terça-feira, 4 de julho de 2023

O que é nível do mar e por que ele está aumentando?

O nível do mar, ou nível médio do mar, corresponde à altitude média da superfície do mar. Atualmente, o aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas tem sido pauta de diversos debates científicos, isso porque mais de 60% da humanidade vive em regiões costeiras e será diretamente afetada por esse fenômeno. As projeções publicadas por órgãos especializados estão causando pânico e interferindo diretamente no desenvolvimento socioeconômico de diversos países, que precisam estar preparados para as consequências.

·         Mudanças climáticas e elevação do nível do mar

Mudanças climáticas são as variações climáticas na temperatura, precipitação e nebulosidade em escala global. Elas podem ser causadas por fatores naturais, como as alterações na radiação solar ou movimentos da órbita da Terra. Porém, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que existem estudos científicos que comprovam que o aumento da temperatura no planeta está sendo provocado pela ação humana ao longo dos últimos 250 anos.

As mudanças climáticas já apresentam efeitos ambientais observáveis. Geleiras encolheram, gelos em rios e lagos quebram mais cedo, variedades de plantas e animais mudaram e árvores passaram a florescer mais cedo. Cientistas previram efeitos que seriam resultantes do aquecimento globalpe no mundo e que agora estão acontecendo, tais como a perda do gelo nos oceanos, aumento acelerado do nível do mar, e ondas de frio e calor mais intensas.

Os cientistas acreditam também que as temperaturas globais continuarão a aumentar nas próximas décadas, em grande parte devido aos gases do efeito estufa produzidos por atividades humanas. O IPCC, que inclui mais de 1.300 cientistas dos Estados Unidos e outros países, prevê um aumento de temperatura de 2,5 °C a 10 °C durante o próximo século.

De acordo com essa mesma instituição, os efeitos das alterações climáticas serão diferentes para cada região, dependendo da capacidade de cada sistema social e ambiental para mitigar ou se adaptar às mudanças. Apesar disso, pode-se dizer que o aumento do nível do mar trará sérias consequências globais, como inundações recorrentes e desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas.

·         A elevação do nível do mar pode ser pior do que se temia, alertam pesquisadores

A elevação do nível do mar provavelmente será mais rápida e maior do que se pensava, de acordo com uma pesquisa que sugere que as previsões atuais são inconsistentes com os dados históricos. Em sua avaliação mais recente, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas concluiu que o nível do mar dificilmente aumentará além de 1,1 metro até 2100.

Mas pesquisadores do clima do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague acreditam que os níveis podem aumentar até 1,35 metros até 2100, no pior cenário de aquecimento. Quando eles usaram dados históricos sobre a elevação do nível do mar para validar vários modelos nos quais o IPCC fez sua avaliação, eles encontraram uma discrepância de cerca de 25 cm, disseram em um artigo publicado na revista Ocean Science.

Os pesquisadores afirmaram que os modelos usados ​​pelo IPCC não eram sensíveis o suficiente, com base no que eles descreveram como um teste de verificação da realidade.

“Não é uma boa notícia acreditarmos que as previsões anteriores são muito baixas”, disse o cientista da mudança climática Aslak Grinsted, coautor e professor associado do Instituto Niels Bohr.

·         Modelos insensíveis

“Os modelos usados ​​para basear as previsões do aumento do nível do mar no momento não são sensíveis o suficiente”, disse ele. “Para ser mais claro, eles não atingem o alvo quando os comparamos com a taxa de aumento do nível do mar que vemos quando confrontamos cenários futuros com observações voltando no tempo.”

No entanto, ele esperava que seu método de teste pudesse ser usado para restringir os modelos, torná-los mais confiáveis ​​e reduzir a incerteza. As previsões de aumento usadas pelo IPCC são baseadas em um quebra-cabeça de modelos para mantos de gelo, geleiras e expansão térmica ou aquecimento do mar. Quanto mais a temperatura subir, mais alto será o nível do mar.

Porém, apenas uma quantidade limitada de dados estava disponível para os modelos serem testados. Praticamente não havia dados sobre a taxa de derretimento da Antártica antes das observações de satélite na década de 1990. Grinsted descobriu que, embora os dados individuais, quando testados para trás no tempo, de 1850 a 2017, refletissem o aumento real do nível do mar, quando os dados foram combinados as previsões eram muito conservadoras.

A equipe de pesquisa do Instituto Niels Bohr afirma que possui melhores dados históricos para o aumento do nível do mar no total, o que permite um teste do quebra-cabeça combinado de modelos. Além disso, espera que seu método para validar cenários futuros olhando para o passado possa ganhar uma base em como a elevação do nível do oceano será analisada.

Por fim, uma outra pesquisa realizada pela Universidade de East Anglia sugeriu que as comunidades costeiras vivenciam um aumento do nível do mar quatro vezes maior que a média global e que os impactos decorrentes desse fenômeno podem ser muito maiores do que os números globais relatados pelo IPCC.

 

Ø  Degelo: por que ocorre e consequências

 

Degelo é o nome dado ao processo de derretimento de geleiras e calotas polares causado, principalmente, pela intensificação do efeito estufa e do aquecimento global. As geleiras e as calotas polares são extremamente importantes para a manutenção da vida na Terra, já que elas armazenam cerca de 70% da água doce existente no planeta. O degelo é responsável pelo aumento do nível do mar e pela liberação de gases do efeito estufa armazenados nessas estruturas geológicas. 

De acordo com especialistas, a Groenlândia está sendo a região mais afetada pelas mudanças climáticas. A  eliminação total da cobertura de gelo da região pode contribuir para um aumento de cerca de sete metros do nível do mar, embora possa demorar vários séculos para que este derretimento venha a ocorrer. 

As principais cordilheiras do mundo também estão perdendo massa de gelo. Segundo o Worldwatch Institute, desde 1850 as geleiras dos Alpes recuaram de 30% a 40%. 

·         Mudanças climáticas e degelo

aquecimento global é o processo de mudança da temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. O acúmulo de altas concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera bloqueia o calor emitido pelo Sol, que fica preso na superfície e aumenta a temperatura média da Terra. Esse fenômeno pode trazer consequências diversificadas e complexas para o planeta, além de danos irreversíveis para a humanidade. Alguns efeitos das mudanças climáticas já podem ser percebidos, como degelo de geleiras e calotas polares, ondas de calor intensas e elevação do nível dos oceanos.

O Ártico já perdeu cerca de 7% de sua superfície de gelo desde 1900, sendo que na primavera esta redução chega a 15% de sua área. Nos próximos anos, poderá haver uma diminuição ainda maior na cobertura de gelo da Terra tanto no Ártico quanto na Antártica.

Algumas projeções indicam ainda o desaparecimento quase total do gelo marinho ártico no final do verão. Os processos de derretimento deste gelo são lentos. A eliminação completa da cobertura de gelo da Groenlândia, por exemplo, contribuiria para um aumento de cerca de sete metros do nível do mar, embora possa demorar vários séculos para que este derretimento venha a ocorrer.

Outra consequência do aquecimento global diz respeito às mudanças no regime das chuvas, onde regiões áridas poderão se tornar ainda mais secas. Na Amazônia, as chuvas poderão diminuir em 20% até o final deste século. Poderá ocorrer também o avanço de água salgada nas áreas de foz de rios, além de escassez de água potável em regiões críticas, que já enfrentam estresse hídrico.

Além disso, as previsões alertam para os riscos de diminuição dos estoques de água armazenados nas geleiras e na cobertura de neve, ao longo deste século. Áreas que dependem do derretimento da neve armazenada no inverno, como os Andes e o Himalaia, podem sofrer impactos significativos na disponibilidade de água.

·         A Groenlândia está derretendo mais rápido do que se esperava

É possível que já seja tarde demais para reverter o derretimento do gelo na Groenlândia. De acordo com um estudo, o aquecimento contínuo e acelerado da atmosfera terrestre está fazendo com que as camadas de gelo na ilha derretam mais rápido do que os cientistas imaginavam, o que provavelmente levará a uma elevação mais rápida do nível do mar.

Os cientistas já sabiam há muito tempo sobre o derretimento do gelo nas regiões sudeste e noroeste da Groenlândia, onde grandes geleiras têm perdido pedaços de gelo do tamanho de icebergs para o Oceano Atlântico. Esses pedaços flutuam pelo oceano e eventualmente acabam derretendo. No novo estudo, porém, os cientistas descobriram que a maior perda de gelo do início de 2003 a meados de 2013 veio da região sudoeste da Groenlândia, que é desprovida de grandes geleiras.

“O que quer que fosse não poderia ser explicado pelas geleiras, porque não há muitas lá. Tinha que ser a massa da superfície – o gelo estava derretendo para o interior da costa”, diz Michael Bevis, principal autor do estudo, professor de geodinâmica na Universidade Estadual de Ohio, nos EUA.

Esse derretimento significa que, na parte sudoeste da Groenlândia, rios de gelo derretido estão fluindo para o oceano durante o verão. Esta região, que anteriormente não era considerada uma ameaça, provavelmente se tornará um importante contribuinte futuro para o aumento do nível do mar. “Sabíamos que tínhamos um grande problema com o aumento das taxas de descarga de gelo através da saída de algumas grandes geleiras. Mas agora reconhecemos um segundo problema sério: cada vez mais, grandes quantidades de massa de gelo vão sair como água de degelo, como rios que correm para o mar”.

·         Medidas mitigadoras do degelo

De acordo com o projeto Drawdown (uma iniciativa que busca soluções climáticas e ambientais para enfrentar a emergência ecológica atual), as principais soluções para combater as mudanças climáticas e, consequentemente, os derretimentos das geleiras, são:

·         Reflorestamento.

 

Fonte: eCycle

 

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