José Reinaldo de Carvalho: ‘Unidade
latino-americana - um brado de resistência contra o imperialismo estadunidense
A América Latina vive
mais um capítulo de luta pela soberania e autodeterminação. O imperialismo
estadunidense, sempre ávido por manter seu domínio sobre a região, intensifica
suas agressões econômicas e políticas contra governos que ousam desafiá-lo.
Neste contexto, as
sanções impostas a Cuba, Venezuela e Nicarágua não são apenas medidas
unilaterais, mas armas de guerra que visam asfixiar os processos soberanos
desses países. Diante disso, a resposta deve ser clara e contundente: a unidade
latino-americana é a única saída para derrotar o imperialismo e garantir o
futuro de paz e autodeterminação.
Durante a 24ª Reunião
do Conselho Político da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América -
Tratado Comercial dos Povos (ALBA-TCP), os ministros das Relações Exteriores de
Cuba, Venezuela e Nicarágua denunciaram com veemência a contínua interferência
dos Estados Unidos nos assuntos internos de seus países. O chanceler cubano,
Bruno Rodríguez, foi incisivo ao denunciar como as oligarquias regionais, com o
apoio de Washington, estão recorrendo a métodos que já deveriam ter sido
abolidos, como novos tipos de intentonas golpistas, interferência nos assuntos
internos, inclusive contendas eleitorais e ameaças de todo tipo para
desestabilizar governos populares e progressistas e interromper processos
revolucionários.
·
Sanções: armas de
guerra econômica
As sanções impostas
pelos Estados Unidos a Cuba, Venezuela e Nicarágua são a mais nova manifestação
das práticas imperialistas. Estas medidas coercitivas, que afetam diretamente
as economias e as populações desses países, são eufemisticamente chamadas de
"sanções", mas, na prática, equivalem a atos de guerra econômica.
Elas buscam minar as bases econômicas, sociais e culturais dessas nações,
forçando-as à submissão. No caso de Cuba, o bloqueio econômico, que já dura
mais de seis décadas, é o mais longo da história moderna e tem causado enormes
prejuízos ao povo cubano. Além disso, a inclusão de Cuba na lista de
"Estados patrocinadores do terrorismo" é mais um exemplo do cinismo
estadunidense, que utiliza esse rótulo para estrangular o país.
Na Venezuela, o
governo do presidente reeleito Nicolás Maduro enfrenta uma campanha maciça de
desinformação e sabotagem promovida por forças internas e externas, em conjunto
com avaliações que visam destruir sua soberania e desestabilizar seu governo. A
Venezuela é alvo de uma guerra de novo tipo, na qual o imperialismo
estadunidense utiliza todas as suas ferramentas — desde a mídia até a sabotagem
econômica — para tentar destruir um projeto soberano e independente.
A Nicarágua, por sua
vez, também sofre o impacto dessas medidas brutais. O ministro das Relações
Exteriores da Nicarágua, Valdrack Jaentschke, expressou durante a reunião da
ALBA-TCP que as chamadas sanções nada mais são do que a continuação das
instruções militares e interferências que o imperialismo impôs à América Latina
ao longo dos séculos 19 e 20. Para ele, a resistência dos países da ALBA não é
apenas uma luta contra a agressão direta dos Estados Unidos, mas também parte
de um processo mais amplo de transição para uma nova ordem mundial multipolar,
mais justa e igual
·
O papel da ALBA-TCP na
resistência
A Aliança Bolivariana
para os Povos da Nossa América - Tratado Comercial dos Povos (ALBA-TCP) tem
mostrado ser um bastião de resistência contra as ofensivas imperialistas.
Durante o encontro recente, os membros do bloco reafirmaram seu
compromisso com a unidade e a cooperação mútua para enfrentar os desafios
impostos pelas potências hegemônicas. A ministra das Relações Exteriores da
Bolívia, Celinda Sosa, destacou que as potências imperialistas continuam a
ameaçar a unidade da América Latina, tentando interferir nos processos internos
e minar a soberania das nações.
Essa solidariedade
entre os países da ALBA é um exemplo claro de que a resistência é possível. Ao
defenderem conjuntamente a autodeterminação de seus povos, esses países estão
enviando uma mensagem forte: não serão intimidados pelas tentativas dos Estados
Unidos de impor sua agenda de dominação. A unidade latino-americana é,
portanto, a resposta mais eficaz contra a estratégia imperialista de dividir
para
·
A urgência da
solidariedade regional
As palavras de Bruno
Rodríguez durante o Conselho Político da ALBA-TCP ecoam a urgência de
fortalecer a solidariedade regional. A América Latina não pode permitir que os
Estados Unidos continuem a desestabilizar governos soberanos com golpes,
sabotagem econômica e campanhas de desinformação. A história nos ensina que a
fragmentação da América Latina sempre favorece as potências estrangeiras, e a
unidade de nossos povos é a única maneira de garantir a paz, o desenvolvimento
e a justiça social em
É essencial que os
países da América Latina e Caribe consolidem seus laços e rejeitem
categoricamente qualquer forma de interferência externa. Como bem lembrou
Rodríguez, “não há nação na nossa região que esteja imune aos planos de
desestabilização”. Se permitirmos que Cuba, Venezuela e Nicarágua sejam
asfixiadas pelas ações imperialistas, abriremos caminho para que outros países
da região sejam os próximos alvos
A América Latina deve
unir-se mais uma vez em defesa de sua soberania e dignidade. O imperialismo
estadunidense continua agindo para enfraquecer governos progressistas e impor
sua agenda de exploração. No entanto, a resistência demonstrada por Cuba, Venezuela
e Nicarágua é um exemplo de que, mesmo diante das agressões mais brutais, é
possível lutar e vencer.
A unidade
latino-americana é uma necessidade histórica. A ALBA-TCP, com o seu compromisso
inquebrantável com a soberania dos povos, deve continuar persistindo nessa
luta.
¨ ‘O servo da guerra e o estadista da paz’. Por Marcelo Zero
Zelensky continua com
suas agressões gratuitas contra o Brasil e contra Lula. É algo doentio.
Agora, na ONU,
Zelensky criticou abertamente a proposta de paz Brasil/China para solucionar o
conflito da Ucrânia. Chamou-a de “destrutiva”, sem sequer saber de algum
detalhe, pois ela ainda não foi exposta em suas minúcias.
Trata-se apenas de uma
proposição de princípios básicos para a abertura de um diálogo, em torno de uma
paz factível e realista.
Entre outros pontos, a
proposta do Brasil e da China destaca que:
As duas partes
acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise
na Ucrânia. Todos os atores relevantes devem criar condições para a retomada do
diálogo direto e promover a desescalada da situação até que se alcance um
cessar-fogo abrangente. O Brasil e China apoiam uma conferência internacional
de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela
Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes
relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz.
Como se vê, trata-se
uma proposição “muito destrutiva.”
Zelensky questionou
também o “real interesse” de Lula, da China e do Brasil em tal acordo.
Insinuou, de forma canalha, que Lula quer ter protagonismo às expensas da
Ucrânia. Que não teria real interesse em paz.
Ora, Lula não precisa
da Ucrânia e de sua guerra para ter protagonismo. Ao contrário de Zelensky,
Lula é um grande líder mundial que está empenhado em uma agenda positiva de
combate à pobreza, às desigualdades, às mudanças climáticas, de uma nova
governança global etc. E na construção de um mundo pacífico, simétrico e
multipolar.
Já Zelensky apresenta
ao mundo apenas seu chamado “plano da vitória”, isto é, seu plano de
continuidade da guerra com a Rússia, pois a sua “proposta” implica rendição
incondicional de Moscou.
Na realidade, Zelensky
está investindo em uma guerra que afeta o mundo inteiro e que está se tornando
cada vez mais perigosa. Uma guerra que ameaça alastrar-se e se transformar em
um enfrentamento franco entre a Otan e a Rússia, dois polos militares nuclearizados.
Putin já deixou claro
que poderá utilizar esse tipo de arma, caso a Otan/Ucrânia insistam numa
ofensiva em território russo.
Observe-se, a esse
respeito, que a Rússia dispõe de armas nucleares táticas, que podem ser
colocadas em mísseis hipersônicos, capazes de atingir cerca de 8 mil
quilômetros por hora. Não é bom apostar, como fazem alguns desavisados, que a
recente decisão de Moscou é apenas um blefe.
Como disse Lula, se
Zelensky fosse inteligente, ele apostaria na diplomacia.
Lula tem toda razão.
A Ucrânia não possui
condições de ganhar essa guerra, mesmo com a montanha de ajuda que recebe do
Ocidente.
Kiev já perdeu mais de
500 mil combatentes nesse esforço inútil e não tem reservas para continuar a
sustentar uma guerra de degaste com a Rússia, que dispõe de reservas militares
bem maiores e amplo domínio em artilharia e aviação.
Aos poucos, mas de
forma sistemática, a Ucrânia perde cada vez mais território, com a continuidade
da guerra. Embora o objetivo de Moscou nunca tenha sido a conquista da Ucrânia,
como dizem os desinformados, as forças militares russas já dominam cerca de 23%
do território ucraniano. E seguem avançando.
A tendência
inexorável, com a continuidade da guerra, é a de que a Ucrânia perca mais
território, tornando cada vez mais assimétricas as negociações, em detrimento
de Kiev.
Por isso, analistas
comprometidos com um mínimo de racionalidade consideram que seria do interesse
objetivo da Ucrânia iniciar negociações de paz sérias e realistas. No mínimo,
se evitaria mais derramamento inútil de sangue ucraniano.
Zelensky, no entanto,
pressionado pelos EUA e a Otan, persiste no esforço bélico, e aprofunda e a
alarga a guerra.
Mas Zelensky sequer é
um “senhor da guerra”. É servo de uma guerra, à qual a Ucrânia foi conduzida
por interesses geopolíticos dos EUA e aliados.
Já Lula, que Zelensky
tem obsessão em criticar, é um estadista de nível internacional, um senhor da
paz e das negociações.
Se fosse “esperto”,
Zelensky ouviria Lula. Afinal, ouvir Lula é ouvir o Sul Global e a voz da
razão. Não é pouco.
¨ 'Plano de vitória' de Zelensky pode levar à grande guerra na
Europa, acredita mídia
O chamado "plano
de vitória" proposto pelo atual líder ucraniano Vladimir Zelensky pode
levar a uma guerra em grande escala na Europa, envolvendo os Estados Unidos,
disse o analista e ex-oficial militar norte-americano Robert Maginnis em um artigo
publicado na revista on-line American Thinker.
O artigo faz
referência ao encontro do presidente dos EUA Joe Biden com Zelensky, no qual,
segundo vários relatos da mídia, o líder da Ucrânia solicitou, mais outra vez,
a permissão de atacar o território russo com armas ocidentais de longo alcance.
"Vladimir
Zelensky está nos Estados Unidos esta semana para vender seu plano de vitória
sobre a Rússia, que, se for aceito, pode levar a uma guerra mais ampla na
Europa, incluindo com os Estados Unidos", escreveu ele.
De acordo com
Maginnis, o ponto principal do plano de Zelensky é obter a aprovação da
administração Biden para lançar ataques com mísseis aos territórios russos que
estão longe da zona do conflito.
Se os Estados Unidos
aprovarem o plano de Zelensky, isso vai levar a uma forte escalada do conflito,
acredita Maginnis.
Contudo, após o
encontro de ontem (26), a Casa Branca apenas declarou alocar cerca de US$ 8
bilhões (R$ 43,5 bilhões) para ajuda à Ucrânia.
No que diz respeito ao
ponto principal, ainda antes das conversações, uma porta-voz presidencial
norte-americana disse que os Estados Unidos não fariam declarações sobre
autorização de ataques à Rússia.
O porta-voz da
presidência russa, Dmitry Peskov, comentando o plano de Zelensky, disse que
Moscou está ciente da essência do governo ucraniano, continua a operação
militar especial e atingirá todos os seus objetivos.
Peskov enfatizou que
ainda não existe um "plano" tangível, nem mesmo para o Ocidente.
¨ Trump diz a Zelensky que tem 'relacionamento muito bom' com
Putin e cita fim de conflito
Nesta sexta-feira
(27), Donald Trump e Vladimir Zelensky se reuniram na Trump Tower, em Nova
York.
Ao lado de Zelensky, o
candidato republicano à Casa Branca afirmou que trabalharia com a Ucrânia e a
Rússia para acabar com o conflito, segundo o g1.
"Temos um
relacionamento muito bom [com Zelensky], e eu também tenho um relacionamento
muito bom, como vocês sabem, com o presidente [Vladimir] Putin", disse o
ex-presidente, acrescentando que "se vencermos, vamos resolver isso muito
rapidamente", referindo-se às eleições presidenciais de 5 de novembro nos
Estados Unidos.
Falando a repórteres
na Trump Tower, Zelensky disse que quer discutir com Trump o seu "plano de
vitória" para a Ucrânia. O encontro entre o republicano e o ucraniano
acontece após Zelensky visitar a Casa Branca, no dia anterior (26).
A oposição ao governo,
liderada por Trump, acusou o presidente Joe Biden e a vice-presidente e também
candidata, Kamala Harris, de usarem o encontro com intuito eleitoreiro, a 40
dias da eleição presidencial no país.
Na quarta-feira (25),
o Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos EUA informou que está
investigando o Poder Executivo pelo suposto uso de fundos públicos para
financiar um voo de Zelensky à Pensilvânia para fazer campanha para Harris.
Fonte: Brasil 247/Sputnik
Brasil
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