sábado, 28 de setembro de 2024

As frutas que podem aumentar ou diminuir risco de diabetes em crianças

A alimentação é um dos fatores que influenciam no maior ou no menor risco de desenvolver diabetes. Nesse sentido, um novo estudo mostrou quais alimentos podem aumentar o risco do tipo 1 da doença, quando consumidos na infância, e quais podem prevenir a condição. As descobertas foram apresentadas na reunião anual da European Association for the Study of Diabetes (EASD), que está acontecendo em Madri, na Espanha, entre os dias 9 e 13 de setembro.

O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue, podendo se desenvolver por meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais. A condição é classificada em diabetes tipo 1 — em que o organismo perde sua capacidade de metabolizar a glicose e, geralmente, acomete crianças e adolescentes — e em diabetes tipo 2 — caracterizada pela resistência da insulina, se apresenta de maneira gradativa e é mais comum em adultos com hábitos inadequados que resultam no excesso de peso, dislipidemia (gorduras no sangue) e hipertensão.

No diabetes tipo 1, o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas, impedindo que o corpo produza o hormônio em quantidades suficientes para regular os níveis de açúcar no sangue. A causa para o desenvolvimento da doença ainda é desconhecida, mas cientistas acreditam que haja uma combinação de predisposição genética e gatilho ambiental, como um vírus ou a alimentação.

Vários alimentos já foram associados à autoimunidade das células produtoras de insulina e ao diabetes tipo 1, mas ainda faltam evidências de alta qualidade que reforcem esses achados. Diante disso, os pesquisadores do atual estudo exploraram como a dieta na infância poderia estar associada ao desenvolvimento da doença em milhares de crianças na Finlândia.

Para isso, eles acompanharam 5.674 crianças (3.010 meninos e 2.664 meninas) com suscetibilidade genética ao diabetes tipo 1, desde o nascimento até os seis anos. Os registros alimentares foram preenchidos pelos pais repetidamente dos três meses aos seis anos e foram importantes para fornecer informações sobre toda a dieta.

Aos seis anos, 94 das crianças do estudo desenvolveram diabetes tipo 1. Outras 206 desenvolveram autoimunidade das células produtoras de insulina e, portanto, estavam em risco substancialmente maior de desenvolver a doença nos próximos anos.

Segundo os pesquisadores, quanto mais frutas, aveia ou centeio as crianças comiam, maior o risco de diabetes tipo 1. Em contraste, comer morangos, mirtilos, framboesas, groselhas negras e outras frutas vermelhas pode fornecer proteção contra o diabetes tipo 1.

“As frutas vermelhas são particularmente ricas em polifenóis, compostos vegetais que podem atenuar a inflamação associada ao desenvolvimento do diabetes tipo 1”, explica a professora Suvi Virtanen, do Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar, em Helsinque, Finlândia, que liderou a pesquisa, em comunicado à imprensa.

“Por outro lado, as frutas podem conter substâncias nocivas que não ocorrem nas frutas vermelhas. Por exemplo, as frutas vermelhas podem estar livres de pesticidas encontrados em outras frutas”, completa. Além das frutas vermelhas, verduras e vegetais como brócolis, couve-flor e repolho foram associados a um risco reduzido de diabetes tipo 1.

Entre os alimentos que, de acordo com o estudo, foram associados a um maior risco da doença, estavam a aveia, banana, produtos lácteos fermentados (como iogurtes) e trigo. Segundo os pesquisadores, todas as associações entre os alimentos e diabetes tipo 1 foram independentes, ou seja, ocorreram independentemente de outros alimentos ingeridos.

No entanto, ainda é cedo para fazer novas recomendações alimentares para crianças com risco de diabetes tipo 1. “Muitos alimentos que descobrimos estarem associados ao aumento do risco de diabetes tipo 1 e ao processo da doença são considerados parte de uma dieta saudável e é importante que nossos resultados sejam replicados em outros estudos antes que alguém considere fazer mudanças na dieta de seus filhos”, afirma Virtanen.

 

•        Consumir frutas secas ajuda a afastar diabetes, aponta estudo

Uva, damasco, figo, ameixa, banana e tâmara são exemplos de frutas que fazem sucesso em suas versões desidratadas. Saborosas, em parte pela concentração de açúcar, também são calóricas e assim não gozam da melhor das reputações, mas um estudo chega para minimizar a má fama. Pesquisadores chineses esmiuçaram informações de mais de 428 mil voluntários do UK Biobank – estudo britânico que avalia condições de saúde de meio milhão de pessoas – e concluíram que o consumo de frutas secas pode ajudar a reduzir o risco do diabetes tipo 2.

Esse distúrbio metabólico, caracterizado pela função prejudicada da insulina e níveis elevados de açúcar no sangue, está por trás de danos cardiovasculares, renais, nos olhos, entre outros. O trabalho foi publicado recentemente na revista científica Nutrition and Metabolism.

Segundo a nutricionista Gabriela Mieko, do Espaço Einstein do Hospital Israelita Albert Einstein, a metodologia utilizada fortalece a confiabilidade dos resultados. “Entretanto, a pesquisa apresenta limitações, mencionadas pelos próprios cientistas, entre as quais o fato de a população analisada ser exclusivamente de ascendência europeia”, observa. Para a especialista, é fundamental que sejam feitos trabalhos que avaliem o impacto em outros povos. Além disso, os mecanismos envolvidos nos efeitos não estão completamente elucidados.

Mas o artigo traz diversas pistas, que têm tudo a ver com a riqueza de nutrientes e demais substâncias benéficas, caso dos flavonoides, dos carotenoides e das fibras. “Eles apresentam ação antioxidante e anti-inflamatória e melhoram a sensibilidade à insulina e o metabolismo da glicose”, explica Mieko. As fibras, por sua vez, colecionam evidências da sua atuação no controle glicêmico, ou seja, favorecem o equilíbrio dos níveis de açúcar na circulação.

Frutas secas acumulam vitaminas A e do complexo B, e sais minerais como potássio, magnésio e fósforo. Isso porque, no processo de desidratação, vão-se os líquidos e ficam os nutrientes. Inclusive, atualmente a produção de frutas secas conta com tecnologias e estufas eficazes, que minimizam ainda mais as perdas nutricionais.

Assim, enquanto 100 gramas de uvas oferecem 0,8g de fibra, a mesma quantidade de passas contém 5g, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP).

O detalhe é que o valor calórico também dispara. De acordo com a mesma tabela, em 100 gramas de fruta fresca há 50 kcal, enquanto a uva-passa soma 300 kcal. Daí a recomendação de ir com muita parcimônia, embora não seja possível definir uma quantidade ideal. “Tudo depende das características de cada um, tanto em nível biológico quanto referente ao estilo de vida”, lembra a nutricionista.

Para incluir frutas desidratadas no dia a dia, de forma saudável, especialmente no caso de pessoas com diabetes, o mais importante é observar o tamanho da porção e evitar consumi-las de maneira isolada para evitar picos de glicemia.

A nutricionista ensina a misturá-las com alimentos fontes de proteínas e de gorduras saudáveis, numa estratégia que prolonga a saciedade. Elas combinam com queijos, iogurtes e castanhas, por exemplo. “Podem compor o café da manhã, os lanches intermediários ou até mesmo como substitutas do açúcar no preparo de doces e no mingau de aveia”, ensina.

<><> Confira, a seguir, algumas das mais populares e seus benefícios:

# Ameixa

Assim como as outras frutas secas, oferece boas doses de fibras, as guardiãs da saúde intestinal, e costuma ser eleita por quem sofre com a prisão de ventre. Faz bonito em receitas de sobremesas.

# Banana

Concentra potássio, mineral indispensável aos músculos, além de carboidratos, daí pode ser uma aliada dos praticantes de atividade física.

# Damasco

Sua coloração amarela denuncia a presença de betacaroteno, uma substância que favorece a saúde dos olhos.

# Figo

Mais uma delícia que acumula vitaminas, sais minerais e uma porção de compostos protetores, caso dos flavonoides e dos carotenoides.

# Tâmara

Outra que concentra antioxidantes e muitas preciosidades. Pela doçura, pode ser uma alternativa de sobremesa.

# Uva-passa

O destaque aqui é o resveratrol, substância que blinda as artérias. A uva-passa costuma invadir muitas receitas no final de ano, mas nem sempre é unanimidade nessa situação.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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