Anafilaxia: entenda
as causas e riscos da reação alérgica grave
A alergia é uma reação exagerada do sistema
imunológico à exposição do organismo a uma série de substâncias.
O
quadro clínico pode ser causado por alimentos, medicamentos,
insetos e animais. A anafilaxia, também chamada de choque anafilático, é a reação mais grave entre as alergias e
potencialmente fatal.
O influencer Brendo Yan, de 27 anos,
morreu na quarta-feira (26), em Natal, no Rio Grande do Norte, após um quadro
de reação alérgica grave.
·
Riscos da alergia alimentar
A
alergia alimentar é uma reação adversa à presença de substâncias presentes em
um determinado alimento. Entre os principais agentes alérgicos para algumas
pessoas estão o camarão e outros frutos do mar, leite de vaca, ovo, trigo,
soja, amendoim, além de nozes e castanhas.
Ao
ingerir o alimento com potencial alérgico, o organismo desencadeia um mecanismo
imunológico exagerado que pode apresentar quadros clínicos diversos. Os
sintomas variam de uma pessoa para outra, incluindo sinais na pele, além de
impactos respiratórios e gastrointestinais. As reações podem ser leves, como
simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer vários
órgãos.
Existe
uma predisposição genética para a alergia e se reconhece a influência do meio
ambiente neste processo – mudança de estilo de vida e alimentação são alguns
dos fatores mais associados. No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a
prevalência parece se assemelhar com a literatura internacional, que mostra
cerca de 8% das crianças, com até dois anos de idade, e 2% dos adultos com
algum tipo de alergia alimentar, de acordo com informações da Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
A
anafilaxia é caracterizada pela associação de manifestações clínicas envolvendo
dois ou mais sistemas do corpo, como explica a médica Albertina Varandas
Capelo, coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Asbai.
“Um
desmaio súbito, obstrução de vias aéreas ou edema de glote, e vômitos, também
podem ser manifestações de anafilaxia. As manifestações alérgicas podem iniciar
com sintomas cutâneo e mucoso e evoluir para anafilaxia, apresentando
acometimento respiratório ou gastrointestinal por exemplo”, explica Albertina.
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Veja as principais manifestações da reação alérgica grave:
# Na pele e mucosas (80% a 90% dos casos):
-
Vermelhidão localizada ou no corpo todo, coceira, manchas na pele, placas no
corpo e/ou inchaço nos olhos e lábios. Geralmente, são as mais frequentes e
aparecem primeiro.
#
Respiratórias (70% dos episódios):
-
coceira e entupimento nasal, espirros, coceira ou aperto na garganta,
dificuldade para falar, rouquidão, estridor, tosse, chiado no peito ou falta de
ar.
# Gastrointestinais (30% a 40%):
-
náuseas, vômitos, cólicas e diarreia.
# Cardiovasculares (10% a 45%): p
-
pressão baixa, com ou sem desmaio, aceleração ou descompasso dos batimentos
cardíacos.
# Neurológicas (10% a 15% dos casos):
-
dor de cabeça, crises convulsivas e alterações do estado mental.
# Outras manifestações clínicas:
-
sensação de morte iminente, contrações uterinas, perda de controle de
esfíncteres, perda da visão e zumbido.
·
Como é feito o tratamento
A
anafilaxia é considerada uma emergência médica. O paciente deve ser encaminhado
para atendimento médico hospitalar com urgência. O tratamento deve ser feito
por profissionais de saúde com a administração de adrenalina injetável, por via
intramuscular.
De
acordo com a Asbai, a adrenalina trata todos os sintomas associados à
anafilaxia e pode prevenir o agravamento dos sintomas. Outros medicamentos
também podem ser associados ao tratamento, como antialérgicos, corticoides e
broncodilatadores, mas não devem ser administrados antes ou no lugar da
adrenalina e também não devem atrasar a administração rápida de adrenalina
assim que a anafilaxia for identificada.
Após
a recuperação da anafilaxia é recomendado o acompanhamento com um especialista
em alergia e imunologia para realizar corretamente o diagnóstico, tentar
identificar os agentes desencadeantes daquela reação, diminuindo o risco de
reação anafilática futura.
Fonte:
CNN Brasil
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