Club nos EUA ao
governo cubano, o que se desdobrou no entendimento dos tribunais e devolveu a
patente a Cuba.
Nos EUA, os direitos de marca registrada são concedidos por períodos de
10 anos. Com a próxima renovação prevista para 2026, Johana Tablada de la Torre
suspeita que a nova lei dos EUA “tem como objetivo bloquear os esforços de
renovação da Cubaexport e privá-la de seus direitos”.
Fonte: Sputnik Brasil/BBC
News/Opera Mundi/Reuters
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