Adoçante: é melhor que o açúcar?
O termo adoçante é usado para classificar qualquer substância,
natural ou sintética, que fornece um sabor doce em alimentos e bebidas. Embora
sejam comumente associados a um substituto do açúcar, esses compostos também podem ajudar em processos como a preservação de
alimentos e a fermentação.
Eles ganharam
tração por substituírem o açúcar em doces, mantendo-os com baixas calorias,
sendo grandes aliados em dietas e programas de emagrecimento. No entanto, desde
o seu surgimento e popularização, diversos estudos mostraram que certos tipos
de adoçante são
relacionados a problemas de saúde e devem ser usados com moderação.
Também rotulados como edulcorantes, os adoçantes são
definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como
“substâncias diferentes dos açúcares que conferem sabor doce ao alimento” e
categorizados como aditivos alimentares.
·
Tipos de adoçante
Os adoçantes podem
ser divididos em duas maiores categorias:
- Adoçantes artificiais;
- Adoçantes naturais;
<<<<
Adoçantes artificiais
Chamados de adoçantes artificiais ou não-nutritivos, são substitutos
sintéticos do açúcar e podem ser livres de calorias ou de baixo nível calórico.
São encontradas em uma ampla gama de produtos alimentícios e bebidas
frequentemente rotulados como “diet”, mas são geralmente vezes mais
doces que o açúcar convencional. São alguns deles:
- Aspartame;
- Sacarina;
- Sucralose;
- Acessulfame de Potássio;
- Ciclamato;
- Sucralose;
<<< Adoçantes
naturais
São geralmente extraídos de plantas ou produzidos a
partir de vias biotecnológicas. Alguns deles são:
- Xilitol;
- Stévia e esteviosídeos;
- Frutose;
- Lactose;
- Manitol;
- Maltodextrina.
Por outro lado, também existem alimentos que são
utilizados como substitutos de açúcar, mas que podem conter açúcares
naturais. Como:
- Mel;
- Melaço;
- Xarope de agave;
- Xarope de bordo;
- Tâmaras;
- Xarope de milho.
Apesar de os adoçantes naturais terem uma fama melhor do que os
sintéticos, muitos desses compostos ainda apresentam riscos à saúde. De fato,
produtos como o xarope de milho estão associados a condições como
obesidade, diabetes e o desenvolvimento de cáries — assim como o açúcar
normal.
·
Segurança
Todos os edulcorantes, ou adoçantes sem açúcar (NSS, do
inglês non-sugar sweeteners) são regulamentados pela Anvisa. Entretanto, em maio de 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
divulgou um documento que alterou as diretrizes de segurança desses
compostos.
De acordo com a OMS, esses produtos não devem ser
utilizados como substitutos de açúcar visando o controle do peso e a redução de
doenças crônicas não transmissíveis. Isso se deu a uma pesquisa liderada pela
organização, que associou o uso de
adoçantes, principalmente os NSS, com um risco aumentado de diabetes
tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos.
“Substituir açúcares livres por NSS não ajuda no
controle de peso a longo prazo. As pessoas precisam considerar outras maneiras
de reduzir a ingestão de açúcares livres, como consumir alimentos com açúcares
naturais, como frutas, ou alimentos e bebidas sem açúcar. NSS não são fatores
dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir
completamente a doçura da dieta, começando cedo na vida, para melhorar sua
saúde”, disse Francesco Branca, Diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da
OMS.
·
É saudável consumir
adoçante?
Em geral, todos os adoçantes regulamentados pela Anvisa são seguros em
moderação. Porém, ainda é recomendável a evitação desses tipos de produtos, uma
vez que eles não são exatamente “saudáveis”.
Assim como o consumo do açúcar natural, os seus
substitutos podem possuir uma gama de efeitos negativos, quando em excesso.
Algumas pesquisas, por exemplo, já associaram o uso de
substitutos do açúcar com as seguintes condições:
- Obesidade;
- Hipertensão;
- Diabetes tipo 2;
- Doenças cardiovasculares.
Entretanto, embora alguns estudos da década de 70
apontem adoçantes artificiais,
como a sacarina, como causadores de câncer de bexiga em ratos, desde então,
outras pesquisas mostraram que essas descobertas não se aplicam às pessoas.
A preocupação com o consumo dessas substâncias
deriva da quantidade ingerida. Segundo a Mayo Clinic, por exemplo:
“O uso diário a longo prazo de adoçantes artificiais sugere uma
ligação com um risco maior de derrame, doenças cardíacas e morte em geral. Mas
outras coisas que as pessoas fazem, ou hábitos saudáveis que as pessoas não fazem, podem ser a causa do maior risco”.
Acredita-se que o limite do consumo dessas
substâncias é necessário:
- Se você vive com uma doença genética rara chamada fenilcetonúria;
- Se você tem uma doença intestinal;
<<<< O que é
mais saudável açúcar ou adoçante?
Depende: em comparação ao açúcar convencional,
os adoçantes podem
diminuir o risco de contrair cáries e outros problemas dentários. Além disso,
podem ser uma boa alternativa para pessoas com condições como a diabetes, uma
vez que não elevam os níveis de açúcar no sangue.
Em relação à perda de peso e ao emagrecimento,
adultos e crianças com sobrepeso ou obesidade, os substitutos do açúcar também
podem ajudar a controlar o peso a curto prazo. Porém, como retratado pela OMS,
o uso desses substitutos como alternativa ao açúcar em relação ao emagrecimento
não é recomendado.
A longo prazo, não existem informações suficientes
para indicarem que o consumo desses substitutos realmente fazem a diferença na
perda de peso. De fato, há algumas evidências limitadas de que eles podem
aumentar o apetite — o que pode ter o efeito contrário do desejado.
Quando colocados um ao lado do outros, alguns
especialistas acreditam que o próprio açúcar pode ser melhor que o adoçante. Contudo, apenas em moderação,
seguindo as recomendações diárias.
“Realmente, tanto o açúcar quanto os adoçantes artificiais são um
problema para sua saúde. Mas se estamos comparando o que é pior, os adoçantes artificiais são muito
piores do que o açúcar”, disse a especialista em medicina funcional Melissa
Young, MD, à Cleveland Clinic.
Fonte: eCycle
Nenhum comentário:
Postar um comentário