Garimpo em TI
Yanomami é mantido pelo crime organizado, diz Ibama
Um
dos 4 garimpeiros mortos por agentes de segurança no domingo (30.abr.2023) na
TI (Terra Indígena) Yanomami, em Roraima, era integrante de uma facção
criminosa com atuação nacional. Essa linha de investigação passou a ser um dos
focos das ações de inteligência do governo federal na região, segundo o Ibama
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
“Nosso serviço de inteligência tem encontrado
indícios muito fortes de que alguns pontos de garimpo são mantidos com o apoio
de organizações criminosas. Isso está sendo investigado. Uma das pessoas que
morreu na operação de domingo tinha envolvimento muito forte com uma das
organizações criminosas”, disse Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, em fala
a jornalistas.
Segundo
a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o monitoramento
de satélites ainda identifica atividades de garimpo ilegal no território,
apesar de a maioria dos pontos já estarem desativados.
“Nós
pudemos observar no sobrevoo que existem vários garimpos que, de fato, foram
desativados, estão abandonados, mas alguns, segundo os dados do satélite, e
pelo que pudemos observar, continuam ativos. E serão desativados”, disse a
ministra, que participou da comitiva do governo federal em Roraima para
monitorar a situação dos yanomami depois do atentado que deixou um indígena
morto e 2 feridos no sábado (29.abr).
Um
dia depois, 4 garimpeiros teriam reagido à incursão de agentes da PRF (Polícia
Rodoviária Federal) e do Ibama num ponto de garimpo conhecido como Ouro Mil,
dentro da terra indígena. Eles foram mortos em confronto. Um dos mortos com
vínculo junto ao crime organizado é do Amapá, segundo a Agência Brasil.
Ele
é apontado como integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da
Capital), que tem origem em São Paulo, mas atua em todo o país.
No
local do confronto, segundo a PRF, foram apreendidos um arsenal de armas, com
fuzil, 3 pistolas, 7 espingardas e duas miras holográficas, além de munição de
diversos calibres, carregadores e outros equipamentos bélicos.
Lavagem
e capitalização
Segundo
o presidente do Ibama, a atuação de facções criminosas é cada vez mais comum em
atividades extrativistas ilegais, como o garimpo, a grilagem de terras e o
comércio clandestino de madeira.
“A
gente tem percebido que essas atividades passaram a exercer uma atração de
facções criminosas. Elas servem, ao mesmo tempo, como forma de lavagem de dinheiro,
por meio do garimpo ilegal, por exemplo, mas também como fonte de capitalização
desses grupos, já que o tráfico internacional de drogas demanda grande
investimento de operação”, afirmou Rodrigo Agostinho, que também participou da
comitiva.
• Balanço
O
Ibama informou que, desde o início da operação, há cerca de 3 meses, foram
destruídos 327 acampamentos de garimpeiros, 18 aviões, 2 helicópteros, centenas
de motores e dezenas de balsas, barcos e tratores. Também foram apreendidas 36
toneladas de cassiterita, 26.000 litros de combustível, além de equipamentos
usados por criminosos.
Equipe do Ibama é recebida a tiros em
área Yanomami após ataque a indígenas
Uma
equipe de fiscalização do Ibama entrou em confronto com garimpeiros ilegais na
Terra Indígena Yanomami no domingo, um dia após ataque a indígenas na região de
Uxiu, e quatro garimpeiros foram mortos, informou o Ministério do Meio Ambiente
e Mudança do Clima nesta segunda-feira.
Segundo
a pasta, as equipes de fiscalização foram atacadas quando realizavam ação de
fiscalização em área de garimpo ilegal na região de Uiaiacás. A região é
investigada sob a suspeita de que uma organização criminosa controla o garimpo.
Foram
apreendidas 11 armas com os garimpeiros --espingardas calibre 12mm, um fuzil e
pistolas calibre .45, de uso restrito.
No
sábado, três indígenas foram atacados por garimpeiros na região de Uxiu. Um
deles, o agente de saúde Ilson Xirixana, de 36 anos, morreu, e dois seguem
internados.
O
ataque do domingo é o quarto contra esquipes do Ibama desde o início da
retomada do território Yanomami. O governo colcou em prática uma operação de
desintrusão da área do povo yanomami desde o início do ano, quando veio à tona
uma crise humanitária envolvendo os indígenas. O governo do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva declarou emergência de saúde para os yanomami e colocou em
prática uma força-tarefa envolvendo militares, policiais, órgãos de proteção do
meio ambiente e dos povos indígenas para retirar os invasores.
Cerca
de 20 mil garimpeiros ocupavam a maior reserva indígena do Brasil, onde o
garimpo figura como um problema antigo na região onde vivem os yanomami. Quando
a reserva Yanomami foi demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, em
Roraima, autoridades montaram uma operação para expulsar milhares de
garimpeiros.
Eles
voltaram à área em números expressivos sob o governo do ex-presidente Jair
Bolsonaro, que defendia a mineração em terras indígenas e cuja gestão fechou os
olhos para invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.
A
expulsão dos garimpeiros das terras Yanomami levantou preocupações acerca de
migração deles para outros territórios indígenas, que também já passam por
problemas relacionados à disputa agrária, além de questões sanitárias e
ambientais.
• PF investiga morte de yanomami durante
ataque de garimpeiros em RR
A
Polícia Federal investiga um ataque a tiros que ocorreu no sábado, 29, na
comunidade Uxiu, em Roraima, e resultou na morte de um yanomami. Outros dois
indígenas ficaram feridos, em estado grave. Equipes da PF foram deslocadas para
o local, onde começaram a ouvir testemunhas e a fazer perícias.
Além
disso, o Ministério da Justiça enviará nesta segunda, 1º, uma comitiva para o
território yanomami. O indígena que morreu tinha 36 anos e levou um tiro na
cabeça. Os outros dois, também baleados, foram encaminhados para o Hospital
Geral de Roraima, em Boa Vista.
O
presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana, Júnior
Hekurari Yanomami, afirmou no Twitter que o ataque teria partido de garimpeiros.
Conforme relatos, os atiradores estavam encapuzados.
A
comitiva do Ministério da Justiça incluirá o secretário de Segurança Pública,
Tadeu Alencar, o diretor da Força Nacional, coronel Fernando Alencar, e o
diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire. A ministra dos
Povos Indígenas, Sonia Guajajara, defendeu “ações coordenadas até a retirada de
todos os invasores do território”.
Procurados,
o governo de Roraima, o Hospital Geral e a Funai não haviam se manifestado até
a publicação deste texto.
• Quatro garimpeiros morrem em ação da PRF
e do Ibama em terra indígena Yanomami
Quatro
garimpeiros foram mortos durante uma ação conjunta da Polícia Rodoviária
Federal (PRF) e do Ibama na noite deste domingo, 30, em terras indígenas
yanomami, em Rondônia.
O
episódio ocorreu um dia depois de um indígena ter sido assassinado com um tiro
na cabeça na mesma região. Além dele, dois ficaram feridos em estado grave.
Em
nota, a PRF disse que recebida a tiros por garimpeiros ilegais na noite do
domingo, enquanto a aeronave da instituição desembarcava.
De
acordo com a Polícia, os quatro garimpeiros estavam “munidos de armamento de
grosso calibre”.
Foram
apreendidos um fuzil, três pistolas, sete espingardas e duas miras
holográficas, 38 munições de diversos calibres, carregadores e outros
equipamentos bélicos.
A
Polícia Federal investigará o caso.
• Ataques aos yanomamis
No
último sábado, 29, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami
e Ye’kuana, Júnior Hekurari Yanomami, informou que garimpeiros ilegais
alvejaram três indígenas yanomamis na comunidade Uxiu, em Roraima, localizada
dentro da reserva. Ilson Xirixana, 36, morreu após ser atingido na região da
cabeça. Ele era agente indígena de saúde da comunidade. Os outros dois feridos
foram encaminhados as pressas em estado grave para o Hospital Geral de Boa
Vista.
Segundo
o governo do estado de Roraima, ambos passaram por cirurgia neste domingo.
“[Eles
estão] acordados, com todos os sinais vitais em pleno funcionamento e sem
nenhum risco de morte”, disse por meio de uma nota oficial. O governador de
Roraima, Antonio Denarium (PP), foi ao hospital para visitar os indígenas
feridos.
O
Ministério dos Povos indígenas afirmou que uma comitiva interministerial está a
caminho de Roraima para reforçar a ação de “desintrusão dos criminosos”.
Dentre
os oficiais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o secretário nacional de
Segurança Pública, Tadeu Alencar, o diretor da Força Nacional, coronel Fernando
Alencar, e o diretor de Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto
Freire seguiriam também para a região.
Brasil intensificará remoção de invasores
de terras indígenas após assassinato de Yanomami
O
Brasil aumentará os esforços para remover o restante dos garimpeiros de terras
indígenas após um ataque a tiros por invasores que matou um indígena Yanomami e
deixou outros dois gravemente feridos, disse o Ministério dos Povos Indígenas
neste domingo.
Um
homem foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos por garimpeiros no
ataque de sábado no território Yanomami, onde as autoridades estão expulsando
garimpeiros ilegais que invadiram a maior reserva indígena do Brasil, do
tamanho de Portugal.
“Continuaremos
a operação para retirar todos os garimpeiros que ainda estão lá ilegalmente”,
disse a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, à GloboNews.
Ela
disse que 75% a 80% dos mais de 20 mil garimpeiros que invadiram a reserva
foram despejados, e os que ainda estão lá resistem com mais violência à
remoção.
“Eles
têm que entender que têm que sair e que o Estado não vai desistir de
despejá-los”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na mesma
entrevista.
“Vamos
intensificar a operação”, disse ela, acrescentando que as forças armadas podem
ser mobilizadas para terminar o trabalho.
Marina
disse que 300 garimpos foram desmantelados, 20 aviões e um helicóptero
destruídos por agentes do Ibama.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu quando assumiu o cargo, em
janeiro, remover os garimpeiros cuja presença causou uma crise humanitária ao
espalhar doenças e causar desnutrição entre os Yanomami, ao reduzir sua caça e
envenenar os rios e peixes com mercúrio.
Uma
operação de fiscalização em grande escala foi lançada em fevereiro, e a maioria
dos mineiros começou a sair ou foi forçada a sair do local.
A
Polícia Federal disse que está investigando o confronto entre garimpeiros e
indígenas e está trabalhando para identificar, localizar e prender os
responsáveis pelos disparos.
No
Twitter, o Ministério dos Povos Indígenas informou que uma delegação
interministerial está a caminho de Roraima para “reforçar ainda mais as ações
de remoção de criminosos”.
Desde
que Lula assumiu o cargo em janeiro, seu governo anunciou ações para remover
milhares de garimpeiros ilegais da maior reserva indígena do país.
No
entanto, “ainda são necessárias muitas ações coordenadas”, disse o ministério,
observando que solicitou apoio do Ministério da Justiça para investigar o
tiroteio.
A
Polícia Federal disse em nota que sabia que indígenas teriam entrado em
confronto com garimpeiros no sábado.
O
povo Yanomami, estimado em cerca de 28.000, enfrenta uma crise humanitária,
incluindo doenças, abuso sexual e violência, devido à invasão de mais de 20.000
garimpeiros em sua região, levando a desnutrição e mortes.
Fonte:
Agencia Brasil/Reuters/Agencia Estado/FolhaPress
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