quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Brasil envelhece em ritmo acelerado e com políticas públicas insuficientes para idosos e idosas

O Brasil e o mundo seguem atrasados na construção e implementação de políticas públicas para a população idosa. Mesmo quando existem, essas ações são pautadas pela medicalização e pelo foco na doença. As conclusões são da especialista Dália Romero, pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.

Em entrevista ao podcast Repórter SUS, ela ressaltou que nem mesmo órgãos globais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU) conseguem contornar a falta de inclusão dessa população nas metas de desenvolvimento sustentável, por exemplo.

“A primeira questão que sofremos é a invisibilidade. Somos invisíveis ante às políticas públicas. Somos invisíveis ante às prioridades da sociedade. Geralmente, somos vistos como portadores de doença e não como sujeitos políticos e sociais. Não estamos preocupados apenas com o preconceito, mas com a discriminação, que pode chegar inclusive a se transformar em crime.”

No Brasil, o problema deve se potencializar nos próximos anos com o envelhecimento acelerado na população. Atualmente, a média de idade de brasileiros e brasileiras é de 35 anos. Em 2070, ela deve chegar a 51 anos. Esse processo impõe desafios não só para a saúde pública.

Dália Romero explica que esse movimento tem características específicas no Brasil. “A causa principal do envelhecimento populacional do Brasil não é o aumento da expectativa de vida. Não é que estamos vivendo mais, mas que as gerações jovens não querem ou não podem, não têm oportunidade de ter filhos.”

Segundo ela, esse cenário potencializa o peso da desigualdade estrutural na atenção e nas ações voltadas à população idosa. “Se nós fizemos essa diminuição da fecundidade com desigualdade social enorme, é difícil pensar que teremos um envelhecimento populacional saudável também.”

Na conversa com o podcast, a pesquisadora também fez um alerta sobre a medicalização excessiva, que ignora capacidades e potencialidades de bem-estar para a população idosa. “A maneira de controlar qualquer sentimento de medo e de solidão em nós, pessoas idosas, é através de um medicamento”.

De acordo com Romero, conter esse cenário é um desafio que precisa fazer parte do cotidiano do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS precisa parar com a medicalização da vida rapidamente, controlar essa epidemia de drogas psiquiátricas e tratar a vida de outra maneira.”

Ela defende que esse processo passa necessariamente pelo fortalecimento das relações sociais e das redes de apoio. Nas palavras de Dália Romero, esse papel não pode ser responsabilidade apenas da família.

“Em nossa nossa Carta Magna está escrito que o cuidado das pessoas idosas é responsabilidade da família, da sociedade e do estado. Temos que ser coerentes. Se não temos a família, é a sociedade e o Estado que devem assumir. Nós estamos muito atrasados quanto aos dispositivos sociais para cuidado.”

 

•        Hérnia de disco: saiba em qual idade os sintomas começam a aparecer

Com mais de 80% da população relatando dores na coluna em algum momento da vida, a hérnia de disco está longe de ser um diagnóstico raro.

A condição acontece quando os discos invertebrais, que funcionam como amortecedores entre as vértebras, desgastam-se com o tempo.

Mas em que idade os sintomas começam a surgir? De acordo com especialistas, como o ortopedista Ricardo Meirelles, os primeiros sinais geralmente aparecem a partir dos 20 anos.

OMS: 80% das pessoas vão sofrer com dor nas costas em alguma fase da vida

Embora a ocorrência em crianças e adolescentes seja rara, casos de hérnia de disco já foram relatados em idades mais precoces, geralmente associadas a outras condições como lesões ou problemas congênitos.

" A hérnia de disco acontece quando a gente vai se aproximando da vida adulta", alerta Meirelles em entrevista ao podcast Bem-Estar.

O especialista destaca ainda que, no caso de crianças e adolescentes, as dores persistentes na coluna podem ser sinais de tumores benignos, que costumam causar dor intensa, especialmente à noite, mas que aliviam com anti-inflamatórios comuns.

Assim, é fundamental que pais e cuidadores fiquem atentos a queixas frequentes de dor e busquem avaliação médica para descartar essas condições, que podem ser identificadas por meio de exames de imagem.

•        Hérnia de disco ou bico de papagaio? Entenda a diferença

A dor na coluna é a principal queixa em consultórios médicos depois de gripe. Estudos apontam que mais de 80% da população vai sofrer com os sintomas em alguma fase da vida.

É o que aponta o ortopedista Ricardo Meirelles, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) do Rio de Janeiro. Em entrevista ao podcast Bem-Estar, Meirelles explica qual é a diferença entre condições como hérnia de disco e bico de papagaio.

<><> O que é a hérnia de disco?

A hérnia de disco ocorre quando o disco intervertebral se desloca e comprime um nervo, causando dor intensa.

"Quando a pessoa faz uma radiografia ou uma tomografia vai ver lá estruturas calcificadas com aspectos semelhante a um bico de papagaio", explica o médico.

<><> O que é bico de papagaio?

Ainda segundo Meirelles, o bico de papagaio refere-se a calcificações nos ligamentos da coluna, que ocorrem devido a uma inflamação crônica e podem aparecer em exames de imagem.

Embora ambos possam causar dor na coluna, a hérnia de disco tende a provocar dor mais aguda e intensa, enquanto o bico de papagaio geralmente causa dor em menor intensidade.

 

Fonte: Por Juliana Passos e Nara Lacerda, do Repórter SUS, na EPSJV/g1

 

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