terça-feira, 3 de setembro de 2024

Tecnologias de informação são o novo 'sangue' da economia mundial, e não o petróleo, afirma analista

O petróleo dificilmente ainda é o "sangue" da economia mundial, agora está sendo substituído nessa função pelas tecnologias da informação (TI), disse Aleksei Belogoriev, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Instituto de Energia e Finanças (IEF), em entrevista à Sputnik.

Falando da importância do petróleo, o especialista tocou na questão da exploração de petróleo bruto. Aqui, segundo ele, os desenvolvimentos no campo dos combustíveis feitos nos últimos 40-50 anos levaram a que as reservas de petróleo mundiais aumentassem 2,5 vezes.

O exemplo mais recente é a Guiana, onde grandes reservas foram descobertas em 2015-2016, tendo a produção começado em 2019.

Agora esse país sul-americano é considerado, de acordo com Belogoriev, um dos impulsionadores do crescimento de toda a produção global de petróleo.

Ele explicou que, apesar de os custos da própria extração estarem aumentando, por as operações se tornarem mais difíceis, o número de fornecedores de petróleo também tem crescido. Dessa forma, a concorrência no mercado também cresce, o que restringe os possíveis aumentos de preços.

Contudo, Belogoriev destacou o fato de os fluxos de investimentos saírem do setor de matérias-primas para a área das TI, quando perguntado sobre qual é o "sangue" da economia mundial hoje.

"Não acho que o petróleo ainda seja o mesmo 'sangue' que era há 20-30 anos. Sua importância econômica e até mesmo geopolítica diminuiu bastante nos últimos anos. É claro que ainda é muito importante, mas não é a fonte dominante de energia. E o novo 'sangue' provavelmente são as tecnologias da informação", disse o especialista.

Belogoriev observou que, se antes muitas empresas petrolíferas eram as maiores em termos de capitalização nos mercados de ações mundiais, agora apenas a Saudi Aramco e a ExxonMobil permanecem na lista.

Segundo ele, a tendência de diminuição da necessidade de petróleo vai continuar, em grande parte, por causa do aumento da demanda de carros elétricos.

"A descarbonização, de qualquer forma, não implica um abandono completo do petróleo. Trata-se mais de reduzir a demanda, por exemplo, em 90%. Ainda haverá algum transporte de longa distância, em áreas difíceis. [...] Esta é a perspectiva futura para as décadas de 2040-2050. Isso vai acontecer tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento."

<><> Margem Equatorial: AGU contesta Ibama sobre atuação do órgão em licenças para exploração de petróleo

Novo parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) aponta que o órgão federal não conta com atribuição legal para reavaliar licença ambiental de aeroporto em Oiapoque, no Amapá. Estrutura vai apoiar operações da Petrobras para exploração de petróleo na Margem Equatorial.

O advogado-geral da União Jorge Messias aprovou um novo documento jurídico com relação ao impasse entre Ibama e Petrobras: a questão é relativa à expansão do Aeroporto Municipal de Oiapoque.

"O eventual impacto do sobrevoo de aeronaves entre o terminal aéreo e a área de exploração foi um dos pontos invocados pelo Ibama para indeferir licença solicitada pela Petrobras para a perfuração de poço no bloco FZA-M-59, localizado na chamada Margem Equatorial, a 175 quilômetros da foz do rio Amazonas", diz trecho do parece publicado pela Agência Brasil.

Conforme a nota, o Ibama não apresentou fundamentação adequada para reavaliar o impacto do tráfego aéreo no terminal diante de possíveis impactos para comunidades indígenas que vivem no entorno. A estrutura será usada como ponto de apoio para a exploração de petróleo na Margem Equatorial.

"No entendimento externado no parecer, a AGU explica que o aeroporto já se encontra licenciado pelo órgão ambiental estadual e que eventual reavaliação quanto ao impacto de sua operação sobre o modo de vida das comunidades indígenas localizadas em suas proximidades constitui atribuição do órgão estadual do meio ambiente competente para licenciar o aeródromo, conjuntamente com o órgão federal competente, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB)", acrescenta.

Na justificativa, a AGU aponta também que a legislação brasileira prevê que o licenciamento ambiental de um empreendimento deve ser concentrada por um único ente da federação (município, estado ou União), o que vai depender do impacto do projeto.

"Pelo que se observa, a atuação do Ibama carece de previsão regulamentar ou mesmo de razoabilidade, ao criar uma etapa procedimental não prevista na norma e que põe em risco o prosseguimento do licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59, podendo não só gerar atraso na análise do pedido de reconsideração do licenciamento, mas também risco ao programa energético brasileiro de matriz não renovável", finaliza.

 

¨      Reforma orçamentária pode gerar conflitos entre Estados-membros da UE

Bruxelas está pronta para pressionar os Estados-membros da União Europeia (UE) no sentido de uma reforma radical de seu orçamento comum de € 1,2 trilhão (cerca de R$ 8,03 trilhões), vinculando os pagamentos a reformas econômicas em vez de compensar automaticamente os países mais pobres.

De acordo com o Financial Times (FT), as negociações sobre a próxima rodada orçamentária de longo prazo vão começar neste outono (no Hemisfério Norte), dando início a uma das negociações políticas mais complexas e tensas do bloco europeu.

A Comissão Europeia pretende reformular as regras que regem os chamados fundos de coesão, que distribuem dezenas de bilhões de euros por ano para preencher a lacuna econômica entre as partes mais ricas e mais pobres da união, mas as mudanças pretendidas podem mexer nas aposentadorias, nos impostos e leis trabalhistas, de forma a tornar os gastos mais eficazes, segundo a comissão.

De acordo com um funcionário da UE que falou à apuração do FT, os chamados países beneficiários líquidos — Estados-membros que recebem mais do orçamento do que contribuem — "precisam entender que o mundo onde eles recebem um envelope de financiamento de coesão sem condições [...] acabou".

Um segundo funcionário da UE reconheceu que a mudança seria "um momento bastante decisivo".

Mas a mudança provavelmente deve provocar intenso desacordo entre os 27 Estados-membros da UE, que agora devem passar anos tentando chegar a um acordo por unanimidade sobre o tamanho do orçamento comum e em que ele deve ser gasto.

No orçamento existente, cerca de um terço vai para fechar as diferenças entre regiões mais pobres e mais ricas e outro terço é pago em subsídios agrícolas. O restante é dividido entre financiamento de pesquisa, auxílio ao desenvolvimento e o custo de operação da máquina da UE.

Hungria, Eslováquia e os três Países Bálticos são os atuais cinco principais beneficiários líquidos dos fundos de coesão, de acordo com um estudo do Instituto Econômico Alemão.

Os governos desses países provavelmente vão se opor a quaisquer mudanças que considerem potencialmente limitadoras de seus subsídios. No entanto, os países que contribuem mais para o orçamento da UE do que recebem de volta são mais favoráveis.

Os proponentes na comissão disseram que as reformas tornariam o orçamento mais eficiente para atender às prioridades como mudanças climáticas, impulsionar a indústria nacional e reagir a crises inesperadas.

No momento, o orçamento da UE é amplamente financiado por países de acordo com seu peso econômico, dividido entre pagadores líquidos e beneficiários líquidos. Historicamente, vale cerca de 1% do produto interno bruto (PIB) da UE.

Alguns funcionários da UE argumentam que o orçamento não é suficiente para lidar com os inúmeros desafios do bloco e requer maiores contribuições dos Estados-membros.

¨      França e Alemanha: nuvens escurecem no 'alvorecer de uma nova era da UE', analisa mídia britânica

Os problemas políticos e econômicos estão aumentando nos dois principais Estados do bloco à medida que o próximo ciclo de liderança de cinco anos começa em Bruxelas, relata o Financial Times (FT).

No total, 27 países pertencem ao bloco europeu, mas a maquinaria da União Europeia (UE) tende a operar de forma mais eficaz quando a França e a Alemanha agem juntas para fornecer orientação estratégica e ímpeto.

Em alguns aspectos, a transição para uma nova era em Bruxelas ocorreu sem problemas até agora — mas alguns contratempos podem estar por vir, analisa o jornal britânico.

Devemos ter em mente, escreve a mídia, que os resultados das eleições foram tudo menos tranquilizadores para Paris e Berlim. A derrota do presidente Emmanuel Macron nas mãos da direita levou ao impasse político que assola a França, agora há quase dois meses sem um novo governo.

A questão é até que ponto os riscos que cercam a eleição presidencial francesa de 2027 prejudicarão iniciativas políticas ambiciosas em Bruxelas à medida que os novos líderes da UE se estabelecem.

Na Alemanha, todos os três partidos da coalizão governante do chanceler Olaf Scholz sofreram sérios reveses nas recentes eleições europeias. Mais problemas estão a caminho na forma de três eleições estaduais no leste da Alemanha: Saxônia e Turíngia no domingo (1º), e Brandemburgo em 22 de setembro.

Espera-se que a extrema direita faça fortes avanços, e talvez chegue em primeiro lugar, nessas disputas. Enquanto isso, os partidos da coalizão enfrentam a possibilidade humilhante de ganharem poucas ou até mesmo nenhuma cadeira nas três assembleias estaduais, escreve o FT.

Em outros aspectos, a transição da UE ainda tem alguns obstáculos a superar. O mais urgente é a composição da comissão do novo mandato de Ursula von der Leyen a frente da Comissão Europeia.

Segundo a mídia, von der Leyen solicitou que cada governo nacional apresentasse dois comissários candidatos — uma mulher e um homem — para ela escolher, a fim de montar uma nova equipe equilibrada em gênero. Mas a maioria dos Estados apresentou apenas um candidato homem. Em alguns casos, esses não são exatamente políticos da linha de frente.

O jornal analisa que a maneira como tantos Estados-membros ignoraram o pedido "demonstra um nível sem precedentes de desrespeito dos governos da UE para com a presidente eleita", ao mesmo tempo, a política se tornou tão fragmentada e polarizada na Europa que muitos governos optaram por fazer nomeações que podem manter a paz em nível nacional, mas ao custo de não atender aos interesses mais amplos da UE.

O FT também cita a diferença de políticas e objetivos – que têm gerado protestos públicos de alguns membros – entre o bloco e o país que atualmente ocupa a presidência, a Hungria, e questiona como a UE pode conduzir uma política externa coerente e vigorosa quando um ou mais Estados-membros estão fora da linha, ou quando conflitos como a guerra Israel-Hamas dividem o bloco?

A mídia cita um trecho do livro "A Europa está chegando à maioridade" do grego Loukas Tsoukalis, lançado ano passado, no qual o autor destaca que "em um mundo onde as placas tectônicas geopolíticas estão se movendo rapidamente e as preocupações com a segurança tomam conta da eficiência econômica, em um mundo onde o revisionismo russo toma um rumo desagradável e o unilateralismo dos Estados Unidos às vezes fica feio, a UE tem tido enormes dificuldades em lidar com a realidade da política de poder".

Tsoukalis propõe uma solução, uma vez que um novo tratado da UE que remova a necessidade de unanimidade na política externa parece improvável. Em vez disso, diz Tsoukalis, "um grupo central de países precisará urgentemente se mover mais rápido em direção a uma política externa e de defesa comum".

França e Alemanha naturalmente teriam que fazer parte desse grupo central, mas, ainda assim não concordam em algumas questões importantes.

 

¨      Argélia anuncia adesão oficial ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS

A Argélia ingressou oficialmente neste sábado (31) no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS, anunciou o Ministério das Finanças do país. Antes do anúncio, a entidade contava com oito países membros e o Uruguai como candidato.

"Após a nona reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, realizada na África do Sul, foi aprovada oficialmente a adesão da Argélia a esta instituição", informou o ministério em uma declaração à qual a Sputnik teve acesso.

Segundo a entidade argelina, a presidente do NBD, Dilma Rousseff, confirmou a decisão em uma coletiva de imprensa realizada no final da reunião da Junta de Governadores do Banco.

"A admissão da Argélia nesta importante instituição de desenvolvimento [...] é um passo crucial na integração do sistema financeiro mundial, tornando a Argélia o nono país a se incorporar ao Novo Banco de Desenvolvimento", destacou o Ministério das Finanças argelino.

Em julho de 2023, o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, anunciou que o país havia solicitado oficialmente a adesão ao NBD e destacou que a contribuição da Argélia para o capital da instituição financeira dos BRICS seria de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,4 bilhões).

Com sede em Xangai, o NBD foi criado pelo BRICS em 2015 como uma alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O principal objetivo da entidade é financiar projetos focados no desenvolvimento social e ambiental dos países-membros, e não depender de organismos internacionais de liderança europeia ou norte-americana.

O NBD é atualmente composto por seus membros fundadores: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito. O Uruguai está em processo de adesão.

<><> Francesa TotalEnergies deixa a Nigéria com anúncio de venda de campos de petróleo

A TotalEnergies anunciou a venda de dois campos de petróleo na Nigéria, o principal exportador de petróleo da África. Os blocos Olo e Olo West foram vendidos para a empresa local Aradel Holdings por US$ 19,5 milhões (R$ 109,4 milhões), de acordo com a mídia local.

A empresa vem reduzindo seus investimentos na África, otimizando seu portfólio de petróleo e gás e cortando a gestão, de acordo com a reportagem. Em julho, a empresa vendeu 10% de suas ações na Shell Petroleum Development Company of Nigeria Limited, saindo de 18 projetos de petróleo e gás no delta do Níger.

O desenvolvimento supostamente visa reforçar o papel das empresas nacionais nigerianas na extração de petróleo, anteriormente limitadas a receber royalties.

Em julho, a empresa de energia francesa comunicou a agência reguladora de petróleo da África do Sul que pretende se retirar da exploração do campo de gás natural offshore 11B/12B.

A TotalEnergies é uma empresa global de energia sediada na França. Ela opera em mais de 130 países e está envolvida em petróleo, gás natural, energias renováveis ​​e eletricidade.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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