Tecnologias
de informação são o novo 'sangue' da economia mundial, e não o petróleo, afirma
analista
O
petróleo dificilmente ainda é o "sangue" da economia mundial, agora
está sendo substituído nessa função pelas tecnologias da informação (TI), disse
Aleksei Belogoriev, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Instituto de
Energia e Finanças (IEF), em entrevista à Sputnik.
Falando
da importância do petróleo, o especialista tocou na questão da exploração de
petróleo bruto. Aqui, segundo ele, os desenvolvimentos no campo dos
combustíveis feitos nos últimos 40-50 anos levaram a que as reservas de
petróleo mundiais aumentassem 2,5 vezes.
O
exemplo mais recente é a Guiana, onde grandes reservas foram descobertas em
2015-2016, tendo a produção começado em 2019.
Agora
esse país sul-americano é considerado, de acordo com Belogoriev, um dos
impulsionadores do crescimento de toda a produção global de petróleo.
Ele
explicou que, apesar de os custos da própria extração estarem aumentando, por
as operações se tornarem mais difíceis, o número de fornecedores de petróleo
também tem crescido. Dessa forma, a concorrência no mercado também cresce, o
que restringe os possíveis aumentos de preços.
Contudo,
Belogoriev destacou o fato de os fluxos de investimentos saírem do setor de
matérias-primas para a área das TI, quando perguntado sobre qual é o
"sangue" da economia mundial hoje.
"Não
acho que o petróleo ainda seja o mesmo 'sangue' que era há 20-30 anos. Sua
importância econômica e até mesmo geopolítica diminuiu bastante nos últimos
anos. É claro que ainda é muito importante, mas não é a fonte dominante de
energia. E o novo 'sangue' provavelmente são as tecnologias da
informação", disse o especialista.
Belogoriev
observou que, se antes muitas empresas petrolíferas eram as maiores em termos
de capitalização nos mercados de ações mundiais, agora apenas a Saudi Aramco e
a ExxonMobil permanecem na lista.
Segundo
ele, a tendência de diminuição da necessidade de petróleo vai continuar, em
grande parte, por causa do aumento da demanda de carros elétricos.
"A
descarbonização, de qualquer forma, não implica um abandono completo do
petróleo. Trata-se mais de reduzir a demanda, por exemplo, em 90%. Ainda haverá
algum transporte de longa distância, em áreas difíceis. [...] Esta é a
perspectiva futura para as décadas de 2040-2050. Isso vai acontecer tanto nos
países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento."
<><> Margem Equatorial: AGU contesta Ibama sobre
atuação do órgão em licenças para exploração de petróleo
Novo
parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) aponta que o órgão federal não conta
com atribuição legal para reavaliar licença ambiental de aeroporto em Oiapoque,
no Amapá. Estrutura vai apoiar operações da Petrobras para exploração de
petróleo na Margem Equatorial.
O
advogado-geral da União Jorge Messias aprovou um novo documento jurídico com
relação ao impasse entre Ibama e Petrobras: a questão é relativa à expansão do
Aeroporto Municipal de Oiapoque.
"O
eventual impacto do sobrevoo de aeronaves entre o terminal aéreo e a área de
exploração foi um dos pontos invocados pelo Ibama para indeferir licença
solicitada pela Petrobras para a perfuração de poço no bloco FZA-M-59,
localizado na chamada Margem Equatorial, a 175 quilômetros da foz do rio
Amazonas", diz trecho do parece publicado pela Agência Brasil.
Conforme
a nota, o Ibama não apresentou fundamentação adequada para reavaliar o impacto
do tráfego aéreo no terminal diante de possíveis impactos para comunidades
indígenas que vivem no entorno. A estrutura será usada como ponto de apoio para
a exploração de petróleo na Margem Equatorial.
"No
entendimento externado no parecer, a AGU explica que o aeroporto já se encontra
licenciado pelo órgão ambiental estadual e que eventual reavaliação quanto ao
impacto de sua operação sobre o modo de vida das comunidades indígenas
localizadas em suas proximidades constitui atribuição do órgão estadual do meio
ambiente competente para licenciar o aeródromo, conjuntamente com o órgão
federal competente, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado
à Força Aérea Brasileira (FAB)", acrescenta.
Na
justificativa, a AGU aponta também que a legislação brasileira prevê que o
licenciamento ambiental de um empreendimento deve ser concentrada por um único
ente da federação (município, estado ou União), o que vai depender do impacto
do projeto.
"Pelo
que se observa, a atuação do Ibama carece de previsão regulamentar ou mesmo de
razoabilidade, ao criar uma etapa procedimental não prevista na norma e que põe
em risco o prosseguimento do licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, podendo
não só gerar atraso na análise do pedido de reconsideração do licenciamento,
mas também risco ao programa energético brasileiro de matriz não
renovável", finaliza.
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Reforma orçamentária
pode gerar conflitos entre Estados-membros da UE
Bruxelas
está pronta para pressionar os Estados-membros da União Europeia (UE) no
sentido de uma reforma radical de seu orçamento comum de € 1,2 trilhão (cerca
de R$ 8,03 trilhões), vinculando os pagamentos a reformas econômicas em vez de
compensar automaticamente os países mais pobres.
De
acordo com o Financial Times (FT), as negociações sobre a próxima rodada
orçamentária de longo prazo vão começar neste outono (no Hemisfério Norte),
dando início a uma das negociações políticas mais complexas e tensas do bloco
europeu.
A
Comissão Europeia pretende reformular as regras que regem os chamados fundos de
coesão, que distribuem dezenas de bilhões de euros por ano para preencher a
lacuna econômica entre as partes mais ricas e mais pobres da união, mas as
mudanças pretendidas podem mexer nas aposentadorias, nos impostos e leis
trabalhistas, de forma a tornar os gastos mais eficazes, segundo a comissão.
De
acordo com um funcionário da UE que falou à apuração do FT, os chamados países
beneficiários líquidos — Estados-membros que recebem mais do orçamento do que
contribuem — "precisam entender que o mundo onde eles recebem um envelope
de financiamento de coesão sem condições [...] acabou".
Um
segundo funcionário da UE reconheceu que a mudança seria "um momento
bastante decisivo".
Mas
a mudança provavelmente deve provocar intenso desacordo entre os 27
Estados-membros da UE, que agora devem passar anos tentando chegar a um acordo
por unanimidade sobre o tamanho do orçamento comum e em que ele deve ser gasto.
No
orçamento existente, cerca de um terço vai para fechar as diferenças entre
regiões mais pobres e mais ricas e outro terço é pago em subsídios agrícolas. O
restante é dividido entre financiamento de pesquisa, auxílio ao desenvolvimento
e o custo de operação da máquina da UE.
Hungria,
Eslováquia e os três Países Bálticos são os atuais cinco principais
beneficiários líquidos dos fundos de coesão, de acordo com um estudo do
Instituto Econômico Alemão.
Os
governos desses países provavelmente vão se opor a quaisquer mudanças que
considerem potencialmente limitadoras de seus subsídios. No entanto, os países
que contribuem mais para o orçamento da UE do que recebem de volta são mais
favoráveis.
Os
proponentes na comissão disseram que as reformas tornariam o orçamento mais
eficiente para atender às prioridades como mudanças climáticas, impulsionar a
indústria nacional e reagir a crises inesperadas.
No
momento, o orçamento da UE é amplamente financiado por países de acordo com seu
peso econômico, dividido entre pagadores líquidos e beneficiários líquidos.
Historicamente, vale cerca de 1% do produto interno bruto (PIB) da UE.
Alguns
funcionários da UE argumentam que o orçamento não é suficiente para lidar com
os inúmeros desafios do bloco e requer maiores contribuições dos
Estados-membros.
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França e Alemanha:
nuvens escurecem no 'alvorecer de uma nova era da UE', analisa mídia britânica
Os
problemas políticos e econômicos estão aumentando nos dois principais Estados
do bloco à medida que o próximo ciclo de liderança de cinco anos começa em
Bruxelas, relata o Financial Times (FT).
No
total, 27 países pertencem ao bloco europeu, mas a maquinaria da União Europeia
(UE) tende a operar de forma mais eficaz quando a França e a Alemanha agem
juntas para fornecer orientação estratégica e ímpeto.
Em
alguns aspectos, a transição para uma nova era em Bruxelas ocorreu sem
problemas até agora — mas alguns contratempos podem estar por vir, analisa o
jornal britânico.
Devemos
ter em mente, escreve a mídia, que os resultados das eleições foram tudo menos
tranquilizadores para Paris e Berlim. A derrota do presidente Emmanuel Macron
nas mãos da direita levou ao impasse político que assola a França, agora há
quase dois meses sem um novo governo.
A
questão é até que ponto os riscos que cercam a eleição presidencial francesa de
2027 prejudicarão iniciativas políticas ambiciosas em Bruxelas à medida que os
novos líderes da UE se estabelecem.
Na
Alemanha, todos os três partidos da coalizão governante do chanceler Olaf
Scholz sofreram sérios reveses nas recentes eleições europeias. Mais problemas
estão a caminho na forma de três eleições estaduais no leste da Alemanha:
Saxônia e Turíngia no domingo (1º), e Brandemburgo em 22 de setembro.
Espera-se
que a extrema direita faça fortes avanços, e talvez chegue em primeiro lugar,
nessas disputas. Enquanto isso, os partidos da coalizão enfrentam a
possibilidade humilhante de ganharem poucas ou até mesmo nenhuma cadeira nas
três assembleias estaduais, escreve o FT.
Em
outros aspectos, a transição da UE ainda tem alguns obstáculos a superar. O
mais urgente é a composição da comissão do novo mandato de Ursula von der Leyen
a frente da Comissão Europeia.
Segundo
a mídia, von der Leyen solicitou que cada governo nacional apresentasse dois
comissários candidatos — uma mulher e um homem — para ela escolher, a fim de
montar uma nova equipe equilibrada em gênero. Mas a maioria dos Estados
apresentou apenas um candidato homem. Em alguns casos, esses não são exatamente
políticos da linha de frente.
O
jornal analisa que a maneira como tantos Estados-membros ignoraram o pedido
"demonstra um nível sem precedentes de desrespeito dos governos da UE para
com a presidente eleita", ao mesmo tempo, a política se tornou tão
fragmentada e polarizada na Europa que muitos governos optaram por fazer
nomeações que podem manter a paz em nível nacional, mas ao custo de não atender
aos interesses mais amplos da UE.
O
FT também cita a diferença de políticas e objetivos – que têm gerado protestos
públicos de alguns membros – entre o bloco e o país que atualmente ocupa a
presidência, a Hungria, e questiona como a UE pode conduzir uma política
externa coerente e vigorosa quando um ou mais Estados-membros estão fora da
linha, ou quando conflitos como a guerra Israel-Hamas dividem o bloco?
A
mídia cita um trecho do livro "A Europa está chegando à maioridade"
do grego Loukas Tsoukalis, lançado ano passado, no qual o autor destaca que
"em um mundo onde as placas tectônicas geopolíticas estão se movendo
rapidamente e as preocupações com a segurança tomam conta da eficiência
econômica, em um mundo onde o revisionismo russo toma um rumo desagradável e o
unilateralismo dos Estados Unidos às vezes fica feio, a UE tem tido enormes
dificuldades em lidar com a realidade da política de poder".
Tsoukalis
propõe uma solução, uma vez que um novo tratado da UE que remova a necessidade
de unanimidade na política externa parece improvável. Em vez disso, diz
Tsoukalis, "um grupo central de países precisará urgentemente se mover
mais rápido em direção a uma política externa e de defesa comum".
França
e Alemanha naturalmente teriam que fazer parte desse grupo central, mas, ainda
assim não concordam em algumas questões importantes.
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Argélia anuncia adesão
oficial ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS
A
Argélia ingressou oficialmente neste sábado (31) no Novo Banco de
Desenvolvimento (NBD) do BRICS, anunciou o Ministério das Finanças do país.
Antes do anúncio, a entidade contava com oito países membros e o Uruguai como
candidato.
"Após
a nona reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, realizada na África do
Sul, foi aprovada oficialmente a adesão da Argélia a esta instituição",
informou o ministério em uma declaração à qual a Sputnik teve acesso.
Segundo
a entidade argelina, a presidente do NBD, Dilma Rousseff, confirmou a decisão
em uma coletiva de imprensa realizada no final da reunião da Junta de
Governadores do Banco.
"A
admissão da Argélia nesta importante instituição de desenvolvimento [...] é um
passo crucial na integração do sistema financeiro mundial, tornando a Argélia o
nono país a se incorporar ao Novo Banco de Desenvolvimento", destacou o
Ministério das Finanças argelino.
Em
julho de 2023, o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, anunciou que o país
havia solicitado oficialmente a adesão ao NBD e destacou que a contribuição da
Argélia para o capital da instituição financeira dos BRICS seria de US$ 1,5
bilhão (R$ 8,4 bilhões).
Com
sede em Xangai, o NBD foi criado pelo BRICS em 2015 como uma alternativa ao
Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O principal objetivo da
entidade é financiar projetos focados no desenvolvimento social e ambiental dos
países-membros, e não depender de organismos internacionais de liderança
europeia ou norte-americana.
O
NBD é atualmente composto por seus membros fundadores: Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul, além de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito. O
Uruguai está em processo de adesão.
<><> Francesa TotalEnergies deixa a Nigéria com
anúncio de venda de campos de petróleo
A
TotalEnergies anunciou a venda de dois campos de petróleo na Nigéria, o
principal exportador de petróleo da África. Os blocos Olo e Olo West foram
vendidos para a empresa local Aradel Holdings por US$ 19,5 milhões (R$ 109,4
milhões), de acordo com a mídia local.
A
empresa vem reduzindo seus investimentos na África, otimizando seu portfólio de
petróleo e gás e cortando a gestão, de acordo com a reportagem. Em julho, a
empresa vendeu 10% de suas ações na Shell Petroleum Development Company of
Nigeria Limited, saindo de 18 projetos de petróleo e gás no delta do Níger.
O
desenvolvimento supostamente visa reforçar o papel das empresas nacionais
nigerianas na extração de petróleo, anteriormente limitadas a receber
royalties.
Em
julho, a empresa de energia francesa comunicou a agência reguladora de petróleo
da África do Sul que pretende se retirar da exploração do campo de gás natural
offshore 11B/12B.
A
TotalEnergies é uma empresa global de energia sediada na França. Ela opera em
mais de 130 países e está envolvida em petróleo, gás natural, energias
renováveis e eletricidade.
Fonte:
Sputnik Brasil
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