Bahia tem queda nas
exportações e importações no 1º trimestre
A
corrente de comércio da Bahia dos três primeiros meses do ano, ou seja, o
volume de negócios gerado por exportações e importações, teve queda de 8,1% em
relação ao mesmo período de 2022, alcançando cerca de US$ 5 bilhões. A balança
comercial do estado também ficou negativa no 1º trimestre, com redução das
exportações baianas em 5,2%, chegando a US$ 2,47 bilhões.
Já
a corrente de comércio nacional registrou crescimento 2,4%, alcançando US$
136,5 bilhões, e o saldo da balança comercial foi de US$ 15,8 bilhões, o que
representou aumento de 30% em comparação com os primeiros 3 meses de 2022, de
acordo com o Relatório de Acompanhamento do Comércio Exterior da Bahia - RACEB,
elaborado pela Gerência de Estudos Técnicos da FIEB.
De
acordo com o especialista em Desenvolvimento Industrial da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Danilo Peres, os números
referem-se a um período curto (três meses) e ainda é cedo para fazer previsões,
pois as grandes exportadoras baianas têm alterações operacionais, ao longo de
um ano, que afetam os resultados da atividade comercial.
No
entanto, Peres indica que, em função do crescimento de 2022, dificilmente a
Bahia e o Brasil terão resultados muito melhores até dezembro. “Este ano não
teremos um desempenho tão favorável, pois o registrado o ano passado foi o
maior da série história, tivemos valores recordes, e é difícil crescer sobre
uma base já muito acrescida”, explica.
O
especialista lembra que as projeções do Banco Mundial não são otimistas. De
acordo com a instituição, o PIB mundial deverá crescer 1,7% e o comércio
mundial, 1,6%. Neste sentido, o Brasil deve seguir a tendência global. “Além
disso, ainda estamos passando por ajustes nas cadeias globais, em função dos
efeitos da pandemia”, pontua Carlos Danilo Peres.
• Bahia foi o estado com maior abertura de
empresas do Nordeste em 2023
A
Bahia foi o estado com maior abertura de empresas do Nordeste no início de
2023, o que significa que a tendência deve continuar ao decorrer do ano. É o
que aponta os |Dados do Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa, com base
no mês de janeiro deste ano, quando houve um recorde de 257.769 negócios
abertos segundo o setor de Serviços.
Líder
em serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas no
Brasil, a Serasa Experian condensa a solução para etapas do ciclo de negócios,
desde a prospecção até a cobrança.
De
acordo com o Indicador, os dados apontados representam a maior quantidade desde
23010, quando se iniciou a série histórica do índice. Para o levantamento do
Nascimento de Empresas, a Serasa Experian considerou quantas empresas foram
registradas nas juntas comerciais de todos os estados do país, como também a
apuração mensal dos CNPJs que foram consultados na base de dados do grupo pela
primeira vez.
Ao
realizar a análise, levando em considerando todos os segmentos, o índice
apontou que no primeiro mês do ano foram abertos 355.788 empreendimentos e os
de Serviços representaram 72.5% do total.
A
partir do recorte por regiões, a Serasa Experian aponta que Bahia foi o estado
com o maior número de novas companhias no Nordeste, com a abertura de 15.934
empreendimentos, ficando na frente de Pernambuco com 10.356, Ceará com 10.592,
Paraíba com 5.170, Maranhão com 4.669, Rio Grande do Norte com 3.900, Alagoas
(3.283), Piauí 2.818 e Sergipe com 2.259.
Alguns
fatores podem explicar a maior quantidade de aberturas de empreendimentos do
setor de Serviços, tanto na Bahia, como
no Brasil, e um deles é o fato de não ser necessário um alto investimento
inicial.
“O
segmento atrai mais os novos donos de negócios, pois em diversa áreas da
prestação de serviços não é preciso ter um alto investimento inicial, contratar
pessoas ou locar imóveis, por exemplo. Dessa forma, é possível progredir de maneira
mais barata e facilitade”, explica o economista da Serasa Experian Luiz Rabi
Ele
acrescenta ainda 1que o mês de janeiro, como foi este ano, tende ser o período
inicial. “O mês de janeiro tende a ser um período de início, em que as pessoas
colocam os planos em prática para encarar o ano que vem pela frente".
Ainda
segundo a análise nacional do índice, os Microempreendedores Individuais (MEIs)
foram a natureza jurídica que representou a maior parte das empresas abertas
(81,7%). Em sequência estavam as Sociedades Limitadas, que significaram 15,3%
dos novos negócios, seguidas pelas Empresas Individuais e “Demais”, ambas
categorias marcaram 1,5%.
Sudeste
- A análise regional revelou que, 50,6% das empresas criadas em janeiro de 2023
pertenciam à região Sudeste. 18,5% dos empreendimentos estavam localizados no
Sul, 16,6% no Nordeste, 9,3% no Centro-Oeste e 4,9% no Norte.
Atividade econômica tem alta de 3,32% em
fevereiro, informa BC
Após
ficar estável em janeiro, a atividade econômica brasileira teve alta em
fevereiro deste ano, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (28), em
Brasília, pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br) apresentou crescimento de 3,32% em fevereiro em relação ao mês
anterior, de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Em
fevereiro, o IBC-Br atingiu 147,49 pontos. Na comparação com o mesmo mês de
2022, houve crescimento de 2,76% (sem ajuste para o período, já que a
comparação é entre meses iguais). No acumulado em 12 meses, o indicador também
ficou positivo em 3,08%.
O
IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda
o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida
atualmente em 13,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de
atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e
agropecuária –, além do volume de impostos.
Desde
agosto do ano passado, o IBC-Br vinha caindo. Em dezembro, houve alta,
estabilidade em janeiro e, agora, novo crescimento. Os resultados estavam em
linha com a decisão do BC de manutenção da Selic em alta para controlar a
inflação. A taxa está em 13,75% desde agosto do ano passado e é o maior nível
desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Quando
o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem
o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução
da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia. Ainda assim, o
resultado do índice do BC aponta uma recuperação da atividade.
• PIB
O
indicador oficial da economia brasileira, entretanto, é o Produto Interno Bruto
(PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com resultado trimestral, o PIB do primeiro trimestre de 2023 será divulgado em
1º de junho. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por
um país.
Em
2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.
Governo Lula tributa paraísos fiscais
para compensar maior isenção do IR
O
governo publicou a MP (medida provisória) que eleva a isenção do Imposto de
Renda contendo, como compensação, iniciativas para tributar rendimentos no
exterior de pessoas físicas residentes no Brasil. A iniciativa atinge,
inclusive, recursos depositados em paraísos fiscais.
De
acordo com a MP, os rendimentos auferidos a partir de 2024 em aplicações
financeiras no exterior pelas pessoas físicas residentes no país passam a ser
tributados com alíquotas de até 22,5% a depender do tamanho dos ganhos.
Até
R$ 6.000 em rendimentos anuais, a alíquota é zero. De R$ 6.000 a R$ 50 mil, a
cobrança vai a 15% sobre os ganhos. De R$ 50 mil adiante, o percentual sobe
para 22,5%.
Os
valores valem para aplicações financeiras, lucros e dividendos de entidades
controladas e bens e direitos presentes nos chamados trusts.
O
trust é uma entidade contratual regida por lei estrangeira e que estabelece uma
relação jurídica entre o instituidor (dono dos recursos) o trustee (pessoa ou
instituição responsável por administrar os recursos) e os beneficiários (uma ou
mais pessoas indicadas pelo instituidor para receber os bens e direitos,
acrescidos dos frutos).
Um
dos artigos prevê que, a partir de 2024, os lucros de entidades no exterior de
pessoas físicas residentes no Brasil serão tributados anualmente quando
estiverem em um regime de tributação favorecida ou com regime fiscal
privilegiado —o que engloba uma série de países que funcionam como paraísos fiscais,
onde a cobrança de tributos sobre os recursos é mínima.
Também
são incluídas na cobrança as controladas que não gerarem de forma significativa
renda própria pela exploração de atividade econômica (o que exclui, nos termos
do texto, itens como royalties, dividendos, juros, aluguéis e ganhos de
capital).
Incluem-se
nas mudanças entidades como fundos de investimento e fundações, em que a pessoa
física detiver, de forma direta ou indireta, isoladamente ou em conjunto com
outras partes, direitos que lhe assegurem preponderância nas deliberações ou
poder de eleger ou destituir a maioria dos seus administradores.
Também
são enquadradas as sociedades em que a pessoa possuir, direta ou indiretamente,
isoladamente ou em conjunto com outras, mais de 50% de participação no capital
social ou o equivalente na obtenção de recursos.
De
acordo com o texto, os recursos serão tributados no momento da efetiva
disponibilização para a pessoa física residente no Brasil, isto é, quando
houver pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de lucros; ou ainda
quando houver quaisquer operações de crédito realizadas com a pessoa física ou
com pessoa a ela vinculada (o que é determinado no texto por uma lista que
inclui, por exemplo, cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau).
A
pessoa física residente no Brasil poderá atualizar o valor dos bens e direitos
no exterior informados na sua declaração de ajuste do Imposto de Renda para o
valor de mercado em 31 de dezembro de 2022 e tributar a diferença para o custo
de aquisição, pelo IRPF, à alíquota definitiva de 10%. Nesse caso, o imposto
deverá ser pago até 30 de novembro de 2023.
Cobranças
sobre paraísos fiscais eram previstas em um projeto de lei enviado pelo então
ministro Paulo Guedes (Economia) para o Congresso com o objetivo de modificar
as regras do Imposto de Renda, mas o trecho acabou sendo eliminado após
conversas entre ele e parlamentares.
Na
época, Guedes chegou a defender a retirada do trecho. "Ah, ‘porque tem que
pegar as offshore’ e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica.
Tira. Estamos seguindo essa regra", afirmou na época.
Posteriormente,
foi revelado que o próprio Guedes, sua esposa e sua filha eram acionistas de
uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal, segundo reportagens
publicadas por veículos como a revista Piauí e o jornal El País, que participam
do projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (o ICIJ).
Na
época, uma representante da OCDE (Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico), afirmou que o Brasil estava perdendo a oportunidade
de fechar o cerco ao uso de paraísos fiscais.
Fonte:
Tribuna da Bahia
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