Foz do Amazonas e a
exploração de petróleo. Interesses econômicos são a raiz do negacionismo
científico
É
preciso ir direito ao ponto: a desinformação tem uma raiz econômica. Isso tanto
do ponto de vista das fake news como do chamado negacionismo científico. Embora
ainda tenhamos o exemplo forte da pandemia de Covid-19, em que a letalidade do
vírus e os riscos das sequelas da doença eram negados em “prol da economia”,
também é preciso compreender que este fenômeno vem ocorrendo nos mais variados
níveis da produção científica. “O negacionismo científico refere-se à negação
consciente de fatos comprovados cientificamente por parte de indivíduos ou
grupos. É importante frisar que muitas vezes o negacionismo não acontece pela
falta de conhecimento científico, mas está associado a interesses
particulares”, observa o oceanógrafo Thomás Banha.
Ele
e os pesquisadores que integram seu grupo têm vivido de perto os efeitos desse
negacionismo. De um lado, seus e outros tantos estudos comprovam a existência
do chamado grande recifal amazônico, junto da Foz do Rio Amazonas. De outro,
aqueles que, usando de fontes e métodos científicos, alegam a inexistência
desses recifes na porção litorânea da Amazônia. Nesse caso, como em outros, a
divergência é muito maior do que pontos de vista científicos distintos. Há
interesses econômicos por trás. “No caso dos recifes da Foz do Amazonas, o
negacionismo está diretamente ligado à exploração de petróleo. Alguns grupos
que se beneficiariam da exploração vêm tentando diminuir a importância desse
ecossistema, afirmando que esse ambiente não é relevante, questionando diversos
aspectos como a vitalidade, a extensão e, até mesmo, a existência dele”,
completa.
O
caso veio à tona mais recentemente quando o Ibama negou licença para que a
Petrobras realize perfurações na região. Além de questionar a decisão do órgão
regulatório, muitos levantaram a tese de que recifes na Foz do Amazonas não
passam de fake news. “Compilamos diversas evidências publicadas em revistas
científicas para reiterar que o recife é fato e não fake: trata-se de um
ambiente extenso, em contínuo crescimento, habitado por diversos organismos (de
forma semelhante aos recifes mesofóticos encontrados em outras regiões), e de
extrema importância tanto do ponto de vista ecológico quanto econômico”,
contesta Thomás.
Na
entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos –
IHU, o pesquisador detalha como opera o negacionismo científico a partir as
bases acadêmicas. “Infelizmente, essa tendência tem se tornado mais frequente.
Vários estudos têm sido publicados como ‘preprints’, que são trabalhos
disponibilizados em plataformas abertas antes de passarem pela revisão de
especialistas da área. Embora essa prática permita que os autores recebam um
maior feedback da comunidade científica, além da revisão por pares, e, também,
aumente sua visibilidade, os ‘preprints’ podem ser usados para disseminar
desinformação”, observa.
Por
fim, o entrevistado reflete sobre o papel da ciência e do cientista na promoção
do conhecimento e no combate à desinformação. “Como cientistas, temos a
responsabilidade de informar a sociedade de maneira simples, direta, coerente
e, acima de tudo, imparcial. O papel do cientista é gerar conhecimento e
contribuir para as discussões e aplicações dos dados de maneira objetiva”,
sintetiza.
Thomás
Nei Soto Banha é oceanógrafo pela Universidade Federal do Pará e mestre em
Oceanografia pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. É
doutorando em Ecologia no Instituto de Biociências da Universidade de São
Paulo, com o projeto apoiado pelo Programa Bolsas Funbio – Conservando o
Futuro. Possui experiência em Oceanografia Biológica e Zoologia e Ecologia
Marinha, principalmente nas seguintes áreas: Recifes de coral, Recifes
marginais, Conservação Marinha, Ecologia marinha, Mudanças climáticas,
Branqueamento de corais, Scyphozoa. Juntamente com o professor Ronaldo
Francini-Filho, tem atuado em pesquisas sobre recifes de corais na Foz do
Amazonas.
<<<
Confira a entrevista.
·
No
que consiste o negacionismo científico e como o podemos compreender a partir do
caso dos recifes da Foz do Rio Amazonas?
Thomás
Banha – Em poucas palavras, o negacionismo científico refere-se à negação
consciente de fatos comprovados cientificamente por parte de indivíduos ou
grupos. É importante frisar que muitas vezes o negacionismo não acontece pela
falta de conhecimento científico, mas está associado a interesses particulares.
No
caso dos recifes da Foz do Amazonas, o negacionismo está diretamente ligado à
exploração de petróleo. Alguns grupos que se beneficiariam da exploração vêm
tentando diminuir a importância desse ecossistema, afirmando que esse ambiente
não é relevante, questionando diversos aspectos como a vitalidade, a extensão
e, até mesmo, a existência dele. Afirmam que este sistema recifal mesofótico é
uma fake news, embora diversos trabalhos publicados em revistas científicas
respeitadas demonstrem sua alta biodiversidade, importância econômica e seu
crescimento, mesmo diante da turbidez da pluma do rio Amazonas.
·
As
grandes multinacionais que investem e dependem da exploração e do
beneficiamento dos combustíveis fósseis têm centralidade no debate acerca do
negacionismo climático. Como podemos compreender suas estratégias? Em que
medida algo semelhante ocorre agora, com o desejo de explorar petróleo na Foz
do Rio Amazonas?
Thomás
Banha – O negacionismo é uma ferramenta amplamente utilizada como uma
estratégia para influenciar a opinião pública, e a opinião da sociedade
desempenha um papel significativo, especialmente no aspecto econômico. Há um
esforço por parte do grupo interessado na exploração, que vai além das
empresas, para sustentar esse negacionismo. Além delas, temos veículos de mídia,
políticos e vozes influentes da sociedade, todos em uníssono, sustentando a
opinião sem base na ciência.
No
caso específico dos recifes da Foz do Amazonas, temos os grupos que apoiam a
exploração de petróleo na região. Embora diversos trabalhos apontem a
importância da região e do IBAMA ter negado a licença para a Petrobras com base
em critérios técnicos, a pressão continua.
·
Seus
estudos estão entre os pioneiros que comprovam a existência dos recifes na Foz
do Amazonas. Gostaria que recuperasse sua experiência nesses estudos e
explicasse como eles têm sido questionados.
Thomás
Banha – Embora sejam conhecidos desde a década de 1970, somente na última
década houve um maior esforço para conhecer os recifes amazônicos com mais
detalhes. As primeiras imagens dos recifes e de toda a sua biodiversidade foram
divulgadas apenas em 2018 e estão sendo analisadas como parte do meu doutorado,
junto com outras filmagens adquiridas posteriormente.
Durante
o desenvolvimento da nossa pesquisa, percebemos alguns questionamentos aos
recifes dentro do meio acadêmico. Ao analisar os artigos, constatamos que as
justificativas apresentadas eram inconsistentes com a literatura científica.
Esses estudos levantaram dúvidas sobre a vitalidade, a extensão e a existência
dos recifes da Foz do Amazonas, o que fornecia subsídios para os negacionistas.
Eles
afirmavam que o recife era composto apenas por algas calcárias e corais mortos,
e que a pluma do rio Amazonas não permitiria o crescimento de um recife. Além
disso, questionavam o próprio termo “recife”, alegando que o que existia era
apenas uma fina camada de organismos incrustantes.
Diante
disso, compilamos diversas evidências publicadas em revistas científicas para
reiterar que o recife é fato e não fake: trata-se de um ambiente extenso, em
contínuo crescimento, habitado por diversos organismos (de forma semelhante aos
recifes mesofóticos encontrados em outras regiões), e de extrema importância
tanto do ponto de vista ecológico quanto econômico.
·
Por
que explorar petróleo na Foz do Amazonas é um risco? Quais os principais
argumentos contrários aos seus e como os responde?
Thomás
Banha – Esta não é a primeira vez que se tenta explorar a área. Desde a década
de 1980, foram feitas tentativas, mas mais de um quarto delas foi interrompido
devido a acidentes. Além disso, a região abriga o maior cinturão contínuo de
manguezais do mundo, que é um ecossistema extremamente sensível a derramamentos
de óleo.
Aqueles
que argumentam a favor da emissão da licença, mesmo com o parecer técnico
contrário do IBAMA, baseiam-se no fato de que não ocorreram acidentes de
grandes proporções como os observados em outros lugares, como o Golfo do
México, e na evolução da tecnologia de exploração. No entanto, eles não levam
em consideração que as distâncias envolvidas e, consequentemente, o tempo
necessário para uma resposta eficaz em caso de acidente impossibilitam a
contenção adequada do vazamento de petróleo.
<<
Experiência de 2019
No
derramamento de 2019, que afetou a costa brasileira, em especial o Nordeste,
pudemos observar que ainda não estamos preparados para lidar com grandes
vazamentos.
<<
Problema diplomático
Além
disso, é importante destacar que alguns argumentam que a Guiana já realiza a
exploração de petróleo em suas águas e que deveríamos seguir o mesmo caminho na
área da Foz do Amazonas. No entanto, é necessário esclarecer que não é a Guiana
Francesa, que faz fronteira com o Amapá. A Guiana Francesa não realiza
atividades de exploração de petróleo em suas águas e não possui planos
concretos para lidar com vazamentos em larga escala no mar. Ou seja, um
vazamento na região da Foz do Amazonas poderia se tornar um grande problema
diplomático envolvendo diversos países, o que exigiria uma coordenação e
cooperação internacional para lidar com as consequências desse evento.
<<
Baixa produtividade
Dos
95 poços já perfurados na região da Foz do Amazonas, 56 estavam secos ou não
apresentavam indícios de petróleo em níveis comerciais. Isso demonstra a
incerteza quanto à existência de reservas viáveis nesta região específica.
Esses aspectos são fundamentais para uma análise abrangente e embasada sobre a
exploração de petróleo na Foz do Amazonas, garantindo que todas as informações
relevantes sejam consideradas antes de tomar qualquer decisão.
A
área ainda apresenta algumas das correntes oceânicas mais fortes do mundo. As
modelagens apresentadas ao IBAMA indicam que, em caso de vazamento, o óleo
nunca chegaria à costa. No entanto, essa afirmação tem sido questionada por
organizações civis e pesquisadores, que criticam a baixa resolução dos modelos
utilizados e a falta de dados locais e atualizados na modelagem.
Importa
ressaltar que a deficiência na capacidade de resposta em caso de acidente e a
fragilidade das modelagens foram os principais motivos para a negativa do IBAMA.
Além disso, a pesca desempenha um papel extremamente importante na região
norte, e prejudicar esse habitat teria um impacto direto nos organismos que
habitam o local e o utilizam como berçário. Isso ameaçaria a subsistência e a
segurança alimentar de uma grande parte da população local.
·
Neste
contexto de pós-verdade, fala-se muito em fake news. Mas, dentro da academia,
notícias falsas, teses obscuras e acusações que põem em xeque anos de estudos
são comuns. Como observa e analisa esse cenário?
Thomás
Banha – Infelizmente, essa tendência tem se tornado mais frequente. Vários
estudos têm sido publicados como “preprints”, que são trabalhos
disponibilizados em plataformas abertas antes de passarem pela revisão de
especialistas da área. Embora essa prática permita que os autores recebam um
maior feedback da comunidade científica, além da revisão por pares, e, também,
aumente sua visibilidade, os “preprints” podem ser usados para disseminar
desinformação.
Uma
vez que esses manuscritos não passaram pela revisão rigorosa de especialistas,
não há garantia científica naquilo que está escrito, e muitos deles nem sequer
são publicados em revistas científicas respeitadas.
Observamos
isso durante a pandemia de Covid-19, com “preprints” contendo desinformação
sobre o vírus que acabaram sendo posteriormente retratados devido a críticas de
cientistas. Isso acaba fornecendo munição para aqueles que propagam fake news e
ignoram fatos científicos em suas argumentações. No caso dos recifes da Foz do
Amazonas, cientistas, políticos e indivíduos ligados ao setor produtivo têm
feito declarações afirmando que tudo não passa de fake news, ignorando e
desmerecendo os artigos científicos publicados em revistas com revisão por
pares.
Isso
molda, de certa forma, a opinião pública e fortalece aqueles que argumentam,
sem embasamento, que é uma mentira criada para impedir o desenvolvimento da
região.
·
O
combate ao negacionismo passa essencialmente pelo quê? Qual o papel da ciência
de base no combate à desinformação?
Thomás
Banha – Esse combate ao negacionismo passa por uma discussão abrangente e
franca sobre as questões científicas, com uma discussão isenta de viés
econômico e que deve se basear em argumentos fundamentados em dados científicos
que sejam públicos, facilmente acessíveis e obtidos de forma independente. E a
ciência também desempenha um papel fundamental no combate à desinformação.
Como
cientistas, temos a responsabilidade de informar a sociedade de maneira
simples, direta, coerente e, acima de tudo, imparcial. O papel do cientista é
gerar conhecimento e contribuir para as discussões e aplicações dos dados de
maneira objetiva. Isso significa que a posição do cientista nunca deve ser
influenciada por aqueles que financiam sua pesquisa. Devemos produzir
conhecimento confiável, submetido à revisão por pares; trabalhar na verificação
e validação de informações, que se mostrou extremamente importante durante a
pandemia, e que é desempenhada por diversos atores, como o Facebook do
Observatório do Clima e o Instituto Questão de Ciência; comunicar de forma
clara e acessível para que o conhecimento gerado seja transmitido de forma
efetiva para toda a sociedade e contribua para a tomada de decisão; e fornecer
uma base sólida de conhecimento científico a ser usado em escolas e
universidades, para capacitar os indivíduos a entender e avaliar criticamente
as informações que recebe.
·
Qual
a centralidade do Grande Sistema Recifal da Foz do Amazonas para o ecossistema
da região e como o senhor vem estudando esse recifal?
Thomás
Banha – Temos um grande sistema recifal, adjacente ao maior cinturão contínuo
de manguezais do mundo, recebendo aporte do rio com a maior vazão do mundo.
Temos organismos que habitam os recifes e usam a costa como berçários e são
extremamente importantes para a economia e subsistência local. Ainda,
organismos que transitam entre o Brasil e o Caribe usando esse sistema recifal
como corredor. A pesquisa que desenvolvemos no nosso grupo busca entender e
avaliar diversos aspectos desse ambiente, incluindo diversos aspectos bióticos,
abióticos e sociais que permeiam os recifes.
No
âmbito do meu doutorado, nos concentramos na ecologia e conservação do Grande
Sistema Recifal da Foz do Amazonas e da costa amazônica. O meu projeto de
pesquisa tem como foco a análise da biodiversidade de peixes e invertebrados na
região, bem como a investigação dos padrões de utilização dos diferentes
habitats pelas espécies que habitam a plataforma continental amazônica. Além
disso, buscamos propor medidas de conservação para proteger e preservar esse
ecossistema único.
Nosso
objetivo é contribuir para a gestão adequada e sustentável da plataforma
continental amazônica, de forma a preservar sua biodiversidade e garantir a
saúde e a resiliência desses ecossistemas no futuro.
·
O
que o mar tem nos ensinado sobre o desequilíbrio climático e a vida na Terra?
Thomás
Banha – O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC tem
alertado há bastante tempo sobre os níveis perigosos do aumento de temperatura
que estamos alcançando. O oceano tem absorvido 90% do aquecimento resultante do
aumento dos gases do efeito estufa nas últimas décadas. Apesar de esforços como
o Acordo de Paris, ainda existem desafios em tornar essas ações mais eficazes.
Neste ano, temos observado as maiores médias de temperatura superficial dos
oceanos desde a década de 80. Isso coloca em risco todos os ecossistemas,
incluindo os recifes, como o sistema recifal da Foz do Amazonas.
Por
exemplo, a Grande Barreira de Corais já perdeu uma grande parte de sua
cobertura de corais nas últimas décadas. Embora tenha se recuperado no ano
passado e alcançado uma cobertura recorde, está sob séria ameaça este ano
devido à altíssima probabilidade de um El Niño ocorrer.
O
aumento da temperatura tem um impacto direto na biodiversidade, afetando a
distribuição e a capacidade dos organismos de sobreviverem nos habitats em que
estão adaptados. Isso tem repercussões diretas em nossas vidas, pois dependemos
desses organismos para a alimentação e muitos desses ambientes são essenciais
para a economia. Portanto, através dos oceanos, podemos testemunhar o impacto
que estamos causando ao planeta Terra.
·
Você
é mergulhador, até pela natureza de suas pesquisas. Como descreve a experiência
do mergulho e a aproximação com formas de vida que poucas pessoas conhecem?
Thomás
Banha – O mergulho é uma das atividades mais prazerosas em nosso trabalho. Como
cientistas, somos naturalmente curiosos, e o mergulho nos permite estar imersos
no ambiente que estudamos. Ele nos possibilita interagir com os organismos,
conhecer e observá-los de perto. E o mais interessante é que essa experiência
nos gera mais perguntas do que respostas, pois nos conectamos de forma mais
íntima com o ambiente.
O
mergulho nos permite acompanhar diretamente as mudanças que ocorrem nesse
ambiente. Podemos observar as variações na comunidade, o surgimento e o
desaparecimento de organismos, e as diferentes transformações ao longo das
estações do ano. O mergulho é uma forma excelente de explorar, conhecer e,
consequentemente, desenvolver um profundo respeito pelo mar. Embora ainda não
tenha tido a oportunidade de mergulhar nos recifes da Foz, é certamente uma das
metas para os próximos meses.
·
Deseja
acrescentar algo?
Thomás
Banha – Não sou contra a exploração de petróleo em si. Reconheço que essa
atividade desempenhou e continua desempenhando um papel importante no
desenvolvimento do Brasil. No entanto, sou contrário à exploração que não leva
em consideração critérios técnicos adequados.
É
fundamental respeitarmos nossas instituições e acatar as decisões técnicas do IBAMA,
que são baseadas em dados e nas falhas apresentadas nos pedidos de licença.
Precisamos buscar uma harmonia com o ambiente, explorando nossos recursos de
forma sustentável, de modo a preservar as atividades já desenvolvidas nesse
ecossistema e evitar prejuízos.
Caso
haja uma eventual exploração na Foz do Amazonas, espero que seja conduzida da
forma mais correta possível, com o aval do IBAMA, e que tenhamos a certeza de
que toda a região, que possui uma riqueza e uma importância extremas, assim
como todas as pessoas que dependem desse ambiente, não sejam prejudicadas de
forma alguma. É essencial garantir que os interesses econômicos estejam
alinhados com a conservação e preservação desse ecossistema único.
Fonte:
. Entrevista com Thomás Banha, em IHU
Nenhum comentário:
Postar um comentário