6 formas de apoiar amigos com câncer
O que você faria se
sua melhor amiga (ou irmã, tia, filha) lhe dissesse que tem câncer de mama?
Você saberia como apoiá-la — ou até o que dizer?
A correspondente da
CNN Internacional Stephanie Elam enfrentou essa situação quando sua melhor
amiga da faculdade, Ananda Lewis, criadora de conteúdo e ex-VJ da MTV, foi
diagnosticada com a doença há quase seis anos.
No ano passado, isso
aconteceu novamente, quando sua amiga próxima e colega de trabalho, a âncora da
CNN Internacional Sara Sidner, revelou que também havia sido diagnosticada com
câncer de mama. Sidner anunciou isso ao mundo em um segmento emocional ao vivo
na TV.
Sidner e Lewis não estão sozinhas. Uma em cada
oito mulheres nos Estados Unidos será diagnosticada com câncer de mama ao longo
da vida, de acordo com a National Breast Cancer Foundation. A detecção precoce
e tratamentos mais eficazes aumentaram as taxas de sobrevivência — há mais de 4
milhões de sobreviventes de câncer de mama no país —, mas a doença ainda deve
matar mais de 42.000 mulheres em 2024.
Além disso, há uma
diferença persistente na taxa de mortalidade entre mulheres negras e brancas:
embora as mulheres negras tenham uma taxa de incidência 4% menor que as
mulheres brancas, sua taxa de mortalidade é 40% maior.
Elam sentou-se com
Sidner e Lewis para uma discussão aberta sobre as jornadas de cada uma e as
lições que aprenderam ao longo do caminho.
• Cada história de câncer de mama é
pessoal
Embora as histórias
individuais de cada pessoa com câncer de mama compartilhem alguns elementos
comuns, os detalhes e os caminhos podem ser muito diferentes.
A maioria dos
pacientes são mulheres, mas uma pequena parcela são homens. Existem diferentes
tipos de câncer de mama, e as pessoas são diagnosticadas em diferentes estágios
(Sidner e Lewis foram diagnosticadas no estágio III).
Como Lewis, algumas
mulheres com câncer de mama têm um histórico familiar da doença, mas 90% a 95%
não têm.
Esse fato surpreendeu
Sidner. “Não conheço casos de câncer de mama na minha família,” Sidner contou a
Elam durante a conversa. “Eu disse isso ao meu médico. ‘Como eu fui
diagnosticada com isso se não está na minha família?’ Ele respondeu: ‘Cerca de
95% das pessoas com câncer de mama não têm histórico familiar.’ E eu pensei,
‘Então por que você pergunta? Porque todos nós achamos que estamos seguros!’”
Mamografias detectam
muitos casos de câncer de mama, mas algumas mulheres — incluindo Sidner e Lewis
— o descobrem sozinhas. Embora o autoexame de mama de rotina não seja mais
recomendado como parte das diretrizes de rastreamento, muitos profissionais de
saúde ainda veem valor nele.
Sidner concorda
enfaticamente. “Eu sinto fortemente que precisamos conhecer nossos corpos,
precisamos ser capazes de nos tocar e garantir que saibamos como é nossa
estrutura normalmente e o que é anormal. E vá se examinar,” afirma.
Claro, as mulheres
escolhem diferentes opções de tratamento, dependendo do diagnóstico,
prognóstico, saúde geral, valores e prioridades pessoais. Lewis e Sidner
seguiram caminhos diferentes, com Sidner escolhendo terapias convencionais —
incluindo cirurgia, quimioterapia, radioterapia e medicamentos — e Lewis
optando, inicialmente, por uma abordagem alternativa.
Com todas essas
diferenças, é difícil saber sempre como apoiar alguém que está passando por uma
jornada contra o câncer de mama ou outro diagnóstico que muda a vida.
Por sua vez, Elam teve
que reajustar o relacionamento com cada amiga. Seu conselho: Preste atenção aos
humores delas e ouça o que elas precisam. “Se você não tiver certeza, pergunte
como pode apoiá-las da melhor forma durante sua jornada contra o câncer,”
orienta por e-mail.
Como você pode se
mostrar presente para um familiar ou amigo de uma maneira significativa? Sidner
compartilha cinco dicas, baseadas em suas próprias experiências.
<><> 1.
Entre em contato, mas sem esperar uma resposta
Envie uma mensagem de
texto, e-mail ou recado com uma ressalva como “Você não precisa responder; só
quero que saiba que estou aqui quando precisar” ou “Eu te amo — essa é a
mensagem,” diz Sidner por e-mail.
“Entre em contato de
uma maneira que não exija ou requer uma resposta. Não fique chateado se a
pessoa nunca responder ou responder muitos dias, semanas ou meses depois,”
acrescenta.
“Quando você é
diagnosticado e está em tratamento para o câncer, precisa saber que as pessoas
se importam com você, mas pode ser estressante sentir-se pressionado a
responder a cada mensagem, carta ou e-mail enquanto lida com as complexidades
do tratamento e com suas próprias emoções,” explicou. “Pode ser realmente
esmagador.”
Elam intuitivamente
entendeu essa necessidade. “Nenhuma das minhas amigas queria contato
constante,” conta. “Mas se elas ficarem em silêncio por um longo período, eu
descobri que enviar uma mensagem de encorajamento era um abraço à distância o
suficiente.
“Isso é sobre elas;
não sobre você. Então, deixe claro que elas não precisam responder — você está
apenas enviando amor e está aqui quando precisarem de você,” afirma.
Em outras palavras,
deixe que saibam que você está lá — sem esperar nada em troca.
<><> 2.
Presenteie com comida nutritiva
Pensando em enviar um
presente? Em vez de cobertores e velas — a menos que você saiba com certeza que
a pessoa precisa ou ama esses itens — tente um cartão-presente para um serviço
de entrega de comida, sugeriu Sidner.
“Muitos de nós
recebemos tantos cobertores e velas que precisamos doar alguns deles, o que,
por sua vez, nos faz sentir culpados por dar algo de um amigo ou colega, mesmo
que seja para ajudar outras pessoas,” afirma.
“A boa nutrição é uma
parte importante da cura, mas durante os tratamentos, cozinhar pode parecer uma
tarefa para a qual você simplesmente não tem energia,” explicou.
Sidner observou que
durante a quimioterapia, seu olfato pode estar mais aguçado, “o que significa
que odores fortes, como cebola ou alho (que geralmente tornam uma refeição
deliciosa) podem provocar náusea ou ser realmente desagradáveis. A entrega de
comida pode ser realmente maravilhosa e útil.”
Se cozinhar é a sua
especialidade, um prato favorito deixado na porta também é muito apreciado!
(Basta enviar uma mensagem e deixá-lo na porta, a menos que seja convidado a
entrar.)
<><> 3.
Diminua um pouco a simpatia
Cuide do seu amigo ou
familiar, mas sem pena, orienta Sidner. “É muito reconfortante quando você não
está sendo tratado como se fosse feito de vidro ou como se estivesse prestes a
morrer,” diz. “É maravilhoso poder rir, brincar ou falar sobre coisas normais
sem sempre ter que pensar no câncer.”
Elam sabia
intuitivamente que precisava manter o clima leve às vezes. “Às vezes nosso
trabalho é ser a distração,” observa. “Descobri que com Sara e Ananda, às vezes
só mandar memes engraçados ou dar atualizações sobre outros aspectos da vida
permitia que elas desfrutassem de um pouco de normalidade. Nenhuma delas queria
que eu ficasse sentada olhando para elas com olhos de cachorro abandonado.”
<><> 4.
Tenha cautela ao compartilhar sua experiência
Compartilhe sabedoria,
mas não histórias de terror, sugere Sidner. “Se você conhece alguém que passou
pelo mesmo tipo de câncer, compartilhe dicas que ajudaram essa pessoa a
superar,” diz. “Não posso dizer quantas vezes alguém disse ‘Ei, minha esposa
sugeriu esse creme para queimaduras de radiação’ ou ‘Experimente isso para
ajudar com a náusea ou o sono.’”
Na maioria dos casos,
é melhor manter as histórias do tipo “tudo deu errado” para você mesmo.
<><> 5.
Seja um intermediário de amizade
Faça conexões entre
sobreviventes de câncer, aconselha Sidner. “Se você conhece alguém que teve
câncer e está disposto a compartilhar sua experiência com alguém que foi
diagnosticado recentemente, isso pode aliviar muita ansiedade,” afirma.
“Aprender com mulheres
que passaram pelo mesmo tratamento que eu estava passando ou prestes a iniciar
foi transformador para mim — especialmente em relação à cirurgia,” explicou.
Sidner diz que após
uma conversa informativa com uma sobrevivente, ela foi capaz de pedir ao
médico, em sua própria linguagem técnica, várias coisas — até mesmo o tipo de
incisão que gostaria que fosse feita.
“Sem brincadeiras,
isso me fez sentir um pouco mais no controle de uma situação que, na maior
parte do tempo, parecia totalmente fora do meu controle, embora fosse meu
próprio corpo passando por isso,” relata.
<><> 6.
Limite as perguntas
O último conselho de
Elam é: “À medida que você apoia seu ente querido durante o tratamento contra o
câncer, evite fazer muitas perguntas sobre os procedimentos. Deixe que eles
contem,” diz. “É nosso trabalho amá-los onde estão mental ou fisicamente, e responder
a todas as perguntas pode ser cansativo.”
Esperamos que essas
cinco dicas ajudem você a apoiar alguém passando por câncer de mama ou qualquer
outro diagnóstico que muda a vida.
Fonte: CNN Brasil
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