Paralisia do sono: o monstro da noite
A
paralisia do sono é marcada pela incapacidade temporária de movimentar-se ou
falar ao despertar ou adormecer. "Ela ocorre devido a uma falha de
comunicação entre cérebro e corpo, impedindo que os músculos recebam os sinais
enviados pelo cérebro. Mas fatores como privação de sono e estresse também
podem contribuir para esse problema", explica Vital Fernandes Araújo,
clínico geral pós-graduado em Medicina Ortomolecular e em Psiquiatria. Esta
incapacidade é mais comum na segunda década da vida, entre os 20 e 30 anos de
idade. E normalmente ocorre quando a pessoa está muito cansada ou estressada.
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Quais são os sintomas da paralisia do sono?
De
acordo com o médico, durante a paralisia do sono, a pessoa pode estar
consciente, mas é incapaz de mover-se ou falar. Muitas vezes ela experimenta
alucinações sensoriais e sensações de opressão no peito, ansiedade, angústia e
pânico.
Muitas
vezes, vemos na internet relatos de pessoas que contam ter visto formas
estranhas parecidas com 'demônios' em seus quartos durante a paralisia do sono.
Araújo explica que isso pode ocorrer. "As alucinações durante a paralisia
do sono podem vir de diversas formas: visuais, auditivas ou até mesmo
sensoriais, o que contribui para o aumento da sensação de medo e angústia. Elas geralmente consistem também em sensação
de flutuar, sair do corpo ou a presença de alguém próximo.", explica.
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Mas o que leva a paralisia do sono?
Esse
distúrbio é mais comum na segunda década da vida, entre os 20 e 30 anos de
idade. Porém, é válido pontuar que não existe na literatura médica um fator
causal claro. Mas situações de risco podem contribuir com os episódios de
paralisia do sono como:
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Parentes de primeiro grau com narcolepsia (distúrbio de sono que causa
sonolência excessiva);
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Situações constante de estresse;
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Alimentação desregulada;
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Falta de exercício físico;
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Tabagismo;
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Abuso de cafeína e bebidas alcoólicas;
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Rotina de sono irregular.
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É importante manter a calma
Para
acordar durante um episódio de paralisia do sono, o clínico geral explica que a
chave é se manter calmo, evitar a ansiedade e movimentos muito bruscos.
"Nesses casos é importante optar sempre por movimentos pequenos, como com
os dedos ou com a língua, conforme conseguir realizá-los pode-se partir para
movimentos mais amplos e aos poucos o controle muscular retorna".
Agora
se sua dúvida é se existe cura ou tratamento, Araújo explica que a paralisia do
sono não requer tratamento direto, mas abordagens para melhorar a higiene do
sono. "Como manter horários regulares e criar um ambiente de sono
adequado, pode minimizar a ocorrência do fenômeno."
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Catalepsia ou paralisia do sono?
Você
já deve ter visto notícias, muito raras, como no caso de uma senhora de 76
anos, do Equador, que acordou no seu próprio velório e bateu no caixão pedindo
ajuda - os veículos de imprensa local apontam que ela sofria de catalepsia.
Essa é uma condição que muitas pessoas confundem com a paralisia do sono.
"Ela é uma condição caracterizada por imobilidade muscular rígida e
diminuição das respostas sensoriais, frequentemente confundido com morte
aparente, ela pode afetar a movimentação dos membros, cabeça ou fala",
explica o médico.
Araújo
explica que um dos principais sintomas da catalepsia "é a falta de sinais
vitais, eles permanecem, é claro, no entanto em um ritmo de funcionamento
extremamente lento e baixo, fazendo com que muitas vezes sequer sejam
detectados pelos profissionais, causando confusão e gerando falsas declarações
de óbito".
Outros
principais sintomas da condição são:
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inatividade,
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rigidez muscular,
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postura imóvel,
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capacidade de resposta a estímulos reduzida,
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sinais vitais, como respiração e batimentos cardíacos muito baixos.
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Doença desconhecida
As
causas da catalepsia ainda não são totalmente conhecidas, nem se há algum tipo
de propensão, no entanto, sabe-se que ela está relacionada a fatores como uso
excessivo de álcool ou drogas, privação de sono, estresse, fortes emoções,
abstinência e uso de determinados medicamentos. E por fim, não há nenhum
protocolo específico de tratamento para a catalepsia, mas o clínico geral
explica que "geralmente utilizam-se medicamentos anticonvulsivantes,
antipsicóticos ou relaxantes musculares, também podem ser indicado psicoterapia
em casos relacionados a estresse ou fortes emoções, no entanto, cada abordagem
deve ser individualizada e feita com acompanhamento do profissional
responsável."
• Está
dormindo o suficiente, mas ainda se sente exausto? Veja 7 tipos de descanso que
podem ajudar
A
médica Saundra Dalton-Smith estava exausta quando escreveu seu livro sobre
descanso. Depois de cinco anos de prática clínica em medicina interna e
cuidando de dois filhos pequenos, a autora de Sacred Rest [algo como
"Descanso sagrado", em tradução direta] passou por um caso extremo de
burnout. No começo, ela achou que só precisava dormir mais.
"Naquele
momento, ninguém falava muito sobre burnout. A conversa girava em torno do
sono", lembra Saundra. "Isso foi na época em que Arianna Huffington
estava fazendo a grande revolução do sono. Então, quando me senti esgotada, meu
processo de pensamento se baseou em pesquisas que diziam que, se eu tivesse um
sono adequado e de alta qualidade, não deveria mais me sentir esgotada".
Foi
então que a médica começou a se aprofundar um pouco mais. Embora os Centros de
Controle e Prevenção de Doenças recomendem pelo menos sete horas de sono por
dia, Saundra descobriu que nem mesmo nove horas de repouso eram suficientes.
"Eu
estava tendo sete, oito, nove horas de sono de alta qualidade, documentadas em
laboratórios de sono. Quer dizer, eu estava fanática pelo assunto porque estava
tentando descobrir como resolver o problema", diz ela. "O que fazer
quando você dorme oito horas e tudo diz que você teve um sono perfeito, mas
ainda assim você está exausta?"
Foi
então que ela percebeu que dormir não é sinônimo de descansar. Depois de passar
por vários testes que determinaram que não havia nada de errado com ela do
ponto de vista médico, Saundra começou a pensar em outras maneiras pelas quais
as pessoas podem ficar exaustas. E foi aí que nasceu seus revolucionários
"7 tipos de descanso".
"Comecei
a fazer essa pergunta que virou a base do meu trabalho: que tipo de cansaço eu
tenho?", diz ela. "E isso me levou a uma jornada para perceber que,
se estou me sentindo exausta, algo deve estar sendo drenado. O que exatamente
foi drenado? Se eu conseguisse descobrir, então poderia reconstruir esse
reservatório para voltar a me sentir saudável".
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Os 7 tipos de descanso
A
premissa é simples: para se sentir descansado, você precisa devolver a energia
aos locais onde ela foi esgotada. Depois de fazer uma lista de todas as
maneiras pelas quais ela se sentia exausta, Saundra determinou que há sete
tipos de descanso de que todos nós precisamos para nos sentirmos bem e com mais
energia. Esses sete tipos são:
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Físico
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Sensorial
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Criativo
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Emocional
#
Social
#
Espiritual
#
"Quando analisei a fisiologia de algumas das coisas que escrevi, havia uma
sobreposição na fisiologia e na forma como o corpo funciona", explica
Saundra.
"As
pessoas me perguntam se o descanso mental e o emocional são a mesma coisa, e eu
digo que não. Se pensarmos bem, mental, emocional e sensorial têm a ver com o
cérebro ou com o sistema nervoso, mas são afetados de maneiras completamente
distintas. Então esta era a minha abordagem: a fisiologia, a psicologia e os
aspectos ambientais de cada tipo de descanso".
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De que tipo de descanso você precisa?
Para
determinar o tipo de descanso de que você precisa, é necessário fazer uma
avaliação pessoal. Para ajudar, Saundra desenvolveu um questionário online que
pode ajudar você a chegar à raiz de sua exaustão. Se você preferir uma
abordagem off-line, Dalton-Smith sugere começar pela conscientização.
"Começa
com a consciência de que você pode estar cansado de maneiras diferentes",
diz ela. "A maioria das pessoas nunca pensou sobre esgotamento criativo ou
social".
Em
seguida, Saundra convida as pessoas a pensarem em todas as maneiras pelas quais
gastam energia ao longo do dia - tanto no trabalho quanto na vida cotidiana - e
a considerarem onde não têm um sistema para repor essa energia específica.
"A
maioria das pessoas não precisa se concentrar em todos os sete tipos de
descanso", diz. "A maioria já faz algumas dessas coisas naturalmente.
Mas, em geral, quando estão cansadas, há um ou dois tipos sobre os quais elas
não pensaram, e essas coisas podem ser a raiz do problema, porque as pessoas
não estão fazendo nada para melhorar nessa área".
Se
você acha que precisa de descanso em todas as sete categorias, Saundra sugere
começar pela área de maior déficit. Depois de analisar honestamente onde está
gastando mais energia, você pode começar a pensar em maneiras de reabastecer
essa área.
"Quando
você começa a preencher a área que está mais esgotada, começa a se sentir
melhor só de melhorar o maior déficit de descanso", diz ela.
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Desenvolvendo sua estratégia pessoal de descanso
"Se
você vive em alta performance, não consegue continuar funcionando em ritmo
acelerado por muito tempo sem se restaurar", explica Saundra. "Então,
se você quiser ter sustentabilidade, inovação contínua e um alto nível de
desempenho na sua carreira, será necessário ter uma estratégia de
descanso".
Isso
não significa necessariamente pedir mais horas de folga ou tirar férias mais
longas ou até mesmo um período sabático. A estratégia de descanso mais benéfica
é aquela que você pode incorporar à sua vida diária, diz Saundra.
"Os
processos restaurativos podem ser integrados à nossa vida", continua.
"Para mim, é nisso que a integração entre trabalho e vida pessoal deve se
concentrar".
Cada
tipo de descanso tem um conjunto de práticas restaurativas correspondentes que
também é específico para cada pessoa e para o tipo de ambiente em que ela se
encontra. Por exemplo, uma pessoa que trabalha em um escritório barulhento pode
estar usando muita energia sensorial para eliminar o ruído de fundo e bloquear
as conversas que acontecem perto dela.
"Esse
processo de ajuste gasta muita energia", diz Dalton-Smith. "Seu
cérebro trabalha ativamente para filtrar o ruído. Se você faz isso durante oito
horas por dia, é muito provável que apresente alguns sintomas de sobrecarga
sensorial, como irritação e agitação - experiências psicológicas que surgem
quando você está sobrecarregado sensorialmente".
Nesse
caso, Dalton-Smith recomenda o uso de fones de ouvido com cancelamento de
ruído. O segredo, no entanto, não é tocar música, embora o ruído branco possa
ajudar você a se concentrar.
"Não
há necessidade de se sobrecarregar em termos sensoriais nessa situação,
especialmente se estiver precisando se concentrar", diz ela. "Você
vai liberar o espaço e a energia do cérebro se tiver consciência de como está
usando a energia".
Para
as pessoas que usam uma grande quantidade de energia criativa e mental ao longo
do dia para resolver problemas, Dalton-Smith sugere que procurem atividades de
atenção plena, como caminhada, corrida, ioga ou meditação.
"A
maioria das habilidades de liderança pode ser otimizada com melhores práticas
de restauração. Nossa comunicação melhora quando temos mais práticas de
descanso emocional e social incorporadas à nossa vida. Nossa capacidade de
pensar fora da caixa e de sermos mais inovadores melhora com um descanso
criativo melhor. A maneira como nos sentimos em nossos corpos melhora com um
descanso físico melhor", diz ela. "Se os atletas de alto nível
precisam entender o descanso e a restauração para ter o melhor desempenho
possível, será que todos os outros cargos de alto nível não precisariam das
mesmas informações?"
Fonte:
Revista Malu/Agencia Estado
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