Flávio Bolsonaro
inverte realidade dos fatos para apoiar pastor criminoso, diz Gleisi
A
presidenta do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann denunciou o senador Flávio
Bolsonaro pelo apoio ao pastor André Valadão, que realizou discurso de ódio
contra a comunidade LGBT. “Filho mais velho de Bolsonaro apela pra falsa
narrativa de perseguição às igrejas pra defender o tal pastor homofóbico”,
afirmou Gleisi.
“Esse
é o que essa gente sabe fazer bem, inverter a realidade dos fatos pra apoiar
criminoso que se esconde atrás da fé e estimula ódio e a violência entres os
cristãos. Assim como fizeram nas eleições. São perigosos e só sabem fazer mal”,
criticou.
O
senador Flávio Bolsonaro utilizou as redes sociais nesta terça-feira (4) para
sair em defesa do pastor André Valadão após a repercussão de declarações homofóbicas
em um culto exibido no domingo. “Aos que estavam duvidando, a perseguição
chegou dentro das igrejas, é o início do fim do resto que ainda tínhamos de
liberdade religiosa”, disse Flávio comentando uma notícia que alegava ser
mentira que Valadão incitou fiéis a matar LGBTs.
Nesta
terça-feira (4), o ministro da Justiça, Flávio Dino, sinalizou que o pastor bolsonarista
"responderá" pelos ataques homofóbicos feitos por ele
contra a comunidade LGBTQIA+. "O suposto cristão que propaga ódio contra
pessoas, por vil preconceito, tem no mínimo dois problemas. Primeiro, com Jesus
Cristo, que pregou amor, respeito, não violência contra pessoas. 'Amar ao
próximo como a si mesmo', disse Jesus. Segundo, com as leis, e responderá por
isso", postou Dino no Twitter.
A
afirmação de Valadão foi feita durante uma pregação dominical na igreja
Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos. De acordo com ele, se Deus pudesse,
"matava tudo". "Agora é a hora de tomar as cordas de volta e
dizer: não, não, não. Pode parar, reseta", iniciou. "Aí Deus fala:
Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse eu matava tudo e
começava tudo de novo. Mas prometi para mim mesmo que eu não posso. Agora tá
com vocês", disse na ocasião.
O
tom violento do bolsonarista é algo recorrente. Valadão já disse que que afogaria o presidente Lula por 30 segundos e
que "Deus abomina o orgulho", referindo-se ao mês do orgulho
LGBTQIA+.
Nas
redes sociais, o parlamentar compartilhou um vídeo em que Valadão se defende
das acusações. "Aos que duvidaram... o assédio chegou ao âmbito religioso,
é o início do fim do pouco de liberdade religiosa que nos restava",
escreveu o parlamentar na publicação.
O
Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) abriu inquérito contra o pastor
André Valadão, acusado de homotransfobia, após ele incitar o assassinato de pessoas da comunidade LGBTQIA+. O MP
atendeu ao pedido da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que também
solicitou a prisão do religioso pela “evidente referência discriminatória à
população LGBTQIA+”. Em um culto, Valadão insinuou que os fiéis deveriam matar
membros da comunidade LGBT+. O episódio ocorreu no domingo (2) na Igreja
Batista Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos. A cerimônia foi transmitida
online.
Políticos
e internautas demonstraram indignação com o posicionamento de André
Valadão. Na campanha eleitoral do ano passado, o pastor foi um dos apoiadores
evangélicos mais entusiasmados de Jair Bolsonaro (PL) .
·
André
Valadão carrega culpa por desejar a homossexualidade, diz Jean Wyllys
O
ex-deputado federal Jean Wyllys expressou forte desaprovação em relação ao
pastor André Valadão, acusado de incitar ataques contra a comunidade LGBTQIA+.
A fala do ex-parlamentar veio em resposta às declarações polêmicas proferidas
por Valadão durante um culto realizado na Igreja Batista Lagoinha, em Orlando,
nos Estados Unidos, e transmitido online.
Em
sua manifestação, Jean Wyllys criticou o uso da expressão "supostamente
homotransfóbica" para descrever as palavras do pastor, considerando-a uma
forma de minimizar a conduta prejudicial de Valadão em relação à comunidade
LGBTQIA+. Wyllys alegou que os ataques perpetrados pelo religioso são sintomas
de uma culpa profunda que ele carrega por supostamente desejar a
homossexualidade.
A
repercussão das declarações de Valadão não se limitou apenas à comunidade
LGBTQIA+, alcançando políticos e internautas em geral. O Ministério Público de
Minas Gerais (MP-MG) abriu um inquérito para investigar o caso, em resposta a
uma solicitação da deputada federal Erika Hilton, do PSOL-SP, que também pediu
a prisão do pastor pelo seu discurso discriminatório e incitador de violência.
A
presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi
Hoffmann, também se pronunciou contra as declarações de Valadão, repudiando
tanto seus ataques a homossexuais quanto suas críticas ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. A postura do pastor, que foi um apoiador entusiasmado do
ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral do ano anterior,
causou indignação em diversos setores da sociedade.
O
caso coloca em evidência a necessidade de combater a homofobia e a transfobia,
bem como de responsabilizar aqueles que incitam ou promovem violência contra
pessoas LGBTQIA+. A incitação ao ódio e a violência não apenas viola direitos
humanos básicos, mas também contribui para a disseminação de um ambiente hostil
e perigoso para a comunidade LGBTQIA+, que já enfrenta desafios significativos
em termos de igualdade e inclusão.
Ø
Além
da homofobia: veja outros discursos de ódio envolvendo André Valadão
Se
você sabe quem é o pastor André Valadão, o pastor que sugeriu
a morte de pessoas
LGBTQIA+ durante um culto da Igreja Batista da Lagoinha, em
Orlando, nos Estados Unidos, com certeza deve se lembrar de alguma outra polêmica envolvendo suas falas raivosas.
“Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo.
Mas prometi que não posso, agora está com vocês’”, declarou Valadão no culto transmitido ao
vivo. A fala levou o Ministério Público Federal a abrir um inquérito contra
ele, após um pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
Além
disso, o pastor coleciona polêmicas que vão de ataques ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) até discursos de ódio contra grupos
minorizados. Veja alguns casos.
·
Mais homofobia
Em junho,
foi comemorado o mês do orgulho LGBTQIA+. Ao comentar a data, André Valadão
disse que "Deus odiava o orgulho",
fazendo referência à palavra de ordem que a comunidade carrega.
Na
mesma ocasião, o pastor disse: “Deus não destruiu a humanidade por causa de
roubo, assassinatos ou idolatria. Deus
destruiu a humanidade por causa da imoralidade sexual. Imoralidade sexual é um
pecado grave. Não sou eu que estou dizendo, é a bíblia que diz: homossexuais passivos ou ativos não
herdarão o reino de Deus”.
TSE e mentira sobre condenação
Durante
a eleição de 2022, Valadão foi um dos principais cabos eleitorais de Jair Bolsonaro (PL) no meio evangélico.
Ataque ao presidente Lula (PT) e ao
projeto da esquerda eram comuns em seus sermões e postagens nas redes.
Entre
os vídeos, o pastor forjou uma
decisão do TSE que o obrigava a se retratar sobre suas falas acerca
de Lula. Horas após a publicação, Valadão fez uma postagem em suas redes
sociais em que mencionava censura.
A
assessoria do TSE, no entanto, negou
qualquer pedido de declaração vinda do pastor.
·
Preconceito contra o judaísmo
André
Valadão também se indispôs com a comunidade
judaica em 2021. Ao receber um questionamento em seu Instagram
sobre "por que os judeus são tão abençoados por Deus, mesmo que a maioria
não creia em Cristo", o pastor respondeu de maneira preconceituosa.
"Você está falando que abençoado é quem tem
dinheiro? Judeu só tem dinheiro. Dinheiro não muda a vida de ninguém,
não salva ninguém, não. Gente, para de pensar que ser abençoado é ter dinheiro.
Os judeus podem até ter dinheiro, mas ninguém é mais abençoado que um cristão", disse ele na
ocasião.
Ø
Marco
Feliciano defende Valadão com discurso bizarro e ataca presidente Lula
O
deputado bolsonarista e pastor fundamentalista Marco Feliciano (PL-SP) saiu em
defesa do também pastor André Valadão, que durante um culto realizado no último
domingo (2), incitou os fiéis a matarem pessoas LGBT+ como se fosse uma espécie
de missão divina.
Com
um discurso bizarro, Marco Feliciano afirmou que Valadão "é um homem de família", atacou parlamentares da
esquerda que criticaram o discurso de André Valadão, misturou tudo com o
comunismo e atacou o presidente Lula (PT), a quem classificou como
"canalha".
"O
pastor André Valadão, que é um homem muito conhecido em nosso meio evangélico,
é um homem íntegro, é um homem de família e tem sido atacado covardemente pela
extrema imprensa, que insiste em distorcer as falas [de André Valadão]. Ele
está vivendo o que eu vivi no ano de 2013, quando pegaram falas, separaram
palavras e usaram isso publicamente, acabando por destruir a imagem e a
reputação das pessoas", iniciou Marco Feliciano.
Em
seguida, Feliciano atacou os parlamentares da esquerda que criticaram Valadão.
"Não bastasse ser atacado pela extrema imprensa, ele foi atacado aqui
neste parlamento agora há pouco por três deputados: um socialista, uma
comunista e um vigarista. Entenda-se por vigarista: um canalha. Eu até entendo
um socialista ter um problema de cognição, porque o socialista que atacou o
pastor André Valadão aqui já chamou minha mãe certa vez de prostituta, uma
mulher negra e analfabeta."
Posteriormente,
Marco Feliciano afirmou que o presidente Lula é ignorante e "um canalha".
"A comunista falar em paz e amor já começa a me dar angústia, porque o
comunismo defende o oposto. O comunismo matou mais de 100 milhões de pessoas ao
redor do mundo. Só na Ucrânia, mais de 8 milhões de pessoas morreram de fome
por conta do comunismo. Aí alguém, em pleno século XXI, falar que ama ser
comunista, ou pior, como disse aqui o líder, o presidente da nação [Lula], que
tem orgulho de ser chamado de comunista, porque não conhece a história ou é um
verdadeiro canalha também."
·
Governo Lula enquadra Valadão e fundamentalistas
O
ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante discurso na cerimônia de
divulgação do "Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso
de Ódio e ao Extremismo no Brasil", realizada nesta segunda-feira (3),
criticou, sem citar nominalmente, as recentes declarações do pastor André
Valadão, que incitou seus fiéis a matarem pessoas LGBT+ e fundamentalistas que
usam a fé para propagar o ódio.
Para
o ministro do governo Lula, a atuação de Valadão e de outros propagadores do ódio é
"criminosa" e deve "prestar contas à Justiça brasileira".
Além disso, Almeida afirmou que, na contemporaneidade, "o ódio é uma
mercadoria".
"O
ódio é uma mercadoria, no sentido mais específico do termo, tal como aprendemos
desde o século XIX. O ódio, portanto, tornou-se fonte de lucro para empresas,
inclusive aquelas que administram as chamadas redes sociais. Mas, além disso, o
ódio tornou-se fonte de popularidade e uma forma de existência para pessoas sem
escrúpulos, pois sabemos que o ódio gera engajamento, o que é fundamental para
o que chamamos de economia da atenção", disse Almeida.
Posteriormente,
Silvio Almeida direcionou sua crítica aos mercadores da fé e mandou um recado:
"Sabemos também que o ódio é fundamental para os mercadores da fé, para os
fariseus, que manipulam a fé das pessoas de cima dos púlpitos, servindo apenas
para destilar seu ódio. Essas pessoas não estão acima da lei, não estão acima
da Constituição e, em um Estado laico no qual as pessoas têm todo o direito de
expressar sua religião, mas também têm o direito de não ter religião,
certamente prestarão contas à Justiça brasileira. Não tenham dúvidas
disso", alertou.
Além
disso, Silvio Almeida também afirmou que "o anonimato das redes não pode
ser escudo para a impunidade, tampouco a imunidade parlamentar. Um falso
sentimento ou uma falsa proposição de religiosidade também não é escudo para
quem pratica crimes. É assim que essas pessoas devem ser tratadas".
"Quem
censura é o ódio, o radicalismo, o preconceito, a discriminação, o racismo. Não
existe liberdade sem o exercício da responsabilidade. Portanto, ser livre
também significa arcar com as consequências dos próprios atos. É saber que
nossas ações, quando afetam a vida de alguém, terão consequências",
concluiu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Fonte:
Brasil 247/Fórum
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