sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Vexame!! Trump desmente Pablo Marçal e nega ter enviado carta ao ex-coach

Ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump negou que tenha enviado uma carta a Pablo Marçal por conta da cadeirada que o candidato a prefeito de São Paulo levou durante um debate eleitoral. O desmentido ocorre após Marçal dizer que recebeu uma carta do político norte-americano, alvo de um atentado a tiros, em tom solidário.

A negativa de Donald Trump foi enviada em resposta à coluna por meio de seu porta-voz e conselheiro sênior na campanha deste ano à Casa Branca. “O presidente Trump não enviou nenhuma carta do tipo”, afirmou, categoricamente, Jason Miller. [“President Trump has not sent any such letter”.]

Em busca do apoio do eleitorado conservador, Pablo Marçal disse, na segunda-feira (23/9), antes do debate do Flow: “Recebi uma carta do Trump falando que lamenta muito o ocorrido. O Trump que é um cara que sofreu também um atentado agora. Cada um na sua escala: o presidente dos Estados Unidos é bala de fuzil, o Bolsonaro é faca, e a Prefeitura de São Paulo, que é mais baixo um pouquinho, é cadeirada”, disse, relembrando a agressão de Datena.

E Marçal foi além. Questionado por jornalistas se teria respondido a tal carta de Donald Trump, o ex-coach emendou: “Já. A resposta foi: ‘Muito obrigado pela preocupação. E a gente vai mudar o mundo. Você do lado aí dos Estados Unidos, e a gente, no Brasil, através de São Paulo'”.

Veja, abaixo, o momento em que Pablo Marçal deu as declarações que, segundo Trump, não condizem com a realidade.

De acordo com Donald Trump, nenhuma carta foi destinada nem a Marçal nem a nenhum outro integrante da equipe do ex-coach no Brasil. Antes de acionar a campanha do ex-presidente nos Estados Unidos, a coluna pediu a Pablo Marçal uma foto da carta que ele teria recebido. Agora, é possível saber por que não houve resposta.

Na entrevista coletiva dada a jornalistas antes do debate do Flow, Marçal também disse que tentaria se encontrar pessoalmente com Donald Trump: “Tô viabilizando isso. Vou ver se eu consigo encaixar. É muita sabatina, e eu gosto de ir pro debate. Se eu conseguir um buraco na agenda, eu vou ver se dou um pulo lá, pelo menos umas 24 horas, para encontrar com o Donald Trump”.

Após receber uma cadeirada de José Luiz Datena durante o debate da TV Cultura, Pablo Marçal chegou a comparar a agressão à facada sofrida por Jair Bolsonaro e ao atentado a tiros que feriu Donald Trump. A atitude irritou bolsonaristas, que viram na comparação desproporcional uma estratégia para Marçal tentar alavancar sua candidatura.

Em páginas de direita, internautas do campo conservador chegaram a ironizar o ex-coach. “Trump, após levar um tiro, levanta, cerra os punhos e diz: ‘Lute’. Marçal, após levar uma cadeirada de um senhor de 67 anos, chama a ambulância e põe máscara de oxigênio”.

Sobre o episódio envolvendo a ambulância, o próprio Marçal chegou a admitir se tratar de uma simulação: “Eu não precisava daquela ambulância lá. Eles queriam fazer uma cena, esse povo aí. Dava para ir correndo para o hospital”, disse durante um jantar com apoiadores.

·        Médico diz que Marçal fingiu lesão

Quando Pablo Marçal se internou no hospital após a cadeirada, o médico Bruno Gino chegou a afirmar que o ex-coach estava fingindo lesão. A declaração foi baseada na cor da pulseira dada pela enfermagem ao candidato a prefeito.

“Sou médico há quase 10 anos, mestre pela University of Ontario e professor da disciplina de Emergência em uma escola de medicina na América do Norte por mais mais de 3 anos. Posso afirmar uma coisa com propriedade: Se alguém chegar até você dizendo que teve uma fratura de costela e falta de ar com uma pulseira dessa cor [indicando que o caso não é grave], o código do CID é Z765”, escreveu Gino.

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, mais conhecida como CID, estabelece códigos alfanuméricos para lesões, doenças e outras condições de saúde. O CID Z765 se refere a “pessoa fingindo estar doente”, em uma “simulação consciente”.

Já apoiadores de Pablo Marçal lembraram que um laudo médico do Hospital Sírio-Libanês apontou “traumatismo” na região torácica e na mão direita do candidato. “Então o boletim médico foi fraudado? Pois foi assinado pelos médicos: Dr. Luiz Francisco Cardoso, diretor de governança clínica, e Dra. Marina Sahade, vice-diretora clínica. Hospital Sírio-Libanês. PS: Se puder responder de forma direta, agradeço, pois estou esperando pra tirar uma print”, escreveu um seguidor do ex-coach.

“Você é médico e não sabe que a pulseira dentro da internação não tem nada a ver com a classificação de triagem de risco. Por exemplo: na UTI que trabalho, a pulseira de identificação é branca, a de risco de lesão por pressão é verde, a de risco de quedas é laranja, e a de alergias é vermelha. Ou seja, a triagem de risco quanto ao grau de atendimento pode ser algo utilizado somente no acolhimento. Internou? Então tudo muda”, rebateu outro usuário da rede.

<><> Pastor desmente Marçal e nega ter declarado apoio ao ex-coach

Vice-presidente da Assembleia de Deus – Ministério Belém, o pastor José Wellington Júnior desmentiu Pablo Marçal (PRTB) e negou que sua igreja tenha declarado apoio ao ex-coach na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Marçal visitou a igreja na terça-feira (24/9) e postou imagens do local nas redes sociais dizendo ter recebido apoio do pai do líder evangélico daquele templo, pastor José Wellington Bezerra da Costa, de 90 anos de idade.

“Hoje recebi o apoio do pastor presidente José Wellington Bezerra da Costa e de toda a igreja Assembleia de Deus – Ministério Belém”, postou o ex-coach no Instagram, em texto acompanhado de fotos da visita.

José Wellington Júnior, contudo, negou que a igreja tenha apoiado o candidato do PRTB. “Nós apenas recebemos ele educadamente”, declarou o líder religioso na manhã desta quarta-feira (25/9).

No domingo (22/9), a igreja já tinha recebido a visita do atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). A expectativa é que Nunes volte ao templo nesta quinta-feira (26/9).

Marçal chegou a postar um vídeo com outros pastores declarando apoio explícito à sua candidatura, mas sem a presença das lideranças.

Há ainda uma postagem do pastor José Wellington atendendo a um pedido e “fazendo o M”, marca da campanha do ex-coach. O líder da igreja, porém, em nenhum momento fala explicitamente que apoia o candidato do PRTB.

¨      Flow nega acusações de Marçal sobre recebimento de verbas da prefeitura e manipulação no debate

O Grupo Flow negou as acusações feitas pelo candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), sobre o recebimento de verbas da prefeitura e manipulação durante o debate promovido pela empresa na última segunda-feira. O evento foi marcado por tumulto, após Marçal ser expulso da transmissão e um de seus assessores agredir o marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e também candidato, Duda Lima. As informações são do jornal O Globo.

Em nota oficial, o Grupo Flow afirmou que o debate foi realizado de forma independente e com o objetivo de fornecer informações aos eleitores de São Paulo sobre as propostas dos principais candidatos. A organização destacou que a iniciativa foi inédita e visou atender ao interesse público.

Na terça-feira, Marçal declarou a jornalistas que o Flow teria recebido R$ 474 mil da prefeitura de São Paulo. Em entrevista ao portal Metrópoles, o candidato acusou o grupo de manipular o debate e alegou que o mediador Carlos Tramontina teria adotado critérios diferentes entre os participantes, o que teria resultado em sua expulsão do evento.

<><> Vídeo mostra assessores de Marçal tentando invadir estúdio do Flow com socos e pontapés

O clima agressivo no estúdio em que foi transmitido o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pelo Flow na última segunda-feira (23), foi muito pior do se imagina. Segundo depoimento do mediador do debate do Flow News, Carlos Tramontina, e da colunista Madeleine Lacsko, a situação foi muito além do soco desferido pelo assessor de Pablo Marçal (PRTB) no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB).

Os dois narraram para o UOL que Marçal tentou entrar à força no estúdio para fazer a entrevista final, após ter sido expulso por conta das regras do debate. O fato, segundo os jornalistas, ocorreu logo após o soco de Nahuel Medina em Duda Lima.

“Nós tínhamos combinado com os candidatos que, após o debate, cada um deles, de acordo com determinada ordem, passaria no programa do Igor para dizer o que achou do debate. No momento em que há essa confusão toda, a direção do programa decidiu que não iria ouvir Pablo Marçal. Ele com o grupo de seguranças tenta invadir o espaço do programa do Igor. Foram colocados alguns seguranças ali naquela porta, a porta trancada. E eles davam, eu imagino, que fossem socos ou chutes na porta e gritos para tentar entrar no programa de qualquer maneira”, afirmou Tramontina.

Madeleine também reagiu espantada:

“Vocês não têm ideia do que foi. Depois eu fui ver para ver se tinha vazado no microfone, e o microfone era muito direcional e não pegou. Havia a porta oficial de entrar que era de vidro. Do lado que estava o Tramontina era de ferro —aquelas portas de escada de incêndio. A equipe de Marçal foi por lá e começou a empurrar a porta. Mas não era só ouvir. Eles gritavam, batiam. E quatro ou cinco seguranças segurando a porta de volta. E a CEO do Flow falando que não ia entrar”, revelou.

“E aí entra Maria Helena”, prossegue ela. “Os três minutos da Maria Helena foi aquilo. Entra Tabata, e continuam eles querendo invadir o estúdio ao vivo. Eu sei que só parou no meio da Tabata. Não sei se alguém lá de dentro filmou na hora porque foi muito assustador, uma coisa de bandido, uma coisa esquisita demais. Uma situação que eu não esperava passar por isso fora da reportagem policial.”

·        Enganação: Marçal anuncia nomes ligados a Doria, Kassab, Bolsonaro e até Alckmin para secretarias

A cada dia que passa, a realidade se impõe sobre o cenário surrealista vendido por Pablo Marçal (PRTB), que se apresenta como "antissistema" aos extremistas que fazem parte da manada neofascista ceivada por Jair Bolsonaro (PL) em 2018 - quando o então deputado, com quase 3 décadas de Congresso, se vendeu como "outsider".

Em entrevista coletiva na noite de terça-feira (23), para afastar a "imagem de imbecil" como se autodescreveu após o episódio do soco desferido pelo sócio Nahuel Medina, Marçal anunciou três nomes que, caso eleito, devem compor seu secretariado na Prefeitura de São Paulo.

O anúncio expôs a farsa do ex-coach de se vender como alguém de fora do "sistema", já que todos os três nomes têm longa trajetória como secretários de políticos tradicionais.

<><> Saiba quem são:

•        Filipe Sabará

O primeiro nome é do coordenador da campanha, Felipe Sabará, que até junho ocupava a secretaria-executiva de Desenvolvimento Social do governo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), atual desafeto de Marçal.

Sabará, que foi candidato do partido Novo nas eleições à prefeitura de São Paulo em 2020 - tendo Marina Helena (Novo) como vice -, foi discípulo de João Doria e ocupou a secretaria de Assistência Social quando o então tucano foi prefeito da capital paulista.

•        Marcos Cintra

Filiado ao Arena entre 1966 e 1979, durante a Ditadura Militar, o economista Marcos Cintra (União Brasil) foi eleito vereador em São Paulo pelo PL em 1993 e deputado federal em 1999, quando migrou para o então PFL.

Com nove partidos em seu extenso curriculo, Cintra foi subsecretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação no governo do atual vice de Lula, o então tucano Geraldo Alckmin, entre 2013 e 20014. O economista também foi secretário do Trabalho na gestão Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura paulistana.

Em 2019, foi nomeado por Paulo Guedes como Secretário Especial da Receita Federal no governo Jair Bolsonaro (PL). No entanto, foi demitido do cargo após defender um imposto que ficou conhecido como a "nova CPMF" para aumentar a taxação sobre os contribuintes.

Em 2022, foi escolhido como vice na chapa de Soraya Thronicke (PSL).

•        Wilson Pollara

Atual secretário de Saúde de Goiânia, no governo de Rogério Cruz (Solidariedade)), o médico paulista Wilson Pollara é outro que tem extenso currículo na política.

Em julho, o Tribunal de Contas do Município (TCM) determinou o afastamento dele da Secretaria de Saúde de Goiânia após constatar irregularidades em compras de suprimentos e equipamentos para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu.

Antes de ser nomeado na terra natal de Marçal, Pollara foi secretário-adjunto da Saúde no governo Geraldo Alckmin antes de ser nomeado por João Doria para assumir a mesma área na capital paulista em 2016. Ele permaneceu no cargo no primeiro mandato de Bruno Covas (PSDB) até julho de 2018, quando foi trocado por Edson Aparecido.

Nas redes sociais, Pollara ostenta uma foto recente ao lado do "amigo e vice-presidente" Geraldo Alckmin em Brasília.

"Uma visita extremamente positiva onde tivemos a oportunidade de tratar sobre recursos para a manutenção das três maternidades públicas do município e outras parcerias com o Governo Federal", escreveu.

·        Ex-prefeito e doador de campanha de Pablo Marçal é condenado por má gestão de recursos públicos

Maurício Toledo Jacob, ex-prefeito da cidade de Mantena, em Minas Gerais, e um dos principais doadores da campanha de Pablo Marçal, enfrenta problemas com a Justiça por irregularidades durante sua gestão. Jacob doou R$ 50 mil à campanha do ex-coach, o que o coloca entre os cinco maiores financiadores do candidato. Contudo, seu histórico como gestor público está marcado por problemas legais, que incluem a rejeição de contas e processos por má administração.

Em outubro do ano passado, de acordo com reportagem do jornal O Globo, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) determinou que o ex-prefeito e uma empresa de engenharia devolvessem aos cofres públicos o valor de R$ 650 mil. A decisão foi motivada pela falta de comprovação da aplicação dos recursos destinados à melhoria de vias públicas na cidade de Mantena, durante o mandato de Jacob. O conselheiro Cláudio Terrão, relator do caso, destacou a ausência de justificativas adequadas para o uso dos fundos, e o colegiado do tribunal acompanhou essa posição de forma unânime.

Ainda de acordo com a reportagem, além da condenação no TCE-MG, Maurício Toledo Jacob também responde a processos por usurpação de bens da União.

 

Fonte: Metrópoles/Brasil 247

 

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