sexta-feira, 28 de julho de 2023

Mau humor: possíveis causas e consequências

O mau humor é definido como um um estado de espírito raivoso ou irritável que pode ocorrer com ou sem razões subjacentes. É uma manifestação de humor comum e uma parte da vida humana, porém, quando ocorre frequentemente, pode ser um problema. 

Quando persistente, o mau humor pode afetar você e as outras pessoas com quem você convive, danificando possíveis relações e criando conflitos no dia a dia. Portanto, é necessário tentar encontrar um possível motivo que cause esses sentimentos para tentar evitá-los. 

Na maioria das vezes, a raiva e a irritação são decorrentes do estresse da rotina, a pressão do trabalho, dos estudos e da vida em geral. Porém, quando o mau humor não possui motivos aparentes, acredita-se que ele pode ser o resultado de algo acontecendo dentro do seu corpo.

·         Por que estou de mau humor? 

Confira alguns motivos, embasados na ciência, que podem contribuir para esses sentimentos: 

·         Falta de sono 

O sono é essencial para o funcionamento do organismo, fazendo com que o cérebro consiga exercer suas funções normalmente durante o dia. A falta de sono compromete as funções cognitivas e a capacidade do cérebro de se concentrar e processar memórias, mas também pode afetar o humor. 

Embora muitas pessoas acreditem que conseguem funcionar com menos de 7 horas de sono diárias, a privação de sono pode ter consequências na saúde mental. Ficar sem dormir o tempo necessário pode resultar em sentimentos de ansiedade, depressão e, às vezes, irritabilidade e agressão. 

·         Fome

A falta de comida também pode resultar no mau humor. Quando um ser humano pula refeições ou esquece de comer, seus níveis de glicose no sangue diminuem, o que contribui para a liberação de hormônios como a adrenalina e o cortisol — também conhecidos como hormônios do estresse. 

Em excesso, esses hormônios afetam o humor, causando nervosismo, agitação, falta de concentração e baixa energia.

·         Hormônios 

Uma mudança hormonal pode ser responsável por flutuações de humor. Mais comum em mulheres, essas alterações são comumente decorrentes da menstruação ou da menopausa. Durante a menstruação, por exemplo, existe uma diminuição repentina do hormônio progesterona, o que pode desencadear ansiedade, agitação e mau humor. Na menopausa, níveis mais baixos de estrogênio e progesterona também resultam no mau humor. 

Além disso, as mudanças hormonais também caracterizam a puberdade, influenciando o humor de jovens e adolescentes. 

Transtornos de humor subjacentes

Longos períodos de irritabilidade, tristeza e ansiedade podem caracterizar transtornos de humor. Diferentemente do mau humor ocasional, esses transtornos são de longo prazo e precisam ser tratados com o auxílio psicológico, podendo afetar a saúde mental e física de um indivíduo. 

A depressão, por exemplo, é um transtorno de humor que afeta a qualidade de vida de milhões de pessoas através de baixos níveis de neurotransmissores, como serotonina e dopamina. Por isso, é necessário identificar a diferença entre o mau humor ocasional e sentimentos constantes de desespero ou falta de interesse.

·         Como o mau humor afeta a saúde?

Em excesso, os hormônios do estresse podem impactar negativamente o organismo, desencadeando problemas em quase todo o funcionamento corporal. Por isso, o mau humor já foi associado ao desenvolvimento de condições como:

  • Doenças do coração: os hormônios do estresse fazem com que os vasos sanguíneos se contraiam e desviem mais oxigênio para os músculos, resultando no aumento da pressão. Porém, quando a pressão arterial sobe, aumentam também os riscos de sofrer um derrame ou ataque cardíaco.
  • Distúrbios endócrinos: uma pesquisa de 2011 comprovou que as respostas do estresse podem levar a distúrbios como a doença de Graves, disfunção gonadal, nanismo psicossocial e obesidade.
  • Diabetes: o mau humor frequente e o estresse resultam em uma maior produção de glicose pelo fígado. No entanto, uma pessoa com estresse crônico pode não ser capaz de acompanhar esse aumento extra de glicose, aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
  • Imunidade baixa: uma pessoa mal humorada pode apresentar uma baixa na imunidade. Com o tempo, os hormônios do estresse enfraquecem o sistema imunológico, deixando o indivíduo mais suscetível à contração de gripes, resfriados e outras doenças.

>>>> O que fazer quando está mal-humorado? 

De acordo com uma pesquisa da Universidade do Arizona, estar mal-humorado pode ser benéfico para pessoas que trabalham com tarefas detalhadas. Os resultados da pesquisa indicam que pessoas de mau humor são mais analíticas e mais rápidas em detectar inconsistências do que pessoas bem-humoradas. 

“Mostramos que quando as pessoas estão de mau humor, elas são mais cuidadosas e analíticas. Elas examinam o que é realmente declarado em um texto e não recorrem apenas ao seu conhecimento de mundo padrão”, disse Vicky Lai, professora assistente de psicologia e ciências cognitivas da UArizona.

“Mostramos que o humor é importante e, talvez, quando realizamos algumas tarefas, devemos prestar atenção ao nosso humor. Se estamos de mau humor, talvez devêssemos fazer coisas mais detalhistas, como revisar”, continuou Lai.

·         Como lutar contra o mau humor

Embora seja potencialmente benéfico para alguns tipos de tarefa, o mau humor ainda impacta negativamente a saúde. Desse modo, é importante tentar promover o bom humor para uma boa qualidade de vida. 

Para aumentar a produção dos hormônios do humor, tente:

  • Exercitar-se: a prática de exercício físico aumenta os níveis de endorfina e melhora o humor e o bem-estar.
  • Escutar música: estudos descobriram que ouvir música aumenta a atividade nas áreas de recompensa e prazer. Essas áreas são ricas em receptores de dopamina.
  • Meditar: um estudo mostrou que a meditação pode aumentar a produção de dopamina.

 

Ø  O Sol pode mesmo influenciar o humor do ser humano?

 

Uma pesquisa realizada na Universidade-Humboldt com mais de mil participantes indica que não há evidências suficientes para comprovar que o Sol é capaz de influenciar o humor humano. De acordo com os resultados, não foi possível comprovar que as pessoas experienciam um humor mais positivo em dias mais ensolarados. Porém, elas tendem a se sentir menos cansadas. 

A crença popular de que a estrela afeta a saúde não é recente. Até mesmo Hipócrates acreditava que a mudança de estações estava relacionada com a saúde do ser humano. Com o avanço da ciência, foi comprovado que o filósofo estava certo. Afinal, a vitamina D é essencial para a saúde. Porém, ainda não foi possível indicar que o Sol possui efeitos capazes de influenciar a mente humana. 

Até então, a única evidência científica sobre o possível efeito da luz do Sol na mente foi a descoberta do transtorno afetivo sazonal — também conhecido como depressão sazonal. Entretanto, até a existência dessa condição é controversa. Enquanto muitos acreditam na sua existência, uma pesquisa de 2016 realizada com mais de 30 mil participantes não conseguiu encontrar qualquer ligação entre a exposição à luz solar e o risco de depressão. 

Por outro lado, um estudo na Universidade Livre de Berlim, alega que o ser humano tende a se sentir mais satisfeito com sua vida em dias ensolarados. E, além disso, outras diversas pesquisas relacionam os níveis de serotonina com o índice solar. Um estudo australiano, por exemplo, conseguiu comprovar que as pessoas possuem níveis mais altos de serotonina em dias ensolarados do que em dias nublados. 

Além do Sol, acredita-se que os raios ultravioletas também possuam um efeito positivo sobre o humor. Apesar de prejudicial para a pele em excesso, a luz ultravioleta das camas de bronzeamento artificial pode desencadear sentimentos de euforia — o que comprova uma certa dependência de algumas pessoas sobre a prática. 

Existem diversos estudos que comprovam, ou não, o efeito do Sol no humor humano. Porém, a conexão ainda não é clara e depende de mais pesquisas para adquirir provas concretas. A presença de resultados tão opostos impede qualquer confirmação definitiva sobre o assunto. 

A falta de provas, contudo, não impede teorias. Mesmo potencialmente sendo um efeito placebo, muitas pessoas ainda se sentem melhor quando expostas ao Sol — o que pode ser uma experiência completamente diferente de outras pessoas. 

Apesar da exposição solar não ser um tipo de terapia até agora, isso também não impede o ser humano de se sentir melhor ao passar alguns minutos no calor. A experiência humana, afinal, é única para cada indivíduo, assim como a resposta de seu humor a certos estímulos ambientais, como o próprio Sol.

 

Fonte: eCycle

 

Nenhum comentário: