Intoxicação
alimentar: o que é, sintomas e possíveis tratamentos
O
consumo de alimentos contaminados pode causar a intoxicação alimentar, um
problema de saúde capaz de gerar sintomas como diarreia e vômito, assim como
desidratação.
Esse
quadro clínico não costuma ser grave, mas a avaliação médica é importante para
que a causa seja identificada e o paciente passe pelo tratamento adequado.
A
contaminação pode ocorrer por diferentes motivos, como a falta de higiene dos
alimentos ou o manuseio incorreto no momento do preparo desses ingredientes.
Além
disso, as causas podem ser variadas, tendo como fonte a toxina de
microrganismos, substâncias tóxicas naturais ou produtos químicos.
Entenda
os principais sintomas e saiba como identificar intoxicação alimentar.
·
O que é intoxicação alimentar?
Intoxicação
alimentar é uma condição médica causada por alimentos contaminados por
microrganismos, como fungos e bactérias. A ingestão de água contaminada também
pode provocar intoxicação.
A
contaminação pode acontecer pelo manuseio incorreto dos alimentos, falta de
higienização ou armazenamento inadequado, por exemplo.
Os
alimentos também podem ser contaminados por produtos químicos, como os agrotóxicos.
De
acordo com dados do Ministério
da Saúde,
em análise entre 2000 e 2017, foram identificados em média 662 surtos de
doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA) por ano.
Conforme
definição do órgão, considera-se surto quando duas ou mais pessoas manifestam
sintomas parecidos ou são diagnosticadas com a mesma condição médica após
consumirem alimentos da mesma origem.
O
Ministério também explica que existem intoxicações causadas por toxinas
naturais, como as presentes em algas, peixes e cogumelos.
·
Qual é a diferença entre intoxicação e infecção
alimentar?
Apesar
de serem causadas pela ingestão de alimentos contaminados, infecção e
intoxicação alimentar são quadros diferentes, com tipos de agentes distintos.
Na
infecção alimentar, ocorre a ingestão de microrganismos prejudiciais à
saúde, conforme definição da Biblioteca Virtual
em Saúde,
do Ministério, como as bactérias Vibrio parahaemolyticus, Campylobacter
jejuni e Listeria monocytogenes.
A
intoxicação, por outro lado, ocorre quando são ingeridos alimentos
contaminados por toxinas, o que inclui também as substâncias tóxicas
produzidas por bactérias e fungos.
·
O que pode causar a intoxicação alimentar?
A
infecção bacteriana costuma ser a principal causa de intoxicação e acontece
quando há o contato de microrganismos nocivos à saúde humana com a água ou com
o alimento.
Esse
processo pode ocorrer por contaminação direta ou cruzada, que ocorre quando a
bactéria é carregada de um alimento a outro, por insetos ou pelo contato entre
diferentes ingredientes durante o preparo.
A
falta de higienização das mãos e de utensílios utilizados no preparo de
alimentos, como talheres, panelas e tábuas de corte, também pode levar à contaminação
cruzada.
Conheça
as principais bactérias responsáveis por esse problema de saúde, segundo
os registros do
Ministério da Saúde.
·
Escherichia coli
Conhecida
também como E-Coli, essa bactéria está presente no intestino de
alguns animais, como porcos e bois.
Quando
algum alimento entra em contato com resíduos fecais que carregam a escherichia
coli, ocorre a contaminação responsável por causar a intoxicação.
Neste
caso, a carne suína e bovina são as principais fontes de contaminação, assim
como o leite não pasteurizado e alimentos com contaminação cruzada.
A
falta de filtragem e tratamento da água também pode gerar essa contaminação.
·
Salmonella
A Salmonella é uma
bactéria normalmente encontrada em alimentos de origem animal, como ovos,
carnes e leites.
Esses
alimentos podem ser contaminados ao entrarem em contato com as fezes de animais
infectados, podendo levar a intoxicação de quem os ingere.
Por
isso, o Ministério recomenda a higienização e o preparo correto desses
alimentos. No caso dos ovos, por exemplo, a indicação é cozinhá-los ou
fritá-los bem antes do consumo, evitando a ingestão do alimento cru.
Além
disso, também pode haver a contaminação cruzada durante o preparo, que pode
afetar ingredientes de origem vegetal, como legumes, frutas e verduras.
Recentemente,
pesquisadores do Canadá desenvolveram um teste rápido para
detectar contaminação por Salmonella em alimentos como o frango.
·
Clostridium botulinum
A
bactéria clostridium botulinum é a causadora do botulismo, um
tipo mais grave de intoxicação alimentar, que pode afetar também o sistema
nervoso, conforme o Ministério da Saúde.
Segundo
o órgão, essa é uma doença rara e não contagiosa, que pode se apresentar das
seguintes maneiras:
- botulismo
alimentar:
causada pela ingestão de alimentos contaminados;
- botulismo
intestinal:
ocorre quando as bactérias presentes no alimento contaminado se fixam e
multiplicam-se no intestino;
- botulismo
infantil:
mais frequente em crianças entre três e 26 semanas de idade, sendo o
consumo de mel uma das principais causas para o quadro.
Os
alimentos mais sujeitos a essa contaminação, segundo o Ministério, são
conservas vegetais (como o palmito e o picles), produtos defumados (como
presunto e salsicha) e fermentados, além de enlatados.
A
contaminação por essa bactéria também pode acontecer por ferimentos, embora
esses casos sejam mais raros.
·
Staphylococcus aureus
Normalmente
presentes na pele e nas fossas nasais, a bactéria staphylococcus aureus não
costuma ser nociva ao ser humano. No entanto, ela produz uma toxina que pode
contaminar os alimentos e causar a intoxicação.
Alimentos
como ovos, leite, peixes, massas folhadas e carnes processadas estão entre os
que apresentam essas toxinas com maior frequência.
·
Bacillus cereus
Assim
como o staphylococcus, a bacillus cereus é capaz
de produzir toxinas que podem contaminar os alimentos e desencadear os sintomas
da intoxicação no organismo.
Uma
vez que a bactéria está presente no solo, os principais alimentos em que ela
costuma ser detectada são cereais, grãos e vegetais.
No
entanto, a bacillus cereus também pode ser encontrada em
carnes, leites e derivados, bem como em produtos com ingredientes de origem vegetal
na composição, como molhos e alimentos à base de frutas.
·
Quais os sintomas de intoxicação alimentar?
Os
sintomas da intoxicação podem variar segundo o agente responsável por causar a
reação no organismo. No entanto, o Ministério da Saúde destaca como principais
sinais:
- febre;
- diarreia;
- falta de
apetite;
- náusea e
vômito;
- dores
abdominais.
Em
casos mais graves, sintomas como sangue nas fezes e desidratação também podem
aparecer.
Os
primeiros sintomas costumam aparecer em um período curto após a ingestão do
alimento contaminado, variando entre horas e semanas conforme o microrganismo
responsável pela reação, segundo o Ministério.
·
Como é feito o diagnóstico?
O
diagnóstico de intoxicação alimentar é feito pelo relato de sintomas e por meio
de exames laboratoriais, sendo as fezes a principal amostra clínica, segundo o
Ministério da Saúde.
É
possível realizar também exames de sangue e urina. A indicação pode variar
conforme o quadro clínico e as hipóteses levantadas pelo médico após avaliação
do paciente.
A
avaliação pode ser feita por um clínico geral ou por gastroenterologista em
casos mais graves.
·
Possíveis tratamentos da intoxicação alimentar
O
tratamento da intoxicação por alimentos é definido de maneira individual para
cada caso. Segundo o Ministério da Saúde, a indicação é feita com base nos
sintomas apresentados pelo paciente, tendo como principal objetivo evitar a
desidratação.
Para
pacientes que fazem parte de algum grupo de risco, como gestantes, idosos e
crianças, pode ser necessário um acompanhamento mais próximo e cuidados
complementares, como reidratação e uso de antibióticos.
A
reidratação pode ser realizada com soro, via oral ou venosa, conforme o quadro
clínico. Além disso, também é indicado o consumo de alimentos mais leves.
·
Quanto tempo dura uma intoxicação alimentar?
Os
sintomas da intoxicação alimentar podem durar alguns dias e costumam passar de
maneira natural, conforme explicação do Ministério da Saúde.
Segundo
o órgão, é importante ficar atento à duração dos sintomas e monitorar a
hidratação para evitar o agravamento do caso, bem como procurar atendimento
médico ao apresentar os sinais elencados anteriormente.
O
Ministério também destaca algumas ações para prevenir os casos de intoxicação
alimentar, como:
- higienização
das mãos;
- consumo de
água tratada;
- armazenamento
correto de alimentos;
- higienização
de hortaliças antes do consumo;
- práticas de
higiene no preparo e manuseio de alimentos;
- desinfecção de
superfícies e utensílios utilizados no preparo de alimentos.
Fonte:
CNN Brasil
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