A
sobrecarga não pode ser romantizada! Os riscos que o excesso de trabalho
oferecem para a saúde
Para
muitos, a sobrecarga é algo para se orgulhar. Já ouviu falar do trabalhador
"multitarefas"? O termo representa alguém que seja capaz de fazer
várias coisas ao mesmo tempo. Na teoria, e no imaginário popular, multitarefas
é aquela pessoa que realiza mais de uma atividade no trabalho, ou mesmo em
casa, e consegue concluir todas elas com certa perfeição.
A
Mente Afiada te ajudará a entender por que esse comportamento não é benéfico
para sua saúde e pode prejudicar seu desenvolvimento profissional e pessoal.
<><>
A cada dia que passa, as demandas aumentam
São
inúmeras as preocupações para se adequar às exigências do mercado de trabalho
e, como forma de atender às expectativas, as pessoas têm abraçado o conceito de
"multitarefas". Apesar de parecer conveniente, essa não é uma conduta
vantajosa e nem indicada para quem quer evoluir profissionalmente. Isso porque,
a falta de tempo para o autocuidado e para atividades de lazer pode influenciar
a capacidade de se desenvolver.
"Sem
pausas adequadas, tanto a mente quanto o corpo desenvolvem cansaço excessivo.
Isso provoca uma limitação cognitiva, exaustão de pensamentos, raciocínio
comprometido, irritabilidade e até problemas físicos. O acúmulo de estresse,
potencializado pela ausência de relaxamento e interações sociais, pode levar a
problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Além disso, sem momentos
de descanso e reflexão, a resiliência diminui e no quadro geral, diminui o
potencial de crescimento e auto desenvolvimento", conta Larissa Fonseca,
psicóloga especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico, Burnout e Sono.
<><>
A sobrecarga compromete os resultados
É
importante frisar que esse tipo de condição prejudica não só a saúde do
trabalhador, mas também os resultados que ele poderá oferecer, já que, de
acordo com Larissa, os funcionários que lutam com problemas de saúde mental não
tratados perdem sua capacidade de concentração, tomada de decisões e
criatividade. "Isso pode levar a uma queda na produtividade e na qualidade
do trabalho. Ou seja, projetos atrasados, erros frequentes e falta de inovação
podem ser sintomas de uma equipe que não está recebendo apoio em suas
necessidades mentais", destaca.
<><>
Aumenta a chance de erros e procrastinação
A
especialista apontou os principais efeitos psicológicos da sobrecarga
constante, que vão desde a capacidade de aprendizado até a possibilidade de
crescimento pessoal. "A sobrecarga representa um excesso e obviamente todo
excesso exerce consequências, podendo causar efeitos cognitivos, intelectuais,
emocionais, comportamentais e até fisiológicos", explica.
Segundo
a psicóloga, o excesso de tarefas aumenta significativamente a chance de
cometermos erros, uma vez que o cansaço dificulta enxergar alguns pontos
cruciais para um trabalho bem feito. "Quando estamos cansados, não
percebemos a possibilidades de falhar ou alternativas para solução de
problemas. Isso leva aos erros e evolui para uma baixa autoestima, insegurança
e pode ser reforçada nas relações sociais quando pessoas não sabem compreender
e aceitar suas falhas."
Larissa
também chama a atenção para a predisposição que muitas pessoas têm para
procrastinar - algo que está diretamente ligado à exaustão. "Quando
estamos sobrecarregados, qualquer atividade a ser realizada é percebida como
algo cansativo e isso é o suficiente para evitar e procrastinar", conta.
Mas, de acordo com a especialista, esse receio de dar início a alguma coisa
tende a tornar a situação ainda mais difícil. "Deixar para depois eleva a
ansiedade e aumenta o desgaste emocional. Portanto, procrastinar apenas piora o quadro de sobrecarga, pois
sempre estará como uma lista de pendências."
<><>
Caminho perigoso, que pode levar ao burnout
O
excesso de trabalho também representa perigo de desenvolver problemas como a
Síndrome de Burnout - distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema,
estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante e
que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
"O
excesso prolongado pode levar ao burnout, resultando em afastamento, perda de
satisfação no trabalho e impactos negativos na saúde mental. O cansaço
emocional e mental não apenas limita o crescimento profissional, mas também
pode prejudicar a qualidade de vida no trabalho e fora dele", alerta
Larissa.
Além
disso, a psicóloga destaca os impactos na autoestima da pessoa sobrecarregada,
causados pela falta de produtividade, cansaço mental e pelos erros constantes.
"Ela se sente incapaz e acaba tendo uma autoavaliação negativa. Desenvolve
excesso de autocrítica, insegurança de suas capacidades e acertos, medo de
novos projetos e até dos julgamentos em relação aos próprios erros. Isso também
faz com que a pessoa se isole e fique desmotivada", explica.
"É
extremamente necessário manter uma pausa para diversão, fazer algo na semana
que seja para dar gargalhadas, e focar apenas nisso durante estes minutos. É
algo simples que vai ajudar a aliviar o stress e o desgaste", orienta a
psicóloga.
<><>
Por onde começar?
Você
pode realizar algumas atividades no dia a dia para amenizar os efeitos
negativos da sobrecarga. "Uma ótima estratégia é fazer uma lista de
atividades para serem feitas no dia e uma segunda lista do que efetivamente
está fazendo. Seria interessante, no final do dia, perceber tudo que foi feito
e relacionar com o tinha de propostas."
Embora
essa seja uma grande questão social a ser debatida, pequenos passos podem
ajudar durante o processo. Larissa tranquiliza dizendo que é possível superar a
sobrecarga e continuar progredindo profissionalmente ao adotar alguns cuidados
e comportamentos.
#
Comece por reconhecer os sinais de sobrecarga (os desgastes que vêm através de
pequenos problemas, como alguma mudança durante a semana). Se pergunte:
"qual situação começou a me desestabilizar?";
#
Estabeleça limites claros entre trabalho e vida pessoal;
#
Planeje seu dia com objetivos palpáveis que você possa cumprir dentro do tempo
estabelecido.
#
Priorize tarefas;
#
Pratique o autocuidado regularmente e busque apoio de colegas e supervisores.
"Um
ambiente de trabalho saudável e de apoio desempenha um papel fundamental em
mitigar os efeitos negativos da sobrecarga e promover o crescimento
profissional. Colegas e supervisores compreensivos podem oferecer apoio
emocional, colaboração e flexibilidade, permitindo que os indivíduos enfrentem
os desafios de maneira mais eficaz", finaliza.
• Sedentarismo:
5 dicas para se tornar uma pessoa mais ativa
O
sedentarismo é um dos maiores desafios da sociedade atualmente. As diversas
mudanças e inovações tecnológicas fizeram com que a maioria das pessoas
perdesse a necessidade direta de realizar atividades físicas, desde as mais
rotineiras, como andar a pé, até as mais estruturadas, como praticar esportes.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial
adulta é fisicamente inativa. No Brasil, dados do IBGE indicam que 47% dos
brasileiros adultos e 84% dos jovens são sedentários. Esse cenário contribui
para o desenvolvimento de doenças crônicas, além de reduzir a expectativa de
vida.
A
solução para o problema é incluir mais atividades físicas no dia a dia de forma
natural, reforça o educador físico Tauan Gomes. "Para escapar do
sedentarismo, é importante incluir atividades físicas de forma natural no dia a
dia. Mesmo com rotinas corridas, encontrar tempo para manter o corpo ativo é
fundamental para a saúde".
<<<<<
Abaixo, o especialista listou algumas dicas que podem ajudar a se tornar uma pessoa mais ativa e combater o
sedentarismo:
<><>
1. Incorpore atividade física na rotina
Para
sair do sedentarismo não é necessário fazer academia ou praticar algum esporte.
Pequenas movimentações no dia a dia já ajudam a se tornar uma pessoa mais
ativa, como, por exemplo, usar escadasno lugar do elevador, ir a pé para locais
próximos ao invés de usar o carro e passear com o cachorro pelo quarteirão.
<><>
2. Buscar algo que goste
Muitas
vezes, não é a atividade física em si que te desmotiva e sim a específica que
escolheu. Existem diversas atividades que você pode incorporar na sua rotina
para sair do sedentarismo, basta escolher a que tem mais afinidade como
futebol, dança, corrida, ciclismo, artes marciais, musculação, entre outras.
<><>
3. Crie o hábito
Nossa
vida é movida a hábitos, então transforme o exercício físico em um hábito
também. Defina um horário, evite fugir dele, escolha durações realistas para
não desmotivar com o tempo. No longo prazo a atividade física vai se tornar
totalmente natural para você.
<><>
4. Metas de passos
Uma
das atividades físicas mais simples e rotineiras que se pode fazer é caminhar.
Ela pode ser incorporada com muita facilidade no seu dia a dia e você pode
definir uma meta de passos diária. Inclusive, existem vários aplicativos de
celular que ajudam com isso.
<><>
5. Foque em atividades em grupo
O
ser humano é sociável, por isso, transformar o exercício em uma atividade
social ajuda a torná-la mais prazerosa. Convide amigos para praticar um novo
esporte ou faça novas amizades durante a prática de atividades físicas
realizadas em grupo.
Fonte:
Revista Malu/Alto Astral
Nenhum comentário:
Postar um comentário